novembro 16, 2004

Congressos e Coligações

As duas últimas eleições vieram mostrar algo que se sabia há muito. Eleitoralmente o PSD e o PP valem mais sozinhos que em coligação. O discurso do PP e, principalmente, a imagem que toda a comunicação social transmite dele, afugentam o eleitorado do centro e centro-esquerda. Em contrapartida, parte da direita não se revê na política centrista do governo de coligação.

A coligação foi inicialmente considerada um mal necessário, pois a situação do país não permitia um governo minoritário, flutuando ao sabor dos caprichos parlamentares. Era óbvio que Paulo Portas não poderia ser deixado fora do governo, pois fora dele seria incontrolável. Durão Barrosos apesar de nunca ter concordado com uma coligação com o PP, foi forçado a aceitá-la como um mal menor. Todavia, e contrariamente a muitas profecias, Portas e os ministros PP foram sempre de uma lealdade exemplar para com os interesses da coligação.

E o que aconteceu durante o governo de Durão Barroso, continuou durante o governo de Santana Lopes.

No congresso de Barcelos foi nítida a rejeição de uma parcela significativa dos congressistas, senão da maioria, de uma coligação eleitoral com o PP. Aliás, já no rescaldo das eleições europeias, em face dos maus resultados, vozes dentro do PSD tinham questionado o interesse de uma coligação eleitoral. O problema da Ciência Política é que não se podem repetir experiências utilizando outros ingredientes. Nunca se saberá quais seriam os resultados se os dois partidos tivessem concorrido separados naquela altura.

O comportamento de muitos congressistas do PSD teria indignado dirigentes do PP e só a necessidade de se manterem coligados, face à alternativa certa de dissolução da AR e de novas eleições, manteve a coligação governativa, segundo os órgãos de comunicação. Mas este desfecho seria sempre incontornável. Só suicidas maníacos tomariam decisões de rotura numa altura destas. Uma coisa são declarações de militantes isolados, ou aplausos de uma plateia indiferenciada, outra são decisões das chefias partidárias, de quem se espera mais continência.

Aliás, o resultado da votação foi concludente. Os congressistas do PSD deram carta branca a Santana Lopes, pois a alternativa era o fim do governo e a derrota eleitoral. Mas essa é a lógica dos congressos: os militantes do PS deram a vitória esmagadora a Sócrates, não porque lhe votem uma admiração especial, mas porque julgam que com ele regressarão ao poder.

A não existência, actualmente, de sinergias eleitorais numa coligação PSD-PP, e serem os congressistas do PSD os mais recalcitrantes em aceitá-la, é natural que indisponha os dirigentes e militantes de topo do PP. Afinal, os ministros mais polémicos, que mais problemas causaram à coligação e que pior desempenho tiveram foram, justamente, gente oriunda do PSD. Mas a política não tem moral, o PP é o parceiro menor de um governo que não soube gerir adequadamente a difícil situação em que o país estava, e de outro governo que vai pelo mesmo caminho, e a penalização que o eleitorado irá infligir, se tudo continuar como até aqui, recairá sobre ambos. E talvez com mais gravidade sobre o próprio PP.

As declarações de muitos dos congressistas do PSD e as afirmações de hoje, produzidas por Narana Coissoró, indiciam que, a menos que o governo inverta a situação, consiga um bom desempenho no próximo ano e melhore substancialmente o clima económico do país, assistiremos a um progressivo distanciamento entre o PSD e o PP à medida que se aproximarem as eleições e, eventualmente, se a situação se tornar grave e quando já não houver o risco da dissolução da AR, à rotura da própria coligação, à formação de um governo PSD de recurso, em minoria, e ao PP começar a campanha eleitoral, muito antes da abertura oficial desta, atacando o governo de que entretanto saiu.

A coligação tem tido uma enorme coragem em pôr na agenda política reformas de que o país necessitava há muito. Todavia são reformas que, por muito adiadas, irão conduzir a um terramoto social e político, a menos que haja muita argúcia na sua concepção, que me parece que escasseou, e muita determinação na sua aplicação, que eu não entrevejo.

Uma política difícil, de austeridade e de rigor, não se faz aos ziguezagues. Tal política, se for conduzida sem tibiezas, por muito que bula com interesses e hábitos instalados, acaba por resultar e ser compreendida pela população. Fazê-la, ou julgar-se que a faz, aos ziguezagues, não conduz a bons resultados e desacredita as reformas e o governo perante a população.

Publicado por Joana em novembro 16, 2004 11:43 PM | TrackBack
Comentários

Voz do povo, voz de Deus.
Pertenço á massa anónima e porventura amorfa do centrão e que vai votando.

Certo, mas mesmo certo é que se o PSD fizer qualquer acordo ou coligação pré-eleitoral, ao meu voto podem dizer adeus.

Afixado por: carlos alberto em novembro 17, 2004 09:03 AM

Pois é, não há Objectivo, não há Plano, não há Projecto, não há Programa.
Não há Rumo, não há Destino.
Portugal, para onde vai?
Não se sabe, anda à deriva, ao Deus dará.
Governa-se à toa, com "ideias" repentistas.
Reactivamente, apenas.
É este o nosso triste Fado.
Portugal não tem Futuro porque não tem Presente.

Afixado por: Senaqueribe em novembro 17, 2004 10:00 AM

As tímidas e "ziguezagueantes" reformas do governo. É indesmentível que esta coligação as tem lançado, como é certo que têm tido uma oposição brutal da oposição e de parte significativa da sociedade, da instalada burocarcia estatal e até do PR.

A minha pergunta é simples. Há alguma forma de as levar para a frente de forma decidida e convicta sem isso conduzir a uma revolta popular e intelectual? Porque são reformas que custam e não apresentam resultados visíveis no curto prazo. Isso só seria possível com um concenso entre PSD, PS (PP?) e PR. Mas tirando na questão europeia, não vejo um concenso possível, tirando em questões menores. Ou de outra forma, é possível impedir que Portugal se afunde antes do resto da Europa?

Afixado por: Mario em novembro 17, 2004 10:15 AM

Barril de Brent..... 41,7 dólares (a descer)
Euro................ 1.303 dólares (a subir)

Tomem nota e não se esqueçam de que a tal «firma que lidera o mercado» e fixa os preços, de que falava Joana há dias, é a Galp e é controlada pelo governo.
A tal «firma» onde mexia o ministro que quer moralizar o uso das autoestradas.
Resta-nos esperar que o ministro da tutela também queira moralizar os mecanismos de obtenção de lucros da Galp.

Afixado por: (M)arca Amarela em novembro 17, 2004 10:23 AM

Mario em novembro 17, 2004 10:15 AM:
Completamente de acordo

Afixado por: J Correia em novembro 17, 2004 01:52 PM

Mario: parte dessa oposição deve-se a precipitação e falta de rigor das leis que o governo propões

Afixado por: Nemo em novembro 17, 2004 02:36 PM

Nemo em novembro 17, 2004 02:36 PM

Não duvido que muitas propostas possam ter falta de rigor e possam ser precipitadas. Mas não é propriamente nisso que pensei.

Escrevi pensando que basta que sejam apenas sugeridas mudanças em alguma coisa que logo se manifesta a oposição, sindicatos, ecologistas, associações de pais e tudo o mais contra, anunciando as mais profundas desgraças. O que acho que perigoso é este vício tão nosso de sermos do contra.

Em relações a faltas de rigor e precipitação sempre se pode sugerir melhorias e pedir calma. Mas não é isso que acontece, quem está contra muitas vezes apresenta propostas de alteração completamente inaceitáveis e que sabem que irão ser recusadas, o que até lhes serve para vitimização. Mas também quem está no governo terá tendência de nem olhar para alternativas da oposição.

Mas isto é um mal geral. Eu bem sei que PSD e PP na oposição também foram irresposnsáveis. Mas quanto mais resposnsável é uma oposição mais ela é acusada de ser fraca...

Afixado por: Nemo em novembro 17, 2004 03:06 PM

O último comentário foi afixado por "Mário" e não por "Nemo"

Afixado por: Mário em novembro 17, 2004 03:10 PM

Engraçado..., como o sr. Mário sugere que sejamos pacientes, aceitando com muita (é preciso ter muita) bonomia as asneiradas deste e outros governos do "CONTRA".
Eles, sim, têm sido do "CONTRArio" à criação de riqueza nacional (esbanjando, "a torto e a direito"), CONTRA a felicidade/bem estar do povo (desbaratando, directa e indirectamente, postos de trabalho), sempre CONTRA aquilo que prometeram ao "Pé Rapado" (leia-se, povo trabalhador) e, desde há muito tempo, não é só de agora...
Quando nos disseram, que era na Europa que estava o futuro de TODOS os portugueses... Brincadeiras de mau gosto! Que se note... só para alguns (não sujarei este post nomeando-os)crápulas.
O sr. Mário estará já "acomodado"..., talvez, daí o tempo, paciência e fortuna, para aceitar os contínuos desmandos com que somos todos os dias "brindados"... Sortudo!

Afixado por: Descalço em novembro 17, 2004 04:13 PM

Descalço em novembro 17, 2004 04:13 PM

Não percebo eu como pode você ler de forma tão enviesada o que escrevi. Não lhe vou fazer o favor de ser seu inimigo.

Afixado por: Mário em novembro 17, 2004 04:25 PM

Mario em novembro 17, 2004 10:15 AM
.
Mas quais reformas, sr. Mário?
Aonde é que elas estão previstas, enumeradas, descritas, planeadas, programadas?
Ou serão só fantasias matinais, após uma noite mal dormida?

Afixado por: Senaqueribe em novembro 17, 2004 04:34 PM

"As tímidas e "ziguezagueantes" reformas do governo"

Onde? não vi nada...

O que é que mudou na educação para acabar con aquele monstro estatal?

Saúde? Como estão as dívidas? e a qualidade?

Onde está o controle nas despesas? Vejo Camâras Municipais a plantarem fontes por todo o País, Organismos de "regulação" e "comissões" a serem criados apesar de já termos gordos ministérios...

Estatista e Socialista é este governo...

Afixado por: lucklucky em novembro 17, 2004 04:36 PM

Peço desculpa pelo meu "enviesado" entendimento da sua paciente e crédula (escrita) posição...
Claro que nunca seremos inimigos, ambos estamos muito preocupados, porventura por diferentes razões, com a situação dos nossos (amigos) concidadãos...
Quanto às "reformas"..., (perdoe lá este "pé descalço" cuja obtusidade é, por demais, latente...) não se estará a referir, por acaso, à do sr. Amaral (o tal dos 3600 cts/mês), às reformas dos srs. deputados (com tão pouquinho tempo de "emprego"), a todas as “escandalosas reformas” que se conhecem e aquelas que por vergonha e sentimento de culpa (dos próprios) não foram (nem nunca serão) publicitadas..., aos "empregos" públicos (quais reformas antecipadas) dos Guterres às Cardonas deste nosso belo e "exemplar" jardim... É... e tudo isto, quando tanto se fala em falência do "sistema social"... Quando pessoas (seres humanos), trabalharam anos a fio e quase nada lhes é "devolvido". É verdade. Devolvido é o termo! Não se trata de qualquer esmola. Compete ao Estado saber rentabilizar esses descontos de modo a criar riqueza. Isto é viável noutros pontos deste nosso e mesmo globo... Claro, estamos falando de "jardins" diferentes e com "outras" flores.
Passe bem.

Afixado por: Descalço em novembro 17, 2004 05:03 PM

De facto, falar de "reformas" é arrogante, porque o que para uns são reformas que visam melhorias, para outros são atentados aos direitos, o fim do mundo e tudo mais.

lucklucky em novembro 17, 2004 04:36 PM

«Estatista e Socialista é este governo...»

Concordo totalmente, mas acho que é menos que anteiror governo PS (refiro-me ao executivo Barroso e não PSL, que ainda estou para ver). O meu ponto é esse, de que esta coligação não fez praticamente mudanças algumas e mesmo assim causou uma onda de repúdio enorme: greves gerais, rejeições de propostas pelo PR, manifestações, marchas de protesto, mil e um artigos de opinião contra, a elite bem pensante alarmada com o ataque ao estado social, foram chamados de fascistas, criminosos, autarcas de todos os quadrantes pressionam de forma sincrona, etc.

É-me difícil imaginar quais seriam as reacções se fossem tomadas medidas a sério.

Afixado por: Mário em novembro 17, 2004 05:28 PM

Descalço em novembro 17, 2004 05:03 PM

Lança uma série de "factos" ou "argumentos" que na, minha forma de pensar, baralham tudo e não esclarecem nada.

Não pode querer dar competências enormes ao estado e depois queixar-se dos seu efeitos perversos. Se quer um carro grande porque é mais vistoso e pode levar muita coisa, não se quexe que não sabia que era mais difícil de estacionar em lugares apertados.

Afixado por: Mário em novembro 17, 2004 05:35 PM

A reforma do Mira Amaral é um assunto interno da CGD e do sector bancário. Legalmente ele tinha direito a ela. O mais curioso é que as disposições internas da CGD que permitiram essa reforma foram criadas durante a tutela do PS. Enquanto foram boys do PS a recebê-la, ninguém protestou.
Eu não concordo com reformas tão chorudas. O que não sou é hipócrita.

Afixado por: fbmatos em novembro 17, 2004 05:39 PM

Ouço agora na rádio que Jerónimo de Sousa será, provavelmente, o próximo lider do PCP. Estão abertas novas esperanças para profundas e arrojadas reformas...

Afixado por: Mario em novembro 17, 2004 06:03 PM

Caro Mário, agora o sr. deixou-me completamente "baralhado". Afinal, você conseguiu, com essa treta do "carro grande" e "dificuldades de estacionamento", confundir este meu pequeníssimo "reduto" de QI...
Bem, como já lhe expliquei sobre a minha "lentidão de entendimento" e, também, porque "descalço e sem carro", não tenho experiência prática (nem teórica) dessas complicadas "tretas automobilísticas" que me está tentando "passar"... É que, devido à minha posição social (e não erudita), ando sempre a pé (e descalço)..., para sua informação, descalço de qualquer "cor politiqueira". Reajo à injustiça e, só por isso. Para mim, todos "eles" são da mesma cepa!
Fala, a seguir, num tal Jerónimo... não me diz nada! Como nada me dizem os outros. Se vamos falar do Gerônimo, o pele-vermelha (aquele índio americano...), conhece...!? Com esse... sim! Acho que tenho muitas afinidades.
De carros, não percebo nada. Obrigado pela ajuda.

Afixado por: Descalço em novembro 17, 2004 06:39 PM

«A reforma do Mira Amaral é um assunto interno da CGD e do sector bancário.»
fbmatos em novembro 17, 2004 05:39 PM

Seria, se a CGD fosse um banco privado. Como é uma instituição do Estado, é um assunto público e nacional. Uma fracção, mesmo diminuta, da choruda reforma de Mira Amaral sai do meu bolso. Ora, tenho todo o direito de saber para onde vai o meu dinheiro.
Quem quer que tenha sido que estabeleceu as normas para a atribuição das reformas dos administradores fê-lo abusivamente, dispondo de dinheiros do Estado vergonhosamente. Ser ou não o PS não muda nada. Os gestores do PS, do PSD e do CDS nomeiam-se e aumentam-se mutuamente.
Viva a rebolação!
Os pobres que paguem a crise!

Afixado por: (M)arca Amarela em novembro 17, 2004 09:22 PM

Joana,
mas existe coligação ?
se nem Governo existe para que raio é preciso uma coligação ?

Afixado por: zippiz em novembro 17, 2004 10:30 PM

zippiz em novembro 17, 2004 10:30 PM;
«se nem Governo existe...». Então você anda há mais de 2 anos a bater em quem? Numa coisa inexistente?

Afixado por: Joana em novembro 17, 2004 11:57 PM

Descalço em novembro 17, 2004 06:39 PM

Confesso que o seu tom de vitimização irónica tem alguma piada. Fala como se o tivesse insultado das piores formas. Fala como se o estivesse a convencê-lo de algo. Não sou ingénuo ao ponto de pensar que alguém ensina algo a alguém. Para além do jogo emocional que tenta fazer, não sei com que objectivos (porque sabe que fez várias insinuações sem ter o mínimo conhecimento de causa), retiro uma frase que "disse" e que pode expandir este pseudo-diálogo:

«Reajo à injustiça e, só por isso.»

Sabe, eu também. Só que antes de reagir à injustiça prefiro perceber se se trata mesmo de injustiça. Uma das razões porque venho ler este blog é precisamente por o seu conteúdo poder ser uma forte ajuda nessa compreensão. Penso que o estado natural dos humanos é a "humilde ignorância" e não a "sabedoria censória".

Afixado por: Mário em novembro 18, 2004 10:20 AM

Afixado por Joana em novembro 17, 2004 11:57 PM

conhece aquela tirada do anarquista espanhol :
(...) há governo ? sou contra ! (...)

está mais confortável, Joana ?

Afixado por: zippiz em novembro 18, 2004 10:18 PM

Em tempos idos,o CDS apostou nos RETORNADOS.O CDS atingiu com eles os 18%.
Conseguido o feito,o CDS depressa se esqueceu de quem lhe deu os votos.

Em tempos idos,o CDS teve um deputado no Circulo do Resto do Mundo,o saudoso José Gama.Falava-se dos emigrantes no interior do CDS.
Conseguido o deputado,o CDS depressa deixou de falar em emigrantes e passou a falar em imigrantes.
Logicamente veio a perder o deputado.

Em tempos idos,o CDS andou pelas feiras e mercados a esmolar o voto dos "pobrezinhos, dos velhinhos e dos doentes".Conseguidos os votos,as feiras e os mercados foram abandonados e esqueceram-se deles.

Em tempos idos,defenderam os ex-combatentes e estes acreditaram na promessa de Portas.Realmente,pela primeira vez em 30 anos lembram-se deles.
Portas pagou-lhes pelos seus votos a módica quantia de 150 euros anuais,o que os indispôs e as vozes levantaram-se contra.

E agora?

Qual é o espaço eleitoral de Portas?

Portas conseguiu com o CDS/PP chegar a Ministro.Tem possibilidades de ser PM?
Não tem realmente.
Assim Portas esgotou-se.

Deixará o Partido completamente partido.

As coligações com o PSD dão sempre em "queimaduras profundas".

Os Ministros do CDS fizeram as reformas mais "gravosas" e ninguém do PSD deu a cara ou defendeu publicamente e com veemência essas medidas.Deixaram o ónus para o CDS/PP.

A JOANA surge agora em desespero perante aquele Congresso do PSD.

O Presidente do Conselho Nacional do CDS pediu a realização dum Conselho Nacional ou dum Congresso.Gritou no deserto como eu gritei no deserto ,quando propus no mesmo Conselho nacional uma Convenção antes das europeias.

E agora ainda?

O governo vai arrastar-se como disse Mota Campos no último Conselho Nacional.

Portas foi um bom gestor do Ministério da Defesa,mas não foi mais do que isso.
O Partido, a nivel das estruturas locais, não existe.A Comissão Politica é abúlica e amorfa.

Grassa o descontentamento nas hostes e ninguém dá por isso.

O CDS/PP é apenas Paulo Portas e ninguém mais.

Voltaremos a ser o Partido do Táxi ou talvez da bicicleta.

JOAN,salve-se quem puder!

Afixado por: ZEUS8441 em novembro 21, 2004 10:10 PM

Zeus:
Não fazia ideia que o PP estivesse, internamente, assim tão em baixo.
Portas nunca teve hipóteses de ser 1º ministro. O espaço político que ele construíu será sempre minoritário. Os partidos que podem chegar ao poder estão no centro. Centro-esquerda e centro-direita.
A experiência política em Portugal mostra que há estabilidade eleitoral em cada época política. Foi assim entre a Regeneração e 1910. Foi assim na 1ª República; está a ser assim na 3ª República. Em cada um destes períodos, o eleitorado votou, invariavelmente, embora dentro de uma certa margem, com a mesma distribuição política.
Entre cada período há uma ruptura total.
A 3ª República é do bloco central.

Afixado por: Joana em novembro 21, 2004 11:33 PM

Eu quereria acreditar que a ruptura estivesse com o CDS/PP.Acreditei no Paulo Portas e disse-lhe uma ocasião no Algarve que finalmente tinhamos a ruptura em marcha.
Foi sol de pouca dura.O sistema engoliu o Portas e o caso Moderna silenciou-o completamente.Acredito que deve ter sido um esforço descomunal e não acredito que tenha sido por preocupação nacional só e apenas.
Estamos num beco sem saida.
Portas prepara-se para ser um segundo Lucas Pires na minha óptica.Lá pode ter espaço para ser outra coisa. Para ele o CDS/PP já não é trampolim.
Poderiamos ter sido outra coisa.Vivemos à volta de Paulo Portas e de Bagão Félix.Os Secretários de Estado são quem?
Tivemos o pássaro na mão com a Secretaria de Estado da Educação.Que desgraça com a Mariana Cascais!E agora com o Diogo Feio?Outra desgraça.O homem não tem um minimo de motivação nem perfil.

O último Conselho Nacional foi o primeiro sinal de alerta.Votei contra a designação do Vice Presidente e por uma simples razão.Falou que iria reunir o Conselho Económico e Social para uma sessão sobre Educação.O Conselho tem a designação de Económico,Social e Cultural.Esqueceu-se do Cultural.Terá sido porque a proposta de alteração foi da minha autoria no penúltimo Conselho e que este aprovou?
O Secretário Geral também o designou da mesma forma.São uns esquecidos estes jovens dirigentes.

As próximas autárquicas serão o sinal do nosso desespero.

Quem virá a seguir?

Afixado por: ZEUS8441 em novembro 22, 2004 04:19 PM
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