« A Tentação da Força | Entrada | O Gestor, o Político e o Tonto »

abril 11, 2004

Reféns ao acaso

Três japoneses foram feitos reféns e um vídeo foi distribuído mostrando-os aterrorizados e ameaçados de serem queimados vivos se o Japão não retirasse as suas tropas do Iraque até hoje. Clamores empolgados de Alá é grande ouviam-se como som de fundo.

O mais espantoso deste rapto é que das vítimas, duas delas são activistas anti-guerra e anti-nuclear e a terceira está ligada a um jornal de esquerda. Admitindo que não foram os próprios a oferecerem-se como reféns, o que parece pouco crível, tudo indica que os raptores já não conseguem distinguir amigos de inimigos.

Se se tratou, de facto, de um rapto, foi um acto cobarde, porque perpetrado contra gente desarmada e inofensiva, estúpido, porque realizado sobre gente que certamente estaria no Iraque para recolher argumentos contra a actuação da coligação e não para ser vítima dos que se opõem à coligação, bárbaro, porque o video deu uma imagem de selvajaria perante a opinião pública mundial, obviamente contraproducente para a causa dos raptores, se é que estes têm alguma causa.

Entretanto os raptores anunciaram uma dilação de 24 horas no prazo da execução e, à hora em que escrevo estas linhas, há informações contraditórias sobre a situação dos reféns e sobre uma eventual libertação, a exemplo de diversos civis estrangeiros, raptados ao acaso, e que têm sido libertos.

Espera-se que os raptores aproveitem a moratória, que deram, para entretanto ganharem algum discernimento.

Publicado por Joana às abril 11, 2004 10:20 PM

Trackback pings

TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/105137

Comentários

Agora foram feitos reféns 7 chineses!
A China esteve sempre contra a intervenção no Iraque.
Tá tudo doido

Publicado por: Koizimu às abril 12, 2004 10:37 AM

Só gostava de saber onde é que Joana adquiriu a informação de que os japoneses raptados são amigos dos raptores.
Mais: dado que ninguém ouvira antes falar do grupo de raptores, gostava de saber também em que é que Joana se baseia para os meter no mesmo saco dos militantes anti-guerra e/ou de esquerda.
Esta obsessão joanina de identificar a esquerda com o terrorismo começa a entrar na área do bocejo, quando não do boçal.
É preciso uma grande lata para fingir que se ignora que os serviços especiais dos Estados Unidos têm estado, nas últimas décadas, por detrás de um comboio de grupos e grupinhos terroristas. A começar pelo Bin Laden y sus muchachos.
A Israel também estalaram as castanhas na boca. Os serviços secretos israelitas criaram o Hamas para combater Arafat e depois é o que se está a ver.
Que as Joanas deste mundo não se consigam livrar do trauma de, longe no passado, terem sido simpatizantes comunistas é uma coisa que só a elas/eles diz respeito; mas que, para a sua catarse diária, queiram inventar ligações perigosas aos comunistas que não se arrependem de o ser é algo que não abona nada a favor da sua inteligência.

Publicado por: (M)arca Amarela às abril 12, 2004 12:44 PM

A biografia dos japoneses vem nos jornais.
E já agora como explica o rapto dos 7 chineses?

Publicado por: fbmatos às abril 12, 2004 01:03 PM

(Suspiro....)

Há pessoas que deviam fazer testes de leitura antes de terem acesso a um blog...

Publicado por: (M)arca Amarela às abril 12, 2004 01:46 PM

(M)arca Amarela em abril 12, 2004 12:44 PM

SUBSCREVO !

Publicado por: zippiz às abril 12, 2004 04:44 PM

(M)arca Amarela e, por extensão, zippiz

Para mim, um animal que zurra como um burro, escouceia como um burro, teima em não andar como um burro e etc. como um burro (cf. Apuleio), é um burro.
Com esta lógica férrea, um grupo que rapta pessoas e depois exige que o respectivo país retire as tropas para não trucidar esses reféns, está do lado dos partidários de Saddam ou dos de Al-Sadr. E está contra a coligação.
É preciso uma grande dose de imaginação, uma absoluta desonestidade intelectual e pensar que os outros são estúpidos, o identificar os raptores com serventuários do imperialismo americano.

E não é o paternalismo boçal da linguagem e os repetidos bocejos de enfado que reforçam a argumentação.

Quanto muito servem para convencer quem quer ser convencido. Mas isso é uma facilidade que um controleiro de uma célula do PC tem, internamente, que não colhe em debate público.

Publicado por: Joana às abril 12, 2004 08:02 PM

E já agora a identificação dos raptados:
Nahoko Takato

Cooperante, de 34 anos, está no Iraque pela terceira vez. Nascida em Hokkaido (Norte do Japão) e diplomada em inglês, trabalhou como voluntária na Índia em 2000, num orfanato pertencente à fundação da Madre Teresa. Foi sozinha para Bagdad, pela primeira vez, em Abril de 2003 para uma missão humanitária junto das crianças da rua. Uma jornalista da AFP que a encontrou em Junho, quando Nahoko distribuía panfletos sobre a bomba atómica de Hiroshima junto da maior central nuclear do Iraque, descreveu-a como "hipermotivada".

Publicado por: Joana às abril 12, 2004 08:06 PM

Noriaki Imai

Com 18 anos, é o mais jovem dos três reféns. Também originário de Hokkaido, acabou o liceu no mês passado. Está muito envolvido no movimento antiguerra e milita contra as armas nucleares. Interessa-se sobretudo pelos efeitos sobre a população civil iraquiana do urânio empobrecido contido nas munições das forças da coligação e quer escrever um livro anti-guerra para crianças sobre este assunto.

Publicado por: Joana às abril 12, 2004 08:06 PM

Soichiro Koriyama

Repórter fotográfico de 32 anos, originário de Miyazaki (Sudoeste do Japão). Depois de ter exercido várias profissões, nomeadamente a de soldado e de motorista, trabalha actualmente como fotojornalista independente. Fez uma reportagem sobre Bagdad depois da queda do regime de Saddam Hussein, publicada em Maio de 2003 num jornal do influente grupo editorial de esquerda Asahi.

Publicado por: Joana às abril 12, 2004 08:07 PM

(M)arca Amarela em abril 12, 2004 12:44 PM
Como me pede permanentemente as fontes das minhas boçalidades, gostava de conhecer as fontes, fiáveis, onde se provou que os "serviços secretos israelitas criaram o Hamas para combater Arafat e depois é o que se está a ver".

Publicado por: Joana às abril 12, 2004 08:10 PM

(M)arca Amarela em abril 12, 2004 12:44 PM
(Sem suspiro....)

Há pessoas que deviam fazer testes de leitura antes de terem acesso a um blog...

Eu nunca afirmei que os raptores eram de esquerda, o que escrevi foi que os reféns seriam "gente que certamente estaria no Iraque para recolher argumentos contra a actuação da coligação e não para ser vítima dos que se opõem à coligação"

Publicado por: Joana às abril 12, 2004 08:14 PM

Joana em abril 12, 2004 08:02 PM

Joana e o jogo do "ou é preto ou é branco" !

e neste jogo da Joana até o candidato democrata americano à presidência - de quem ninguém conhece uma solução para a guerra do Iraque , apesar de tudo - pode e deve ser considerado um perigoso esquerdista e talvez controleiro de alguma célula do Bin na Union Square em New York .

o ridículo mata.

Publicado por: zippiz às abril 12, 2004 10:12 PM

e para não ficar só com a posição dos Bushistas leia :

"Acabar com a ocupação

Tem sido dito e escrito que os EUA não podem nem devem abandonar o Iraque. Vamos partir do princípio de que quem defende este ponto de vista considera que a guerra foi e é um erro. Só com estes se pode fazer este debate. Quem defende a guerra tenta apenas, com este argumento, encontrar no facto consumado a defesa da continuação da guerra.

Deixemos de lado a questão moral. Apenas digo, sobre ela, que o papel do agressor, depois da certeza de que o seu argumento para a agressão não tinha qualquer validade, deveria ser o de pagar a factura: pagar a reconstrução feita pelos e para os Iraquianos, indemnizar um país que foi destruído e pagar o esforço de pacificação que tivesse de ser feito por outras forças que não as responsáveis pela situação em que o Iraque se encontra. Isto é que seria justo. Mas adiante.

Um dos argumentos que tem sido utilizado é o de que a saída dos Estados Unidos do Iraque, agora, tendo em conta a inexistência de autoridade e a luta pelo poder que se adivinha, seria entregar o Iraque ao caos. Dito assim, parece um argumento de bom-senso. Mas não é. Não é porque os EUA são o último país que ali conseguirá a pacificação. Não é porque existem alternativas.

A permanência dos EUA no Iraque apenas acentuará a espiral de guerra. As forças americanas serão mais vezes atacadas, responderão com ataques, serão de novo atacadas, mais forças serão enviadas, e por aí adiante. Não serei o primeiro a fazer um paralelismo com o Vietname. Os EUA serão um factor de instabilidade. Até porque enquanto estiverem no Iraque atrairão toda a espécie de movimentos não-iraquianos, agravando ainda mais a situação. Sendo pragmáticos (e o argumento da defesa da presença dos EUA apela ao pragmatismo), eles serão, ali, um imen para a desgraça.

Não se conhece, nunca se conheceu, qualquer capacidade pacificadora a forças que são vistas como ocupantes. As forças ocupantes, quando não são vistas como libertadoras, acabam sempre ou por ter de abandonar os territórios que ocupam ou por transforma-lo em colónia sua. Pior: temo que se a saída não se fizer quanto antes terá de ser feita em muito piores circunstâncias, sem a possibilidade de garantir qualquer tipo de transição pacífica. A história colonial de muitos países, Portugal incluído, ensinou-nos isto.

A alternativa passa pela transição negociada. Só uma organização está em condições de o fazer: a ONU. As forças dos Estados Unidos e dos seus aliados nesta guerra devem ser substituídas por forças de países não envolvidos no conflito, aceites pelas forças iraquianas no terreno (as que se mostrarem disponíveis à negociação - e muitas delas, com a mira no poder, estão disponíveis), e dirigidas pelas Nações Unidas. O governo provisório iraquiano deve ser nomeado pela ONU e incluir as várias organizações no terreno, muitas delas indisponíveis hoje para trabalhar com o ocupante. A transição para a democracia deve conter em si a própria democracia. Ela terá de ser feita com esta gente. Se a negociação com esta gente é impossível, então a própria democracia será uma impossibilidade.

A prova provada da incapacidade negocial dos EUA é o facto de, em Fallujah, terem tido a necessidade de recorrer a sectores do governo provisório toleradas pelos revoltosos. Ou seja, os únicos que podem ser ouvidos e ouvir no Iraque são iraquianos. E eles existem.

Dir-me-ão que nunca os restantes países, no âmbito da ONU, sem os EUA, conseguirão garantir 130 mil militares no terreno. É verdade. Só que os EUA precisam de 130 mil militares porque estão a ocupar um país. Estão a defender os seus interesses na região e estão em guerra. O país é-lhes hostil e a ocupação inclui a tomada dos recursos naturais do Iraque. Para proteger o saque precisa-se de mais forças no terreno do que para garantir a paz. Para fazer uma guerra é preciso mais força do que para defender os cidadãos.

Mesmo assim, o Iraque não viria a ser um exemplo de paz e segurança? Não. Mas, cerca de 11 mil mortos depois, alguém pode dizer que agora o é?!"

[danieloliveira]in Bernabé

Publicado por: zippiz às abril 12, 2004 10:19 PM

Zippiz:
Você bem disse que só tinha lido por alto o texto anterior. Se o ler vê que parte do que transcreveu também vinha no meu texto.

Uma das partes que não vem é certamente o das forças da ONU substituírem as dos EUA. Essa parte é uma faceta lírica que não é partilhada ... pela ONU.

A ONU deve assumir um papel importante nas negociações e na liderança moral do processo, contrariamente às posições da administração Bush, pelo menos as iniciais. Não tem todavia qualquer capacidade operacional para sustentar a sua liderança. Terá que ser apoiada pelos EUA, UK e países com capacidade militar.

A tese de que os americanos abandonam o Iraque e só se passam a ouvir violinos é de quem ou desconhece como estes processos sociais se desenvolvem ou quer atirar poeira para os olhos dos outros.

Publicado por: Joana às abril 12, 2004 10:45 PM

Está tudo doido e a Joana tem carradas de razão.
Segundo al-Jazira, 11 funcionários russos de uma empresa de energia foram raptados em Bagdad.
Há horas tinham sido raptados sete trabalhadores chineses que ao que parece foram entretanto libertados.
Os raptores não passam de bandoleiros armados em adeptos de causas políticas que depois são saudados por cretinos como resistentes.

Publicado por: Trofa às abril 13, 2004 12:21 AM

Ao que parece, grupo que raptou os três japoneses concordou em não os matar segundo um tal Muzhir al-Duleimi, líder da Liga para a Defesa dos Direitos do Povo Iraquiano.
Não percebo como um líder da Liga para a Defesa dos Direitos do Povo Iraquiano consegue chegar à fala com aqueles selvagens que apareceram no vídeo.
E também não percebo como a Al-Jazira consegue obter estas imagens em 1ª e única mão.
Deve ter um "estatuto" especial

Publicado por: Trofa às abril 13, 2004 12:25 AM

É a justa luta dos patriotas iraquianos contra a opressão.

Publicado por: Cisco Kid às abril 13, 2004 12:35 AM

Cada um luta com as armas que tem

Publicado por: Cisco Kid às abril 13, 2004 12:36 AM

Por esse raciocínio, de que cada um luta com as armas que tem, os americanos deveria começar a usar bombas nucleares no Iraque

Publicado por: Trofa às abril 13, 2004 12:41 AM

(sorriso ...)
eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh

Publicado por: fbmatos às abril 13, 2004 10:50 AM

eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh

Publicado por: fbmatos às abril 13, 2004 10:50 AM

Julgo que os raptores são gente que tem armas a mais e cabeça a menos. Não devem pertencer a nenhum grupo importante e as suas acções são à toa.
São bandoleiros do mesmo tipo que raptaram, há vários meses, os nossos jornalistas

Publicado por: David às abril 13, 2004 01:10 PM

É na verdade estranho. Raptam, libertam, raptam, libertam.
Agora foram italianos.
Entretanto os desgraçados dos japoneses continuam reféns. Acho isto no que toca aos japoneses muito estranho. Terá sido encenado?

Publicado por: Mocho às abril 13, 2004 01:52 PM

Joana parece um bocado desorientada.
Primeiro, tomou como dirigido a si o suspiro que deixei para o dislate do seu acólito fbmatos.
E na passada atribuiu-me algo que não escrevi (o que nem sequer é novo nos métodos joaninos).
A verdade é que nunca disse que os raptores eram «serventuários do imperialismo americano» ou coisa que o valha. Pelo contrário, escrevi que ninguém tinha ouvido falar desse bando.
E foi esse desconhecimento que levou à pergunta que deixei.
Pelos vistos não é só o fbmatos que não sabe ler...
Joana, apresenta-se, invariavelmente, como o caminho, a verdade e a vida, quiçá por se sentir iluminada pelo Espírito Santo. E esse direito divino que se autoatribui é extensível à qualificação dos pensamentos e intenções alheias.
Por mim, limito-me aos factos e ao que aqui vejo escrito.
Ora, no segundo parágrafo, Joana identifica claramente os raptados com a esquerda (facto que reforçou posteriormente nas biografias aqui transcritas). E, a menos que a lógica seja uma batata e a semântica uma disciplina saída da cabeça da taróloga Maya, Joana inclui claramente os raptados (de esquerda) no universo de amigos
dos raptores (terroristas).
É essa a única questão que levanto no meu comentário e que Joana ignora totalmente nas suas pseudorespostas. Há, é evidente, a hipótese matemática de Joana não compreender o que ela própria escreveu, mas saber o que se passa na mente de outro só está ao alcance dos miraculados, o que não é, obviamente, o meu caso.
O que posso dizer, isso sim, é que a argumentação de Joana neste domínio é cada vez mais pobre e falha de imaginação. Francamente, ter de descer ao «controleiro do PCP» é um péssimo sinal # : - ))...
Quanto ao Hamas, pode estar descansada que lhe deixarei aqui a informação necessária. É só o tempo de a encontrar. Qualquer pessoa ben informada sobre o Médio Oriente sabe disso, mas é compreensível que a história escape a um espectador afastado.
Já agora, deixo-lhe mais uma contribuição para a sua cultura na área do terrorismo. Sabia que um grande número de atentados cometidos em Inglaterra ou na Irlanda do Norte foram executados pelo Special Branch britânico e atribuídos ao IRA com objectivos políticos? Antes que me venha perguntar em que antro obscuro eu soube disto, informo-a já de que a história foi publicada na imprensa britânica. É só ir aos arquivos...

Publicado por: (M)arca Amarela às abril 13, 2004 04:02 PM

Eu, um acólito? Devo pertencer aos Acólitos Anónimos.
Que gajo tão arrogante e cheio de vento.

Publicado por: fbmatos às abril 13, 2004 07:03 PM

Joana, veja lá se isto chega para a ilustrar sobre o Hamas...

Israeli Roots of Hamas Are Being Exposed

http://www.larouchepub.com/other/2002/2902isr_hamas.html

É pena não poder fazer-lhe chegar cópia da documentação que tenho sobre o assunto, mas creio que as múltiplas fontes citadas neste site devem satisfazer o seu cepticismo. Na dúvida, pode fazer a sua própria pesquisa. Encontrará, estou certo, muitos motivos de interesse...

Publicado por: (M)arca Amarela às abril 13, 2004 07:40 PM

(M)arca Amarela em abril 13, 2004 04:02 PM

parabéns pela clarificação ... sobre quem sabe ler !!!

Publicado por: zippiz às abril 13, 2004 10:05 PM

(M)arca Amarela:
Eu pedi provas minimamente fiáveis e não opiniões. Há milhares de opiniões que circulam pela net.
Você tinha afirmado « Os serviços secretos israelitas criaram o Hamas para combater Arafat e depois é o que se está a ver.».
Agora apresenta a opinião de Dean Andromidas, um conhecido activista pró-palestiniano e pró-Arafat, as opiniões de Arafat , etc.
O próprio embaixador americano Kurtzer apenas diz que « the growth of the Islamic movement in the Palestinian territories in recent decades—"with the tacit support of Israel"—was "not totally unrelated" to the emergence of Hamas and Islamic Jihad».
Por essa ordem de ideias, como a UE, ao que julgo saber, tem subsidiado organizações palestinas entre elas o Hamas, pode ser considerada uma «criadora do Hamas»
Acredito que o serviços secretos israelitas possam ter andado a jogar movimentos palestinos uns contra os outros. Mas você escreveu que «Os serviços secretos israelitas criaram o Hamas para combater Arafat».
Entre as duas coisas vai uma grande distância

Como opinião, já tinhamos a sua!

Já agora, por curiosidade, num atentado do ano passado contra um autocarro israelita, uma das vítimas era prima do embaixador Krutzer.
E também, como curiosidade, quando se soube que Krutzer ia ser nomeado embaixador em Israel (era antes embaixador no Egipto), o lobby judaico nos EUA protestou veementemente alegando que aquele havia tomado posições pró-palestinianas e branqueado Arafat.

Publicado por: Joana às abril 14, 2004 09:24 AM

«Os serviços secretos israelitas criaram o Hamas para combater Arafat e depois é o que se está a ver.»

Isto dava um óptimo episódio dos Ficheiros Secretos

«Cada um luta com as armas que tem»

Lutam para quê?Só se for para alimentarem vaidades pessoais e ânsia de poder
Como? Raptando civis inocentes, pessoas que estão lá a reconstruir vias de comunicação, escolas, etc?Oh sim fora a coligação! Metam já estes 'bichos' no poder que assim o Iraque vai lá...


Felizmente, já todos conhecem a lógica comunista do "tudo é de todos e para todos, mas com licença, 1º para mim!"...Só falta mesmo a Marca Amarela abrir os olhos

Publicado por: MC às abril 14, 2004 01:23 PM

Joana em abril 14, 2004 09:24 AM:
Não sei se sabe, mas o atentado em que morreu a prima do embaixador americano foi reivindicado pelo Hamas.
Cumprimentos

Publicado por: L M às abril 14, 2004 02:33 PM

Bom... pedir provas documentais de operações de serviços secretos é só para certas cabecinhas...
Deixo-lhe aqui mais uns links de água mole, a começar pelo dessa organização criptocomunista que é a United Press International. Não ligue aos testemunhos ali citados: são todos comprados pelo Arafat.

http://www.upi.com/print.cfm?StoryID=18062002-051845-8272r

http://www.npr.org/programs/totn/transcripts/2004/mar/040322.khalidi.html

http://www.palguide.com/links/history/

http://www.globalresearch.ca/articles/ZER403A.html

Publicado por: (M)arca Amarela às abril 14, 2004 03:10 PM

L M em abril 14, 2004 02:33 PM

Convem lembrar, igualmente, que o embaixador é um judeu ortodoxo.

Publicado por: (M)arca Amarela às abril 14, 2004 07:03 PM

(M)arca Amarela:
Eu não quero ser indelicada, mas vejamos:
Os EUA andaram a ajudar bin Laden para lutar contra os soviéticos no Afeganistão. Eram operações secretas na época, mas depois quando o bin Laden se tornou inimigo, tudo se veio a saber e os EUA reconheceram isso mesmo. O facto de terem, há décadas, sido operações secretas não implica o seu secretismo actual.

Você limita-se a desfiar um rosário de sites palestinos, ou pró-palestinos (o artigo transcrito do l’Humanité) com essas acusações. Quanto ao artigo da UPI o autor refere apenas que « according to several current and former U.S. intelligence officials, beginning in the late 1970s, Tel Aviv gave direct and indirect financial aid to Hamas over a period of years». Isto é, não diz que foi Israel que criou o Hamas, mas diz que «poderia» ter-lhe dado apoio financeiro.

Mas esse financiamento, a ter acontecido, pode inserir-se na estratégia de jogar os grupos radicais palestinos uns contra os outros, que é perfeitamente possível ter ocorrido.

Quanto às acusações dos palestinos e de Arafat acho-as surrealistas, independentemente de ser verdade ou não ter havido apoio de Israel ao Hamas. Há dias Yasser Arafat afirmou, numa entrevista à revista alemã "Focus", que "desde o início pretendeu integrar o Hamas na liderança da Autoridade Palestiniana". Então faz acusações que o Hamas foi criado por Israel, e que portanto Israel não deve admirar-se de Hamas ser terrorista, e pretende meter essa víbora criada por Israel na liderança da AP? Que será isto: masoquismo ou hipocrisia?

Aliás, também há poucos dias, o ministro palestino dos Negócios Estrangeiros Nabil Shaath, afirmava estarem a decorrer discussões sobre a integração do Hamas na AP.

Em que ficamos: quando o Hamas pratica um acto terrorista, é porque o Hamas não passa de uma criação de Israel; nos intervalos, é «dos nossos»!

Publicado por: Joana às abril 14, 2004 10:29 PM

Eu também não quero parecer indelicado, mas parece-me que o seu raciocínio é um bocadinho esquemático. Senão vejamos:

1 - Soube-se que o departamento de operações clandestinas da CIA e os serviços especiais do exército americano organizaram, financiaram e armaram o grupo terrorista de Bin Laden, não quando Bin Laden se tornou inimigo, mas logo desde o início. A dimensão do apoio era tão grande que era impossível escondê-lo. Aliás, valha a verdade, os EUA também não se preocuparam muito em o esconder, na altura. Do mesmo modo que, noutro continente, não se preocuparam em esconder o apoio aos bandos da Unita. Como não esconderam, anos antes, o apoio às forças de Moisés Tchombé.
Para os EUA não constituía problema assumir o apoio a Bin Laden. O problema só se levantou quando Bin Laden apareceu a liderar operações terroristas contra os EUA, usando o treino, o dinheiro e as armas que os EUA lhe forneceram.
Ou seja, o que custa a engolir aos EUA não é que se tenha sabido, antes, que apoiavam Bin Laden. O busilís está em admitir, agora, que o seu maior inimigo é um monstro «made by USA».
É evidente que Bin Laden sempre foi um terrorista. Mas as boas almas nunca se incomodaram enquanto ele assassinou civis afegãos ou militares soviéticos. Foi preciso o que se sabe para ganhar o estatuto de fora da lei.
2 - Até prova em contrário, operações secretas são operações secretas. E não têm prazo, como os iogurtes. Como facilmente poderá apurar, existem critérios para a desclassificação de documentos, mas há casos em que algumas informações são escondidas com um traço negro e há outros em que nem os documentos são desclassificados.
Nos EUA, as forças armadas não abrem mão dos documentos secretos e a lei protege todas as informações classificadas, de serviços militares ou civis, que impliquem a revelação de métodos de actuação, de fontes de financiamento, de nomes de agentes ou do envolvimento da Casa Branca em operações ilegais, interna ou externamente.
3 - Além disso, a desclassificação de documentos não é uma prática universal nem uma lei da natureza. O que é verdade para os EUA não é, por exemplo, para Israel, onde as forças armadas e os serviços secretos nunca revelaram qualquer tipo de operação clandestina, nem se antevê que o façam nos 50 anos mais próximos.
4 - Eu já sabia (apesar de nunca ter visto ninguém em cima duma azinheira) que você iria desvalorizar as opiniões de palestinianos e o artigo publicado no «Humanité». Tanto que até lhe sugeri que não prestasse atenção aos testemunhos «comprados pelo Arafat». Avisei-a, inclusivamente, contra os criptocomunistas da UPI. Mas deixei os links com o pensamento nas pessoas que, eventualmente, queiram obter alguma informação sobre o assunto e não considerem palestinianos e comunistas, só por o serem, necessariamente aldrabões e diabólicos, ao contrário de sionistas e americanos de direita que, como se sabe, falam sempre verdade e comem à mesa de Deus.
5 - Devo confessar que, com o tempo, você tem vindo a decepcionar-me. Quando escrevi que «os serviços secretos israelitas criaram o Hamas» não esperei que você pudesse admitir que eu pensava e escrevesse que os israelitas tinham fabricado o Hamas num armazém de Telavive e o tivessem largado nas ruas da noite para o dia.
Especialmente porque a história do Hamas é mais do que conhecida, incluindo a parte do apoio israelita.
6 - O que os israelitas fizeram (a exemplo, aliás, do que os portugueses fizeram com a Unita contra o MPLA) foi pegar num movimento que reunia as condições adequadas -- fanatismo religioso, anticomunismo, necessidade de financiamento para se implantar -- e condicioná-lo para o combate à Fatah e à OLP.
A Mossad infiltrou o Hamas e deu-lhe apoio financeiro e protecção legal. Quanto à protecção legal nem é necessário meter o nariz em documentos secretos: basta ir à imprensa da época e ver a diferença de tratamento da polícia e dos tribunais israelitas para com membros do Hamas e da OLP.
7 - Uma vez mais, o problema surgiu quando o Hamas ganhou demasiado peso e implantação e passou a correr em pista própria. Contribuiram para isso factores externos (como a situação política e religiosa iraniana) e internos (as movimentações dos colonos e da extrema-direita israelita). Isto para não falar de um factor básico que é a interacção entre o movimento e a população palestiniana e o afluxo de novos quadros inerente ao crescimento.
8 - As suas citações de Arafat são despropositadas porque eu não o chamei para esta história. Estou-me bem nas tintas para o que Arafat possa pensar, ou dizer que pensa, ou ter pensado sobre o Hamas.
9 - Como é óbvio, você não podia terminar sem lançar os foguetes, fazer a festa e ir a correr buscar as canas. É o que transparece no seu último parágrafo:

..."Em que ficamos: quando o Hamas pratica um acto terrorista, é porque o Hamas não passa de uma criação de Israel; nos intervalos, é «dos nossos»!"...

Você lá sabe quais são os «seus» terroristas. Pela parte que me toca, não tenho nenhuns. Nem está nos meus planos adquiri-los. Além do mais eles nem aceitam dinheiro de plástico. Tanto quanto se sabe, gostam de dinheiro e de plástico, mas em separado.

Publicado por: (M)arca Amarela às abril 15, 2004 12:14 AM

A quem possa interessar:

http://www.thehandstand.org/archive/jan2002/EdcellJan2002/rezeq/index.htm

Publicado por: (M)arca Amarela às abril 15, 2004 12:45 AM

Reféns japoneses libertados
Os três civis japoneses sequestrados na semana passada no Iraque foram libertados, noticiou hoje a cadeia televisiva al-Jazeera do Qatar.

Publicado por: Informação às abril 15, 2004 01:17 PM

Mas em contrapartida abateram um italiano

Publicado por: Rave às abril 15, 2004 07:28 PM

Há muia hipocrisia em vários comentários. Como o terrorismo não é "agora" defensável, depois do 11 de Setembro, há formas sinuosas de sofismar as questões

Publicado por: Hector às abril 16, 2004 12:53 AM

Os israelitas assassinaram o chefe do Hamas. Vão-se lixar!

Publicado por: Cisco Kid às abril 17, 2004 09:35 PM

É o segundo em poucas semanas

Publicado por: Cisco Kid às abril 17, 2004 09:35 PM

al-Rantissi era um terrorista. Quanto às ameaças, o desejo de matar dos terroristas não depende do desejo de vingança, mas da oportunidade.
As ameaças deixaram de ser um trunfo, porque não há alternativa

Publicado por: Mocho às abril 17, 2004 09:49 PM

al-Rantissi morreu dos ferimentos ou por causa dos incompetentes dos maqueiros que atiraram com ele ao chão à entrada do hospital?

Publicado por: Mocho às abril 17, 2004 09:51 PM

Em qualquer dos casos é um factor de instabilidade.
Além do que as nações democráticas não devem fazer execuções extra-judiciais.
Por isso é elas são democráticas

Publicado por: Vitapis às abril 18, 2004 12:17 AM

Eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh eh
O governo do Japão quer que os cinco japoneses sequestrados - e já libertados - por rebeldes iraquianos paguem os custos do seu regresso em segurança ao país natal, informou fonte governamental sob anonimato. Três dos reféns já estão no Japão e os outros dois são esperados durante o dia de amanhã.

Segundo a fonte, o governo ainda não determinou a quantia a pagar pelos ex-reféns, o que só deve acontecer quando estiver concluída a investigação às condições em que ocorreram os raptos.

Todavia, acrescentou, o pagamento pelas vítimas dos custos do regresso é um processo habitual nas situações de ajuda a cidadãos no estrangeiro.

Apesar do choque que o sequestro dos cinco suscitou na opinião pública japonesa, várias vozes se levantaram contra a forma como imprudentemente colocaram em perigo as suas vidas e a política do governo ao permanecerem no Iraque sem avaliarem cuidadosamente os riscos que corriam.

Três dos cinco reféns - os cooperantes Noriaki Imai, de 18 anos, e Nahoko Takato, de 34, assim como o repórter fotográfico independente Soichiro Koriyama, de 32 - chegaram ao Japão no domingo a bordo de um voo comercial dos Emiratos Árabes Unidos.

Publicado por: Mota às abril 19, 2004 03:02 PM

O governo japonês deve estar desconfiado sobre o que aquela malta andaria a fazer no Iraque

Publicado por: David às abril 19, 2004 04:27 PM

Comente




Recordar-me?

(pode usar HTML tags)