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novembro 05, 2003

Rotweilers de Wilson e Órfãos de Lenine

Actualmente, com o pano de fundo do conflito iraquiano, deixou de haver qualquer espaço de manobra entre os rotweilers de Wilson e os órfãos de Lenine. As posições extremaram-se de tal forma que quem não está com uns, estará necessariamente com os outros.

Os seguidores musculados de Wilson querem impor regimes democráticos socorrendo-se da força. É uma tarefa difícil. Foi possível na Alemanha e no Japão no pós-guerra, mas eram regimes completamente desacreditados que não tinham qualquer apoio em mais nenhum país e que, no interior das potências aliadas, não havia vozes discordantes, ou melhor, vozes discordantes que houvesse estavam prudentemente caladas.

A situação actual é diferente. Os regimes em causam estavam (alguns ainda estão) completamente desacreditados face aos valores da nossa sociedade democrática e tolerante. Têm todavia muitos países a defendê-los, quer abertamente por questões de identidade religiosa, quer, na totalidade dos casos, de forma aberta ou encapotada, porque são igualmente regimes não democráticos, que atentam contra os mais elementares direitos, liberdades e garantias. A quase totalidade dos países do terceiro mundo tem regimes não democráticos ou mesmo totalitários. Defender, aberta ou envergonhadamente, Saddam e outros, é defenderem-se a si próprios.

Por acréscimo, dentro da nossa sociedade democrática e tolerante pululam os órfãos de Lenine, espécie que durante décadas acreditou no paraíso do regime comunista, nos amanhãs que cantam. O “incompreensível” desabar desse mundo deixou-lhes traumas profundos para cuja terapia precisam destas sessões de choque: corpos de marines exangues, helicópteros Chinook a arder no solo, tanques calcinados com corpos americanos mutilados no interior, etc.. Rejubilam com estas sessões de terapia e voltam acreditar que talvez tudo venha a ser novamente possível. É uma espécie de vingança póstuma.

Os órfãos de Lenine não se circunscrevem aos apoiantes do regime soviético. Abarcam igualmente aqueles que navegam nas mesmas águas ideológicas, com uma diferença: como nunca foram capazes de construir qualquer sociedade em que vingassem as suas teorias, por muito perversa que essa sociedade fosse, debitam ideias com a irresponsabilidade de quem sabe que, no fundo, elas nunca terão qualquer validação prática. Estão para a política, como as crianças para os humanos, mas sem a desculpa de terem, por imposição biológica, uma idade mental inferior.

As crianças, na sua ingenuidade, descobrem, às vezes, que o “Rei vai nu”. A esquerda radical tem como axioma que o “Rei vai nu”. O problema é que, de tanto o repetirem, quando ele vai mesmo nu … só eles próprios acreditam.

Publicado por Joana às novembro 5, 2003 12:42 PM

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Comentários

Esta senhora tem pancada, não tem?

Publicado por: António às novembro 5, 2003 03:52 PM

O lenine era um Chunga de merda ...

Publicado por: XXX às novembro 5, 2003 04:10 PM

O que é um rotweiler? Isso come-se?

Publicado por: KK às novembro 5, 2003 10:23 PM

Os rotweiler talvez não se comam, mas os órfãos de Lenine, se os Bibi os apanhasse a jeito ...

Publicado por: KK às novembro 5, 2003 11:01 PM

cara Joana,
vou repensar o tempo que "utilizo" (perco/ganho?) a ler os seus comentários !
para si todos os males do mundo vêm da esquerda e dos amigos de Alex !
mas o marxismo , por exemplo , é um perigo actual para a direita ?
não há mais nenhuma ameaça para além dos esquerdistas ?
estou a ficar sem paciência para os seus fantasmas e enquanto não abrir o seu armário e expulsar esses dogmas não vai ter descanso.

ps : eu não estou de acordo com a administração Bush e não gosto um bocadinho de Saddam .Vc acha que eu tenho que estar colado a um dos lados ?
afinal quem é intolerante ? Eu ,"orfão de Lenine" ou Vc ,uma situacionista fundamentalista ?

Publicado por: zippiz às novembro 5, 2003 11:05 PM

Quando eu disse que não havia espaço entre uns e outros, significava isso mesmo. Que quando recusávamos um dos lados éramos invariavelmente encostados ao outro.
Nâo fui eu que criei esta situação. Limitei-me a constatá-la.
Basta ir ao online quando são citadas baixas americanas. O júbilo e o regozijo abjectos da maioria daqueles exaltados e as respostas ordinárias que os exaltados da parte contrária lhes dão torna o sítio intransitável e impróprio para qualquer reflexão.

Publicado por: Joana às novembro 5, 2003 11:19 PM

"Nâo fui eu que criei esta situação. Limitei-me a constatá-la."

Não concordo com o axioma e acho que está demasiado confiada na sua capacidade de análise.

Também tenho um bastão de basebol algures aqui por casa mas isto não me obriga a procurá-lo desenfreadamente cada vez que falo com órfãos ou com proprietários de animais perigosos.
Nem mesmo quando os primeiros resolvem comer os segundos e ainda palitar alarvemente os dentinhos.

Publicado por: Marapião às novembro 6, 2003 07:12 AM

Quem comeu quem?
Os rotweilers comeram os órfãos ou os órfãos comeram os rotweilres?

Publicado por: anonimo às novembro 6, 2003 11:30 PM

AUTHOR: Absint
EMAIL: absi@mail.ru
IP: 148.223.132.121
URL:
DATE: 02/28/2005 02:29:15 AM

Publicado por: Absint às fevereiro 28, 2005 02:29 AM

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