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dezembro 31, 2003
A Economia em fim de ano
A economia mundial fecha o ano cheia de pontos de interrogação sobre a sua evolução próxima.
O euro atingiu um novo máximo de 1,265US$. Aparentemente, os principais protagonistas não estão inquietos. No BCE, onde a taxa de juro se situa nos 2%, o presidente Trichet tem afirmado que não se opõe a um euro forte. O secretário de Estado do Tesouro, John Snow, descreveu a queda do dólar como “ordeira” (Nos EUA, a taxa de juro, que encontra-se actualmente em 1%). Ordeira é também a palavra que se costuma utilizar quando um exército é vencido e se vê obrigado a retirar. Mesmo em caso de debandada diz-se, eufemisticamente, que houve uma retirada “ordeira”. Portanto, aquelas declarações valem o que valem.
Todavia, quer responsáveis da OCDE, quer do BCE, asseveram que terá que haver uma convergência das duas taxas de juro mais tarde ou mais cedo, senão o euro poderá entrar numa zona “perigosa” no que respeita à competitividade da economia europeia.
A manutenção das baixas taxas de juro tem tido incidências favoráveis no comportamento da bolsa portuguesa, porquanto, apesar da crise económica, recuperou bastante, estando agora ao nível do início de 2002 (em 2003 subiu cerca de 16%).
Assim, em face das expectativas da evolução da taxa de juro da zona euro, tudo leva a crer que a bolsa portuguesa continuará a ter uma evolução favorável, mesmo se a retoma económica em 2004 se revelar lenta.
Porém, tudo indicia que o ano de 2004 será muito melhor: os vultuosos investimentos na Auto-Europa e na Brisa, o Euro2004 e as enormes externalidades que ele induzirá na economia portuguesa, etc..
Isto apesar de continuarem por fazer uma série de reformas imprescindíveis na reestruturação da função pública, no ensino (nomeadamente no profissional), etc. Já que a Ministra se revela incapaz de controlar o défice pelo lado da despesa, como seria o desejável, que o controle pelo lado das receitas geradas pelo aumento da actividade económica.
Quem não tem cão, caça com gato!
Publicado por Joana às dezembro 31, 2003 07:46 PM
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Comentários
Um 2004 cheio de coisas boas para aí.
Um abração do
Zecatelhado
Publicado por: Zecatelhado às dezembro 31, 2003 08:50 PM
Concordo com a sua análise. E os efeitos do Euro2004 vão ser superiores ao que se espera porque, para além dos efeitos directos, há as tais externalidades, que você refere, e que devem ser muito superiores aos efeitos directos.
Sendo assim, bom 2004!
Publicado por: Novais de Paula às dezembro 31, 2003 09:02 PM
Um bom ano de 2004. Por aqui existe um certo optimismo entre os empresarios, apesar do euro estar alto face ao dolar.
Publicado por: Filipa Zeitzler às dezembro 31, 2003 09:22 PM
Apetece-me dizer, tal comos os treinadores de futebol, que, prognósticos só no fim do jogo.
Talvez que no final do 1º trimestre de 2004 já tenhamos indicadores seguros acerca do comportamento da economia.
Até lá resta desejar um Bom Ano de 2004.
Publicado por: L às dezembro 31, 2003 09:30 PM
Boas Saídas!
Melhores Entradas!
Um Óptimo 2004!
Publicado por: vmar às dezembro 31, 2003 09:54 PM
Também acho que previsões, só depois do jogo acabar.
Publicado por: Casimiro às janeiro 1, 2004 03:06 AM
Uma vez que já pusemos a última cruzinha em cima da última página do livro de 365 que andámos a tentar ler/viver, o que eu lhe desejo é muita gente a contrariá-la na leitura que agora começamos a desfolhar.
Por uma questão de adrenalina criativa e de manutenção do núcleo da personalidade, uma vez que poesia écloga dificilmente rimaria.
Bom (e prolífico) Ano
Publicado por: Marapião às janeiro 1, 2004 07:51 AM
Talvez haja retoma na economia. Talvez haja retoma no seu bolso. No meu bolso não vejo qualquer retoma em 2004.
Publicado por: Gpinto às janeiro 1, 2004 03:31 PM
A associação de defesa do consumidor Deco avisou hoje que o preço dos combustíveis vai disparar nos próximos meses, sobretudo nos postos das auto-estradas e nas pequenas cidades, devido à livre fixação de preços.
Espero que isto não comprometa a retoma que vocês anunciam!
Publicado por: Sa Chico às janeiro 2, 2004 06:52 PM
Os efeitos do Euro2004 vão depender bastante do estado da economia europeia.
Este ano, por exemplo o mercado alemão, exportador de turistas para Portugal e Espanha contraiu-se e os dois países acusaram a descida.
Com grande parte do nosso comercio externo centrado na europa, as nossas exportações dependerão da evolução da economia da EU. Numa altura em que o euro bate records diários contra o dólar, as exportações para fora do circulo do euro começam a ficar muito penalizadas: o mesmo para os nosso parceiros da EU. Penso que serão os próximos seis meses que definirão o rumo da economia para 2004.
Mas por cá as coisas continuarão muito pretas. O governo a teimar com a meta dos 2 por cento na inflação. Os aumentos já anunciados a valores muito superiores. A Manuela F. Leite a querer a todo o custo cumprir as metas do PEC. O investimento a aguardar por melhores dias. As receitas fiscais a não aumentarem o suficiente ( excepto o IRS) para equilibrar o orçamento. E mais uma coisas aqui e ali....
O ano de 2004 não vai ser famoso!
Publicado por: vmar às janeiro 2, 2004 08:37 PM
Não seja tão pessimista. A economia alemã tem uma certa capacidade às variações de preços, porque o seu núcleo forte é a exportação de bens de investimento, onde a diferenciação do produto é importante.
As economias francesa e italiana são mais vulneráveis.
Publicado por: Joana às janeiro 2, 2004 10:45 PM
.
Publicado por: tex às fevereiro 11, 2005 05:27 PM
Arre
Publicado por: Absint às fevereiro 28, 2005 03:29 AM