O debate social e político em Portugal está sobremaneira empobrecido.
Vem isto a propósito dos meus dois últimos textos sobre a questão do túnel do Marquês e de alguns comentários com que fui mimoseada quer aqui, quer no Expresso on-line. Mas não só, todo o debate sobre essa matéria foi inquinado.
Em primeiro lugar disse, e sublinhei várias vezes, que, no meu parecer, não julgava aquela obra prioritária, principalmente pelos custos que seguramente acarreta, dada a sua complexidade. Tem algumas vantagens desnivela o cruzamento com a Rua Artilharia 1 e retira bastante tráfego da rotunda do Marquês de Pombal. Em contrapartida, ao facilitar os acessos a Lisboa, pode, eventualmente, conduzir a um aumento diário do número de veículos no centro da cidade.
Acho todavia bastante primitiva a teoria de que não se devem melhorar os acessos à cidade para evitar a entrada de mais veículos. Esta tese é absolutamente estúpida. A entrada dos veículos no coração da cidade combate-se com a melhoria da oferta dos transportes públicos, em quantidade e em qualidade, principalmente o transporte ferroviário comboios, metropolitano, eléctricos rápidos, etc., aumentando e diversificando os eixos radiais e densificando a malha. Eventualmente, como medida desmotivadora, poderão estabelecer-se portagens ou passes que autorizem, mediante pagamento, a circulação em determinadas zonas, nunca colocando obstáculos à fluidez do tráfego.
Sintetizando, não considero a obra prioritária porque as suas inegáveis vantagens não compensam, segundo julgo, os respectivos custos, e isto tendo em conta projectos alternativos de que a cidade está carenciada. Mas isto é apenas uma opinião baseada em estimativas pessoais, porque desconheço os custos exactos da obra, os estudos de tráfego (calculo que tenha havido), etc..
Em segundo lugar assistiu-se a uma tentativa de baralhar o debate trazendo à colação assuntos que não tinham nada a ver com o que estava em causa. O TAFL apenas deu provimento à alegação que pedia a realização de um EIA. Não deu provimento às restantes alegações. Ora o pessoal dissertou abundantemente sobre os declives, sobre a insegurança do troço, sobre a falta de projecto, etc.. Ora o EIA não tem nada a ver com isso. Tal é matéria da engenharia e não do ambiente rasantes, geologia, geotecnia e mecânica dos solos, hidrologia, estruturas etc.. São matérias do âmbito dos projectistas.
Outro disparate foi a afirmação de que não havia projecto. Uma obra pode ser adjudicada sem projecto de execução. O que não é possível é começar qualquer parcela da obra, sem que essa parcela tenha um projecto de execução. Tomemos o exemplo de um hotel. Posso adjudicar a construção de um hotel baseada num anteprojecto, estimativas de quantidades e séries de preços. Posso iniciar as escavações para os pisos enterrados, sem projecto de execução. Todavia só posso começar com as fundações após ter o projecto de estruturas. E assim sucessivamente. Os projectos de execução relativos às especialidades (electricidade, ar condicionado, elevadores, etc.) também podem começar posteriormente. Com este faseamento conseguem-se grandes ganhos nos prazos, mas obriga a uma coordenação extremamente rigorosa. É assim que no estrangeiro se fazem as obras importantes que se querem em prazos curtos. É assim que em Portugal já se fazem muitas obras. Veja-se a rapidez com que foi executado o Estádio da Luz.
Depois alguns aprendizes de feiticeiro apareceram a citar o Decreto-Lei n.º 69/2000, Mas apenas citaram o título. O Público foi mais longe e hoje citou uma parcela do anexo 1 que diz que « b) Construção de auto-estradas e de estradas destinadas ao tráfego motorizado, com duas faixas de rodagem, com separador, e pelo menos duas vias cada », mas esqueceu-se de continuar !? O texto completo é: « b) Construção de auto-estradas e de estradas destinadas ao tráfego motorizado, com duas faixas de rodagem, com separador, e pelo menos duas vias cada, e c) Construção de itinerários principais e de itinerários complementares, de acordo com o Decreto-Lei n.º 222/98, de 17 de Julho, em troços superiores a 10 km».
Este texto não é muito claro e permite mais que uma leitura. Todavia, e adicionalmente, a obra em questão é uma via subterrânea e não de superfície. Por outro lado, e eu chamei a atenção para essa circunstância logo de início, este próprio decreto dispõe, no artigo 3º que «Em circunstâncias excepcionais e devidamente fundamentadas, o licenciamento ou a autorização de um projecto específico pode, por iniciativa do proponente e mediante despacho do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território e do ministro da tutela, ser efectuado com dispensa, total ou parcial, do procedimento de AIA.». Ora só hoje começaram a aparecer referências nos jornais a essa possibilidade e por efeito das declarações dos políticos envolvidos neste caso. Os jornalistas não estudam nada. Limitam-se a contar o que ouvem, aqui e acolá.
Portanto grande parte das diatribes jornalísticas e dos comentaristas da net fundava-se apenas quer na ignorância, quer na necessidade imperiosa de utilizar qualquer coisa, como arma de arremesso político.
A minha tentativa de caracterizar os factos em questão, com a objectividade e o rigor de que fui capaz, sofreu tratos de polé. Como não coloquei imediatamente o baraço ao pescoço do PSL, fui acusada de Santanista. Quem me invectivava não estava interessado no apuramento dos factos, estava apenas interessado no canhoneio político. Os factos eram apenas um empecilho incómodo e despiciendo.
O pessoal da net que discute estas matérias com ligeireza e falta de rigor, não é inteiramente culpado por o fazer. Há uma escola portuguesa de falta de rigor e de falar sem saber o que se diz. E os jornalistas são o exemplo mais lídimo dessa escola e têm sido os docentes por excelência dessa Universidade «das Bocas». Se os jornalistas começassem a abordar estas questões com rigor, isso seria pedagógico para toda a sociedade e, por arrastamento, mesmo para os comentadores da net mais relapsos.
Teríamos então debates mais consistentes e uma maior sensatez na abordagem dos problemas que nos afligem. A continuar como estamos, só temos gritaria sem conteúdo e um país permanentemente adiado.
Você tá mesmo aborrecida!
Afixado por: zezinho em abril 29, 2004 10:55 PMA política tornou-se numa má língua execrável
Afixado por: Rodbertus em abril 29, 2004 11:05 PMJoana aborrecida? Na! Está só a ficar nervosa, como eu observei há dias.
Por outro lado, ainda bem que Joana existe. Se assim não fosse, como é que o sol nasceria todos os dias?
# : - ))
É a sina de quem apoia os Santanas
Afixado por: Cisco Kid em abril 30, 2004 12:09 AMGosto de aparecer aqui porque há muita controvérsia.
E também porque este blog tem muito nível. Parabéns
Já agora, acho que disse coisas muito pertinentes e muito esclarecedoras.
Compardo com outros blogs com conversa de chacha ...
Já agora, acho que disse coisas muito pertinentes e muito esclarecedoras.
Comparado este com outros blogs com conversa de chacha ...
Apoio-a inteiramente no que escreveu. Parece-me mesmo que cada vez se está pior. O on-line do Expresso está uma miséria.
Comentei lá, algumas vezes, poucas, depois deixei de aparecer e agora abro aquilo e fecho quase a seguir.
O nível tem descido assustadoramente. Nem é uma questão de direita ou de esquerda. É geral. Talvez se note mais na esquerda porque aparece mais e é mais truculenta. Mas não há diferenças significativas.
Você apareceu ontem e deve ter reparado
A pouca cultura e alguma ignorância dos jornalistas tem concorrido.
A questão é que falta jornalismo especializado. Cada jornalista fala sobre qualquer tema. E depois é necessariamente muito superficial, pois não tem tempo de aprender as matérias sobre que fala com alguma profundidade.
Uma lástima
Concordo consigo, Hector
Afixado por: Valente em abril 30, 2004 12:51 AMTanta balela para engraxar a bloguista.
Afixado por: Cisco Kid em abril 30, 2004 01:05 AMVocê deve viver cheio de teias de aranha no sótão.
Sempre com essa conversa!
É deprimente
Afixado por: Valente em abril 30, 2004 01:08 AMTeias, só se for do Ministro trouxa do Ambiente
Afixado por: Cisco Kid em abril 30, 2004 01:10 AMHá conversas que são mesmo inúteis
Afixado por: Valente em abril 30, 2004 01:14 AMNão querendo contribuir para a pobreza deste espaço quero apenas dizer á Joana para não se deixar abater pelos comentários acefalos ou pouco interessantes e vazios de conteudo com que os seus artigos são presenteados. Tambem não querendo dar "graxa" gostava que não tivesse a impressão de está a dar perolas a porcos, pois estou convicto que existe muitas pessoas como eu que apreciam o rigor e a pesquisa com que se esforça por dar aos artigos. Por isso gostava de deixar aqui uma palavra de apreço pelo seu trabalho, e lembrar a quem não tem nenhuma ideia ou reflexão digna desse nome, que existe ai pela net muitos foruns ou chats mais apropriados para a sua conversa de rua.
Para finalizar queria ainda dizer á joana que apesar dos aspectos tecnicos(os declives etc) como bem disse não terem a ver com a questão que se discute que gira em torno do estudo ambiental, seria talvez mais pertinente fazer investigação jornalistica sobre esse aspecto. Esse sim quanto a mim deveras preocupante no caso de virem a existir irregularidades.
Luís: Obrigada pelas suas palavras.
A reflexão que fiz é de carácter geral. Existe no nosso país uma escola de superficialidade, cujo rosto mais visível é o do jornalismo, mas que abarca toda a sociedade. Veja-se, por exemplo, as universidades, nomeadamente as áreas das ciências humanas.
No caso do pessoal que frequenta os fóruns tal é potenciado com a possibilidade de não dar a cara pelo que diz. Mas isso não me afecta. Estou habituada e, na maioria dos casos, acho hilariante.
Quanto à perigosidade do túnel, o que me inquieta mais são as questões geológicas e geotécnicas. Embora não seja engenheira, nos últimos anos, e por questões de controlo de financiamentos, acompanhei algumas obras que metiam túneis (não estive ligada ao túnel do Metro do Terreiro do Paço). Há sempre broncas. No mínimo no que respeita a sobrecustos.
As zonas geológicas nunca são exactamente as caracterizadas pelos projectistas (julgo que por sondagens insuficientes ... elas são caras) e isso tem tradução na própria forma de desmonte e no equipamento utilizado. Por outro lado, à medida que se faz um túnel, este tem que ser imediatamente escorado. Se há surpresas pode haver desastres em obra.
E se houver erro de projecto pode haver um desastre mais tarde, com graves consequências.
E este túnel passa por baixo de 2 outros, os do X do Metro do Marquês.
Todavia penso que isto esteja a ser acompanhado quer pelo projectista do túnel, quer pelos técnicos do Metro
A questão do declive não me incomoda tanto. Não se trata de uma via rápida. Com um bom controlo de velocidades (que tem funcionado na Ponte 25 de Abril, quase há 40 anos) o assunto resolve-se. Acho este problema uma falsa questão.
É natural que ocorram desastres. Mas também lá fora. A Princesa Diana morreu num túnel
Há blogs e blogs mas, não há dúvida que este blog merece e justifica plenamente que se percam alguns minutos na sua leitura: tem muito nível!
J.Guerreiro
"A questão do declive não me incomoda tanto. Não se trata de uma via rápida. Com um bom controlo de velocidades (que tem funcionado na Ponte 25 de Abril, quase há 40 anos) o assunto resolve-se.Acho este problema uma falsa questão."
como é possivel pensar assim?
para quem se queixa_e bem!_da falta de profissionalismo que existe no nosso país não está mal, não.
assalta-me a dúvida se por baixo de toda a erudição e sapiência demonstrada ao longo destes meses não está um verdadeiro espírito tuga.
então o argumento de que "a Princesa Diana morreu num túnel" é simplesmente genial. como é que ainda ninguém se tinha lembrado dele?
dionisius - desastres acontecem em qualquer circunstância, mesmo as mais surpreendentes.
Pense só que ao ligar a ficha do PC, antes de escrever o seu comentário, você era electrotado.
Acha que os seus herdeiros iriam pedir aos tribunais a extinção dos PC'c?
ok! deixemos tudo à conta da Providência.
afinal, não foi a srª de Fátima que nos livrou do crude?
vai longe este país!
Hector
O on-line está óptimo. Os jornalistas são excepcionais, etc.
Os comentadores é que são uma corja
Atenciosamente
JAL
Do DN:
Apesar da decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa mandar parar as obras de construção do túnel do Marquês de Pombal, há uma hipótese de estas prosseguirem, soube o DN junto de uma fonte do sector jurídico. Se o recurso que a Câmara de Lisboa interpõe hoje junto do Supremo Tribunal Administrativo tiver efeitos suspensivos, «a execução da decisão do Tribunal Administrativo será suspensa, pelo que as obras de construção podem continuar», disse a mesma fonte.
Segundo explicou, essa suspensão da decisão do Tribunal Administrativo (TA) tem efeitos enquanto o recurso da Câmara de Lisboa é reapreciado pelo Supremo Tribunal Administrativo e até este confirmar ou não a decisão do TA.
Durante este processo de apreciação, «que poderá demorar meses, as obras de construção do túnel podem ser efectuadas», referiu a mesma fonte. Depois, tudo depende da decisão do Supremo Tribunal Administrativo: se confirmar a decisão anterior, a construção terá de parar e a Câmara de Lisboa é obrigada a submeter a avaliação o respectivo estudo de impacte ambiental (EIA). Se revogar essa decisão, as obras continuam sem ser necessário qualquer EIA.
Esperemos que isto se desmbrulhe para bem dos sujeitos que passam ali
dionisius em abril 30, 2004 10:09 AM
Você cita-me e depois pergunta abespinhado:
como é possivel pensar assim?
E não acrescenta nenhum argumento. Você não partilha da minha opinião que isso é querela de miúdo do ensino básico?
Se você, mesmo no básico, tivesse feito alguns progressos na literacia, teria certamente notado que "a Princesa Diana morreu num túnel" não era um argumento sobre qualquer matéria, mas apenas uma constatação de que em qualquer via de comunicação pode ocorrer acidentes. Se o túnel for devidamente monitorizado minimizam-se os acidentes.
Mas concerteza que este assunto foi estudado pelos projectistas.
Não acredito que o Supremo Tribunal Administrativo deixe continuar a fazer aquele mamarracho
Afixado por: Cisco Kid em maio 1, 2004 01:01 AMSeria acreditar que não existe justiça em Portugal
Afixado por: Cisco Kid em maio 1, 2004 01:05 AMNesta altura do campeonato a melhor solução é continuar e acabar a obra. A questão ambiental apenas vai servir para atrasar uns meses e não leva a nada.
E isto deixou de ser uma coisa técnica e apenas serve para guerrinhas políticas.
Estão mesmo vazios. Basta ver as reacções de Durão Barroso ontem na AR. Esperava-se melhor
Afixado por: Vitapis em maio 1, 2004 10:37 AMAcrescento que as informações de carácter técnico que você dá estão correctas.
Resta saber se os projectistas agiram como deviam ou fizeram as coisas sobre o joelho para a obra ir mais depressa.
do DN (Vasco Pulido Valente):
'Pop star'
O dr. Santana Lopes não é bem um político, é uma pop star. Sem o seu Sporting, sem a televisão, sem o 24 Horas, sem a imprensa dos «famosos», sem uma vida imensamente pública, o dr. Santana Lopes não seria essa personagem tão querida ao coração da plebe democrática. Como disse um admirador, Rolo Duarte, ele pertence à era do marketing, do soundbyte e do reality show. A sua carreira sempre foi, de facto, um reality show. No PSD, por exemplo, «animava» os Congressos, que sem ele, não teriam espécie de «audiência»: e toda a gente lhe agradecia o número. Mesmo, nos seus grandes momentos, não se conseguiu nunca distinguir a substância do espectáculo, porque, na verdade, não havia diferença. Por causa disso o dr. Cavaco não o fez ministro. Mas também por causa disso Rolo Duarte o adora e o acha um «gajo como nós», um irmão concorrente do Big Brother português. Só que uma pop star tem uma exigência essencial: o melodrama. Um Santana Lopes calado, gerindo em sossego a Câmara de Lisboa, não existe. Para existir, o Santana Lopes genuíno precisa de estar continuamente em cena e, de certa maneira, em perigo. Precisa de uma candidatura à Presidência da República, que surpreenda, confunda, irrite, crie polémica ou suspense ou inimigos. E de obras clamorosas, que agitem e perturbem a cidade: um túnel impensável, um Parque Mayer de fantasia, uma coisa qualquer protuberante. Agora parece que lhe arranjaram (ou ele arranjou) um sarilho com o túnel. Melhor. A candidatura a Belém anda sobre o murcho. A SIC já não lhe dá tempo de antena. Excepto no 24 Horas, ele ia a pouco e pouco entrando numa perigosa meia sombra e uma pop star não se pode esvair assim. O embargo do túnel é a salvação. Santana Lopes, no seu papel de vítima, vai com certeza refulgir. Lisboa que se lixe.
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Bem observado!!
Tem-se vivido um clima de irresponsabilização tremenda no nosso país. Este é mais um caso, toda a investigação do caso "apito dourado" é tb reveladora disso mesmo.
Dizem q estamos 50 anos atrasados em relaçao ao resto da Europa.
Será que nos outros países tb acontecem charadas destas?
albertovelasquez.blogspot.com
Afixado por: Velasquez em maio 2, 2004 08:08 AMTem-se vivido um clima de irresponsabilização tremenda no nosso país. Este é mais um caso, toda a investigação do caso "apito dourado" é tb reveladora disso mesmo.
Dizem q estamos 50 anos atrasados em relaçao ao resto da Europa.
Será que nos outros países tb acontecem charadas destas?
albertovelasquez.blogspot.com
Afixado por: Velasquez em maio 2, 2004 08:08 AMtem razão ,Joana.
como é que eu não reparei...que a culpa é sempre dos outros que não percebem o que eu digo?
a "princesa morreu num túnel" como poderia ter morrido afogada no mar e era do socorro a náufragos que estávamos a falar.mas isso são acidentes e os acidentes acontecem.
não há estudos que os valham...
David:
boa!boa!
Pelo que ouvi ontem ao Prof Marcelo a fonte da notícia deve estar enganada. O recurso não tem efeitos suspensivos
Afixado por: David em maio 3, 2004 04:34 PM.
Afixado por: texas em fevereiro 4, 2005 01:05 AM.
Afixado por: texas em fevereiro 4, 2005 01:05 AM.
Afixado por: texas em fevereiro 4, 2005 01:06 AM.
Afixado por: online em fevereiro 10, 2005 09:46 AM