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janeiro 06, 2004
Os Reis Magos: O Cenário Tradicionalista
Os Reis Magos e a estrela que os teria guiado constituem questões que têm intrigado a humanidade há cerca de 2 milénios. Quem eram os Reis Magos? Donde vinham? Como vinham? Porque vinham? Ao que vinham? Qual o significado da estrela?
Mateus, um talentoso argumentista da Judeia, escreveu que: “eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo”, mas esta narração nunca foi considerada suficiente. Milhares de investigadores tentaram aclarar esta questão, mas falharam sempre.
Uma investigação deste tipo tem que assentar no estabelecimento de cenários e sua validação. Foi esta a tarefa que me propus.
Um primeiro cenário era elementar por uma questão semântica. Um rei é, por definição, o poder executivo. Portanto, segundo este cenário, 3 chefes do poder executivo (naquela época remota, pois hoje seriam poder moderador) com bagagens recheadas de ouro, incenso e mirra, viajaram em conjunto centenas de léguas, ao ritmo lento e bamboleante dos camelos, sujeitos a incomodativos enjoos e ao sol inclemente do deserto, perseguindo uma estrela.
Analisemos este cenário e as hipóteses a que a sua validação obriga:
1 – É óbvio que, nos reinos daqueles reis, se tinha tornado realidade o desiderato “Santanista” de “um Rei, uma Maioria”, pois senão não haveria as indispensáveis autorizações dos respectivos poderes legislativos para os soberanos se ausentarem dos seus estados, ainda por cima, ajoujados ao peso de tantas preciosidades;
2 – Outra hipótese necessária é a de que seriam reinos sem défice público nem défice de transacções com o exterior, pois de outra forma a opinião pública reagiria mal à saída para destino incerto, atrás de uma estrela, de tantas e tão valiosas mercadorias, sem quaisquer contrapartidas nem garantias bancárias.
3 – Há um facto surpreendente: os reis deslocavam-se sem escolta adequada. Os pastores, que aparecem no presépio, são obviamente figurantes locais, armados unicamente de cajados. Este dado obriga a formular ou a hipótese de um conflito institucional, todavia infirmada pela hipótese (1) ou, porventura mais verosímil, a hipótese de os Ministros da Defesa, eventualmente indicados por facções de menor expressão eleitoral, quisessem evidenciar o seu protagonismo político. Ou, talvez, a ocorrência de um orçamento rectificativo, transferindo verbas inscritas na rubrica “forragens dos muares das quadrigas de assalto”, para a rubrica “aquisição de ouro, incenso e mirra”, impedisse encontrar verba para custear a escolta.
4 – Mas o que definitivamente invalida este cenário é a inexistência de jornalistas embedded na caravana régia. Nem sequer jornalistas perdidos na imensidão do deserto, segundo os usos de um país do extremo ocidente europeu, sucessivamente saqueados por Moabitas, Amalecitas, Amonitas, Madianitas, Amorreus, Filisteus e arrumadores de camelos.
Portanto, apenas hipóteses absurdas sustentariam este cenário: “um Rei, uma Maioria”; ausência de défice público e de défice de transacções com o exterior; ausência de escolta; ausência de jornalistas embedded ou apenas transviados, etc.
Aliás, este cenário apenas foi esboçado por Mateus, muitas décadas depois, quando a memória e as faculdades do piedoso apóstolo já escasseavam.
Sendo assim impõe-se a formulação de um novo cenário, com fundamentação mais científica, a estudar no próximo capítulo.
Publicado por Joana às janeiro 6, 2004 11:54 PM
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Comentários
E viva o Dia de Reis! Boa comemoração!
Publicado por: Fred às janeiro 6, 2004 07:41 PM
Joana: parabéns pela fina ironia do texto.
Mas repare.
Isto seria possível se se tratasse de uma visita privada, e não oficial, e muito menos de uma visita de Estado.
Quanto muito, uns paparazis poderiam tirar ums fotos para a Ola espanhola, mas as lentes de longa distância ainda não tinham sido inventadas, nem a Espanha existia para que a Ola pudesse ser publicada.
Também há a hipótese dos fotógrafos estarem entretidos com a cobertura de uma entifada de galileus contra a ocupação romana da Palestina, e por isso esta visita de carácter privado ter passado despercebida às agencias de notícias internacionais.
Finalmente, o mais insólito é que eles tal com os apóstolos tinham todos nomes estranhamenete ocidentais, e tal como ainda hoje se acredita que algures no Iraque existem armas de destruição maciça, eles também acreditaram que ainda era possível alguém ficar grávida mantendo-se virgem, e ver que o suposto marido, o impagável e crédulo José acreditar na história que Maria lhe contou, para esconder a sua escapadela com um soldado romano (só assim os antropólogos explicarão o ar ariano de Cristo).
Tudo muito estranho.
Para mais, acho que o Menino precisaria mais de fraldas e Cerelac que de mirra, mas enfim...
Publicado por: Al_Mansour às janeiro 7, 2004 12:07 PM
Este está optimo, mas o outro está demais
Publicado por: Rui Pereira às janeiro 7, 2004 09:01 PM
Abri pois quero realmente saber o porquê de "reis magos". O significado seriam reis mágicos, reis que faziam magias ( entre elas a de serem reis, talvez). Gostaria de saber se Herodes, que, com eles conferenciou por bastante tempo, lembrou-se de enviar acompanhantes, uma guarda de honra aos colegas que ingressavam em seu território, mesmo fizessem o papel de informantes. Enfim, acho oportunas suas observações. Se descobrir mais detalhes, por favor, informe-me.
Odin ( simplesmente deus da guerra a quem, segundo os sábios ensinamentos de Asterix, os vickings brindavam, usando o crânio de inimigos como taças. Que tal se a prática voltasse...)
Publicado por: Odin às fevereiro 18, 2004 03:42 PM
Os jornalistas portugueses também foram assaltados por arrumadores de camelos?
Publicado por: Seixas às fevereiro 18, 2004 11:55 PM
Sei lá o que quiz falar, no entanto, acho que deveria conhecer o assunto mais profundamente para fazer comentários, tento em vista que primeiramente eles não eram reis e magos apenas.
Era costume levar-se presentes apenas a reis e o rei ali era Jesus.
Quanto ao demais são fábulas impostas pela igreja romana papal.
E na mangedoura como mostram os presépios que comentou, realmente estavam apenas os pastores avisados pelos anjos, pois os magos encontraram Jesus em casa com a idade aproximada de dois anos.
Era costume ao se visitar um rei levar algum presente. Por ser rei o Senhor foi presenteado, porém a Bíblia não menciona que houve troca de presentes.
Publicado por: gerson às fevereiro 28, 2004 09:45 PM
Ó gerso, vêja lá o que falta no outro cenário?
Publicado por: Baltazar às fevereiro 29, 2004 12:48 AM
Esta história tá sensacional
Publicado por: Rodrigo às abril 21, 2004 12:57 PM
Adorei esse texto vai me ajudar em uma pesqusa
Publicado por: Américo às outubro 5, 2004 04:41 PM
Vão tomar no cú seus babacas nerds heheheheehe
Publicado por: EDUARDO W. às outubro 5, 2004 04:46 PM
É tudo muito estranho. e naquela altura será que já existiam jornalistas? Como o nascimento de Jesus foi um momento único para a humanidade e atéaos dis de hoje faz mover os Homens penso que talvez fosse realmente possivel aparecerem uns tais reis magos que tinham como norteio uma estrela...
Publicado por: Célia às outubro 14, 2004 11:31 PM
ESTAMOS ENVIANDO UM CONVITE A VOCE PARTICIPAR DA CIENCIA DOS 3 REIS . E MAGOS. NAO BRUXOS, NEM FEITICEIROS. MAS MAGOS.
A CIENCIA DO RENASCIMENTO.
HTTP://GROUPS.MSN.COM/SEJAIMORTAL
HTTP://GROUPS.MSN.COM/FEITICEIROSVOLUNTARIOS
Publicado por: RENASÇA às outubro 21, 2004 07:48 PM