A sequência dos últimos acontecimentos em Espanha tem tido várias leituras.
No que respeita à acção terrorista há uma unanimidade formal na sua condenação. Todavia, adjectivo-a como formal, porque não sei em que medida alguns sectores ou comentadores não a condenarão por tal ser o politicamente correcto.
No que respeita aos resultados eleitorais, a opinião mais veiculada, idêntica à que escrevi aqui na noite eleitoral, é a de que a vitória do PP é a punição, pelo eleitorado, pela forma desastrada como o governo espanhol geriu a informação sobre o massacre do 11 de Março, entre esse dia e o dia das eleições.
Não sei, com certezas, o que levou o governo espanhol, nos dias 12 e 13, a adoptar aquela postura, pois não estava por dentro do seu pensamento; mas, em política, o que parece, é. E a leitura objectiva das suas acções foi que, por motivos de obtenção de dividendos eleitorais, apostou em força na «pista ETA». E mesmo quando essa pista se começou, rapidamente, a revelar improvável, e a «pista islâmica» assumia relevância, o governo espanhol continuou a apostar publicamente na «pista ETA», talvez convencido que as informações contrárias só viriam a público depois de terminado o acto eleitoral. Ora numa sociedade aberta esta convicção é de uma tremenda ingenuidade. É certo que ninguém, a não ser ele próprio, poderá afirmar que ele usou deliberadamente essa estratégia. Todavia a sequência dos factos transmite essa imagem, inexoravelmente.
Uma outra leitura afirma que o PP foi punido pelo seu envolvimento activo na política de Bush no Iraque. Não partilho dessa opinião embora reconheça que o eleitorado espanhol não era favorável àquela política. Basta ver que, apesar do caso Prestige, onde o governo de Aznar teve um comportamento miserável, a raiar o desinteresse e a insensibilidade, e do apoio à intervenção no Iraque, bastante impopular em Espanha, o PP havia recuperado bastante, quer pela gestão económica, quer pela falta de convicção da figura de Zapatero, e, nas vésperas do atentado, estava ligeiramente acima do PSOE.
Estive em Espanha durante a primeira semana da guerra e fiquei surpreendida com o tom dos meios de comunicação. Quem lesse os jornais, ouvisse a rádio, ou visse a TV ficava com a convicção que Aznar, contra vontade do povo, havia empenhado importantes efectivos beligerantes na guerra do Iraque. Os edifícios das câmaras do PSOE estavam repletos de propaganda contra a guerra. Longos paramentos anti-Aznar e anti-Bush pendiam nas fachadas dos edifícios camarários. Eram as próprias câmaras que produziam aquela propaganda, uma situação que seria impensável no nosso país. Em Madrid havia batalhas campais.
A questão é que, embora o eleitorado espanhol estivesse maioritariamente contra a intervenção no Iraque e contra outras políticas de Aznar, deveria provavelmente lembrar-se que a anterior governação socialista havia caído no meio da maior das corrupções e marasmo económico e que a governação do PP tinha trazido à Espanha prosperidade económica e importância geo-política.
Portanto, antes do atentado, o envolvimento da Espanha no Iraque não constituia motivo para deslocamentos significativos dos votos.
Todavia o cúmulo da questão iraquiana com as omissões, ou mentiras, dos governantes espanhóis no que toca ao atentado, poderia ter potenciado o efeito dessa inábil gestão da informação e ter levado à deslocação de parte do eleitorado para o PSOE. Nessa medida, indirectamente, é possível que tenha havido uma punição pelo envolvimento no Iraque. Após as legítimas dúvidas sobre quem mentiu acerca das ADM do Iraque, mais este chorrilho de mentiras ou, no mínimo, omissões, fez transbordar a taça.
Mas aqui entronca uma questão perversa. Se o atentado favoreceu, ou pode ter dado a imagem de ter favorecido, uma mudança da política espanhola, então a Al-Qaida, ou qualquer um de nós, pode concluir que o atentado teve dividendos políticos, que a intromissão do terror no funcionamento da democracia conduziu a uma espécie de cedência à chantagem terrorista. Por esta leitura, seria a primeira vez que o terror islâmico, baseado na matança indiscriminada, conseguiria esse desiderato. A Al-Qaida pode concluir que votou, com um peso significativo e determinante, nas eleições de um país em terras de infiéis.
Mas isto leva a colocar outra questão igualmente perversa. Se nas vésperas de uma próxima eleição num país igualmente envolvido no Iraque, e há 33, houver um atentado deste género, a quem a opinião pública respectiva irá pedir responsabilidades: ao seu governo, por ter apoiado Bush, ou aos eleitores espanhóis alegadamente acusados de capitularem perante o terrorismo e de lhe mostrarem que o crime compensa?
Portanto, transformar a vitória do PSOE numa bandeira da oposição à guerra do Iraque, pode ser tentador para muita gente. Mas é desonesto, porque o dado novo foi o atentado e não a intervenção militar. E é perverso, porque premeia objectivamente as intenções dos que fizeram os atentados e põe o labéu de cobarde a um eleitorado que certamente não o merece, pela forma como nunca capitulou perante o terrorismo da ETA.
É que faz toda a diferença ser-se contra a guerra do Iraque porque não a consideramos legítima, ou porque temos medo que o nosso apoio seja cobrado com a própria vida, nossa e dos nossos.
Há um perigo quando se escreve demais e muito depressa: às vezes começa-se dizendo uma coisa e acaba-se dizendo outra.
Isso também acontece quando o subjectivismo molda a realidade.
Joana começa por defender (e bem) que a vitória do PSOE (e não a do PP -- ai, esse desejo frustrado)«é a punição, pelo eleitorado, pela forma desastrada como o governo espanhol geriu a informação sobre o massacre do 11 de Março».
Devo dizer que acho muita graça aos eufemismos de Joana quando a direita mete o pé na argola. Chamar «gerir a informação» à descarada e criminosa "manipulação de informação" a que se assistiu, por parte do governo espanhol, é digno de um genuino anjo da guarda, com asas e tudo.
Repare-se que não se trata de gente anónima, de jornalistas ou de simples dirigentes partidários - trata-se dos governantes de um Estado democrático. A manipulação informativa é sempre condenável, tenha a origem que tiver, mas quando a responsabilidade cabe aos representantes do Estado, o crime tem agravantes incontornáveis. O Estado não pode mentir. O Estado tem que garantir o direito dos cidadãos a uma informação verdadeira.
Neste caso, os factores agravantes multiplicam-se. E é sintomático que os espanhóis tenham entendido a manipulação, também, como uma ameaça à sua segurança.
A angélica Joana escreve, sobre o governo espanhol, que «ninguém, a não ser ele próprio, poderá afirmar que ele usou deliberadamente essa estratégia» (a da manipulação, entenda-se).
Pois bem, o governo de Aznar, ele próprio, não se cansou de afirmar ao longo dos últimos meses, com objectivos igualmente eleitorais, que a ETA estava desfeita e os seus movimentos completamente controlados. O que está muito próximo da realidade. As polícias e os serviços secretos espanhóis partiram a espinha à ETA e têm, usando a linguagem futebolística, «o jogo controlado».
Ora, essas polícias e esses serviços secretos souberam desde o primeiro minuto que o atentado não tinha a assinatura da ETA e disso informaram o governo espanhol. Foram, aliás, fontes dos serviços secretos, indignados com o que se estava a passar, que fizeram chegar ao domínio público os indícios concretos sobre a conexão islâmica.
Por isso, toda a gente (excepto os anjinhos da guarda) pode afirmar que o governo espanhol seguiu deliberadamente a estratégia da manipulação.
Temos, assim, que os povos de Espanha, não sendo estúpidos e tendo, como poucos, o sentido da honra, decidiram castigar o PP pelos crimes de manipulação e insulto à inteligência.
Joana até lembra que escreveu isso aqui na noite das eleições.
Sendo assim, como explica Joana que acabe o seu comentário acusando os eleitores espanhóis «de capitularem perante o terrorismo e de lhe mostrarem que o crime compensa»?
Percebe-se bem o que está por detrás dessa mudança de agulha de Joana. Uma mudança da política espanhola em relação ao Iraque põe em causa muita coisa na política internacional e, até, na cabeça de muita gente. Mas isso é outra história e não é para aqui chamada.
O resultado das eleições espanholas tem uma explicação concreta e muito clara. Levantar suspeições sobre a coragem dos espanhóis ou sobre a dignidade do seu voto é, apenas, terrorismo intelectual.
Joana: a questão não é saber se o eleitorado se comportou desta ou daquela maneira. A questão é a leitura que a Al-Qaeda fará.
E essa leitura é a que você muito bem descreve: A Al-Qaeda influenciou as eleições espanholas no sentido que lhe era favorável.
Quanto muito, se houver repetição num dos outros 32 países envolvidos, a pergunta será se a culpa é do eleitorado espanhol, pelas razões que aponta, se dos políticos do PP que ao se conduzirem mal deram indirectamente origem a essas interpretações
Se ler o que eu escrevi verá que eu disse que:
"eleitores espanhóis alegadamente acusados de capitularem perante o terrorismo e de lhe mostrarem que o crime compensa" era uma leitura duplamente perversa e, no fim, frisei que:
"E é perverso, porque premeia objectivamente as intenções dos que fizeram os atentados e põe o labéu de cobarde a um eleitorado que certamente não o merece, pela forma como nunca capitulou perante o terrorismo da ETA."
Julgava que tinha sido clara, mas afinal não fui.
Ainda uma outra coisa. Tudo depende da atitude de Zapatero. Mas Zapatero é um fraco. Aliás foi por isso que, apesar dos erros de Aznar que você apontou, e da sua arrogância interna, da forma como calcou as nacionalidades, o eleitorado lhe dava vantagem. Não era Rajoy que iria ganhar, mas Zapatero que iria perder.
Afixado por: L M em março 17, 2004 09:16 AMO meu comentário era para o (M)arca Amarela. Como L M se meteu de premeio, podem ficar dúvidas.
L A, acho que tem razão no que afirma. Esperemos por Zapatero.
Afixado por: Joana em março 17, 2004 09:19 AMDizer que apresentar as leituras possíveis é terrorismo intelectual é a óptica de quem acha que a verdade é só uma: aquela a que temos direito e tudo o resto deve ser varrido para debaixo do tapete
Afixado por: Hector em março 17, 2004 10:09 AMJoana
Os casos Prestige e da intervenção no Iraque através de uma política seguidista e acrítica por parte do governo de Aznar em relação aos interesses estratégicos de Washington interessaram às 2 partes.
Ao PP, porque ideológicamente se sentia próximo do "partido dos Açores" do unilateralismo, do grupo de "amigos", do grupo da guerra interminável, do enfraquecimnto objectivo da UE, etc.
E a Washington, porque a entrada da Espanha em cena dava maior legitimidade à política dos EUA, já que a Espanha era uma tradicional aliado do eixo europeu e mantinha boas relações com o mundo árabe.
O que acontece é que a presença espanhola no "partido dos Açores" representava uma mais valia política, já que os EUA e Inglaterra poderiam agora argumentar que ao nível da UE não estavam isolados, e transmitia um ar de maior legitimidade.
A presença inglesa ao lado dos EUA é tão recorrente que não representa nada políticamente.
Com a reviravolta política em Espanha, o "partido dos Açores" perdeu um aliado de peso, mais político que militar.
O que o atentado fez foi reavivar na memória da população espanhola as consequências da intervenção armada no Iraque à revelia das Nações Unidas e da vontade popular.
E o que agravou foi, como a Joana reconhece, a má política do governo de Aznar na gestão da informação, pretendento tirar dividendos políticos e eleitoralistas do atentado, e na forma como controlou e condicionou a liberdade e independência jornalística em Espanha, pelo menos nos órgãos controlados pelo Estado.
A população espanhola está habituada a lidar quotidianamente com o terrorismo da ETA e nunca vergou, nunca transigiu, nunca mudou os seus alegres hábitos de vida e de trabalho.
Portanto, não foi com a vitória do PSOE que agora se pode acusar os espanhois de transigirem com o terrorismo.
São apens alternativas de acção política perante o mundo que estão em causa, e os espanhois, democráticamente, fizeram a sua escolha.
Tudo isso foi punido.
É que existem valores mais elevados que a economia em alta (apesar de um desemprego a rondar os 11%).
Como alguem terá dito há 2.000 anos: "Nem só de pão vive o Homem".
Afixado por: Al_Mansour em março 17, 2004 11:48 AMJoana, o LM não sou eu.
Eu estou exilado nos Açores se vc bem se lembra, e volta e meia furo a disciplina partidária para vir aqui espreitar. Dou-me ao trabalho de introduzir este comentário apenas porque não concordo com as afirmações do LM quanto ao Zapatero. É muito cedo para fazer afirmações daquele calibre.
"Por esta leitura, seria a primeira vez que o terror islâmico, baseado na matança indiscriminada, conseguiria esse desiderato. A Al-Qaida pode concluir que votou, com um peso significativo e determinante, nas eleições de um país em terras de infiéis. "
Cara Joana
Olhe que não é assim nenhuma novidade, está apenas a ver, o que quer ver.
Os terroristas Palestinianos, e os Terroristas Israelitas..com as suas acções não condicionam as politicas um do outro?
Sharon não é produto disso?
Sharon não se auto-intitula de Grande Guerreiro ( grande terrorista )?
Depois a sua visão..fica ainda condicionada aos tipos de terror... afinal terror..., terror... para si..é só quando há bomba e explosão ?
Me diga sinceramente, que diferença há entre:
quem come a comida da criança ( e não lhe deixa nada para comer ) e
quem não dá a comida à criança !
Resultado, em qualquer das situações a criança está é a passar fome !
É que há pessoas, que só vêem terroristas de boina e mochila ás costas...no entanto...há muitos de fato e gravata, intelectuais e filósofos, capitalistas e pobretanas, nacionalistas e oprimidos...etc etc.
Você...gosta de esvaziar o conteúdo..politico, social, filosofico, racial, religioso, e ECONÓMICO.. que está por trás de terroristas, filiados em associações ou em ESTADOS, ou simplesmente união lá do bairro. Mas que há motivo, claro e objectivo, há !
Afixado por: Templário em março 17, 2004 02:53 PMCara Joana
nem de propósito!
Não é o que Bush, fez hoje um discurso, sobre a minha "inovadora " ideia ?
disse ele:
Depois de Madrid haverá mais atentados em TODO O MUNDO !
e deu-se ao luxo de explicar:
Para que se crie, um pânico generalizado !
Percebeu agora de onde me veio a tal ideia inovadora, que é, a Segurança será o nosso malfadado caminho ?
Quando eu o afirmei... você ou qualquer outra pessoa, até poderia pensar que tomo alucinogénios
mas que me dizem, quando é Mr. Bush a esclarecer.. e (a determinar o nosso caminho ) ?
Aproveito, já que não conheço ninguém no Governo, e que não sabem que caminho devemos tomar, para enviar um recado ao Sr. Barroso.
Que anuncie já, antes doutros, que Portugal sairá da crise económica em que está, porque antes de todos tomou o caminho da Segurança !
Afixado por: Templário em março 17, 2004 03:17 PMTemplário em março 17, 2004 02:53 PM:
Não concordo com essa sua posição de meter tudo no mesmo saco. Além do mais é perigosa porque pode servir para justificar, embora não sendo essa a sua intenção, os holocaustos por esse mundo.
Templário em março 17, 2004 03:17 PM
Veja como você conseguiu interiorizar os conceitos políticos do Georges W Bush. A maioria não tem conseguido!
Falando mais a sério ... não dou nada pelo John Kerry, embora tivesse piada ter uma portuguesa como Primeira Dama. Não dava antes, e agora com o Ralph Nader ainda menos.
Os republicanos deveriam mandar construir um memorial ao Ralph Nader. Já lhes fez ganhar a anterior eleição e vai fazer ganhar esta.
LA em março 17, 2004 12:04 PM
Desculpe o lapso. Mas teclar, juntamente com tomar os cereais do pequeno almoço e ralhar com os miúdos é uma combinação difícil de gerir.
Mas vejo que está atento!
O Marca Amarela tem toda a razão. Isto não passa de terrorismo intelectual
Afixado por: Cisco Kid em março 17, 2004 11:52 PMEsse lapso, Joana, só o desculpo, porque não tenho tido aqui a presença assídua que deveria e desejaria ter, e que você merecia.
Afixado por: L M em março 18, 2004 12:27 AMJoana em março 17, 2004 09:50 PM
- Claro que é para levar a sério, todos os discursos de Bush, que numa primeira análise parecem vagos e confusos, mas que depois se tornam INFELIZMENTE realidade.
Não me posso esquecer, daquela invenção americana, com linguagem religiosa à mistura, evocando o "eixo do mal".
Como se vê hoje, cumpriram as ideias delineadas nos gabinetes do Pentágono.
Agora aquela areia que nos querem enfiar no olhos é que não !
- Voltando aos raciocínios atentos:
Não acha estranho, nesta época de Bush, que quase nenhuma crítica seja apontada a Putin ?
( se fosse noutros tempos... o caso da Techéchenia seria manchete diária nas TV´s..)
E o próprio assassinato dos seus conterrâneos, lá naquele belo teatro de Moscovo ?
Foi Bárbaro ( e do melhor que há, em terrorismo )
Porque se cala o mundo?
Não acha estranho, que Putin tenha apoiado tudo o que os EUA fizeram ?
Apenas se insurgiram (fracamente) contra o Iraque, pois queriam era saber, como ficariam os seus interesses lá, que até são grandes. O que comprova esta minha teoria, é que após a ocupação, os Russos, nada fizeram ou diserram de significativo, mais parecendo terem dito, Amen !
Percebe, o nojo destes politicos?
E o Zé pagode, como eu... ainda perdemos tempo a analisar estas barbaridades, só que irrita, ver que de facto, tudo isto só é possível, PORQUE NÓS O PERMITIMOS !
Como consegue arranjar coragem de criticar os Espanhois ?
Até ao momento, FOI O POVO MAIS CORAJOSO !
Até merecem:
Viva Espanha !
Vivam os Espanhois !
Qual foi o País no Mundo que meteu 20 milhões de pessoas na Rua ?
É que foi pelo País inteiro.
Nem os EUA, com as Torres !
Afixado por: Templário em março 18, 2004 11:45 AMCara Joana
Com que então eu meto tudo no mesmo saco, e minhas ideias são perigosas, porque podem justificar os holocaustos?
Bom lá teremos que recomeçar pelo princípio... afinal o que é o terror ?
Vamos precisar que venha um iluminado, e que como está na moda, edite uma História do Terror no Mundo ?
Desde a 2ª Guerra, só desde 1939 para cá, não temos já dados mais que suficientes, para termos uma visão clara?
O terror nasce por geração espontânea?
As politicas até democráticas não podem ser terroristas?
O Salazar era ou não terrorista? ( era a pide, estou a confundir ...)
Ceaucescu..era o não um terror ?
Olhe, um Romeno aqui residente, ainda ontem me falou, coisas que o povinho de lá sabe.
Os filhos de Ceaucescu comportavam-se a um nível escabroso e até terrorista.
2 casos:
- A grande campeã Nadia Comaneci teve que fugir, pois foi violada por um filho dele.
- Um grande guarda redes que defendeu 5 penalties seguidos numa final, recebeu como prémio um porche do patrocinador, o filho de Ceuacescu, pediu-lhe as chaves do carro, ele não lhas deu, levou 2 tiros nas pernas, acabou a brilhante carreira de futebolista.
Isto se não é terrorismo do poder é do quê?
Afixado por: Templário em março 18, 2004 12:30 PMNão acho que seja de confundir um regime de terror com o terrorismo da Al-Qaeda.
Mesmo o próprio "terrorismo" da ETA ou palestiniano, que eu chamaria mais de resistência, embora seja um tipo de resistência que mina a base política de apoio e se vira contra os próprios, são completamente diferentes da Al-Qaeda.
Esta inaugurou um tipo de terror total que pode provocar hecatombes indiscriminadas cuja única lógica era o morticínio.
Quer os regimes de terror, quer os terrorismos/resistência tinham uma lógica e tinham regras de jogo.
A lógica da Al-Qaeda é a falta de lógica, é a lógica do extermínio indiscriminado.
Afixado por: Vitapis em março 18, 2004 10:21 PMTemplário: embora o Vitapis não concorde comigo, eu concordo com ele neste último comentário.
Poderia haver teorias sobre se o IRA, a ETA e mesmo as facções palestinianas (não falo desta última fase) eram resistências ou terrorismo. Eu sou de opinião que começaram por ser resistência e se tornaram pouco a pouco terrorismo. Aa suas facções militares ganharam sobre as alas políticas e passou a ser apenas terror. Mas, apesar de tudo havia algumas regras de jogo.
O que há de repugnante na Al-Qaida, como o vitapis escreveu é que a lógica da Al-Qaeda é a falta de lógica, é a lógica do extermínio indiscriminado.
E isso você não encontra em mais nenhum lado.