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dezembro 15, 2003
Nós e a nossa Negação
Há um espectro que assombra a nossa civilização: o espectro da sua negação, da negação dos seus valores.
Todos os grupos e facções radicais de esquerda e de direita, extensas áreas da esquerda alegadamente não radical, democratas participativos, adeptos da antiglobalização, altermundialistas , estalinistas, trotsquistas, comunistas, ex-comunistas e comunistas "renovadores", ecologistas anticapitalistas, socialistas Ana Gomesistas, Ferristas e Santos Silvistas, adeptos de José Bové e da Confédération paysanne, vítimas masoquistas da dieta assassina dos MacDonalds, etc., etc., se aliaram na protagonização deste espectro e no fornecimento dos respectivos adereços – os lençóis, os 2 tenebrosos orifícios oculares, as correntes de ferro fundido arrastando-se no empedrado, os sons lúgrubes, as paredes de granito sulcadas pela erosão dos séculos, os uivos lamentosos, etc., etc..
A negação dos nossos valores, o vilipêndio da nossa cultura tem tomado expressão, desde longa data, no apoio aos ditadores terceiro-mundistas desde que eles se proclamem, na sua retórica, como anti-imperialistas ou, ultimamente, antiglobalização. Esse apoio compreende a sua justificação, a sua desculpabilização e, inclusivamente, o enaltecimento dos seus valores culturais, face à nossa cultura colonialista, imperialista e globalizadora. Só os ditadores patrocinados pelos USA são diabolizados e execrados. Os outros, se aparecerem nos Fóruns Mundiais Sociais, a fumarem havanos, bramando contra o imperialismo norteamericano, são aclamados como libertadores e têm lugares de honra nas tribunas.
Sharon tem feito uma política belicista e condenável. Mas Sharon foi eleito, em eleições livres, embora seja lícito pensar que a vontade dos eleitores israelitas foi influenciada pelo medo provocado pelo ressurgimento de uma intifada mais vocacionada para o terrorismo indiscriminado do que para o protesto cívico. Todavia, Sharon pode não ser reeleito, está sujeito às regras democráticas. Arafat está à frente da OLP há mais de 3 décadas, tem uma fortuna pessoal, estimada entre 800 e 3.000 milhões de dólares, parte depositada em bancos israelitas, obtida através dos monopólios que detém de importação para os territórios ocupados, é líder, tudo indica que vitalício, de um regime corrupto. Ele e o seu regime são responsáveis por inúmeras acções terroristas que mataram milhares de civis inocentes.
Todavia, Arafat é dos bons e Sharon é o diabo. Nas manifestações que constituem a parte lúdica dos Fóruns Mundiais Sociais, Sharon aparece em travesti de Belzebú e Arafat como vítima. Que aconteceria, nesses fóruns democráticos e participativos, se algum manifestante suicida aparecesse com um cartaz elogiando Sharon e execrando Arafat? Ou, ao lado dos cartazes do Bush com um ricto maléfico, escorrendo-lhe sangue dos dentes e agitando na mão algo intermédio entre um supositório e uma bomba nuclear, esse manifestante aparecesse a agitar um cartaz vitoriando Bush? Seriam mesmo actos suicidas!
Estas personagens ao criticarem assim os USA, Israel, ou a Europa, omitindo ou desculpando os actos de terror e a perturbadora filosofia deste culto da morte e suas consequências futuras, demonstram uma terrível e perigosa deformação moral. Os fins não justificam os meios e há tácticas que não são aceitáveis ou moralmente legítimas. O intelectual que passa ao lado deste mandamento torna-se cúmplice daqueles que rejeitam este baluarte civilizacional. É o intelectual sem consciência. É o intelectual que, no fundo, deixou de pensar. Que o deixou de ser.
A reacção dos apologistas da negação dos nossos valores teve um largo campo de expansão no caso do Iraque. Nunca afirmaram claramente que Saddam fosse um libertador anti-imperialista, mas atribuíram-lhe o papel de vítima dos acontecimentos. Mostraram claramente preferir um ditador como Saddam, carniceiro do seu próprio povo, a um Bush, por muito incapaz que este seja.
Dizer isto não implica defender a guerra que foi feita contra o Iraque de Saddam Hussein, ao arrepio das leis internacionais. Uma das razões da força das nossas sociedades é a da prevalência do direito, mesmo quando lidamos com monstros sanguinários. É, por exemplo, a de ter dentro de nós gente que apoia ou justifica esses monstros sanguinários, e desdenha dos valores que permitem a essa mesma gente ter e defender publicamente essas opiniões.
Todavia implica, em face da situação entretanto criada, termos o dever, não por subserviência com os EUA, mas por necessidade de sobrevivência própria, de apoiar os EUA, lutando para que se encontrem as melhores soluções. Essa necessidade foi reconhecida pela própria ONU através da sua resolução a 1511.
No Médio Oriente, a luta é contra concepções que já no fim da Idade Média tinham sido abolidas da Europa. É uma luta da sociedade laica contra sociedades teocráticas; é uma luta de uma sociedade que respeita direitos, liberdades e garantias, contra sociedades que desconhecem esses conceitos, assentes numa relação sexual de dominação total dos homens sobre as mulheres; é a luta da tolerância contra a intolerância e, o que é mais grave, contra uma intolerância que se afirma como valor universal e que pretende impor os seus valores ao resto do mundo. A intolerância do fundamentalismo islâmico é a actual frente de resistência contra a democracia, contra o Estado laico. A vontade por parte dos homens de manter uma opressão social das mulheres é, provavelmente, um dos factores mais poderosos de resistência do mundo islâmico a qualquer modernidade.
Os apologistas da negação dos nossos valores vaticinaram a derrota das forças da coligação face à resistência patriótica e anti-imperialista dos soldados de Saddam; vibraram emocionados com as informações de Saïd al Sahhed, o impagável Ministro da Propaganda que falava de um Iraque que só existia na imaginação dele; comoveram-se, excitados, com a retórica das chefias iraquianas e islâmicas; quando a resistência militar iraquiana começou a esboroar-se, multiplicaram-se em imprecações, lançando apelos lancinantes à resistência dos iraquianos e à guerrilha; após a queda de Saddam, e passados alguns momentos de piedoso recolhimento, têm exultado com cada soldado da coligação que é morto.
Alguns nicks da net mudaram para patronímicos árabes, tal como Saulo fez, na Estrada de Damasco, quando renegou as suas anteriores convicções e se tornou Paulo, o novo apóstolo de Cristo. A sede de apostasia era total. Eram os arautos de uma nova civilização. Infelizmente de uma civilização onde não quereriam viver e onde dificilmente sobreviveriam muito tempo. Dificilmente os estou a ver a exigirem que namoradas ou esposas andassem de véu ou burka ou, sendo do sexo feminino, a vestirem aqueles trajes e a viverem sob a opressão masculina.
Este ritual da negação não vai parar apenas pelo facto de Saddam ter sido capturado em traje de arrumador de automóveis da Grande Lisboa. Ele vai continuar enquanto houver ditadores com retórica anti-imperialista ou antiglobalização que enfrentem corajosamente os USA, embora precisem do sistema imperialista para terem as suas pingues contas bancárias a cevar tranquilamente; vai continuar enquanto os fundamentalistas e os terroristas da Al-Qaeda continuarem a ameaçar o ocidente com o apocalipse.
E vai continuar porque faz parte da nossa cultura. Toda a formação social contém em si a negação da sua existência (a negação ou as negações). Hegel e Marx concordaram nisso. Quem sou eu para discordar. E é neste exercício de tentar manter e tentar destruir, que reside o segredo do nosso aperfeiçoamento, da nossa prosperidade. Construímo-nos a nós próprios lutando contra os factores da nossa destruição. Adestrámo-nos na superação dos factores de aniquilamento. Nos momentos decisivos, ganhámos. Fizemos uma revolução que libertou o mundo da servidão feudal, e salvámo-la no Thermidor, quando parecia irreversível que ela iria tombar na barbárie e no totalitarismo; derrotámos o nazismo, quando a Europa jazia inerme, destinada a mergulhar nas trevas das ditaduras fascistas; derrubámos o totalitarismo comunista, quando se julgava que o seu rolo compressor continuaria a subjugar povos, rumo ao universo orwelliano do 1984.
E havemos de triunfar do fundamentalismo islâmico, a actual frente de resistência contra a democracia e contra a tolerância.
Publicado por Joana às dezembro 15, 2003 10:25 PM
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Comentários
Assim não vale a pena... Prefiro o dom quixote com os moinhos de vento, o seu discurso era mais lucido e a contenda mais proveitosa.
Claramente mais honesto com os moinhos do que este discurso o é com os seus potenciais opositores que são muito convenientemente amalgamados e colados a um ideário extremista bem mais maniqueista e pobre do que o que encontramos na realidade.
Juntar dois ou três lugares comuns com os quais quase todos concordamos para a seguir destilar perfeitas alucinações, confundindo propositadamente temas correntes como se de um único se tratássem, fundando o pensamento em ideias revisionistas e completamente redutoras resulta num texto próprio de um fanático. Contra este tipo de fanatismo também é preciso triunfar. Quem propositadamente faz este exercício que a Joana aqui expos revela total incapacidade de perceber o que é ser tolerante e o que é defender os valores da sociedade ocidental. A desonestidade intelectual não é seguramente um desses valores.
A minha resposta é não aceitar a proposta de radicalismo que faz, não lhe dar o outro lado da barricada que propõe no inimigo interno uno e imaginário que criou. Continuarei (espero que com muitos outros) o esforço de encarar com honestidade intelectual quem valorizar a palavra, repudiando qualquer processo de intenções infundado que me imputem ou imputem ao meu interlocutor com quem derima uma proposta de paz e entendimento. É também por aqui que fixo os valores da sociedade em que vivo e pretendo a continuar viver.
Publicado por: Rui MCB às dezembro 15, 2003 11:10 PM
Acho que este texto caracteriza bem o combate que hoje se trava. Defende a tolerancia, ao contrario do que insinua o comentarista anterior.
Muitos dos que aplaudem os tiranos decerto nao se apercebem do abismo para onde seriamos todos levados se o fundamentalismo triunfasse.
Publicado por: Filipa Zeitzler às dezembro 15, 2003 11:38 PM
de modo a terminar a minha leitura do seu artigo, em que grupo está a Joana inserida ? No grupo dos/das bacteriologicamente puros/as ?
Publicado por: zippiz às dezembro 16, 2003 12:11 AM
Acho este texto excelente, embora a Joana tenha talvez exagerado em alguns grupos que incluiu na "nossa negação".
Penso que ela apenas pretendeu criticar, utilizando o humor, a actual posição de alguns dirigentes pol´´iticos do PS que enveredaram por um esquerdismo impróprio de um partido do poder.
Publicado por: Novais de Paula às dezembro 16, 2003 12:19 AM
... ou no grupo da "real politik" que apoio o ditador , já na altura , Saddam , contra os dissidentes curdos ?
Publicado por: zippiz às dezembro 16, 2003 12:26 AM
com a devida vénia :
Ladies and gentleman... We got him!!!
A falta de dignidade choca sempre, principalmente quando patente em quem deveria forçosamente ostentar um porte digno.
O comportamento evidenciado por um alto funcionário da administração norte-americana, como é Paul Brenner, na sequência da recente captura de Saddam Hussein é o paradigma daquilo de que falo.
Confundir política com circo sempre deu mau resultado e só num circo se esperaria que alguém proferisse a frase "Ladies and gentleman... whe got him!!" com um enfase no "whe got him" a rasar o grunho.
Mais do que a questão de falta de dignidade e mais preocupante é a constatação de que não há sentido de estado na administração norte-americana.
O que é que os distingue de um grupo de miúdos a brincar às guerras?
E por último, "we got him!" é uma frase infeliz em vários aspectos. A tradução contextualizada para português seria "Apanhámos o gajo!", mas na realidade apanharam outro "gajo", porque o "gajo" que queriam apanhar realmente, o "gajo" que aparece em todos os pesadelos desta administração, o "gajo" que os "lixou" com F grande, esse não o apanharam.
Deviam mostrar alguma humildade, deveriam ter dito "Ainda não apanhámos o gajo, mas ao Saddam já o agarrámos", ou "Hoje apanhámos o Saddam, quem sabe se amanhã não apanhamos o gajo" ou ainda "gajo, se estás a ouvir isto, hoje foi o Saddam a seguir és tú!".
Em termos de sentido de estado e dignidade não seria melhor mas pelo menos ninguém os poderia acusar de estarem a tapar o sol com uma peneira.
Posted by aknathon at dezembro 15, 2003 02:07 PM
in anti-blog
Publicado por: zippiz às dezembro 16, 2003 12:31 AM
dizer que "we got him!" tem uma tradução contextualizada para português que seria "Apanhámos o gajo!", é uma afirmação delirante de alguém que está apenas enraivecido pela captura do Saddam e na sua cegueira diz o primeiro disparate que lhe vem à mona. esse sujeito deve ser um doente.
"we got him" é "apanhámo-lo"
Publicado por: Hector às dezembro 16, 2003 12:51 AM
ah é ?
e "apanhámo-lo" quem ? Neste contexto , quem apanha , apanha alguém , certo ?
Admito que a frase só faz sentido em inglês mas não acho que Heitor esteja ...doente.
Publicado por: zippiz às dezembro 16, 2003 01:04 AM
Num contexto em que se ia falar da possível captura de Saddam, o pronome him referia-se a Saddam.
Alguém teve dúvidas entre os assistentes?
Publicado por: Hector às dezembro 16, 2003 01:10 AM
Contra este tipo de fanatismo também é preciso triunfar. Quem propositadamente faz este exercício que a Joana aqui expôs revela total incapacidade de perceber o que é ser tolerante e o que é defender os valores da sociedade ocidental. A desonestidade intelectual não é seguramente um desses valores.
Certo, Rui.
Publicado por: Marapião às dezembro 16, 2003 02:32 AM
A Joana escreve bem. Muito bem mesmo.
Por vezes também pensa bem. Por vezes.
Mas por vezes pensa mal. Por vezes muito mal mesmo.
Mas como escreve muito bem deixa a sensação, mesmo quando pensa mal, que pensou bem.
Por vezes a semântica é uma fraude.
Publicado por: Marapião às dezembro 16, 2003 02:44 AM
Resumindo, Cara Joana
Quer fazer-nos crer que se Freud fosse vivo iria rever a sua teoria de matar o pai (Ocidente) e que que substituiria este pelo padrasto (EUA)?
É que lendo a sua crónica fica-se com a sensação de que neste mundo só existem órfãos. De esquerda e de direita.
Publicado por: re-tombola às dezembro 16, 2003 04:52 AM
Condescendo que juntei, no mesmo magote, áreas socialistas talvez injustamente. Mas juntei-as em apreço à sua actual deriva esquerdista, incompreensível num partido com responsabilidades.
re-tombola: Se o pai é o Ocidente, os EUA nunca poderão ser o padrasto. Irmãos, primos, sobrinhos, meios irmãos, filhos bastardos, primos in-direitos, há toda uma parafernália familiar disponível, mas padrasto não me parece.
Não me considerei órfã. Acha que o final não é uma mensagem de esperança? Pelo menos para quem compartilha os nossos valores.
O resto remeto para o Rosas e seus apaniguados: quem ataca o fundamentalismo deles (perdão a sua democraticidade representativa) é fundamentalista, além de fanática, é irresponsável.
Publicado por: Joana às dezembro 16, 2003 10:27 AM
não vai mal ! ...com um pouco mais de autocrítica vai lá .
Publicado por: zippiz às dezembro 16, 2003 10:32 AM
Cara Joana:
Para mim, pessoalmente, é ofensivo estar a ser constantemente acusado de afinidades que nunca tive com gente como o Pol Pot, o Mao Zedong, o Estaline, ou agora o Arafat ou o Saddam.
Por estar farto dessas acusações, decidi recentemente enviar para o Blogue de Esquerda II um texto em que apontava à direita afinidades com outro tipo de monstros: os barões da droga, os traficantes de armas, de escravos, de mulheres, de crianças, de órgãos humnanos.
Houve quem se ofendesse com isto, e muito. Num comentário a esse texto foi dito que a associação que eu procurava mostrar era «hedionda, ofensiva e de baixeza vil». Compreendo esta reacção; mas então o que dizer da associação que você vê entre a esquerda democrática e os Gulags?
Dirá você, talvez: não estou a falar de intenções nem de cumplicidades conscientes, mas de resultados e de apoios objectivos. Pois sim; mas o mesmo digo eu. Talvez seja tempo de a direita passar a olhar menos para os «idiotas úteis» que vê à esquerda, e começar a pensar se não estará ela própria, eventualmente com as melhores intenções do mundo, a servir monstros.
Quanto ao Sadam, foi um dos mais efectivos defensores do laicismo que o Médio Oriente produziu. Isto não faz dele um herói, longe disso; mas para já é de temer que atrás da sua derrota venha uma derrota maior para as mulheres iraquianas. Por estas e por outras é que não nos podemos dispensar de fazer as distinções devidas.
Publicado por: Zé Luiz às dezembro 16, 2003 12:52 PM
Zé Luiz:
Calculo, nesse seu manifesto, que tenha apontado à guerrilha esquerdista colombiana "afinidades com outro tipo de monstros: os barões da droga"
Publicado por: Joana às dezembro 16, 2003 01:03 PM
Zé Luiz
Calculo que doa ler certas coisas. Tem três alternativas, que eu me lembre, de repente
:
Levar para o campo pessoal e sentir-se ofendido
parece ter sido a opção que escolheu;
Debater se alguma esquerda, e não só, (repare que eu não falei de toda a esquerda) será ou não cúmplice por omissão ou por um anti-americanismo latente, que ficou dos tempos da guerra fria, de todos esses ditadorzecos que aclama como libertadores;
Demarcar-se dessa farsa terceiro-mundista;
Por essa ordem de ideias eu também teria todo o direito de me considerar ofendida pelos kamikazes que andam pela net e outros locais aos pulos de alegria sempre que há mortes entre o pessoal da coligação e que defendem directamente, ou de forma capciosa ou hipócrita, valores que são contrários às nossas conquistas civilizacionais, etc..
Ser-se laico não descriminaliza massacrarem-se dezenas de milhares de concidadãos, promover guerras em que morreram milhões de pessoas, subvencionar os suicidas palestinianos, etc..
Publicado por: Joana às dezembro 16, 2003 01:21 PM
Acho este texto como sendo de alguém que se posiciona politicamente, mas que de forma alguma deveria suscitar algumas reacções que li. Isto para além de estar bastante bem escrito.
Dá-me a ideia de que há pessoas que se sentiram atingidas provavelmente se sentirem retratadas. E de forma impiedosa.
Publicado por: J Correia às dezembro 16, 2003 09:00 PM
Embora mantendo a posição que assumi lá atrás,achando que a autora exagerou um pouco, concordo com o J Correia em que há muito desconforto em alguns comentaristas.
Publicado por: Novais de Paula às dezembro 16, 2003 09:11 PM
porque será que últimamente se fica com a sensação que a "superioridade moral e a arrogância" alapou à direita ?
Será por estarem representados, por 7,3145678%, no poder ?
Publicado por: zippiz às dezembro 16, 2003 09:57 PM
«Ser-se laico não descriminaliza massacrarem-se dezenas de milhares de concidadãos, promover guerras em que morreram milhões de pessoas, subvencionar os suicidas palestinianos, etc..»
Pois não, minha cara. Nem foi para desculpar o Saddam que eu chamei a atenção para o seu laicismo. Foi para responder àquele passo do seu texto onde escreve:
«A intolerância do fundamentalismo islâmico é a actual frente de resistência contra a democracia, contra o Estado laico. A vontade por parte dos homens de manter uma opressão social das mulheres é, provavelmente, um dos factores mais poderosos de resistência do mundo islâmico a qualquer modernidade.»
Se assim é - e eu concordo que é - que sentido faz começar a luta pelos valores ocidentais e contra o fundamentalismo atacando um dos poucos estados laicos da região? E se, como parece provável, o resultado desse ataque for a transformação desse estado, ou de parte dele, numa teocracia ao estilo iraniano, o que é que se ganhou em termos de defesa dos nossos valores?
Publicado por: Zé Luiz às dezembro 17, 2003 09:37 AM
Zé Luiz:
Como sabe, se leu os meus textos em arquivo, escritos antes e durante a guerra, nunca fui adepta daquela intervenção, embora, em face do que ia sucedendo, propunha uma atitude mais flexível que a recusa liminar do eixo franco-alemão, que acabou na cena ridícuka da França contratar o Woody Allen para melhorar a imagem nos States.
Todavia, em face do que escreveu, gostaria de lhe lembrar que Hitler, e certamente Estaline, eram os líderes dos Estados mais laicos da Europa antes de 39.
Quando falei dos nossos defensores do fundamentalismo islâmico, na maioria sob a hipocrisia das meias palavras, não me estava a referir especificamente a Saddam ou ao Iraque.
Publicado por: Joana às dezembro 17, 2003 10:16 AM
Censurado
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
Censurado
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
Censurado
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
Joana é uma putalhona reles. Como é um poço de frustrações emocionais e sexuais, dada a sua frigidez eterna, sonha com prazer. Esta bovina nunca disse um palavrão, mas sonha com eles. Isso não se aprende com o leite materno, mas com LEITE paterno que sempre adorou.
Sonha com muitos palavrões. Sonha gritar «rebenta-me essa peidalhona toda. Fode.-me com força. Dá cá esse c.aralho com esse naco de mi.erda e e.sporra-te na boca. Quero ter o teu leitinho quente a escorrer pela a goela abaixo...»
Como se constata, é asquerosa, nojenta e vulgar.
Joana é uma putalhona reles. Como é um poço de frustrações emocionais e sexuais, dada a sua frigidez eterna, sonha com prazer. Esta bovina nunca disse um palavrão, mas sonha com eles. Isso não se aprende com o leite materno, mas com LEITE paterno que sempre adorou.
Sonha com muitos palavrões. Sonha gritar «rebenta-me essa peidalhona toda. Fode.-me com força. Dá cá esse c.aralho com esse naco de mi.erda e e.sporra-te na boca. Quero ter o teu leitinho quente a escorrer pela a goela abaixo...»
Como se constata, é asquerosa, nojenta e vulgar.
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
Joana é uma putalhona reles.
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
Censurado
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
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Censurado.
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
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Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
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Joana é uma putalhona reles.
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
Censurado
Publicado por: BOB ESCARRO às dezembro 18, 2003 11:55 AM
Que gente tao ordinaria
Publicado por: Filipa Zeitzler às dezembro 18, 2003 11:55 AM
Parece que além do pessoal descrito pela Joana no início do post de ontem, havia também este sevandija.
Publicado por: Hector às dezembro 18, 2003 12:40 PM
Dedicatória
" por falta de um inventor
perdeu-se um invento
por falta de um invento
perdeu-se um produto
por falta de um produto
perdeu-se uma empresa
por falta de uma empresa
perdeu-se uma fábrica
por falta de uma fábrica
perderam-se milhares de empregos
por falta de milhares de empregos
um país perdeu seu futuro
tudo por falta de um inventor"
autor anónimo
www.invento.web.pt
Publicado por: fernando nogueira gonçalves às dezembro 20, 2003 03:26 PM
Finalmente, apareceu aqui alguém com coragem
Publicado por: z às junho 19, 2004 10:22 AM
Finalmente, apareceu aqui alguém com coragem
Publicado por: z às junho 19, 2004 10:22 AM
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Publicado por: z às junho 19, 2004 10:22 AM
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Publicado por: z às junho 19, 2004 10:22 AM
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Publicado por: z às junho 19, 2004 10:22 AM
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Publicado por: z às junho 19, 2004 10:22 AM
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Publicado por: z às junho 19, 2004 10:22 AM
Finalmente, apareceu aqui alguém com coragem
Publicado por: z às junho 19, 2004 10:23 AM
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Publicado por: z às junho 19, 2004 10:23 AM
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Publicado por: z às junho 19, 2004 10:23 AM
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Publicado por: z às junho 19, 2004 10:23 AM
Só é pena sermos poucos
Publicado por: z às junho 23, 2004 02:09 PM
Só é pena sermos poucos
Publicado por: z às junho 23, 2004 02:09 PM
Só é pena sermos poucos
Publicado por: z às junho 23, 2004 02:10 PM
Só é pena sermos poucos
Publicado por: z às junho 23, 2004 02:10 PM
Só é pena sermos poucos
Publicado por: z às junho 23, 2004 02:10 PM
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Publicado por: z às junho 23, 2004 02:10 PM
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