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outubro 27, 2003

Política e cultura 2 – Hobbes e Locke

Hobbes foi, politicamente, um apoiante devotado dos Stuarts e da monarquia reaccionária que aqueles tentaram em vão manter em Inglaterra, quer antes de Cromwell, quer durante a Restauração. Pelo contrário, Locke, meio século mais novo, era contra o regime dos Stuarts, e participou no movimento político que liquidou a Restauração e levou ao trono da Inglaterra Guilherme de Orange.

Hobbes é temível porque a sua doutrina é clara, radical e detestada. Os seus postulados relativos à natureza humana não são lisongeiros e as suas conclusões políticas são despidas de qualquer liberalismo.

A filosofia de Hobbes é materialista e mecanicista - a moral reduz-se ao interesse e à paixão. Na base de todos os nossos valores, há o instinto de conservação. O homem, por natureza, procura ultrapassar todos os seus semelhantes: ele não busca apenas a satisfação de suas necessidades naturais, mas sobretudo as alegrias da vaidade. As expressões pelas quais Hobbes o descreve são célebres: "Homo homini lupus", o homem é o lobo do homem; "Bellum omnium contra omnes", é a guerra de todos contra todos.

Assim sendo, o homem tem medo de ser morto ou escravizado e esse temor, em última instância mais poderoso do que o orgulho, é a paixão que vai dar a palavra à razão. É o medo, portanto, que vai obrigar os homens a fundarem um estado social e a autoridade política. No estado de sociedade, como no de natureza, a força é a única medida do direito. No estado social, o monopólio da força pertence ao soberano. É nesta doutrina profundamente individualista que Hobbes fundamenta o poder absoluto.

Escreve Hobbes no Leviatã: Antes que se possa utilizar das palavras justo e injusto, é preciso que haja um Poder constrangedor; inicialmente, para forçar os homens a executar seus pactos pelo temor de uma punição maior do que o benefício que poderiam esperar se os violassem, em seguida, para garantir-lhes a propriedade do que adquirem por Contrato mútuo em substituição e no lugar do Direito universal que perdem.

Quanto a Locke, este deriva a lei civil da lei natural, racional, moral, em virtude da qual todos os homens - como seres racionais - são livres e iguais, têm direito à vida e à propriedade e, na vida política, não podem renunciar a estes direitos, sem renunciar à natureza humana. Locke admite um estado primitivo da natureza antes do estado civilizado. Não, porém, no sentido brutal e egoísta de inimizade universal, como dizia Hobbes; mas com um sentido moral, em virtude do qual cada um sente o dever racional de respeitar nos outros a mesma personalidade que nele se encontra.

Mas em ambos há o mesmo individualismo que contestou a tradição cristã da lei natural. E é inegável que o individualismo de Hobbes a Locke marcou profundamente toda a tradição liberal ulterior. Enquanto princípio fundamental, data de Hobbes. As conclusões deste passarão dificilmente por liberais: todavia os seus postulados estão completamente impregnados de individualismo. Rejeitando os conceitos tradicionais da sociedade, da justiça e da lei natural, é sobre o interesse da sociedade e indivíduos distintos que Hobbes funda a sua teoria dos direitos e obrigações políticas.

Sob a forma de crença na igualdade moral de todos os homens, é ainda o individualismo que se encontra no pensamento político dos Puritanos. E o lugar que ele ocupa em Locke, por ser ambíguo, não é menos considerável por isso. Todas estas doutrinas ligam-se estreitamente à luta pela liberalização do Estado, luta na qual a teoria de Locke e dos puritanos constitui, em grau igual, a principal justificação.

E todos os desenvolvimentos subsequentes, Bentham, etc., assentam nas fundações colocadas por Hobbes.

Os problemas que levanta a moderna teoria da democracia liberal não são senão outra expressão da dificuldade essencial que já aparecia nas origens do individualismo: este é de facto a afirmação de uma propriedade, está ligado indissoluvelmente à posse, ou seja, à tendência em considerar que o indivíduo não é em nada devedor da sociedade da sua própria pessoa ou das suas capacidades, das quais é, por essência, o proprietário exclusivo. O indivíduo não é concebido nem como um todo moral nem como a parte de um todo social que o ultrapassa, mas como o seu próprio proprietário.

O indivíduo não é livre senão na medida em que é proprietário da sua pessoa e das suas capacidades. Ora a essência do homem é ser livre, independente da vontade dos outros e esta liberdade é função do que possui.

Nesta perspectiva a sociedade reduz-se a um conjunto de indivíduos livres e iguais, ligados uns aos outros enquanto proprietários das suas capacidades e daquilo que o exercício destas lhes permite adquirir, em suma, a relações de troca entre proprietários.

Quanto à sociedade política ela apenas se destina a proteger esta propriedade e a manter a ordem nas relações de troca.

Hobbes estará assim tão longe de Locke? O que é substantivo em ambos, não é similar? E as suas opções políticas não serão apenas um epifenómeno de somenos importância?

Publicado por Joana às outubro 27, 2003 07:59 PM

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Comentários

"Esquerda", aqui, em sentido muito lato, e tendo em conta que, ao falar em direita e esquerda quando referimos factos ou pessoas anteriores à Revolução Francesa, estamos a interpretar realidades passadas com base em conceitos do presente.

Ao contrário de Hobbes, Locke postula um "estado de natureza" que não leva necessariamente à luta de todos contra todos. No "estado de natureza" de Locke, "all the world is America", isto é, quem tivesse fome de terra só tinha que procurá-la um pouco mais longe, não tendo por isso necessidade de invadir a propriedade de outrem. Daqui que o contrato social não tivesse que estabelecer, como para Hobbes, um poder absoluto do Soberano.

A necessidade do Soberano só surge, para Locke, depois de a propriedade se tornar escassa - mas nessa altura já há uma organização social que torna possível uma maior moderação nos seus poderes.

Isto abre caminho a que o Soberano seja, não uma pessoa física, mas um grupo de pessoas - possibilidade que Hobbes já concede mas à qual atribui pouca viabilidade.

No entanto, se o incomoda a minha referência a Locke como sendo "de esquerda", substitua-o por Rousseau, que também escrevia bastante mal.

Publicado por: Zé Luiz às outubro 27, 2003 05:55 PM

Não lhe vou dizer se tenho ou não tenho "razões de coração" para gostar da Joana. Digo-lhe, sim, que sem embargo de as ter ou não, o facto é que tenho outras: razões de decência, de bom senso e de bom gosto.

A Joana, apesar de se situar ideologicamente quase nos meus antípodas, sempre me respeitou (o que não quer dizer que não me tenha dado uma ou outra arranhadela: a senhora tem as garras afiadas); e sempre respeitou os outros intervenientes neste online.


Como eu e você, sofre de cegueira selectiva, mas isso é uma inevitabilidade da condição humana.

Escreve superlativamente bem, e conjuga uma argumentação apaixonada com um discurso articulado e racional - tudo coisas que eu, elitista de esquerda, aprecio e saboreio nas raras ocasiões em que as encontro.

Há muito tempo que penso, com algum desgosto, que a direita escreve melhor do que a esquerda: Hobbes melhor do que Locke, Burke melhor do que Paine; Salazar melhor do que Soares (para citar as duas únicas grandes figuras políticas que o século XX português produziu) - e a Joana, hélas, melhor do que eu.

Não significa isto que tenham razão contra nós, ou a razão toda contra a nossa sem-razão, mas apenas que lê-los dá mais prazer - se não aos meus preconceitos, ao menos à minha sensualidade.

Publicado por: Zé Luiz às outubro 27, 2003 05:55 PM

Aproveito esta ligeira bonança para lhe dizer que acho este texto muito interessante pela perspectiva em que se coloca, embora não a acompanhe inteiramente na sua aproximação de Hobbes e Locke.

O Hobbes era de facto muito reaccionário, embora a Joana tenha razão quando o considera um dos fundadores do individualismo e do liberalismo.

A Filosofia escreve direito por linhas tortas ...

Publicado por: L M às outubro 28, 2003 09:42 AM

Vejo que reabriu a loja.
Gostei de ler.

Porque não coloca isto no online?

Publicado por: Hector às outubro 28, 2003 12:56 PM

Texto muito bom, com muito nível, embora muito controverso.

Mas já verifiquei que a autora gosta de ser controversa.

Quanto ao amigo Hector, desculpe dizer-lhe, mas este texto tem pouco a ver com as futilidades do online.

Se a Joana põe lá isto, ainda aparece a horda de bárbaros a vandalizar isto.

Publicado por: Arroyo às outubro 28, 2003 02:41 PM

Tenho a mesma opinião do LM. Bem escrito mas o Hobbes sai bem demais

Publicado por: Filipe às outubro 28, 2003 07:13 PM

Julgo que o que a Joana pretendeu aqui foi mostrar que a cultura aproxima as pessoas, mesmo quando a política parece afastá-las. Estã muito bom

Publicado por: Gros às outubro 28, 2003 07:13 PM

Muito interessante esta visão do problema das raízes longíquas do liberalismo

Publicado por: jfpereira às outubro 28, 2003 07:13 PM

Esta comparação é frustante. Eu comparado a um gajo da orquestra vermelha?

Publicado por: Hobbes às outubro 29, 2003 10:03 AM

Então e eu, compardo a um reles reaccionário!

Publicado por: Locke às outubro 29, 2003 10:03 AM

Sou um ordinário e a Joana apagou tudo ... sniff

Publicado por: B E o troglodita às outubro 30, 2003 12:48 PM

Então não é que a reaccionária da Joana me apagou o post anterior?

Publicado por: B E o troglodita às outubro 30, 2003 10:41 PM

Esta questão levantou um debate com algum interesse no Expresso online, que transcrevo aseguir, com a devida vénia

Publicado por: Joana às novembro 2, 2003 12:49 PM

20:41 25 Outubro 2003
Meu caro Ze Luis
Continuando no sentido lato, sem querer questionar o seu gosto literario, talvez se em vez de Rosseau, que em muitos aspectos e verdadeiramente antagonista de Locke, a escolha passasse por Voltaire, nem que fosse pela solidariedade contra os escarnio religioso frances, aquando do terramoto de Lisboa, talvez a qualidade literaria de Hobbes ja nao fosse uma escolha tao obvia. Claro que e sempre complicado, visto Voltaire ser, nao so amigo de Locke mas tambem admirador de Hobbes. Convem nao esquecer Voltaire e um burgues em toda a acepcao da palavra... No entanto acho que aparece um pouco mais a "esquerda" e um pouco mais habil na arte da escrita. Mas como digo e tudo uma questao de gosto... Diderot? Tambem nao? Deixe la, assim como assim, no sec XX a balanca pendeu radicalmente para a canhota :-))

Cumprimentos.

Publicado por: room 102 às novembro 2, 2003 12:51 PM

22:34 25 Outubro 2003
Caro room 102:
Rousseau é, com efeito, e em muitos aspectos, um antagonista de Locke. Mas ainda o é mais de Hobbes.

Em todo o caso, une-os aos três a doutrina do contrato social que ainda hoje informa toda a reflexão política e jurídica (se exceptuarmos dessa continuidade as interrupções corporizadas pelo marxismo e pelos fascismos).

Referiu-se ao "Candide". Devo dizer-lhe que não é obra da minha especial predilecção. Você falou em sarcasmo; outros falam em ironia; a mim parece-me tudo uma facécia bastante primária. Encontro em "Candide" aquela "brutalidade de espírito" tão tipicamente francesa a que se referiu Chesterton, e não encontro a graça e a subtileza que tantas vezes redimem, noutros franceses, esta brutalidade.

Publicado por: Zé Luiz às novembro 2, 2003 12:52 PM

10:12 26 Outubro 2003
Depois dos Locke, Rousseau, Chesterton, Hobbes e demais pensadores que certas "elites" gostam de mandar á cara dos "menos cultos" a única, a verdadeira frase em que deviamos pensar pertençe ao xatoo: as peixeiras são o barometro da nação.

Escamoteiem os pensadores dos seculos passados, cheios de pensamentos que pouco nexo já fazem, os ideais cobertos de pó onde assentam teorias politicas que cheiram a mofo. Existe mais sabedoria numa conversa entre reformados nos jardins de Lisboa do que em todos os volumens de Proust.

Aconselho a todo que guardem os seus volumes dos grandes pensadores do passado, do fascista germinal que foi Clausewitz ao barbudo pai da esquerda e passem um dia dentro de autocarros, no metro, a passear nos mercados, sempre de ouvido atento e talvez percebam o que o povo, o verdadeiro povo que é a hemoglobina da nação pensa sobre os edificios intelectuais que uns laboriosamente construiram e outros embasbacadamente admiram: o povo, literalmente, está-se a c*gar para isso.

Publicado por: Emrys às novembro 2, 2003 12:53 PM

10:39 26 Outubro 2003
Emrys 10:12 26 Outubro 2003
Chamar a Clausewitz fascista germinal é uma grande injustiça, a ele e ao fascismo.
Clausewitz era ainda um homem do Sec XVIII, das luzes, do despotismo iluminado.
O caldo de cultura que deu origem ao fascismo era todo de esquerda. Fascismo foi o nome do movimento nacional-socialista na itália.
Socialista é da esquerda.
Nacionalismo era na segunda metade do SEc. XIX um dos estandartes dos partidos republicanos e socialista.

Publicado por: binmarder às novembro 2, 2003 12:54 PM

10:45 26 Outubro 2003
Caro Emrys:
Já reparou que o anti-intelectualismo foi, no séc. XX, uma constante no que de mais vergonhoso esse século produziu? Ele foi a Revolução Cultural Chinesa com os "médicos de pé descalço", ele foi a execução, sob Pol Pot, de pessoas cujo único crime era usar óculos, ele foi o "Muera la inteligencia, viva la muerte" de Milán Astray, ele foi Goebbels a dizer que puxava da pistola sempre que ouvia falar em cultura... Para os portugueses o anti-intelectualismo sempre foi uma tentação visceral, e o seu comentário é um exemplo disso.

"Existe mais sabedoria numa conversa entre reformados nos jardins de Lisboa do que em todos os volumes de Proust." Permita-me que discorde. Vou mais pelo que diz Sócrates: a vida que não é racionalmente examinada não é digna de ser vivida.

Quanto a andar "dentro de autocarros, no metro, a passear nos mercados, sempre de ouvido atento", foi o que eu fiz da última vez que estive em Portugal. E sabe o que ouvi? Histórias de horror sobre pulhices patronais, habitualmente perpetradas sobre os mais jovens, isto é, sobre os filhos e sobrinhos dos meus interlocutores.

As histórias eram muitas e variadas, as conclusões eram sempre uma de duas: "Era preciso um novo Salazar" ou "Era preciso outro 25 de Abril, desta vez com sangue".

Às vezes as duas afirmações eram produzidas pela mesma pessoa com um intervalo de poucos minutos.

O que lhe diz isto a si sobre a sabedoria popular? A mim diz-me muito sobre a frustração popular e sobre a ira popular, e talvez sobre o bom-senso de quem não se deixa formatar por ideologias; sobre sabedoria diz-me alguma coisa, mas muito pouco; e sobre cultura ou reflexão não me diz nada. É pena: o bom-senso é uma coisa boa, mas a sabedoria, a reflexão informada e a cultura são coisas que fazem muita falta.

Publicado por: Zé Luiz às novembro 2, 2003 12:56 PM

13:26 26 Outubro 2003

Pergunto ás elites que passam
As novas do meu País,,,
As elites calam a desgraça
E o Google nada me diz

Derreado por esta autêntica excursão pelos autores clássicos da Era aristocrática, constato com surpresa que após o atravessamento da era dita Democrática, algo se passou,,, a escumalha adquiriu entretanto, vá-se lá a saber porque individualismo de Whitman, alguma capacidade de ca-gar postas de pescada.
Acontece que essa Era (enquanto alguns poucos que se julgam élites se rebolam ressentidos com os fantasmas do passado) tambem está chegando agora ao seu fim perante a eclosão de uma nova Era que poderemos designar por Caótica. Os personagens literários são substituidos pelas Imagens. Mais nenhumVoltaire,embora se possa chamar Chomsky, seguramente se irá preocupar com o primeiro caso de falência colectiva de todo um Povo provocada pelo terrivel terramoto da ignorância de Lisboa (voltando á Terra,estava mesmo a pensar em Santana Lopes),,,agora,,, isso,,, são assuntos para serem tratados em Televisão.
bom,,,
Que papel restará então ás Élites ex-literárias “pensantes”? Especializar-se e arranjar emprego assalariado pago pelos resquicios Aristocratas que prevalecem,,,

Publicado por: xatoo às novembro 2, 2003 12:58 PM

15:27 26 Outubro 2003
A ESQUERDA SOU EU
Os filósofos gregos precisavam daquilo a que eles chamavam o ÓCIO, tempo destinado ao pensamento.
A OCIOSIDADE era um dos atributos dos "amigos da sabedoria".
Veio depois o termo neg+ócio=negócio.
Quem negava o ÓCIO era o negociante,como sinónimo daquele que trabalhava.
O escravo era o trabalhador.
Vejo por aqui muito boa gente filosofando,muito ocioso e poucos trabalhadores.
Dissertam sobre as diferenças entre um Locke,o tal que disse que "nada estava na inteligência que não tivesse passado pelos sentidos" e um outro qualquer,seja Rousseau ou Hobbes.
Esqueceram-se do Leibniz que a Locke acrescentou "a não ser a própria inteligência" ,com o seu inatismo virtual.
Vem isto a propósito da discussão pueril dos ociosos que por aqui passam o tempo,enquanto o camponês,o operário,a dona de casa,aqueles todos que se esforçam a favor da produção que faz aumentar o PIB,a serem atraiçoados pelos que nada fazem nem produzem,mas que se servem daqueles que "dão o corpo ao manifesto".
É um verdadeiro escândalo ver as horas de intervenção dos ociosos neste site,enquanto a grande maioria dos portugueses labuta a bom labutar.
Depois,dizem-se de esquerda,apoiantes dos pobres e humildes,dos trabalhadores,dos doentes,dos párias,etc.
São uns viciados no ÓCIO e vivem como parasitas,sugando o esforço do alheio.
Intelectuais do século XXI,progressistas,como a si mesmo gostam de se intitular,mas trabalhar está quieto,que o trabalho cria calos,rugas,entorses.
Fossem eles mineiros na frígida Sibéria,encurralados num dos túneis,com a água a entrar-lhes no pequeno espaço que ocupam,deixavam logo a OCIOSIDADE da Suiça dos meus encantos e passavam a produzir qualquer coisa que se visse.
Estes professores helvéticos estão a precisar dumas ripadas nos costados gordurosos de nada fazerem.

Eu é que lhes dava o Locke,o Rousseau ou o Hobbes!

VADIOS! PREGUIÇOSOS!
OCIOSOS!

Publicado por: SINISTRADO às novembro 2, 2003 12:59 PM

18:13 26 Outubro 2003
Caro Zé Luiz 12:30 26 Outubro 2003
Vou tentar explicar-lhe o que entendo por "Intelectual da Treta", que em meu entender é a versão Portuguesa do intelectual "tout court"...
Os Intelectuais da Treta são uma espécie que pratica neste forum sessões colectivas de masturbação dialéctica...
Adoram o culto do embrulho por falta de conteúdo...
Explanam longamente as suas teorias e citam os clássicos, mas não conseguem compreender o que se passa em Portugal ou no Mundo...
Adoram ler o que escrevem...
De esquerda ou direita - e principalmente os independentes - são os verdadeiros tumores da sociedade…
É impossível ter com eles uma discussão intelectualmente honesta, pois aceitarem dos outros um argumento ou uma ideia, seria pior que serem enganados pela mulher…
Como têm a cabeça atestada com ideias dos outros - citações, teorias, autores sonantes - não lhes resta qualquer espaço para ideias próprias, limitando-se a debitar o que já leram ou ouviram…
O que lhes sobra de documentação, falta-lhes em criatividade, sendo incapazes do pensamento divergente ou do acto mais simples de dedução…
Normalmente, são pessoas carentes psicológicamente, com necessidade de afirmação patológica, que sublimam as suas frustrações tentando esmagar intelectualmente os oponentes…
Estes Intelectuais da Treta, que nada contribuem para o progresso da humanidade, são verdadeiros parasitas e constituem o caldo de onde saem as maiores aberrações em termos sociais e humanos…
São potenciais ditadores, suicidas - o Mundo não os merece - e psicópatas - as pessoas incultas não merecem viver…
São cultos e sabem escrever noutras linguas...
Infelizmente não conseguem é pensar pela sua cabeça...
Espero ter explicado bem o que entendo por Intelectual da Treta.

Publicado por: Anarca às novembro 2, 2003 01:01 PM

20:31 26 Outubro 2003
Caro anarca:
Explicou muitíssimo bem. E mostrou-se na sua plenitude, o que talvez não estivesse nas suas intenções.

O ódio ao pensamento e a quem lê livros é coisa antiga. Mas se não fôssemos nós, os que pensamos e lemos, ainda agora você andava descalço, com os pés no estrume, a tremer de medo do senhor feudal.

Publicado por: Zé Luiz às novembro 2, 2003 01:02 PM

Anarca 18:13 26 Outubro 2003
Uma intelectual da treta confessa-se:

Li os (alguns, mas prometo-lhe que vou acabar com a prática desse tenebroso crime) clássicos.

Cito-os com frequência, mas prometo frequentar sessões de terapia contra a clássico-dependência.

Falo diversas línguas ... mas vou tentar eliminá-las da minha memória.

Confesso que não compreendo o que você julga que se passa em Portugal ou no Mundo. Nem me parece que o venha a conseguir.

Admito ser impossível ter consigo “uma discussão intelectualmente honesta”. Para tal seria preciso haver em si, em simultâneo, intelecto e honestidade. Ao ler este seu texto fico na certeza de não haver o primeiro e com sérias dúvidas sobre se haverá a segunda.

Quanto ao resto do seu texto, o anarca terá que reconhecer que Joseph Goebbels não diria melhor. Só não cito esse eminente exterminador dos “Intelectuais da Treta”, porque não quero que me veja mais a citar clássicos. E ainda menos em alemão ... que vai ser a primeira língua cujo esquecimento vou praticar.

E não precisa de sacar da pistola quando ouve falar de cultura, porquanto sabe, de fonte segura, que nós, os ”Intelectuais da Treta” nos vamos suicidar desesperados por você (o seu “mundo”) não nos compreender.

Publicado por: Joana às novembro 2, 2003 01:03 PM

22:36 26 Outubro 2003
Anarca 18:13 26 Outubro 2003
ainda sobre os intelectuais: embora concorde em algumas partes da treta que expôs,,, queria deixar-lhe um pequeno reparo: Não nos podemos alhear da cultura adquirida e citá-la não será certamente crime.
O errado estará naqueles que usam essa mais valia que apreenderam, como arma de arremesso sobre os outros, procurando denegri-los e com isso marginalizar as suas opiniões.

Publicado por: xatoo às novembro 2, 2003 01:05 PM

01:21 27 Outubro 2003
Ó Zé Luis... homem, cuidado que ainda lhe estala o verniz... isso diz-se? se não fossemos nós os que pensamos e lemos? Podia-lhe responder que se não fossemos nós, os que imaginamos e fazemos (e regra geral estamo-nos marinbando para conceitos bafientos com 3 séculos) voce ainda escrevia numa IBM ou Olivetti...

Você sabe o que provoca esse tal "ódio aos intelectuais"? são frases dessas, dos que se fecham na torre da marfim da sua vasta cultura, nós os que pensamos e lemos, e de dentro dela não conseguem perceber o que se passa no mundo comezinho e vulgar do povo... essa massa anónima cuja sabedoria empirica, apreendida ao longo de séculos vale tanto como os pensadores clássicos que tantos gostam de endeusar.

Publicado por: Emrys às novembro 2, 2003 01:06 PM

08:49 27 Outubro 2003
ZE LUIZ & Co
A minha definição de intelectual da treta é outra.
Intelectuais da treta são aqueles doutores aridos como um deserto que povoam as nossas universidades e que são capazes de escrever livros e livros sem uma ideia própria, recheados do pricípio ao fim de citações de outros autores.
Quando dão aulas não admitem ideias próprias dos alunos e nos testes exigem a repetição ipsis verbis do que escreveram nos "seus" livros.
As vitimas deles são para lamentar, não são intelectuais da treta mas poderão tornar-se um dia.

Publicado por: binmarder às novembro 2, 2003 01:07 PM

09:25 27 Outubro 2003
Caro Zé Luiz 20:31 26 Outubro 2003
Lamento desapontá-lo, mas não é por falta de leitura que eu "podia ainda andar andar descalço, com os pés no estrume, a tremer de medo do senhor feudal".
Para sua informação, tenho duas Licenciaturas (Psicologia e Gestão) e dois Masters...
No entanto sempre lhe posso dizer, que os dois primeiros anos que frequentei Sociologia - antes de desistir - foram o maior desperdício da minha vida...
Como vê, se alguém pode falar de Intelectualidade, eu estou nesse grupo...

Publicado por: Anarca às novembro 2, 2003 01:09 PM

09:41 27 Outubro 2003
Cara Joana 22:32 26 Outubro 2003
Nunca pensou em abandonar - só por instantes - esse seu Ego anormal e pensar porque é tão odiada?...
Fui ao seu blog, e fiquei espantado com os inimigos que tem...
Se podemos avaliar o poder de uma pessoa pelos inimigos, no seu caso só pode ser um clone de Bush...
Francamente lhe digo que modifiquei a minha opinião sobre a sua pessoa, quando constatei o ódio que desperta...
A culpa não pode ser só dos outros...

Publicado por: Anarca às novembro 2, 2003 01:09 PM

09:46 27 Outubro 2003

Caro Emrys:
Como você me merece a cortesia duma resposta, aqui vai ela:

Também eu lhe poderia dizer: se não fossem os que imaginam e fazem mas se marimbam para "conceitos bafientos com 3 séculos", o mundo não estaria numa corrida suicida em direcção a uma barbárie tecnológica - em que se usa a televisão, essa maravilha do "imaginar e fazer", para estupidificar as pessoas com Big Brothers, e a Internet, essa outra maravilha, para promover a pornografia infantil e para vender "snuff movies"...

O que provoca o ódio aos intelectuais é eles estarem sempre a dizer que a História não parou - quando os que "imaginam e fazem" gostariam de ver na sua última invenção o fim da História.

Os que pensam e lêem têm a noção do passado, e por isso mesmo têm a noção do futuro. Conversam com Montaigne como conversam com a senhora da tabacaria. Os que imaginam e fazem pensam que só o presente existe, mas os que pensam e lêem sabem que o presente não é mais do que uma fronteira virtual entre as duas únicas realidades.

Torres de marfim há muitas, e nos tempos que correm as mais isoladas da realidade não são as dos intelectuais nem as dos académicos. E se, de dentro das suas, os intelectuais não conseguem perceber o que se passa no mundo comezinho e vulgar do povo (em todo o caso costumam consegui-lo melhor do que certos "fazedores"), ao menos não confundem o povo com as massas, e não destroem nem degradam a sua "sabedoria empírica apreendida ao longo de séculos".

Esta destruição e esta degradação ficaram a cargo de quem vive nas torres de marfim dos "fazedores".

Publicado por: Zé Luiz às novembro 2, 2003 01:11 PM

09:51 27 Outubro 2003
ANARCA
Este ainda é mais burro do que eu pensava.
A Joana tem inimigos por culpa dos outros;
A inteligência provoca inveja ao ANARCA.
Os esquerdóides são todos os mesmos.Querem nivelar tudo pela mediocridade.Por baixo,como eles.
Viva a Igualdade!
Desgraçados!

Publicado por: SINISTRADO às novembro 2, 2003 01:13 PM

10:19 27 Outubro 2003
"Intelectuais" e "fazedores"
Os intelectuais podem, em certos períodos históricos, ter desprezado o "povo", mas nunca o tentaram destruír.

Essa tentativa ficou para os "fazedores", que matam o povo para a partir do cadáver fabricarem as massas.

Bom, por agora despeço-me. Vou tomar mais um café e depois trabalhar. É o meu dia livre, mas ainda tenho muito que fazer até ao fecho dos correios.

Até logo.

Publicado por: Zé Luiz às novembro 2, 2003 01:14 PM

10:57 27 Outubro 2003
Gostei desse conceito de Fazedores/Pensadores, faz-me lembrar o binomio Shaper/Mechanist de Bruce Sterling... eu, que me considero um fazedor, mas descanse que sou um fazedor que é igualmente um ávido leitor, que nas suas modestas prateleiras tem o Mein Kampf e o Capital lado a lado (ficam muito bem assim), Goethe e Maquievel, a obrigatória biblia de Bjarne Stroustrup, a Cidade de Deus e Utopia (herança paterna de um homem que me pôs a ler Balzac com 10 anos)

Regra geral os Fazedores não tem, nem querem ter ideologias, vivem no presente com os olhos sempre postos no futuro e apenas querem fazer coisas uteis, coisas que possam melhorar e alargar a humanidade (no fundo somos mais utópicos do que aquilo que pensam de nós).
Os Fazedores deram-lhe a edição de video digital, acredite que foram os Pensadores, muitos deles filhos dilectos do Maio de 68, que inventaram o Big Brother.
Pornografia e snuff movies? Bertolluci, tão querido em certas camadas, consegue ser muito pior do que aquilo que se encontra em certos sites de cariz sexual, o KamaSutra detalha o acto sexual, os mosaicos de pompeia mostram sexo explicito, Platão fala-nos do Belo, e nas entrelinhas lá está a proverbial penetração de jovens efebos. Não se pode livrar da pornografia porque faz parte do intimo do ser humano, o vouyerismo está em todos nós e só não se manifesta mais por causa dos seculos de repressão religiosa.

Existem fazedores em torres de marfim é certo, tal como muitos pensadores, mas a maioria, que até pode conhecer os pensamentos de outrora, não lhes dá muito crédito porque sabe que o futuro será sempre diferente do que se pensa que irá ser e como tal sabemos que nunca podemos cristalizar em ideologias e conceitos...
e tal como o meu caro Zé Luis, vou-me dedicar a algo produtivo, porque os processos em background do windows por vezes parecem ter vida própria...

Publicado por: Emrys às novembro 2, 2003 01:16 PM

12:48 27 Outubro 2003

á atenção dosFazedores da “treta” e dos “intelectuais” pensadores

Num belo dia de sol, andava o louco Diógenes passeando pelo mercado, enquanto por baixo da sotaina ia furiosamente tocando uma bela pívea,,, enquanto sussurava entre dentes “ áh!,, se ao menos eu pudesse também matar a fome desta maneira,,,esfregando a barriga,,,”
meus “caros” – é a Economia, estúpidos!
Houve por aí um energúmeno até se deleitou em comparar “O Capital” com o Mein/Kamp#%&!,,, já agora podia ter explicado aí qual é a teoria económica fundamentada, existente no livro de Hitler,,,

Publicado por: xatoo às novembro 2, 2003 02:00 PM

13:25 27 Outubro 2003
A unica comparação que posso fazer entre os dois livros é que das páginas de ambos acabaram por sair milhões de mortos. Esse é um facto mais que suficiente para os abominar aos dois. Teoria económica de Marx? e a prática economica implementada pelo "Marxismo"? Funcionou, funciona, é viável?
Mas gostei do energumeno, porque sendo alergico ao politicamente correcto admiro quem sabe dizer "sua besta" em vez de "o meu caro vai-me desculpar, mas.."
Bem haja xatoo!!

Publicado por: Emrys às novembro 2, 2003 02:01 PM

14:13 27 Outubro 2003
Emrys 13:25 27 Outubro 2003
Sim, tá bem, somos os dois gajos porreiros,,,
mas Vc continuou sem explicar qual é a teoria económica fundamentada, existente no livro de Hitler,,,
essa é que é a questão,,,e não escamotear a gigantesca fraude que é fazer a comparação que vc faz,,,
alem que a discussão de como prosseguir a conciliação entre marxismo e liberdade é uma questão que está em aberto,,,
talvez, hoje, mais do que nunca, depois da falência do sistema de capitalismo de Estado existente na ex-Urss

Publicado por: xatoo às novembro 2, 2003 02:03 PM

15:04 27 Outubro 2003
ó xatoo xatinho... eu, individuo, não pretendo explicar nada, até porque sou razoavelmente leigo em economia. Apenas disse que, no meu entender de individuo pensante que perdeu tempo a ler ambos os volumes resolvi colocar os dois lado a lado na prateleira, porque no meu entender ficam bem assim. Nao posso? É o meu gosto pessoal, a minha maneira de ver as coisas e não pretendo que ninguem me sigue ou concorde, assim como não sou obrigado a concordar com os canones estabelecidos.

Sabe tão bem como eu que o Mein Kampf não tem nenhuma teoria economica digna do nome, sendo apenas um instrumento de propaganda, destinado a lançar gasolina no fogo que se ia ateando na alemanha. Quanto a Marx é, no meu entender, fruta da época, não faz muito sentido neste seculo, menos ainda fará no próximo, mas acredito que a sociedade sem classes (ou algo parecido, porque a igualização é sempre prejudicial) só será possivel pela massificação da tecnologia, e a cada decada que passa caminhamos nesse sentido, embora talvez tenhamos de esperar mais uns seculos.
E ja que estamos aqui... no seu entender qual a teoria economica fundamentada, viavel, funcional e comprovada no Capital? Ou não será que o marxismo, ou a sua implementação, é igualmente uma fraude, e como todas as fraudes faliu por não ter um "substrato" que a sustentasse?
[isto vai dar sangue...]

Publicado por: Emrys às novembro 2, 2003 02:04 PM

18:21 27 Outubro 2003
Emrys 15:04 27 Outubro 2003
-Desenrascou-se bem,,, mas por tabela levou nas orelhas com o post do "Caturo" que subscrevo.(isto é que é ser independente)
-Puxa, se vc sendo leigo em economia, se abalançou a ler "O Capital", foi obra!
-sobre sua pergunta
"será o marxismo viável?"
esta pseudo questão traz em si mesma uma afirmação negativa, ou talvez melhor, uma negação afirmativa, implicita da sua parte:
,,,viável será esta construção de McSociety dita democrática, mas caótica (para não lhe chamar outra coisa pior)que precisa de impôr a (des)Ordem por meios violentos?
,,,será o neoliberalismo viável?
,,,Pode estar certo que não irá resultar em mais uns quantos milhões de mortos?
,,,Vcs pensam mesmo que apenas 1,2 mil milhões de previlegiados têm legitimidade para dirigir um processo controlado(sustentado) de desenvolvimento dos outros 4,8 mil milhões contra a vontade destes?
(sou todo ouvidos,,,leia-se olhos,,,)

Publicado por: xatoo às novembro 2, 2003 02:05 PM

18:34 27 Outubro 2003
Caros Emrys e xatoo:
Pelo menos outra diferença encontro eu entre "Mein Kampf" e "Das Kapital": os milhões de mortos imputáveis ao primeiro resultam directamente da intenção do seu autor, enquanto os imputáveis ao segundo resultam de interpretações posteriores.
Marx (declarou-o ele próprio) não era marxista, e que se saiba nunca dirigiu massacres; Hitler era hitleriano e dirigiu ele próprio a aplicação prática das doutrinas expostas no seu livro.
É uma diferença e pêras, não acham?

Publicado por: Zé Luiz às novembro 2, 2003 02:06 PM

18:44 27 Outubro 2003
Zé Luiz 18:34 27 Outubro 2003
Tinham os dois em comum a recusa da democracia e da herança humanista do Sec.XVIII (das luzes), a ideia de que a sociedade está acima do individuo.

Publicado por: binmarder às novembro 2, 2003 02:07 PM

19:49 27 Outubro 2003
binmarder 18:44 27 Outubro 2003 & Compª
Não é verdade que Marx (um dos discipulos de Hegel) alguma vez tenha rejeitado o seu passado cultural, pelo contrário, trouxe-nos o conhecimento para a compreensão da então emergente sociedade industrial.
Os aproveitamentos feitos da sua teoria são susceptiveis de diferentes e clubisticas interpretações, do foro pessoal de cada um.
Entretanto a sociedade evolui, a Industrialização atingiu o zénite possivel,(*) a robotização e a informática modificaram radicalmente as relações de Trabalho, relegando este para um gueto nas relações sociais
Aí estamos!,,, na presença da Sociedade dos Serviços para aqueles que se conseguem inserir nela,,, Tomemos uma determinada peça de fabrico de valor 10
É constituida por – Investimento (Capital)... 3
- Investigação ................... 2
- Desenho e planeamento . 1
- Produção (Trabalho) ...... 2
- Comercialização ............ 1
- Lucro ............................. 1
(não vale gozar com esta repartição, é meramente um exemplo)
Não se trata do marxismo ser viável, mas sim de como método de análise que é (sempre foi) encontrar quem (descomprometido do neoliberalismo) reescreva “o Capital” da nossa época.
Quanto á ideia de que o individuo se sobrepõe á sociedade, é um erro de Evolução, que os humanos vão pagar caro com o corpinho, é pena que Darwin por cá já não ande, porque já tinha escarrapachado isso na primeira página da “Nature”
Ps-Não vejo aqui onde possa entrar o hitler, a menos que seja um nome de código para bush
(*) possivel pq não há mercado para pagar mais produção(essa é a crise)

Publicado por: xatoo às novembro 2, 2003 02:09 PM

20:57 27 Outubro 2003
Anarca 09:41 27 Outubro 2003
No meu texto, Joana 22:32 26 Outubro 2003, escrevi:
Admito ser impossível ter consigo “uma discussão intelectualmente honesta”. Para tal seria preciso haver em si, em simultâneo, intelecto e honestidade. Ao ler este seu texto fico na certeza de não haver o primeiro e com sérias dúvidas sobre se haverá a segunda.
Após ler o seu texto em epígrafe emendo:
“É” impossível ter consigo “uma discussão intelectualmente honesta”. Para tal seria preciso haver em si, em simultâneo, intelecto e honestidade. Ao ler este seu texto fico na certeza de não haver nem o primeiro, "nem a segunda".

Publicado por: Joana às novembro 2, 2003 02:14 PM

21:45 27 Outubro 2003
Cara Joana 20:57 27 Outubro 2003
Fico esclarecido...
No entanto, na realidade é evidente para todos aqueles que não cultivam a subserviência que a cara Joana não passa de uma intelectual balofa e desonesta...
Viva na ilusão e continue a matar os mensageiros...

Publicado por: Anarca às novembro 2, 2003 02:15 PM

23:14 27 Outubro 2003
Cara Joana 20:57 27 Outubro 2003
Estaria realmente a ser intelectualmente desonesto se devido a estar a falar com uma senhora e por receio de lhe provocar alguma reacção histérica - que aliás já demonstrou ser atreita - não lhe dissesse o que efectivamente penso...
Não acredite nos elogios dos abutres que a rodeiam...
Se não cair na real, não só se habilita a ter desilusões, como pode acabar por ficar convencida do que lhe dizem, e acabar por cair no ridículo...
Um palmo de cara bonito e um corpo bem feito - nem sei se é o seu caso - não dá a ninguém o direito de manipular tudo e todos...
Também uma pessoa feia e gorda - nem sei se é o seu caso - não tem o direito de castigar todos pelas suas frustrações e desgostos...
Queria ser uma comentadora como o Marcelo Rebelo de Sousa?...
Gostava de ter o lugar do JAL?...
Queria ser homem?...
Queria ser feliz?...
Mas que culpa é que eu tenho que as suas fantasias não se realizem?...
Porque é que assume que o que eu escrevo é para si e responde sempre desabrida?...
Porque é que eu hei-de escrever a pensar em si?...
Não seja convencida...
Nem todos os homens são basbaques...

Publicado por: Anarca às novembro 2, 2003 02:16 PM

23:35 27 Outubro 2003
Para não continuar a falar sozinho ...
Você, que está a tentar ser o émulo do Goebbels no online, declarou que modificou a opinião que tinha sobre mim, depois de ler a imundície que um ou dois ordinários depositaram no meu “blog”

Portanto o Anarca, em travesti de Goebbels, teria uma outra opinião, porventura menos desfavorável, mas ficou vergado ao peso daquela argumentação de luxo (perdão ... de lixo).

Arremessar imundície aos seus adversários (nomeadamente quando são “Intelectuais da Treta”) foi sempre um dos argumentos de peso utilizados pelos sequazes de Goebbels.

E é um argumento muito convincente para quem comunga daquela mundividência. O Anarca, por exemplo.
P.S. – Você, ao reler o texto que acabou de debitar, acha que tem algum nível? Acha, em consciência, que alguém lhe atribui uma idade mental acima dos 10 anos? Não lhe parece que é uma conversa de arrumador de automóveis a quem acabaram de lhe negar um euro e que começa a remoer tudo o que lhe vem à cabeça?

Publicado por: Joana às novembro 2, 2003 02:18 PM

00:16 28 Outubro 2003
Cara Joana:
Ninguém está nos antípodas de ninguém, e eu certamente que não estou nos seus. A posição ideológica é apenas uma componente duma personalidade, e nem sequer especialmente importante - mas sobre isto eu e você estamos conversados há muito tempo e entendemo-nos bem.

O meu argumento quando falei de Hobbes e Locke - não isento, confesso, de trazer à discussão um traço de trivialidade e irrelevância que a apimentasse um pouco - era sobre os méritos literários relativos da "direita" e da "esquerda". Posso citar outros pares: Céline e Vailland, por exemplo.

Mas os exemplos não provam nada. O que eu queria mesmo era ter despertado os brios literários (já que os políticos andam com espertina que chegue) dos meus colegas na esquerda online, e suscitar a apresentação de exemplos que fossem no sentido contrário.
Não o consegui. Paciência.
PS: Anda por aí uma criatura a falar de honestidade intelectual quando seria incapaz de a reconhecer nem que lha apresentassem numa travessa com agriões à volta. Não a menospreze: trata-se de alguém que consegue a notável proeza topológica de estar nos antípodas de todos os lugares.

Publicado por: Zé Luiz às novembro 2, 2003 02:19 PM

07:29 28 Outubro 2003
Cara Joana 23:35 27 Outubro 2003
Como sempre, elegante no trato...
Continue...

Publicado por: Anarca às novembro 2, 2003 02:20 PM

09:49 28 Outubro 2003
Esquerda&Direita, ou a fábula do Caviar&da Moca
o filho do ministro fascista Baltazar Rebelo de Sousa,,yep, o Marcelo da TVI vem em entrevista ao DNA afirmar que a sua mãezinha era de "Esquerda" (pasme-se),,,
Como se vê a velha atracção da alcova do Bloco Central é desde á muito tida em conta,,,
ora, ora,,,
afinal no Centro é que se goza,,,
á atenção dos nóveis casais On-estético-literatos,,,

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2003 06:00 PM

11:47 28 Outubro 2003
Sr. Caturo
Da-me a sensacao que estou a cometer um erro dirigir-lhe comentario, vc. da-me a impressao ser um fanaticozinho, que ira deturpar ate o heliocentrismo para motivar os seus odios de estimacao. Como tal, pouca diferenca fara se lhe disser para ler novamente o cap.XI do manual, nomeadamente as partes onde sao descritas que utilidade tem as granadas ou como se podera "livrar-se" o planeta da praga semitica... Tambem pouca diferenca fara, dizer que entre o Mein Kampf e O Capital existe uma diferenca, que por si so, deveria ser suficiente para jamais se colocar os dois autores no mesmo patamar. Enquanto um faz a apologia da guerra entre homens, promove exterminio dos fracos pelos fortes o outro fale de guerra de condicoes humanas, mas nunca de exterminio fisico, apenas de estutos. Mas para si pouca diferenca fara, porque afinal tudo e preferivel a resolver-se em culpa propria, nao?

Publicado por: room 102 às novembro 9, 2003 06:00 PM

14:42 28 Outubro 2003

Room 102,
Pela sua própria verve de grande-amante-da-liberdade-embora-irritado-com-as-divergências-ideológicas, se percebe que afinal o fanático é você, até pelo modo como me insulta. E, com a saloice chico-espertista que é habitual numa certa esquerda pretensamente intelectual, quer a todo o custo pôr fora de discussão a ideia primária de que não se pode comparar o Mein Kampf com o Capital, nem que para isso tenha de ignorar a apologia ao conflito que o segundo faz, sim, ao conflito físico, não, não é meramente «ideológico», é físico. Porque se um faz apologia da guerra vital entre os homens, o outro faz a apologia da guerra entre as classes.
Portanto, room102, ainda não foi desta que conseguiu limpar a cara desse dogma cretino que quer à viva força impingir.

Publicado por: Caturo às novembro 9, 2003 06:00 PM

16:00 28 Outubro 2003

caro room, no famoso cap X1 "Volk und Rasse" não encontrei nada sobre o uso das granadas para a resolução instantanea dos problemas... quanto ao genocidio, ou mais eufemisticamente a solução final, essa está espalhada por todo o livro. Infelizmente o gosto pelas soluções finais é intrinseco a uma certa franja da humanidade, até cá, não há muito tempo, uma conhecida figura propunha uma mini-solução final, á portuguesa, com recurso ao Campo Pequeno, lembra-se?

Em resposta, atrasada, ao caturo, quando um conjunto de livros conhecido como Antigo Testamento, que se pode considerar a modos que a versão 1.0 de várias religiões retrata um Deus algo malevolo e intolerante, esse livro é de abominar, ou quando muito deve-se colocar-lhe uma etiqueta de "handle with care".

Um Deus que reduz a pó uma cidade por "divergencias ideologicas", ou pratica um acto de "terrorismo de estado" ao chacinar todos os primogenitos do egipto para bem da auto-determinação do povo de israel deve ser tomado com uma certa desconfiança. Mal por mal prefiro a mitologia nórdica, ao menos em Asgaard a "porrada" era certa e dada com brio e denodo.

Publicado por: Emrys às novembro 9, 2003 06:00 PM

16:28 28 Outubro 2003

Sr. Emry corrija a citacao porque nao e correcta "...uma granada sera sempre mais eficaz contra um ninhos de viboras..." mas mesmo citando incorrectamente, existe sem duvida nenhuma, alusao a granadas como uma boa forma de erradicar a patologia semitica . Talvez seja de sugerir uma nova leitura...

Publicado por: room 102 às novembro 9, 2003 06:00 PM

18:00 28 Outubro 2003

realmente o Caturro faz o mesmo que hitler: - Repesca a noção de socialismo cientifico da obra de Marx e atribui á noção de "luta de classes", só defenida na obra Politica posterior de Marx,(não tendo portanto "o Capital" como ensaio de Ciência Social Económica que é, nada a ver)e atribui, dizia eu, no plano ideológico puramente teórico o epipeto de "apologia de guerra entre as classes",citando o Caturro, tal qual como hitler fez ao chamar ao Socialismo - nacional-socialismo e a apelar a resolver o assuntó, aí sim, á porrada!, na Prática,,,
Logo, a oposição entre "O Capital" e "Mein Kampf" será a diferença entre a Teoria e a Prática.
Logo, ao pretender impôr a comparação, o Caturro incorre na propaganda Prática do Fascismo!

Publicado por: xatooII às novembro 9, 2003 06:00 PM

18:13 28 Outubro 2003

Os truques dos meninos...
O miolo-chato julga que engana alguém com as suas manigâncias e jogos de palavras. Esquece que Marx afirma mesmo a existência de uma luta de classes, bem como a necessidade, final, de que as classes se ENFRENTEM, em confronto directo, para que uma sociedade sem classes se estabeleça, no seu «fim da História». Não interessa se quem o afirmou não especificou com que calibre de pistola é que se devia abater os maus da fita. O que conta é o princípio de apelar à prática, por meio da teoria.

Não foi Hitler que inventou esse conceito.
Assim, o miolo-chato, ao querer dar uma feição se calhar pacífica ao Marxismo, está a querer fazer o branqueamento dessa ideologia, tirá-la do caixote do lixo da História, ao mesmo tempo em que quer lá enfiar o Nacional-Socialismo. Ou seja, para ele, o mal absoluto é a doutrina do cabo de bigode e isso não pode ser discutido, ou então, acusa-se alguém de propaganda fascista e mai' nada!

Publicado por: Caturo às novembro 9, 2003 06:00 PM

18:23 28 Outubro 2003

Depois de parado so mesmo desistir
Pois e meu caro, perante um conjunto de frases que para la da mascara de racionalidade, para la da critica como propaganda de incitacao ao odio racial apresentam-se como todo um explanar de racicinio sociopata onde nos humanos, somos hierarquizados numa lista de espera para sermos promovidos a odios dos outros, ate que a especie humana impluda. Alegremente permanecerei pela estaca zero. Vista o traje de almirante, divague com a habilidade de possuir destinos dos homens elevados a condicao de particula biologica, recolha-se a capacidade de minimizar actos de genocidio, mas por favor tente ao menos ser coerente e permita-se nao utilizar os mesmos argumentos daqueles que tanto odeia...

Publicado por: room 102 às novembro 9, 2003 06:00 PM

18:37 28 Outubro 2003

Devido ao agravamento do seu estado, o room 102 demite-se
Pronto, desistiu, não sem antes largar umas quantas atoardas desconexas e de filosofia barata. Tem medo da racismo & xenofobia, ele, mas já se sente muito bem perante um mundo onde todos seriam obrigados a tratar-se como iguais, sem consideração pelos laços de Nação e de Família, e onde o indivíduo fosse concebido como uma unidade de trabalho, agrupado para o trabalho e para o lazer, de preferência sem sequer pensar num mundo além mundo, que é para não se distrair do trabalho em prol da comunidade, que seria uma massa anónima de criaturas algo menos que humanas, as quais, se entretanto começassem a ter problemas de funcionamento, iam passar uma temporada de valor medicinal nalgum bem apetrechado hospital psiquiátrico situado no meio da neve, enquanto alguns dos seus concidadãos mais teimosos e bem organizados, morriam como tordos, aos milhões se preciso fosse (ou não fosse Lenine o líder que declarou "Se, para fazermos vingar os nossos ideais, tivermos de executar oitenta por cento da nossa própria população, não hesitaremos») por ousarem discordar da ideologia que tinha construído tal paraíso na terra.

Publicado por: Caturo às novembro 9, 2003 06:00 PM

19:01 28 Outubro 2003

Esta deve ser erro no codigo de barras
Ja atras lhe referi que mais tarde ou mais cedo havera arrependimento de dialogos com carrascos, mas permita-me devolver-lhe o desafio ao qual vc. ignorou julgando-se por uma resposta que so num espelho opaco podera parecer atraente. Donde resolveu ser eu adepto de politicas Marxistas/Leninistas? Alias de-me uma silaba que indique onde ja lhe deixei qual a minha concepcao ideologica, nao so neste"dialogo", porque nao procurar pelo resto dos meus comentarios, podera ser que la no meio de tanta palha encontre as palavras certas para me "ofender", ou sera que prefere crer-me estupido, sera-lhe mais conveniente?

Publicado por: room 102 às novembro 9, 2003 06:00 PM

20:01 28 Outubro 2003

xatooII 18:00 28 Outubro 2003
O fascismo tem origem na esquerda.
Um dos actos que originaram o fascismo nas suas várias vertentes foi a tentativa de vários marxistas de revisão do marxismo (um dos pontos mais susceptivel de ser trabalhado era a teoria do valor).
Um dos expoentes máximos foi George Sorel com o "reflexões sobre a violência".
O partidos fascistas foram revolucionários no início.
Eles reivindicavam-se de nacional-socialistas. Nacionalistas e socialistas.
O fio condutor, o que nunca se perdeu foi o desprezo de ambos pelas teorias humanistas.

Publicado por: binmarder às novembro 9, 2003 06:00 PM

23:38 28 Outubro 2003
Joana
Minha Cara (hoje vou tratá-la bem)
(aliás, mesmo quando pensa que a trato mal, é apenas por querer o seu bem)
aceitei o convite para visitar o “semiramis” e creia-me,,, fiquei extasiado, tanto quanto a primeira vez que vi o “Metropolis” do Otto Dix,,, adoro frequentar Élites,,,
áh,,, claro,,, adoguei ver AdamSmith e Marx tudo metido na mesma celha,,, qualquer lavadeira de Caneças não faria melhor,,,
O socialismo utópico de Smith é que nos vai fazer “esquecer” Marx, e toda a sua contribuição posterior para o avanço da humanidade no conhecimento do Socialismo como Ciência Social,,, da divisão social do trabalho,,, e da distinção entre valor de uso e o valor de troca,,,
distinção, de que aliás a Sôtora anda um bocado esquecida, bem assim como os trafulhas liberais como Keynes e Friedman, que fizeram o mesmo que Vc,,, meteram tudo na mesma vasilha,,,

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2003 06:00 PM

00:36 29 Outubro 2003

valha-me deus (palavra de ateu)... depois de 300 e tal post's já alguem começou a perceber donde vem um certo "ódio" aos intelectuais, já aqui abordado anteriormente?
De um lado e de outro da barricada colocam-se as palas para reduzir a visão periférica, citam-se sempre os mesmos nomes, as mesmas teorias, e todos recusam fazer um simples exercicio de "what-if", e se marx estivesse errado e hitler certo, ou vice-versa, ou coisa nenhuma e os dois estão redondamente enganados?

Meus caros, a sociedade sem classes é uma bela utopia, e como tal irrealizavel. todos os paises de inspiração marxista criaram as suas classes, com fronteiras perfeitamente definidas nem que fosse á lei do cacete. As teorias são lindas, a implantação prática sempre foi um horror...

Verdade seja dita que nesse ponto os fascistas sempre foram um pouco mais honestos. "nós mandamos, voces obedecem. ponto final."
Do outro lado adoçaram um pouco a pilula, poder popular, igualdade entre os homens, etc... resultado final: "nós mandamos, voces obedecem. ponto final."

O resultado final, como se vê, é sempre triste. Todas as teorias politicas tem sempre o mesmo fim: garantir uma posição de poder e previlégio para uns quantos, e de preferencia poder perpetuar essa posição, á custa do sofrimento das massas, não raras vezes enganadas com a voz doce da mentira. É o que aconteceu no ultimo seculo com o fascismo, nacional-socialismo, marxismo-leninismo, estalinismo, maoismo e continuará a acontecer com outros 'ismos que o futuro nos reserve...

Publicado por: Emrys às novembro 9, 2003 06:00 PM

03:35 29 Outubro 2003

Confusões xataas
Quem lhe disse que me ofendi por me chamarem fascista?
O que eu disse foi que quem me acusou de fazer propaganda fascista - só porque eu recusei conceder uma vantagem à priori do comunismo, como isto está... - fê-lo de um modo depreciativo e ao mesmo tempo alarmado, como quem lança um alerta.

Quanto a fundamentar o porquê de a doutrina comunista estar no caixote do lixo da História, não preciso de me guiar pelo dicionário marxista para o dizer. Basta ver que uma ideologia ateia, materialista e igualitarista-universalista, estava fadada à tentativa da destruição da espiritualidade, bem como da massificação e quase sub-humanização e mecanização do homem.
Para além do mais, Marx nem quanto à economia do seu futuro acertou, e logo ele, que era economista... apostava no proletariado industrial, e, hoje, o que domina as sociedades mais desenvolvidas é precisamente o sector terciário.

Publicado por: Caturo às novembro 9, 2003 06:00 PM

09:09 29 Outubro 2003

xatoo 23:38 28 Outubro 2003
Como vê estou muito ligada ao que há de mais profundo na alma portuguesa ... a “lavadeira de Caneças”.

Quanto ao resto, se você tivesse espreitado para dentro da celha e lido Adam Smith, teria reparado na importância que ele dedicou à divisão social do trabalho. Quanto ao valor de uso e valor de troca é apenas uma metalinguagem marxista para designar categorias que já existiam na Economia Clássica e que continuaram a ser desenvolvidas posteriormente e que estão subjacentes aos actuais modelos económicos de teoria microeconómica.

Marx não teve a culpa daqueles conceitos terem cristalizado nos seus epígonos que os papagueiam sem se aperceberem que perderam completamente o valor operacional.

Devia ter espreitado mais atentamente para dentro da celha, xatoo!
E desculpe-me ser tão breve, mas tenho que ir trabalhar.

Publicado por: Joana às novembro 9, 2003 06:00 PM

13:29 29 Outubro 2003
Emrys 00:36 29 Outubro 2003
É sintomático que nos “Ismos” todos que mencionou não tenha referido o “neoLiberal-Ismo”, a designação para a situação actual.
Logo,,, Vc é que usa boné de pála “com reduzida visão periférica” e mais ainda, óculos escuros.
Acerca do seu “If”,,,
Se o sistema ganhador saido da WWII tivesse sido o Nazismo(ou nacionalSocialismo), o resultado prático na nossa vivencia contemporânea seria muito similar ao que temos.Teria prevalecido certamente uma maior autoridade na existência disciplinada de uma noção de Ordem mais bem defenida.
Ter-se-ia “eliminado” umas quantas minorias usurárias e parasitárias, etc,,,
,,,afinal é preciso cortar-se a relva, para ela ficar bonita,,,
Mas triunfou o Imperialismo judaico-liberal e se Vc tirar os óculos escuros vai ver que o resultado está á vista e é praticamente igual, acrescido de uma enorme e caótica desordem.

Ps-se quiser fundamentos, leia o Prado Coelho de hoje no Publico- “A construção do Caos” - http://jornal.publico.pt/2003/10/29/EspacoPublico/O02.html

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2003 06:00 PM

13:49 29 Outubro 2003
Caturo 03:35 29 Outubro 2003
É verdade que os Marxistas sempre pretenderam desmistificar a noção de “espiritualidade”, as crenças Religiosas são afinal uma arma utilizada pelo Poder para manter a exploração de vastos sectores conservando-os alienados na sua ignorância.
É verdade que o Sector Terciário domina a actual fase de desenvolvimento nas sociedades Ocidentais (20% do planeta) mas deveria ter acrescentado que o faz sob as ordens e aliado básicamente ao macro sector do Capital Financeiro.
Realmente o Trabalho produtivo de Marx, “foice”,,,como noção determinante da “vitória” da vanguarda do “proletariado”
mas repare-se,,,
como todos aqueles que no Terciário, embora não acrescentando nenhuma mais-valia ao que se produz,,, continuam a fazer gáudio de “andarem a trabalhar”,,,

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2003 06:00 PM

13:49 29 Outubro 2003
Caturo 03:35 29 Outubro 2003
É verdade que os Marxistas sempre pretenderam desmistificar a noção de “espiritualidade”, as crenças Religiosas são afinal uma arma utilizada pelo Poder para manter a exploração de vastos sectores conservando-os alienados na sua ignorância.
É verdade que o Sector Terciário domina a actual fase de desenvolvimento nas sociedades Ocidentais (20% do planeta) mas deveria ter acrescentado que o faz sob as ordens e aliado básicamente ao macro sector do Capital Financeiro.
Realmente o Trabalho produtivo de Marx, “foice”,,,como noção determinante da “vitória” da vanguarda do “proletariado”
mas repare-se,,,
como todos aqueles que no Terciário, embora não acrescentando nenhuma mais-valia ao que se produz,,, continuam a fazer gáudio de “andarem a trabalhar”,,,

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2003 06:00 PM

14:02 29 Outubro 2003
Joana 9:13 29 Outubro 2003
Sôtora
(se ao voltar do “trabalho” tiver a complacência de ler aí abaixo os meus posts pró Emrys e Caturo)
O uso moderno da teoria económica que os liberais fazem da americanização da economia clássica, que serviu de base á ascenção do Imperialismo, agora com designação actualizada para Globalização, canibalizou partes importantes da teoria marxista. Por outro lado ostracizou e denegriu os valores ideológicos que serviam de bandeira ás vanguardas intelectuais para as confundir e afastar desse mesmo Marxismo.
No entanto,,,
As únicas alternativas verdadeiramente em confronto,,,são apenas duas:
- O Neoliberalismo vigente,,, representado politicamente pela partidocracia do Bloco Central, Ps-Psd, republicanos&democratas, etc,,, todos eles constituindo a nova direita,,,
e
-As forças Progressistas,,, dividas e espartilhadas á (chamada) esquerda, incapacitadas temporáriamente de desenvolver uma análise dialéctica das teorias Marxistas aplicáveis ás modernas e actuais condições do desenvolvimento produtivo.

Sem dúvida, que a Sôtora está a ganhar, né?,,,tb para alguma coisa estudou, né?
Para ter o Capital que lhe permitiu abrir uma moderna lavandaria Blog-5-á-Sec em vez de continuar a lavar a roupa á mão,,,

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2003 06:00 PM

17:43 29 Outubro 2003
Na minha pobre e quantas vezes incompreendida profissão parte-se de analises e modelos para a implantação prática através da escrita de código, de modo que talvez seja possivel obter uma comparação com as teorias economicas e socias e a sua implantação prática em diversos paises ao longo da história.
Se o desenvolvimento falha, se torna complicado e nada exequivel sempre se pode imputar a culpa num qualquer programador (ou num qualquer governo que falhou na criação de uma nova sociedade); se falha com dois, com três, com uma equipe inteira então a culpa está no modelo, deve ser reformulado, aproveitando uma parte ou outra, ou em ultima analise rasgado e jogado no lixo.

O que podemos observar, numa apreciação crua, no ultimo seculo? Modelos conotados com a direita geraram sociedade totalitárias, provocaram perdas enormes de vidas humanas, criaram miséria para uma larga maioria e beneficiaram enormemente a minoria do poder. Modelos conotados com a esquerda idem, sem tirar nem pôr. O mais recente neoliberalismo, causa de odios viscerais para uns e paixões assolapadas por outras, esconde-se debaixo da capa da democracia, dando a ideia de salvaguarda das liberdades individuais, ao mesmo tempo que provoca a miséria da maioria.

Se estes modelos falharam ao não criar uma evolução global no bem estar da humanidade então estes modelos estão errados, é altura de enterrar os esqueletos do passado, afugentar os fantasmas, pegar numa folha em branco e algures, alguem, reformular os modelos, ou deitá-los no lixo e criar algo novo e mais eficaz.

Publicado por: Emrys às novembro 9, 2003 06:00 PM

18:28 29 Outubro 2003

Caro Emrys:
Todos os modelos estão certos - em maior ou menor grau, concedo - desde que os consideremos apenas como modelos.

Todos os modelos estão errados a partir do momento em que exigimos deles que sejam mais do que aquilo que são.

O erro não é dos modelos, é de quem os usa. Não podemos confundir o mapa com o território - ou, como disse Jorge Luis Borges, não há nada mais fútil do que um mapa à escala 1/1.

Mas isto são coisas que você, como engenheiro, sabe muito bem. Peço desculpa pela citação, inútil e impertinente, de mais um clássico bafiento.

Um abraço cordial.

Publicado por: Zé Luiz às novembro 9, 2003 06:01 PM

18:57 29 Outubro 2003

Pode-se considerar Habermas como discipulo da filosofia de Marx, conforme este já o tinha sido de Hegel, acrescentando á noção de “Trabalho” as noções adicionais de “Interacção” e de “Poder”, como sendo as restantes esferas de interesse social do Homem.
Habermas concorda com Marx em que “a ideologia das classes dominantes distorcem a realidade” e moldam uma falsa consciência nas pessoas, que tendem a aceitar os mecanismos de dominação.
Habermas considerou que a “Publicidade Burguesa” está na origem daquilo a que chamou a teoria “Normativa da Democracia”
que,,,
O Consenso Social deveria resultar da acção comunicativa,,, e põe o problema:
- a possibilidade da democratização dos processos de formação da Opinião Pública orientada para a Verdade, como forma de exercer uma vontade maioritária.
,,,no campo das relações de produção,
Marx persiste perfeitamente actual no método dialéctico de resolução das contradições da Sociedade através da divisão e compreensão das classes em luta.
Concorda com isto minha cara?

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2003 06:01 PM

18:59 29 Outubro 2003

Critérios e Descaramentos
«E verdade, inquisicoes, escravaturas, exploracao humana, campanhas de alienacao das massas atraves de campanhas de moral do terror, etc., etc.. Nada disso teria acontecido se o sr. Marx nao se lembrasse de filosofar,»

Bem, se vai pôr as coisas nesse pé, dou-lhe razão, em certa medida. De facto, as inquisições totalitárias comunistas, o KGB, os gulags, as matanças perpetradas por Mao Tse Tung, Ho Chi Min, Pol Pot, e tantos outros, a escravização de povos inteiros, com divisão das famílias ao nível da denúncia de irmão contra irmão (na Alemanha Oriental), bem como campanhas de alienacao das massas atraves de campanhas de moral do terror, etc., etc., não teriam acontecido.

Portanto, a Religião condena-se porque sim, o Comunismo, não se condena, porque, mesmo tendo sido terrorista à escala mundial, não deixa de ser um terrorismo de rosto humano, e tal.

Publicado por: Caturo às novembro 9, 2003 06:01 PM

19:17 29 Outubro 2003

caro Emrys 17:43 29 Outubro 2003
Ora vê como já foi capaz de ter um discurso mais racional e coerente?
agora volto eu ao principio,,,tudo isto começou pela comparação de Marx com Hitler,,,uma comparação ilegitima feita por um qualquer anti-comunista primário,,,
Não é possivel construir algo de novo rejeitando por completo a herança cultural do Socialismo,,,
agora quem quiser pegar na bandeira do fascismo,,,basta filiar-se no partido de Bush,,,

Publicado por: xatoo às novembro 9, 2003 06:01 PM

19:47 29 Outubro 2003

xatoo 14:02 29 Outubro 2003
Caro xatoo (surpreendido !?)

Sei que tem andado por aqui com o Marx à trela para o impedir de ser canibalizado pelo Keynes e Friedman e a lutar contra o "Imperialismo judaico-liberal" (esta treta do Imperialismo judaico-liberal não era um dos leit-motiv dos ideólogos nazis, Alfred Rosenberg, Goebbels, etc.?) e a pedir os meus "conselhos".

Sucede que eu hoje estou sem tempo, porque estou a verificar um novo software para impedir o vândalo do online ir lá massacrar-me.

Veja como mesmo os maiores vícios promovem os avanços tecnológicos! Instalou-se um software que analisa as palavras e se encontrar palavras que um grupo de investigadores recolheu no Intendente, junto de proxenetas seniores no acto de insultarem as mulheres, ele não afixa o comentário.

O sistema ficou um pouco lento, mas parece-me que afixa os comentários (menos vernaculares!).

Porque não experimenta ir lá afixar as coisas que pôs aqui e que queria que eu comentasse?

Se for aos arquivos do Semíramis encontra mais Marx (Janeiro), Habermas (Maio), etc.

Quando puder digo qualquer coisa. Prometo!

Publicado por: Joana às novembro 9, 2003 06:24 PM

20:24 29 Outubro 2003

Meu caro Xatoo
Uma das principais razoes da grande falha de qualquer concepcao marxista (apenas menciono Marx porque sei que vc. e grande adepto das teorias, porque poderia francamente mencionar qualquer alma pensante de registo dos ultimos 15 sec.) e nao ter entendido que o enaltecer do trabalhao e em si mesmo actividade de manutencao dos sistemas de controlo alienante porque em termos racionais nao ha justificao para cada individuo neste planeta ter que trabalhar os montantes ou as funcoes que sao exigidos tanto pelas teorias capitalistas como pelas teorias marxistas...

Publicado por: room 102 às novembro 9, 2003 06:24 PM

21:31 29 Outubro 2003

Emrys 17:43 29 Outubro 2003
Existem muitas direitas e muitas esquerdas.
O que as difencia é a sua posição relativamente à democracia.
Pol Pot era de esquerda, Olof Palme também.
Magaret Teacher era de direta, Pinochet também.
Poderia fornecer-lhe uma lista infindável de pares mas vou ficar-me por mais duas, chamberlain e Hitler eram de direita e Daladier e Estaline eram de esquerda. Julgue quem estava mais perto de quem.
A distinção esquerda/direita tem o valor que tiver mas a que conta é democrático/não democrático.

Publicado por: binmarder às novembro 9, 2003 06:24 PM

22:52 29 Outubro 2003

para o caso abordei a esquerda/direita nos seus extremos. Pol Pot e o paizinho dos povos de um lado, hitler e "il duce" do outro, como exemplos da esquerda/direita plena de brutalidade.
*Pessoalmente* não incluia o pinochet nisto, as ditaduras militares, puras e duras, tem um modus operandi próprio que nem sempre encaixa nas diversas definições.

E já repararam, caros parceiros de dedo no teclado, que estamos a chegar rápidamente ao valor inaudito de 400 post's? não tarda e o bom webmaster aqui do online vem reclamar sobre o espaço ocupado em disco... mais um exemplo das limitações fisicas a impor um travão ao desfiar das mais diversas tramas ideológicas :)

Publicado por: Emrys às novembro 9, 2003 06:24 PM

11:35 30 Outubro 2003

Hobbes e a esquerda
Escreve a minha cara Joana, no seu blog, que Hobbes era um defensor devotado dos Stuart e da sua monarquia reaccionária.

É verdade.

É verdade, também, que nem esse apoio nem essa devoção foram retribuídas na mesma proporção. Os Stuart sempre desconfiaram de Hobbes, e com razão: por um lado a sua teoria da legitimidade exclui a do "direito divino"; e por outro trata-se de um dos fundadores intelectuais, antes de Rousseau e de Locke, do Estado moderno e do individualismo burguês.

A bola de neve que pôs a rolar tinha no seu centro uma pedrinha autoritária e reaccionária, mas a avalanche que ajudou a provocar foi o fim do "ancien régime".

Por isso é que insisto tanto na vantagem que a esquerda teria em ler Hobes, agora que a direita deixou de o ler. Num momento em que os neo-conservadores e os neo-liberais nos propõem a destruição do Estado e da Sociedade (Thatcher disse que a Sociedade não existe, só existem as famílias e as empresas), faríamos bem em reflectir no passo mais famoso do "Leviathan":

"Whatsoever therefore is consequent to a time of Warre, where every man is Enemy to every man; the same is consequent to the time, wherein men live without other security, than what their own strength, and their own invention shall furnish them withall. In such condition, there is no place for Industry; because the fruit thereof is uncertain: and consequently no Culture of the Earth; no Navigation, nor use of the commodities that may be imported by Sea; no commodious Building; no Instruments of moving, and removing such things as require much force; no Knowledge of the face of the Earth; no account of Time; no Arts; no Letters; no Society; and which is worst of all, continuall feare, and danger of violent death; And the life of man, solitary, poore, nasty, brutish, and short."

(Thomas Hobbes, "Leviathan", Part I, cap.13).

Publicado por: Zé Luiz às novembro 9, 2003 06:24 PM

Cara Joana, pela sua citação "homo hominis lupus", presumo que leu "De Civitas", a versão de "Leviathan" que Hobbes reescreveu em Latim. Se assim é, recomendo-lhe a leitura da versão em Inglês, quando mais não seja por a linguagem utilizada ser tão saborosa como a de um Padre António Vieira.

Publicado por: Zé Luiz às novembro 9, 2003 06:24 PM

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