Virtudes e vícios do espectro político
Face a alguns comentários que li relativos aos textos sobre o PS e a Casa Pia, quero referir que nunca afirmei que a direita fosse mais ou menos virtuosa que a esquerda. O que referi foi a hipocrisia de uma certa esquerda (sublinho, uma certa esquerda) em postular como sendo ela a depositária das virtudes cívicas e da democracia em contraponto com a depravação e venalidade da direita.
Vícios e virtudes, espírito democrático e espírito totalitário há-os em todos os quadrantes políticos, embora em ambos os extremos do espectro político haja uma perversa tendência para considerar que os fins justificam os meus e que a verdade é a “nossa verdade”.
Nos textos anteriores apenas referi o pragmatismo da direita. Não falei em eficácia, como alguns comentadores me contrapuseram, nem nos seus princípios, que não vieram à colação.
Aliás tal não faria sentido porque eu própria referi a inabilidade do actual governo na gestão de alguns dossiês (o da Metropaço, p. ex.).
O governo actual não tem sido eficiente, no sentido económico do termo. É certo que recebeu uma herança desastrosa do governo PS (e quem finge não perceber isso, ou argumentar que essa herança tem um prazo de validade curto, é de uma enorme hipocrisia). O actual governo é, numa apreciação generalista, tecnicamente pouco competente, tirando algumas excepções, politicamente inábil e não tem tido coragem para tomar todas as medidas necessárias para colocar o país na rota certa, mas as críticas que eu vejo serem feitas são as dos anestesiados pelas facilidades e laxismo guterristas, dos saudosos da época em caminhávamos, tranquilamente para o abismo.
A questão é que as críticas que ouço me inquietam, porque prefiguram uma alternativa muito pior que o actual governo. O governo não será eficiente, mas a alternativa é absolutamente catastrófica.
Vender as jóias da família, mesmo que elas estejam a render pouco ou a dar prejuízo, não é necessariamente competência, embora se reconheça que dado o estado em que as finanças do país estavam seriam necessárias diversas medidas de emergência.
Quando eu escrevi que a direita é pragmática quis significar que ela, normalmente, não fica refém de princípios que entretanto se tornaram mitos e que perderam a sua força operacional.
E esse pragmatismo, na situação actual, em que o que se pede é que o governo faça uma gestão cuidadosa da coisa pública, é absolutamente imprescindível.
Publicado por Joana em outubro 23, 2003 12:00 AM | TrackBackJá começou o ordinário. Deve ser um funcionário que não tem nada que fazer e entra às 10.
Afixado por: J Correia em outubro 22, 2003 10:09 AMLá começa esta história!
Afixado por: vde em outubro 22, 2003 10:09 AMEste tipo deve ser estúpido.
Que ganha com isto?
Este tipo deve ser estúpido.
Que ganha com isto?
Venho aqui só para aprender o vernáculo
Afixado por: anonimo em outubro 22, 2003 10:09 AMEste tipo deve ser estúpido.
Que ganha com isto?
Será esta a esquerda que temos?
Afixado por: J Correia em outubro 22, 2003 10:09 AMJá começou o ordinário. Deve ser um funcionário que não tem nada que fazer e entra às 10.
Afixado por: J Correia em outubro 22, 2003 10:10 AMEste tipo deve ser estúpido.
Que ganha com isto?
Este tipo deve ser estúpido.
Que ganha com isto?
A divulgação das escutas telefónicas é um crime e como tal deve ser punido.
Mas é ridículo ninguém se ter preocupado com a violação do segredo de justiça feitas pelo PS que se constata nas escutas que vieram a público.
E o Bastonário vir agora a exigir a cabeça do PGR, depois de se verificar que ele tinha mentido sobre o encontro com o António Costa e que ele próprio saberia de matérias que estariam em segredo de justiça.
Será que esta gente não tem o sentido do ridículo?
Joana:
Quero cumprimentá-la pela sua paciência em aturar isto tudo.
Estes comentários repetitivos são um nojo!
Afixado por: A Nereu em outubro 22, 2003 02:44 PMEstes comentários repetitivos são um nojo!
Afixado por: A Nereu em outubro 22, 2003 02:44 PMEstes comentários repetitivos são um nojo!
Afixado por: A Nereu em outubro 22, 2003 02:44 PMNãoé possível pôr cobro a isto?
Afixado por: A Nereu em outubro 22, 2003 02:44 PMQueria exprimir mais uma vez as minhas felicitacoes oela sua coragem em aturar isto e pela lucidez dos seus escritos.
Continue
Ainda bem que a Joana me avisou para não me impressionar com a imundície que ia aqui encontrar. Se não estivesse à espera teria ficado enjoado.
Cara Joana:
A eficácia não é prerrogativa da direita: é um mito da direita. Do mesmo modo que a virtude, sem ser prerrogativa da esquerda, é um mito da esquerda.
No plano da realidade, é claro, há em ambos os campos gente virtuosa e gente eficaz. Mas você estava a desenvolver o seu argumento no plano do mito, e foi nesse plano que eu lhe respondi no online do Expresso. De resto, cabe perguntar: será que a virtude é só um mito da esquerda em relação a si própria, ou também um mito da direita em relação à esquerda? E, "mutatis mutandis", a eficácia? Se o mito, como o define Mircea Eliade, é uma narração, porque há-de você partir do princípio de que é uma narração na primeira pessoa?
Cumprimentos cordiais. Continue a ser democrata. Como você escreve algures, até com os energúmenos podemos aprender; e, se mantiver neste site certos comentários, quem sabe? Até talvez eu me venha a converter à doutrina da desigualdade humana.
PS: O que é um URL? Eu tenho uma coisa dessas?
Afixado por: Zé Luiz em outubro 22, 2003 09:14 PMExcelente
Afixado por: JCorreia em outubro 22, 2003 09:47 PMParece que o vândalo voltou
Afixado por: A Valente em outubro 22, 2003 09:47 PM"SISTEMA" - OS ABUSOS - O "sistema" é mau, permite abusos de poder, tem escasso controlo? Com certeza. Mas já era mau antes do caso Pedroso e havia quem o dissesse, curiosamente ninguém dos que agora clamam contra ele e o ajudaram a construir. Proença de Carvalho, Mário Soares (em defesa de Leonor Beleza) e alguns outros, disseram-no. Recordo-me de muitas discussões com José Magalhães no Flashback sobre esta matéria, quando este, um dos que construíram o "sistema", o defendia "à outrance", baseado nas posições socialistas.
NUNCA ANTES - Dito isto, sou obviamente defensor de alterações profundas no "sistema", mas nunca, jamais, em tempo algum, antes do fim do processo Casa Pia, por razões do modo como deve funcionar uma democracia e um Estado de direito. Pode acabar injustamente com a "imagem" de alguns políticos? É verdade, mas também não é de agora. Injustiçados permanecem alguns membros do governo de Cavaco Silva, sem ninguém se lembrar disso. Pode esta situação penalizar os arguidos deste processo, como certamente já vitimizou muitos outros? Com certeza, mas não chegará ao ponto de transformar, em tribunal, inocentes em culpados.
FUGAS SELECTIVAS - Choca-me ler as informações das escutas, choca-me ver a sua fuga selectiva do processo, sinto um enorme incómodo, com um sentimento de violação de privacidade, como se fosse comigo - sem sombra de dúvida. Repito: sem sombra de dúvida e esta é matéria para tratar com a dureza necessária, depois. Depois, porque este "sistema" tornou estas escutas legais e ainda não vi ninguém, com responsabilidades na justiça, a dizer que o não são.
Agora também não esqueci que as primeiras fugas de escutas no caso Casa Pia estavam no documento entregue pelo juiz à Assembleia, e foram utilizadas selectivamente para mostrar como eram irrelevantes e até "ridículas" (o adjectivo veio nos jornais) as acusações a Pedroso. Como a divulgação dessas escutas parecia ser benévola, foi essa a parte escolhida para aparecer nos jornais e não as acusações de pedofilia contidas no mesmo documento, que só apareceram mais tarde. E não houve qualquer clamor público quanto à sua divulgação, porque as escutas eram "úteis".
FUGAS DE INFORMAÇÃO - São o maior factor de descredibilização do sistema judicial, mas as fugas de informação não começaram com o processo Casa Pia, nem têm agora maior gravidade do que tiveram em casos anteriores. Ou se muda a lei do segredo de justiça, ou se encontra finalmente algum responsável por uma destas fugas, e se actua com toda a força da lei. As fugas são também um instrumento fundamental na manipulação da opinião pública a que se tem assistido e nenhum dos intervenientes no processo pode lavar as mãos do que acontece. Pouca coisa mais higiénica haveria, neste ruído público, do que identificarem-se os autores das fugas.
Afixado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP em outubro 23, 2003 09:46 AMESCUTAS - Criou-se um sistema excessivamente laxista de escutas telefónicas, que foi alegremente e unanimemente votado, em sucessivas ondas de "lei e ordem". Quando se liberalizou e alargou a utilização de escutas telefónicas, a intenção era usá-las para combater a criminalidade organizada, o tráfico de droga, o branqueamento de capitais, o terrorismo, a corrupção. Mas, convém não esquecer que este processo é sobre pedofilia, e que toda a gente bate (ou batia) com as mãos no peito, considerando-a um "crime hediondo". Não me venham dizer que, se se perguntasse ao então ministro António Costa se a pedofilia e as redes de prostituição infantil eram excepção a este tão liberal e laxista regime das escutas, ele responderia com outra palavra que não fosse um sonoro "nunca". Mas os tempos eram outros.
Afixado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP em outubro 23, 2003 09:46 AM"SISTEMA" - PARA OS "OUTROS" - Enquanto as vítimas eram do PSD, os justiceiros estavam no tandem "Independente"-PGR (com aplauso total da esquerda política, que lhes dava continuidade no Parlamento), e as fugas sistemáticas eram só de um lado e sem defesa, porque ninguém tinha coragem para a fazer e a comunicação social não se dividia, como hoje, nunca houve problemas com "o sistema". Pelo contrário, a cada caso, o clamor era para novas medidas de reforço dos poderes judiciais e do Ministério Público. Foi assim que se chegou à situação presente - por razões políticas, por motivos políticos, pela tentação sinistra de usar a justiça como arma política. Ao mesmo tempo, com singular cegueira, havia a ideia de que isso nunca nos tocaria a "nós".
Afixado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP em outubro 23, 2003 09:46 AM"SISTEMA" - A CONSTRUÇÃO - Sim, porque houve quem, nos últimos vinte anos, em Portugal, quisesse fazer uma "república dos juízes" à italiana, respondendo às vantagens eleitorais do populismo justiceiro. Houve quem não tivesse coragem, com receio das consequências eleitorais negativas, devidas igualmente ao populismo justiceiro, de dizer não à excessiva concentração de poderes num Ministério Público que não responde efectivamente perante ninguém. A combinação destes dois factores construiu o "sistema" actual.
Foram políticos do PSD, PS e PCP que construíram este "sistema" por razões estritamente políticas, numa competição por agradar (ou pelo medo de desagradar) ao populismo, debaixo dos ventos italianos. Do meu partido, recordo-me da acção de dois ministros, Fernando Nogueira e Laborinho Lúcio, que o iniciaram, mas recordo-me também que, a cada momento, nas revisões constitucionais, na discussão dos principais diplomas sobre justiça, havia uma forte e agressiva pressão para uma "república dos juízes" à portuguesa, vinda do PS e do PCP. PS e PCP comportavam-se como se fossem os "partidos do Ministério Público". O último ministro que prosseguiu neste caminho foi António Costa.
DUPLICIDADE - Se há coisa que peço a mim próprio, e, se não fosse incréu, ao Senhor, é não cair na duplicidade na análise deste processo, todo ele impregnado de duplicidade. Tenho as minhas opiniões, gostos e antipatias, que é impossível não mostrar; posso cair em contradição, porque isso às vezes é inevitável, mas farei todo o possível para não ser dúplice. O que é difícil quando se vai escrever essencialmente sobre as duplicidades dos outros.
Afixado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP em outubro 23, 2003 10:21 AMFALAR - Há momentos a que a uns convém que se fale, a outros que se faça silêncio. Nas sociedades democráticas, não há nunca silêncio, porque o silêncio fala, embora também possa apenas haver ruído.
Afixado por: Dicionário da Duplicidade Quotidiana do JPP em outubro 23, 2003 10:21 AMZé Luiz
URL (Universal Resource Locator) é o endereço de uma página web que se escreve
na barra de endereços do browser (Internet Explorer por exemplo).
Exemplo de um URL (ou uma, não sei qual o género em português):
http://semiramis.weblog.com.pt/
Zé Luiz, eu não falei da esquerda como um todo, até porque tem contornos difusos. Mário Soares não foi várias vezes qualificado de direita? E o mesmo sucede quanto à direita.
Eu falei de uma certa esquerda, que engloba a esquerda radical (incluindo os movimentos participativos ), o PC e algumas franjas do PS.
O PS de António Guterres, mais centrista, não tinha o tipo de discurso Ferrista que eu critiquei nos textos que teve a amabilidade de ler. O PS de António Guterres governou de forma absolutamente desastrosa porque não teve capacidade de liderança, não teve competência, fomentou os lobbies e a feudalização do país e deixou-se enredar nesse sistema.
Sou muito crítica relativamente ao governo de Guterres, mas Ferro é muito pior. Ferro é a deriva esquerdista, é a hipocrisia da esquerda radical autoconvencida da sua virtude.
Não me parece que a Direita tenha o mito da eficácia. São os empresários (normalmente mais à direita), quando falam dos políticos verberam a sua ineficácia, em geral, embora ponham sempre alguma esperança nas capacidades da direita em endireitar a economia. Para eles, a ineficácia é a política. Por isso é natural que o discurso da eficácia apareça conotado com a direita.
Fartei-me de rir com o sketch do "vandalo do semiramis". Foi bem pensado!
Afixado por: Filipa Zeitzler em outubro 23, 2003 05:33 PMPara castigo da minha ordinarice, a Joana obrigou-me a transcrever "Saudades de Esquerda " de HELENA MATOS
A frase começou a ser dita cada vez com mais frequência: "Dantes era bem melhor!" Depois, como se tal fosse a coisa mais natural do mundo, uma espécie de consequência inevitável do confronto com o presente, começaram a deixar cair: "Isto é pior que o fascismo!" Em seguida entraram no processo de reabilitação da ditadura. Mas este "remake" do "Ó tempo volta para trás, dá-me tudo o que perdi" não é entoado por vozes como Kaúlza de Arriaga ou Rosa Casaco. Nada disso! É a esquerda, gente que sempre fez profissão de fé de antifascismo, alguns deles perseguidos pela PIDE, quem agora produz este nostálgico discurso.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:58 PMO próprio Manuel Alegre veio recentemente legitimar esta recuperação da ditadura declarando ao PÚBLICO: "Vivemos num clima mais perverso do que aquele que vivemos na ditadura. É muito desagradável dizer isto, mas é mais perverso: porque, na ditadura, eu sabia quem era o inimigo, sabia os riscos que corria, e, quando era preso, sabia por que é que era. Era uma situação clara. Neste momento, é uma situação perversa."
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:59 PMEstas declarações de Manuel Alegre exprimem, por um lado, a extraordinária desorientação a que o PS chegou com o caso Pedroso e, por outro, são reveladoras da incapacidade de uma esquerda que se formou na oposição ao salazarismo de aceitar a realidade da democracia por que tanto lutou e as inevitáveis mudanças que o tempo acarreta.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:59 PMEste tipo de discurso começou a fazer-se ouvir, primeiro, nos sectores derrotados no 25 de Novembro de 1975. Alguns pretendiam que a situação saída desse golpe reinstituíra no país algo semelhante ao que se vivia antes do 25 de Abril de 1974. Mas ficavam-se geralmente por umas frases de lirismo "kitsch" sobre essa data - o tempo em que os sonhos se desfizeram; o fim dos dias em que tudo era possível... De qualquer forma não diziam ainda que o fascismo tinha sido melhor.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:59 PMNão só se mantinha viva como até em muitos casos se exacerbava o que fora a resistência à ditadura e, por outro lado, a estratégia de comunicação da esquerda afecta ao PCP passava sobretudo por agitar o espantalho do retorno do fascismo a qualquer alteração legislativa. O PS, durante os governos de Cavaco Silva, também ocasionalmente invocou o regresso do fascismo mas apostou mais no denegrir do presente, o "cavaquistão".
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:59 PMAnos depois, um dos sinais óbvios de que o PS tinha perdido a dinâmica do poder e consequentemente a vontade de fazer o presente aconteceu durante a última campanha autárquica, quando João Soares escolheu, num total desacerto com o tempo e o lugar, o "slogan" "Fascismo nunca mais"! para ganhar a Câmara de Lisboa.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:59 PME agora que não só está na oposição como a sofrer o imenso desgaste do caso Casa Pia, o PS irmanou-se aos saudosos do PREC e outros vencidos da vida e, todos a uma só voz, choram de saudades dos bons velhos tempos. Exactamente esses em que Portugal foi uma ditadura. Ter-se-ão tornado fascistas? De modo algum, mas têm saudades desse tempo em que dividiam o mundo em bons e maus. Sendo que eles eram sempre bons fizessem o que fizessem.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:59 PMDurante a ditadura, a censura e a própria repressão policial permitiram a muitos iludirem a sua mediocridade imaginando sucessos e reconhecimento público que efectivamente não mereciam. Por isso, quando chegou a democracia e já não tinham o censor a dar-lhes importância nem a polícia a impedir-lhes as actividades e ficaram sós perante o público, o povo e, sobretudo, perante si mesmos, começaram por amaldiçoar o mercado, a competitividade e a concorrência. Em seguida, fizeram discursos sobre esse tempo em que todos se conheciam. Em que havia valores e ideais. Em que se faziam espectáculos de qualidade...
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:59 PMDepois, face a um presente cuja mudança não acompanham, face à chegada de novas gerações de políticos, autores, jornalistas..., começaram a sentir saudades daquele lápis azul que lhes dava tanta importância. Daquele censor seu espectador, leitor, ouvinte... enfim seguidor atento. Daí a balbuciarem que queriam a sua ditadura de volta foi um passo.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 06:59 PMÉ certo que as democracias são injustas. É certo que podem estar detidos inocentes. É certo que as novelas da TVI têm mais audiência que as séries da RTP2. Mas não há qualquer comparação entre democracia e ditadura. Estas últimas são naturalmente perversas. Porque conferem um ignominioso estatuto de excepcionalidade a quem as governa mas também a quem se lhes opõe. Todos nós ouvimos falar da farsa que foi o julgamento dos membros do regime no caso Ballet Rose.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 07:06 PMMas a farsa não acabava aí. A farsa é a ilusão de normalidade numa ditadura. Para o ditador, para aqueles que o rodeiam e para os que se lhe opõem. Por exemplo, caso um qualquer dirigente da oposição, durante a ditadura, tivesse sido acusado de abuso sexual de menores nunca ninguém acreditaria porque se tratava duma invenção da PIDE. Caso durante a ditadura um qualquer oposicionista fosse acusado de ter desviado dinheiro, isso seria sempre uma calúnia.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 07:06 PMCaso durante a ditadura um militante comunista ou de extrema-esquerda fosse acusado de ter assassinado alguém que consideravam dissidente, traidor ou informador da polícia, restava sempre a possibilidade de ter sido a PIDE... Por isso têm saudades desse tempo em que, como nas histórias infantis, os maus eram sempre maus e os bons sempre bons.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 07:06 PMTêm saudades desse tempo em que eles que agora assim falam, artistas, profissionais liberais e jornalistas de oposição, se sentiam investidos duma superioridade quase aristocrática. Ridicularizavam os censores e desprezavam os polícias. E estes últimos sabiam bem que nos calabouços não se tratava da mesma forma um trabalhador rural ou um frequentador da Brasileira.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 07:06 PMÉ desse mundo em que tudo era perversamente familiar, em que a cunha da União Nacional coexistia, do outro lado, com o apoio cego e incondicional a quem se declarasse correlegionário, é desse mundo em que cada um sabia que o seu estatuto não seria beliscado, antes reforçado pela outra parte, de que a esquerda hoje tem saudades. É desse mundo em que a vida de cada um era condicionada e julgada pelo que se dizia ser e não pelo que de facto se era e fazia que a esquerda quer de volta. Tudo isto é muito triste e não creio que a culpa seja do fado.
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 07:06 PMAcabou ... as coisas que me obrigam a fazer por ser um ordinário
Afixado por: Saudades de Esquerda em outubro 23, 2003 07:06 PMDesculpem estes problemas, aos quais sou alheia.
Afixado por: Joana em outubro 23, 2003 07:09 PMOntem vi na televisão uma entrevista com um dos principais banqueiros portugueses. A certa altura ouvi-o defender a continuação da Caixa Geral de Depósitos na posse do Estado, porque, segundo ele (que fez questão de sublinhar que não é propriamente um partidário da estatização), esta é a única maneira de assegurar que certas decisões continuarão em mãos portuguesas.
Ao ouvir isto pensei: ora aqui está um homem pragmático. Por pragmático entendo alguém que, defendendo embora certos princípios, está disposto a avaliar cada caso pelos seus méritos próprios.
O problema é, repito, a questão do "para quê". Para que é que queremos que os centros de decisão continuem em mãos nacionais? Para que Portugal continue independente? E para que queremos que Portugal continue independente?
Quando seguimos um encadear de objectivos, e por muito que prezemos o pragmatismo e a eficácia, bem cedo chegamos aos valores - isto é, ao irracional que está no coração de toda a racionalidade. Ou, se quiser, aos mitos. Aos da direita e aos da esquerda.
Isto não confere à esquerda - ou à direita, nos momentos históricos em que é caso disso - qualquer espécie de superioridade moral. Confere-lhe, tão-somente, uma vantagem estratégica. Vantagem essa da qual a direita prescindiu a favor das vantagens tácticas do momento, e isto para desgosto de um homem de esquerda como eu a quem "uma certa direita" sempre fascinou.
Estou completamente de acordo com este texto
Afixado por: Bsotto em outubro 28, 2003 07:02 PMA esquerda de facto é muito hipócrita
Afixado por: Dominó em outubro 28, 2003 07:02 PMEstás sempre a deitar a esquerda abaixo.
Afixado por: Cisco Kid em outubro 28, 2003 07:02 PMTenho sido eu o vândalo. Peço desculpas!
Afixado por: B E em outubro 29, 2003 10:01 AMTenho sido eu o vândalo. Peço desculpas!
Afixado por: B E em outubro 29, 2003 10:01 AMConcordo plenamente
Afixado por: B E em outubro 29, 2003 10:01 AMConcordo plenamente
Afixado por: B E em outubro 29, 2003 10:01 AMConcordo plenamente
Afixado por: B E em outubro 29, 2003 10:01 AMOs comentarios que foram apagados eram um nojo.
Agora sem eles, a leitura dos que ficaram oerde muito do sentido
Na verdade a esquerda é muito hipócrita
Afixado por: Daniel em novembro 1, 2003 10:55 PMA esuqerda perdeu os princípios e a direita perdeu a eficácia
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:48 PMA esquerda perdeu os princípios, a direita perdeu a eficácia e o país perdeu o norte
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:48 PMA esquerda perdeu os princípios, a direita perdeu a eficácia e o país perdeu o norte
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:48 PMA esquerda perdeu os princípios, a direita perdeu a eficácia, o país perdeu o norte e a Joana não andará a perder o seu tempo?
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:48 PMA esquerda perdeu os princípios, a direita perdeu a eficácia, o país perdeu o norte e a Joana não andará a perder o seu tempo?
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:49 PMA esquerda perdeu os princípios, a direita perdeu a eficácia, o país perdeu o norte e a Joana não andará a perder o seu tempo?
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:49 PMQuem a avisa!
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:49 PMTodos somos hipócritas
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:49 PMQuando defendemos os nossos interesses
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:50 PMEmbora você ache que assim defendemos um mundo melhor
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:50 PMAcabei
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:50 PMEste anonimo fala muito
Afixado por: Rui Silva em novembro 2, 2003 09:50 PMVenho práqui cavaquear
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:51 PMEstou frustado
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:51 PMNão é com a esquerda
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:56 PMNem com a direita
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:57 PMNem com a Joana
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:57 PMbem ... com a Joana, talvez
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:57 PMMas com o Benfica!
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:58 PMSó me dá desgostos
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:58 PMCom o Beira-Mar?
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:59 PMNem tem nome de clube!
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:59 PMInté fiquei a falar sozinho
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 09:59 PMAdeus, vou afogar o desgosto no álcool
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 10:00 PMe bater na mulher
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 10:00 PMA safa da Joana é não estar casada comigo
Afixado por: anonimo em novembro 2, 2003 10:00 PMA esquerda sempre gostou de usar de grande fraseologia, coisas retoricas.
É por isso que parece ter princípios. Mas tudo aquilo é oco
Afixado por: GPinto em novembro 2, 2003 10:01 PMO espectro político tem virtudes? Eu só lhe conhecia vícios.
Afixado por: KK em novembro 5, 2003 10:40 PMIsto mudou de cor.
A Joana está com o período?
Devias engolir isto!
Afixado por: anonimo em junho 14, 2004 12:28 AMDevias engolir isto!
Afixado por: anonimo em junho 14, 2004 12:28 AMDevias engolir isto!
Afixado por: anonimo em junho 14, 2004 12:28 AMDevias engolir isto!
Afixado por: anonimo em junho 14, 2004 12:28 AMDevias engolir isto!
Afixado por: anonimo em junho 14, 2004 12:28 AMDevias engolir isto!
Afixado por: anonimo em junho 14, 2004 12:28 AMDevias engolir isto!
Afixado por: anonimo em junho 14, 2004 12:29 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:42 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:43 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:43 AMNão vejo qualquer eficácia
Afixado por: anonimo em junho 15, 2004 12:43 AM