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janeiro 11, 2004
Mensagem
Amar os nossos inimigos - o pensamento dos nossos inimigos e a crítica dos nossos inimigos - é o verdadeiro sinal do espírito combativo. Que importa que eles me guardem ressentimento e rancor? Eu preciso deles como do ar que respiro; eu agradeço-lhes o contribuírem para a clarificação das minhas ideias e para a fortificação dos meus motivos de viver; eu afirmo-lhes, para além de todas as minhas disputas, a minha fraternidade e a minha lealdade de inimigo.
Este parágrafo, da autoria de Raul Proença, mas que eu partilho inteiramente, dedico-o àqueles que discordam frontalmente do que escrevo (os “inimigos”), quer o escrevam aqui, quer apenas o pensem. E aqueles que apenas o pensem, que não se acanhem. Escrevam-no aqui, neste blogue, porque o que é válido para mim, o será certamente para vocês.
Publicado por Joana às janeiro 11, 2004 07:41 PM
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Comentários
Sei que dizes isso sem qualquer ponta de ironia; é mesmo sério e sendo assim admiro-te... continua AMIGO!
Um abração daqueles do
Zecatelhado
Publicado por: Zecatelhado às janeiro 11, 2004 09:47 PM
Reponho aqui, porque me parece a propósito, os meus votos de início de Ano.
Uma vez que já pusemos a última cruzinha em cima da última página do livro de 365 que andámos a tentar ler/viver, o que eu lhe desejo é muita gente a contrariá-la na leitura que agora começamos a desfolhar.
Por uma questão de adrenalina criativa e de manutenção do núcleo da personalidade, uma vez que poesia écloga dificilmente rimaria.
Bom (e prolífico) Ano
Afixado por Marapião em janeiro 1, 2004 07:51 AM
PS: Nem todos os que a criticam e a levam a repensar-se terão de ser, obrigatoriamente, inimigos. Nada me parece mais contraproducente para o acto criativo do que o excesso de mimo e loa.
Publicado por: Marapião às janeiro 12, 2004 06:47 AM
Marapião: eu citei um parágrafo do Raul Proença.
Ele é que falava de “inimigos”.
Eu diria adversários
Publicado por: Joana às janeiro 12, 2004 08:34 AM
Cara Joana,
Li algures - admito poder ter sido em literatura de cordel - que a grandeza de uma pessoa se pode medir pelas dívidas e pelos inimigos que tem...
Como tenho tal alergia aos bancos que me impede de contrair dívidas, resta-me investir nos inimigos...
Assim, pode muito sinceramente contar sempre comigo...
Publicado por: Anarca às janeiro 12, 2004 10:21 AM
Está verdadeiramente decidida a ser cristã?
Como sabe, amar os inimigos, só é possivel aqueles que têm Espírito cristão.
Publicado por: Luis Filipe às janeiro 12, 2004 03:47 PM
Caro Luís Filipe, há uma maneira de amar os inimigos que não é nada cristã - pelo contrário, é até muitíssimo pagã.
Desconfio que qualquer antigo Viking teria uma vaga ideia disto, e que sentiria algo de semelhante ao amor pelo inimigo no preciso momento em que, no calor da refrega, lhe pusesse as tripas à mostra.
A nossa civilizada Joana não fala em inimigos, mas em adversários; permitamos-lhe, em troca desta contenção, que exiba de quando em quando uns laivos de deusa guerreira.
Publicado por: Zé Luiz às janeiro 12, 2004 10:02 PM
Zé Luiz: Lembrou bem o sentir dos Vikings. Beber pelo crânio dos "adversários" era o seu supremo requinte.
Publicado por: Joana às janeiro 12, 2004 10:25 PM
Tudo conversa ... Ela gosta é de beber pelo crânio dos outros.
Publicado por: Cisco Kid às janeiro 12, 2004 11:03 PM
A mensagem está óptima. O problema é quando nos zangamos perdemos a compostura e deixamos essas teorias para trás.
Publicado por: Gpinto às janeiro 13, 2004 01:24 AM
O único senão é que Joan@ não é Raul Brandão.
(olha, bersejei, como diria o maricas do Herman)
Publicado por: observador às janeiro 13, 2004 09:56 AM
Coitados dos Vikings...
Com o evidente tamanho do crânio de alguns escribas, só podiam beber Porto...
Publicado por: Anarca às janeiro 13, 2004 09:59 AM
Anarca:
O tamanho não é o importante. O importante é o que se faz com ele.
Publicado por: Joana às janeiro 13, 2004 08:03 PM