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outubro 04, 2003
Leni Riefenstahl uma homenagem
Leni Riefenstahl foi uma figura ímpar na história do cinema. Idolatrada em surdina por muitos, execrada por outros, Leni Riefenstahl foi uma mulher talentosa e uma grande personalidade artística.
Depois de diversos filmes utilizando como décor a montanha e a sua figura atlética e desportiva, e em que colaborou, entre outros, com Pabst, realizou o galardoado Das Blaue Licht antes de ser a intérprete do mito Nazi da renascença nacional, o culto da virilidade, saúde e pureza, realizando o documentário sobre o Congresso de Nuremberga - Triumph des Willens (1935), o maior filme de propaganda jamais realizado e que ganhou a medalha de ouro do Festival de Veneza e a medalha de ouro da Exposição Mundial de Paris (1937), entre outros prémios. O efeito destas imagens, combinando as paradas, as bandeiras, os efeitos de luzes e o dramatismo da música de Wagner, os poderosos acordes da abertura de Rienzi e de trechos dos Nibelungen, submergindo completamente o individual na massa imensa e informe dos participantes era poderosíssimo e ficou como paradigma do filme de propaganda. Passou há poucos anos na nossa cinemateca.
O filme seguinte foi Olympia, sobre os Jogos Olímpicos de 1936, também largamente premiado internacionalmente, que se manteve, durante décadas como referência indispensável sobre o que é um documentário desportivo. Vi, há menos de um ano, um longo documentário sobre este filme e é espantoso como, há 67 anos, com os meios técnicos de então, foi possível fazer aquele filme.
Era uma mulher com personalidade. E pessoas com personalidade não tinham lugar durável no regime nazi. Goebbels, elogiando-a nos discursos públicos, odiava-a. Leni afastou-se, ou foi afastada.
A seguir à guerra, enquanto gente que se tinha mantido fiel até ao fim ao regime era recuperada, Leni manteve-se igual a si própria. Não entrou em desculpabilizações nem em actos de contrição. Quem quisesse aceitá-la como ela era, que o fizesse. Foi a primeira vítima da Berufsverbot e o seu nome tornou-se maldito. Os americanos deixaram-na em paz, mas os franceses prenderam-na. Não lhe perdoaram o terem-lhe outorgado a medalha de ouro da Exposição Mundial de Paris. Ao punirem-na, julgaram redimir-se pela sua atitude capitulacionista nas vésperas da guerra.
Já na década de 60 decidiu encetar uma carreira como fotógrafa e foi para o sul do Sudão. Os seus livros Die Nuba e Die Nuba von Kau mostram que continuava o seu interesse pela beleza e força física, pelo erotismo da forma. Continuou a sua actividade e ainda há 3 ou 4 anos, perto dos 100, fazia fotografia submarina.
Era demasiado grande para continuar apenas maldita. Se o seu nome continuava maldito, nomeadamente na Alemanha, para a consciência culposa de muitos, os prémios internacionais começaram a chover.
E ela manteve-se igual até à morte. Hoje.
9 de Setembro de 2003
Publicado por Joana às outubro 4, 2003 12:19 AM
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Comentários
Claro que a Joana havia de elogiar uma nazi.
Uma nazi inteligente, mas uma nazi
Publicado por: Admirador Condicional às outubro 18, 2003 04:11 PM
Riefenstahl nunca esteve inscrita no partido nazi. O único sítio onde esteve inscrita foi no Green Peace.
Publicado por: Um amigo às outubro 18, 2003 04:20 PM
Isso não invalida que tenha mostrado na época simpatia por Hitler e o regime nazi
Publicado por: Um amigo às outubro 18, 2003 04:21 PM
Grande Leni!Provavelmente sabia que só os que estão na frente,levam pontapés no trazeiro,dos invejosos que vem muito atrás!Na época de Hitler,é como hoje a torcida do Flamengo,a maior do mundo;uma metade torcia a favor,a outra contra. Gert janeiro 23,11;00 p.m.
Publicado por: gert ferdinand folz às janeiro 24, 2004 12:59 AM
Grande Leni!Provavelmente sabia que só os que estão na frente,levam pontapés no trazeiro,dos invejosos que vem muito atrás!Na época de Hitler,é como hoje a torcida do Flamengo,a maior do mundo;uma metade torcia a favor,a outra contra. Gert janeiro 23,11;00 p.m.
Publicado por: gert ferdinand folz às janeiro 24, 2004 01:00 AM