O administrador financeiro da Jerónimo Martins aconselhou o Estado a seguir o exemplo daquele grupo, relativamente à estratégia para a redução de dívida e abandono das actividades não estratégicas, assegurando que, por essa via, a Jerónimo Martins alcançou as metas propostas ao mercado, superando as expectativas dos investidores.
Na opinião deste imaginativo gestor, o Estado deveria assumir com «obsessão» a redução da dívida e do défice orçamental, recorrendo a «alguns sacrifícios», tal como aconteceu na Jerónimo Martins, e também abandonar as actividades não core (nucleares). Com estes objectivos de fundo, o Estado saneava as suas contas, à semelhança da JM. Desde 2001, a JM vendeu 24 companhias e oito negócios, na sua maioria que não faziam parte do «core business», ou que num horizonte de três anos não criavam valor.
O problema com o Estado português é saber quais as actividades que fazem parte do seu «core business»;
O problema com o Estado português é que as actividades que desenvolve, quer façam ou não parte do seu «core business», não criam valor.
Porém há um dado importante adiantado pelo administrador financeiro da JM: embora a maioria das companhias e negócios vendidos não fizesse parte do seu «core business», subentende-se que algumas fariam.
Logo o Estado, se pretender seguir aqueles conselhos, escusa de se preocupar com as minudências do “ser ou não ser” do «core business».
Por exemplo:
1 – o Governo Regional da Madeira e as suas instâncias, a fossa orçamental do Atlântico – são ou não são «core business»? Não interessa: vendem-se.
2 – as autarquias locais, o maior sorvedouro de dinheiro do país – são ou não são «core business»? Não interessa: vendem-se.
3 – os Hospitais Públicos que não conseguem controlar a despesa em consumíveis e equipamentos e o absentismo dos seus colaboradores – são ou não são «core business»? Não interessa: vendem-se.
4 – as Universidades públicas onde os docentes pensam que a autonomia universitária serve para os contribuintes pagarem a factura e não pedirem explicações sobre o seu funcionamento – são ou não são «core business»? Não interessa: vendem-se.
5 – as escolas do ensino básico e secundário, onde parte dos professores tem horário zero, o ensino é medíocre e os currículos são experiências que os especialistas laboratoriais do ministério andam a fazer na convicção que os alunos são cobaias – são ou não são «core business»? Não interessa: vendem-se. E atenção ... como bónus, na aquisição deste pacote, o adquirente pode levar o Ministério, com todo o pessoal, as DRE’s e todos os restantes organismos dependentes dele.
6 – as instâncias do poder judicial que quando não apanham os poderosos, é porque há apenas justiça selectiva, e que quando os apanham, é porque têm poder excessivo e o usam discricionariamente – são ou não são «core business»? Não interessa, são um elemento de perturbação da opinião pública: vendem-se! O bónus na aquisição deste pacote é a posse de todos os estabelecimentos prisionais e institutos de reinserção. Se alguém conseguir encontrar a ministra, esta será evidentemente incluída no pacote.
7 – o Ambiente, dependente de um ministro que, conforme o lado para onde o viram, afirma que vai chutar ... mas nunca chuta. O Ambiente é ou não é «core business»? Não interessa: vende-se. Com a vantagem que se obtém, como sub-produto, a extinção de algumas organizações ambientalistas que deixam de conseguir angariar estudos e pareceres, através da ameaça da sua força mediática poder lançar o pânico na opinião pública.
8 – as Forças Armadas, que quando se fala em dotação orçamental para o seu equipamento, nos perguntamos porquê despender aquele dinheiro e que, quando são necessárias, zombamos da sua penúria – são ou não são «core business»? Não interessa, para nós não são: vendem-se. Com a vantagem de que se o ministro estiver incluído no pacote, lá se vai o «core business» do Expresso.
9 – as instituições culturais? Obviamente não são do «core business». A população tem um elevado analfabetismo funcional e os agentes culturais só produzem para eles próprios, em circuito fechado. É vender tudo. Tudo ... bem ... tudo talvez não seja possível, porque o ministro desapareceu após a tomada de posse.
10 – A AR será «core business»? Não interessa, faz leis, mas só os ingénuos cumprem as leis, ninguém fiscaliza o seu cumprimento e ao fim de poucos meses caiem em desuso: vende-se! O PR, que nem é «core», nem «business», nem nada ... obviamente vende-se ou dá-se, nem que seja como contrapeso. O governo? Bem, o governo depois deste leilão monumental ficou sem objecto. Vende-se!
11 – as Finanças deixaram entretanto de serem necessárias. A questão de serem ou não «core business» passou a irrelevante. Está tudo vendido, não precisamos de receitas para despesas inexistentes – é vender urgentemente e, se não houver licitante, que se faça uma doação a alguma instituição de caridade.
A estratégia está traçada. Resta nomear a comissão liquidatária e um bom pregoeiro para animar o leilão!
Já agora vender os Jerónimos e o Terreiro do Paço
Afixado por: Coelho em janeiro 16, 2004 10:04 PMPassando a um registo menos brincalhão, julgo que há actividades que o Estado tem presentemente que sairiam mais baratas para o contribuinte e de melhor qualidade para os utentes se fossem privatizadas.
Alguns hospitais, por exemplo.
Afixado por: Hector em janeiro 16, 2004 11:00 PMNessa altura terá a Jerónimo Martins readquirido a sua antiga dimensão de loja no Chiado. Será altura do Estado comprar e ter uma missão definida: a de mercearia. Um saco para as receitas, outro saco para as despesas. O que sobrar é lucro!
Afixado por: Placard em janeiro 16, 2004 11:22 PMGostei ! Um Estado sem Estado, ou como um "Financista" se pode tornar em Anarquista !
Afixado por: zippiz em janeiro 16, 2004 11:39 PMGostei ! Um Estado sem Estado, ou como um "Financista" se pode tornar em Anarquista !
Afixado por: zippiz em janeiro 16, 2004 11:39 PMNão há dúvida que esta sujeita deu um passo enorme no caminho do anarquismo.
Mas um anarquismo "financista". Em vez de acabar com o Estado, vende-o em leilão.
"Não há dúvida que esta sujeita"...
Que "sujeita"?...
Afixado por: Marapião em janeiro 17, 2004 12:50 AMDe facto há administradores financeiros (este será economista?) que têm um enorme sentido de estado.
Valha-nos o enxovalho mordaz, se é que a mensagem chega até LÁ EM CIMA.
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Agora...
"Com a vantagem de que se o ministro estiver incluído no pacote, lá se vai o «core business» do Expresso."
...é a sua "maldadezinha" corrosiva a vir, ainda mais, à tona...
PS. Ainda por cima esta combinação entre "o ministro" o "«core business»" (do mesmo?) e "o pacote" daria a alguns aproveitadores com mais sentido de humor e capacidade de trocadilho, pano para mangas.
Cara Joana,
Não entendi é se concorda ou discorda do administrador financeiro da Jerónimo Martins.
Se não esclarecer, parece um discurso do Sampaio...
Cada um pensa o que quer...
Não se percebe se a Joana é favorável à solução do JM ou se está a gozar com ela. Provavelmente está a gozar com tudo
A Joana aproveitou para fazer uma série de trocadilhos, mas a opinião do gestor financeiro do JM tem a sua valia. O Estado tem que entregar aos privados as actividades que não consegue realizar eficientemente, excepto aquelas que, pela sua dimensão social e nacional, tem que manter nas suas mãos. As forças armadas, a justiça, a educação (partilhando com os privados), etc.
Fora desse «core business» deve ter apenas um papel regulador.
Cuidado...
pior que um 'estado gastador' só um 'estado totó'...
As empresas que se criam na órbita de instituições estatais são uma hidra que gere milhões à custa do orçamento... Sem concursos... favorecendo os amigalhaços... contas 'esquisitas'...
Um abraço,
Francisco Nunes
O core business para o PCP é tudo. Para o PP é quase nada. Entre estes 2 opostos há uma enorme latitude para escolha.
Na minha opinião, a Semiramis apenas quis mostrar as contradições da nossa sociedade e da nossa política, que vão desde a direita à esquerda.
Julgo que isto é o fio condutor da autora, não sei se conscientemente ou não, que faz com que umas vezes pareça de direita outras de esquerda, umas vezes anarquista outras pró-establishment
Joana: a veiazinha anarquista?
Afixado por: Filipa Zeitzler em janeiro 18, 2004 02:09 PMEstão praí com palpites. Esta gaja não sabe o que diz. É só isso.
Afixado por: Cisco Kid em janeiro 18, 2004 02:31 PMDe todos os comentários, dou o meu aplauso ao fbmatos.
À Joana, quero dizer-lhe que, há já algum tempo, leio os seus escritos; aprecio o seu humor, o seu espírito crítico e a sua capacidade de análise. Vou pegar no seu exemplo 4 e,sobre ele, escrever no meu blog.
Continue com a sua metodologia.
Para o Produtor deste filme hard-core, aqui vai o meu contributo:
- venda do forte de Catalezete, em Oeiras, residência não oficial do Paulinho.Incluo-me desde já como um dos interessasoa na compra.
- venda do Castelo de Leiria. Também estou interesasdo pela ligação afetciva à minha terra natal.
- vemda do pinhal de Leiria. Interessa à indústria da celilose.
- privatização de toda a orla costeira. Tem interesse para a indústria de turismo, e para todos os que ambicionam a uma praia privada.
- privatização da cobrança de impostos. O City Bank perfila-se como o principal candidato.
- privatização do Governo. Haverá interessados?
Afixado por: Luis Filipe em janeiro 19, 2004 11:38 AMFazer também como este grupo fez na Polónia onde foram apanhados com facturação falsa?
Afixado por: canzoada em janeiro 22, 2004 09:19 PMIn your free time, visit some information about online casino online casino http://online-casino.isacommie.com/ texas hold em texas hold em http://texas-hold-em.musicbox1.com/ online poker online poker http://online-poker.musicbox1.com/ phentermine phentermine http://phentermine.musicbox1.com/ interest only mortgage interest only mortgage http://interest-only-mortgage.isacommie.com/ private mortgages private mortgages http://private-mortgages.musicbox1.com/ low interest credit cards low interest credit cards http://low-interest-credit-cards.isacommie.com/ loan loan http://loan.isacommie.com/ credit card debt credit card debt http://credit-card-debt.musicbox1.com/ mortgage loans mortgage loans http://mortgage-loans.musicbox1.com/ blackjack blackjack http://blackjack.musicbox1.com/ slot machines slot machines http://slot-machines.isacommie.com/ online gambling online gambling http://online-gambling.isacommie.com/ gambling gambling http://gambling.musicbox1.com/ party poker online party poker online http://party-poker-online.musicbox1.com/ texas hold em poker texas hold em poker http://texas-hold-em-poker.isacommie.com/ texas holdem poker texas holdem poker http://texas-holdem-poker.musicbox1.com/ poker online poker online http://poker-online.isacommie.com/ how to play poker how to play poker http://how-to-play-poker.musicbox1.com/ free online poker free online poker http://free-online-poker.isacommie.com/ poker hands poker hands http://poker-hands.isacommie.com/ poker rules poker rules http://poker-rules.musicbox1.com/ internet poker internet poker http://internet-poker.musicbox1.com/ wsop wsop http://www.isacommie.com/ texas holdem texas holdem http://texas-holdem.isacommie.com/ buy soma buy soma http://buy-soma.isacommie.com/ buy ambien online buy ambien online http://www.musicbox1.com/ buy vicodin buy vicodin http://buy-vicodin.musicbox1.com/ buy ambien buy ambien http://buy-ambien.isacommie.com/ buy bontril buy bontril http://buy-bontril.isacommie.com/ diet pills diet pills http://diet-pills.musicbox1.com/ buy tramadol buy tramadol http://buy-tramadol.isacommie.com/ buy viagra buy viagra http://buy-viagra.isacommie.com/ buy phentermine online buy phentermine online http://buy-phentermine-online.musicbox1.com/ buy viagra online buy viagra online http://buy-viagra-online.musicbox1.com/ buy xanax buy xanax http://buy-xanax.isacommie.com/ buy cialis buy cialis http://buy-cialis.isacommie.com/ buy levitra buy levitra http://buy-levitra.musicbox1.com/ buy levitra online buy levitra online http://buy-levitra-online.musicbox1.com/ buy phentermine buy phentermine http://buy-phentermine.isacommie.com/ ... Thanks!!!
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