Tenho estado ligada ao financiamento de alguns projectos que se desenvolvem no Alentejo e tenho verificado a dificuldade em arranjar mão de obra local para a sua execução, apesar do desemprego existente e, pior que isso, a dificuldade em arranjar pessoal para assegurar a exploração.
No caso da exploração, as empresas optam por importar pessoal, normalmente técnicos e pessoal qualificado, da zona de Lisboa e, às vezes, também imigrantes. Constróem pequenas moradias nas imediações, dão boas condições e têm o pessoal que querem. Conseguem-se bons níveis de produtividade porque o ambiente de trabalho é bom, conhecem-se todos, a vida é tranquila, há horas para tudo, isto é, parece que o tempo rende muito mais do que em Lisboa, e não há aquele stress urbano que corrói a vontade de trabalhar.
Há gente no Alentejo empreendedora e com espírito de iniciativa. Infelizmente é uma minoria. A população alentejana está envelhecida e, na maioria, não tem espírito de iniciativa nem para fazer filhos.
Penso que o desenvolvimento do Alentejo passa por investimentos maciços na indústria e agricultura, mas também pela transplantação de populações para lá (senão será dinheiro deitado à rua). E essa população deverá ser procurada principalmente nos nossos centros urbanos superpovoados (mormente Lisboa-Setúbal) mas também, complementarmente, na Europa de Leste. Aliás, já há muito imigrante de Leste a trabalhar em montes alentejanos.
Esse influxo de sangue novo poderá ter, cumulativamente, um efeito sinérgico na população local e fazer com que ela perca os hábitos ancestrais do fatalismo e do deixar andar.
22 de Setembro de 2003
Publicado por Joana em outubro 4, 2003 01:56 AM | TrackBackOs alentejanos não se safam sozinhos. Os gajos não querem trabalhar
Afixado por: Zebedeu em novembro 8, 2003 12:16 AMOs alentejanos são uma espécie em vias de extinção
Afixado por: anonimo em dezembro 6, 2003 05:06 PMOs alentejanos são uma espécie em vias de extinção
Afixado por: anonimo em dezembro 6, 2003 05:06 PM