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maio 26, 2005
OE2006 e OE2007
O Governo propôs aumentos de impostos e reduções simbólicas na despesa. Com isso reduzirá o défice previsional de 6,83% para 6,2%. Como não há reestruturação do sector público, mas apenas cortes simbólicos para o povo perceber que as chefias de institutos e empresas públicas também vão penar, estas medidas são apenas drogas que se injectam no enfermo para ele ficar feliz enquanto a doença avança.
No próximo OE2006 o Governo vai produzir-se na AR absolutamente espantado com o buraco orçamental do SNS e de outros serviços, e incomodado com a falta de espírito empreendedor dos empresários que provocaram a estagnação económica e o aumento galopante do desemprego, e prometerá reduzir o défice de 6,7% real (em 2005) para 6% em 2006, com as seguintes medidas:
IVA. Sobe de 21% para 24%.
IRS. Criado novo escalão (48%) para contribuintes que ganhem mais de 60 mil
Tabaco e Combustíveis. Os impostos directos sobre o tabaco e combustíveis (ISP) vão aumentar (no dobro do valor proposto em Maio de 2005).
Sigilo fiscal. O Governo mandará publicar as declarações de rendimentos em Diário da República 4ª Série
Sigilo bancário. Os extractos das contas serão afixados à porta das agências bancárias
Dívidas. Estabelece-se um plano para estimar e cobrar dívidas fiscais ocorridas nos últimos 50 anos.
O sector público manter-se-á sagrado.
No futuro OE2007 o Governo vai produzir-se na AR ainda mais espantado com o buraco orçamental do SNS e de outros serviços, com a queda abrupta da actividade económica e com os 25% de desempregados e prometerá reduzir o défice de 7% real (em 2006) para 6% com as seguintes medidas
IVA. Sobe de 24% para 30%.
IRS. Criado novo escalão (60%) para contribuintes que ganhem mais de 60 mil e aumentados em 5 pontos os restantes escalões
Tabaco e Combustíveis. Os impostos directos sobre o tabaco e combustíveis (ISP) vão aumentar (no quádruplo do valor de Maio de 2005).
Sigilo fiscal. O Governo mandará publicar as declarações de rendimentos em Diário da República 4ª Série e enviará exemplares para os domicílios dos vizinhos dos contribuintes
Sigilo bancário. Os extractos das contas serão afixados à porta das agências bancárias e enviados para as sedes do BE, do PCP e para as chefias dos gangs especializados em sequestros para extorsão.
Dívidas. Estabelece-se um plano para estimar e cobrar dívidas fiscais ocorridas nos últimos 100 anos.
O sector público manter-se-á sagrado. Afinal de contas é ele o único sector que resta ao país para manter algum emprego.
Quousque tandem, Reipublicae Administratio, abutere patientia nostra?
Publicado por Joana às maio 26, 2005 02:29 PM
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Comentários
A única dúvida é saber se o "monstro" não mudará de tratador até 2007... não prevê que devido a um assomo de raiva - num momento de fraqueza do monstro - o actual tratador acabará espezinhado??
Publicado por: incredulo às maio 26, 2005 03:21 PM
CRUELDADE !!!
Se os Funcionários Públicos Não Fazem Nada...
É a maior crueldade da Humanidade... obrigá-los a nada fazerem até aos 65 anos !!!
É Inhumano... Eu, se fosse FP apelaria ao Tribunal Internacional dos Direitos Humanos !
Publicado por: Templário às maio 26, 2005 03:50 PM
É possível que assim seja.
Mas do que não há dúvida é que:
1 - Os bancos (como os gangs especialistas em extorsão) continuarão a cobrar «despesas» inenarráveis, taxas de juro usurárias nos cartões de crédito, a executar hipotecas e a mandar penhorar o mobiliário dos cidadãos que não pagam aos bancos porque têm que pagar os impostos. Ao mesmo tempo, os bancos continuarão a pagar metade do IRC das pequenas empresas.
2 - Os profissionais liberais (será que o nome está relacionado com o «liberalismo» económico?) continuarão a declarar como rendimento mensal o ordenado mínimo nacional, apesar de cobrarem cada vez mais pelas consultas e serviços que prestam aos portugueses que pagam os impostos.
3 - As grandes empresas continuarão a pagar aos gabinetes de advogados e contabilistas para que estes encontrem formas cada vez mais avançadas de fugirem ao fisco.
4 - As grandes empresas continuarão a oferecer empregos aos anteriores e futuros ministros e deputados, para que eles, quando estiverem no exercício de funções parlamentares ou governamentais, não alterem as normas das taxas e cobranças fiscais.
.......
Podia continuar, mas seria um bocado cansativo...
Publicado por: (M) às maio 26, 2005 06:15 PM
(M) às maio 26, 2005 06:15 PM:
Essa situação dos "profissionais liberais" é um chavão que já não tem sustentação há bastante tempo. Já se interrogou porque é que médicos e advogados constituiram empresas e desistiram de se apresentar perante o fisco como profissionais liberais?
A quase totalidade é constituída, actualmente, por gente mal paga, que só arranjou emprego naquela situação, perseguida pelo fisco e pela SS (agora vai ser obrigada a pagar baseada em 1,5 ordenados mínimos, no mínimo). É um escândalo. Já não são liberais ... agora são trabalhadores "independentes".
Publicado por: Joana às maio 26, 2005 06:58 PM
Há uma coisa que a Joana terá que reconhecer. Os aumentos do IVA são sempre provisórios. A MFL aumentou provisoriamente para 19% e isso acabou. Agora são 21%. E assim sucessivamente.
É bom termos governantes que cumpram o que prometem, mesmo que as promessas sejam de governos anteriores.
Publicado por: David às maio 26, 2005 07:14 PM
Quanto às dívidas, o Estado sempre pode contratar o Homem do Fraque.
Publicado por: Senaqueribe às maio 26, 2005 07:26 PM
Senaqueribe às maio 26, 2005 07:26
Esqueçam la isso... Este man... teve postura... e confirmou.... que não se preocupa nada com o déficit. Então porque haveríamos nós de nos preocupar ?
Vamos mas é incentivar o contrabando.
Os tais do "recibo verde" só têm é que nada declarar. Nada pagar.
O Princípio.. nunca se pode perder... só paga quem tem !!!
Este Governo, teve uma ATITUDE em relação ao anterior...Não se preocupa com o déficit, e nisso só tem que merecer o nosso aplauso !
É que a vida... não tem nada a ver ... com o déficit !
PS : Já quer a Joana Adora... a Helena Roseta, sempre lhe posso dizer, que a rapariga prova na Visão que o Pai do Monstro é o Cavaco !
Publicado por: Templário às maio 26, 2005 08:57 PM
Joana às maio 26, 2005 06:58 PM
Pelo que disse sobre os médicos, imagino que entregue às clínicas os cuidados com a sua saúde, mas a colecção de recibos verdes que tenho de caríssimos e prestigiados especialistas não abona a favor da sua teoria.
Aliás, se o governo fizer o que disse, aí estarão as declarações de rendimentos para se ver quem tem razão-
Publicado por: (M) às maio 26, 2005 09:21 PM
Coitadinhos dos profissionais liberais...
Vítimas da perseguição do Fisco e da Segurança Social...
Agora até se vêem obrigados a constituir empresas para poderem continuar a não pagar impostos...
Mas isto sou eu a distorcer as palavras da Joana. Não liguem.
Publicado por: Zé Luiz às maio 26, 2005 11:07 PM
(M) em maio 26, 2005 09:21 PM: Não disse que foram todos, mas muitos criaram, e continuam a criar, empresas. Em certas circunstâncias, uma empresa permite uma contabilidade mais criativa.
Por exemplo, o meu dentista constituiu uma empresa há alguns anos. E imagine que é seu correligionário ... bem, não sei se ainda é, pois ele estava ligado aos renovadores.
E o pior é que aproveita eu estar de boca aberta a destartarizar para me fazer o ponto político. Você está a ver-me a ser massacrada sem possibilidade de repontar? Custa-me muito mais que a destartarização. E que a conta da destartarização!
E os meus pais também se queixam do mesmo (do ponto político ... não da conta).
Mas gostamos dele ...
Publicado por: Joana às maio 26, 2005 11:50 PM
Joana,
acabei de ver/ouvir Medina Carreira na sicnoticias. Parece que não vamos ter "país" daqui a 10 anos ! Pode ser um bocado pessimista mas tem muitos adeptos , entre os quais a própria Joana. Para onde devemos emigrar ? Guterres e Durão não quiseram esperar !
Publicado por: zippizzz às maio 27, 2005 12:01 AM
Joana:
Você não sabe se o seu dentista é meu correligionário... e também não sabe se eu sou correligionário dele.
Ainda não fiz, nem aqui, nem em nenhum lugar da net, qualquer declaração de opção partidária.
Já fiz, é certo, algumas declarações de voto, mas empre em referência às eleições do momento.
Você tem todo o direito de tentar deduzir as minhas opções partidárias a partir das minhas posições filosóficas, mas não tem nenhuma garantia de acertar.
Primeiro, porque nenhum partido é filosoficamente consistente; e em segundo lugar porque eu, que tenho um coração anarquista e uma cabeça hobbesiana, também o não sou.
Publicado por: Zé Luiz às maio 27, 2005 12:03 AM
Zé Luiz às maio 27, 2005 12:03 AM:
Você, além de não perceber o que escrevo, de o interpretar ao contrário, nem sequer lê o remetente.
Veja o exórdio: "(M) em maio 26, 2005 09:21 PM:"
É demais ...
Publicado por: Joana às maio 27, 2005 12:24 AM
Oops...
Publicado por: Zé Luiz às maio 27, 2005 12:53 AM
Depois de meter o pé na argola, e penitenciando-me devidamente por isso, posso voltar atrás e repetir o meu comentário? Era assim:
Coitadinhos dos profissionais liberais...
Vítimas da perseguição do Fisco e da Segurança Social...
Agora até se vêem obrigados a constituir empresas para poderem continuar a não pagar impostos...
Mas isto sou eu a distorcer as palavras da Joana. Não liguem.
A distorcer, a não perceber e a interpretar ao contrário. O que eu penso que li é que a ideia de que os profissionais liberais não pagam os impostos devidos é um chavão - mas por certo estou a interpretar ao contrário. O que eu penso que li é que esse chavão já não tem sustentação há bastante tempo - mas devo ter lido outra coisa, e já nem me atrevo a inferir que agora os pagam.
O que eu penso que li é que a perseguição movida pelo Fisco e pela Segurança Social levou a quase totalidade dos profissionais liberais a tornarem-se trabalhadores falsamente independentes, e ainda por cima mal pagos - mas o que a Joana escreveu foi outra coisa muito diferente, provavelmente o contrário, e eu é que estou a ser «bête et méchant».
O que eu penso que li é que a presunção de que esses profissionais ex-liberais ganham pelo menos 1,5 salários mínimos escandaliza a Joana - mas mais uma vez não percebi nada. Inferi, sem dúvida abusivamente, que a Joana acha que eles, na sua quase totalidade, ganham menos do que o fisco presume e vão portanto pagar impostos a mais - quando o que a Joana realmente acha é que ganham mais do que o fisco presume e vão portanto pagar impostos a menos.
Em alternativa, admiti a hipótese de a Joana ser por princípio contra a presunção de rendimentos, e por uma vez sou capaz de ter entendido bem. Mas, com a minha habitual desatenção, passaram-me despercebidas as alternativas que a Joana sem dúvida propôs.
Publicado por: Zé Luiz às maio 27, 2005 01:30 AM
Deve haver muito mais de uma centena de milhares de trabalhadores, na maioria jovens, que trabalha em empresas, mas também no Estado, que são pagos no sistema de recibos verdes, também chamados "profissões liberais".
Na sua maioria ganha miseravelmente e tem que pagar do seu bolso o IRS e a Segurança Social, enquanto se estiver a contrato paga uma parte da SS, mas a empresa paga 24%.
Como o fisco persegue os liberais "a sério", que já são uma minoria neste grupo, e não sabe como lhes chegar, arranja formas cegas que quem são os mais atingidos são esses desgraçados.
Qualquer pessoa que trabalhe numa empresa sabe isto. Mesmo o Estado tem dezenas de milhares de trabalhadores nesta situação.
Aliás, nem se chamam já profissionais liberais, chamam-se trabalhadores independentes.
Publicado por: Rui Sá às maio 27, 2005 10:40 AM
É impressão minha ou aqueles que antes defendiam o estatismo com unhas e dentes começam agora a fraquejar e a dar o dito pelo não dito?
Parece que o medo e o "choque de realidiade" vai levar muito invertebrados a vestirem a camisola do neo-liberalismo e a começarem a defender um desmantelamento do estado que nunca nenhum liberal sério propôs.
Publicado por: Mário às maio 27, 2005 01:21 PM
O sctor público tem um lobby muito forte. E os sindicatos só funcionam para a fp. Só têm força aí. Se desmantelarem o Estado, acabam os sindicatos.
Publicado por: soromenho às maio 27, 2005 01:51 PM
O meu barbeiro, que percebe de tudo e é de uma precisão micrométrica a manejar a navalha de barba, afirma que o défice previsional não é de 6,83% mas sim de 6,83001%, e que, depois das manobras governamentais, irá ficar apenas em 6,19999%.
Terá razão?
Publicado por: Senaqueribe às maio 27, 2005 01:55 PM
Receio que a Joana se tenha enganado e que os OE2006 e OE2007 sejam muito piores.
Publicado por: Jujux às maio 27, 2005 02:03 PM
E que o Medina Carreira se tenha enganado também e que em vez do Estado falir dentro de 10 anos, vá à falência em 4 ou 5 anos.
Publicado por: Jujux às maio 27, 2005 02:10 PM
Mas o Estado não faliu já?
O sangue que flui no Estado é apenas aquele injectado por tranfusão directa do sector privado.
Publicado por: Mário às maio 27, 2005 02:35 PM
É capaz de ter razão, Mário. O Estado morreu. O que existe é um vampiro que nos suga o sangue. Um Nosferatu.
Publicado por: Hector às maio 27, 2005 02:41 PM
O pessoal brinca com a desgraça, mas isto está feio e vai-nos atingir a todos.
Publicado por: bsotto às maio 27, 2005 02:47 PM
A única coisa que nos resta é dizer piadas. São as chamadas piadas de "morrer a rir"
Publicado por: Hector às maio 27, 2005 02:53 PM
Publicado por: bsotto às maio 27, 2005 02:47 PM
Mas quem está a brincar? Durante meses, anos, este e outros blogs chamaram a atenção para este problema.
A maior parte dos comentadores desvalorizou ou insultou. Foi preciso um governo de esquerda dizer que há fumo para todos gritarem FOGO?
Publicado por: Mário às maio 27, 2005 02:54 PM
Uma das medidas já meteu marcha-atrás.
Tratava-se da publicitação, com direito a passar na TVI, da declaração de IRS de uma figura pública por semana, a sortear entre jornalistas, advogados e Senhores Directores de Empresas Públicas de Todos Nós.
O Senhor Dr. Miguel Sousa Tavares hoje no Público (link não disponível porque o Senhor Dr. Fernandes fechou tudo a cadeado) já se veio manifestar, irado contra publicitarem a sua declaração aos vizinhos.
Acontece que a ira não é pessoal.
Não senhor.
Ele é impoluto.
Mas faz-lhe sempre lembrar pecadilhos de infância quando o papá, numa distracção mais que natural, arranjou uns problemas com umas transferências para a Suiça.
O que só prova;
Que de Tavares a Isaltino
A Pastelaria Suiça há muito que está na Praça D. Pedro IV, vulgo Rossio.
Publicado por: carlos alberto às maio 27, 2005 05:25 PM
Isso já se sabe. Quando se fala em reformas todos dizem que sim, mas olham para os outros
Publicado por: V Forte às maio 27, 2005 07:07 PM
Cara Joana:
Ouvi ontem o Professor Medina Carreira na televisão. Acreditei no que ele disse.
E se acreditei nele, porque é que não acredito em si, que faz essencialmente as mesmas contas?
Pode ser que se trate duma teimosia irracional da minha parte. Ou pode tratar-se doutra coisa, que exporei o mais sucintamente possível.
O Professor Medina Carreira disse que é preciso reduzir as prestações sociais, que é o que você também diz. Mas não manifestou admiração por qualquer sistema económico em que essas prestações não existem e disse que quer manter o Estado Social.
O Professor Medina Carreira disse que vai ser preciso reduzir drasticamente o número de funcionários públicos - e eu, que todos os dias vejo funcionários que não têm nada que fazer, só posso concordar. Mas falou em contratualizar rescisões, em estabelecer um fundo que permita compensar os que vão para a rua - não lhes chamou asilados, não lhes mostrou rancor, nem deu a impressão de desejar vê-los na miséria.
Quanto ao futuro da Europa, o Professor Medina Carreira disse que de tês, uma: ou a China e a Índia adoptam o modelo social europeu; ou a Europa adopta o modelo social chinês; ou a Europa regressa ao proteccionismo. Como a primeira alternativa é altamente improvável e a segunda repugnante, resta a terceira: o Professor preconiza o regresso da Europa ao proteccionismo.
Você, pelo contrário, nem quer ouvir falar de proteccionismo. Por duas razões: por um lado acha que o proteccionismo não é desejável, por outro acha que não é possível. Não é desejável porque um mercado perfeito não pode ser proteccionista e você quer um mercado perfeito. Não é possível porque a globalização é uma inevitabilidade histórica. O Professor Medina Carreira tem idade suficiente para não acreditar em inevitabilidades históricas; vocês ainda acreditam nessa treta que herdaram do marxismo.
Ou estarei uma vez mais a intetrpretá-la mal, a lê-la ao contrário e a pôr palavras na sua boca?
O que nos traz à questão das evidências. Há evidências que são evidências, basta fazer as contas, e há «evidências» que são meros pressupostos ideológicos. Não tente fazer passar estas à boleia daquelas, porque se tentar o que vai conseguir é que não passem nem umas, nem outras.
Ao longo da entrevista o Professor Medina Carreira insistiu muito na credibilidade e na confiança. Compreende-se porquê: as medidas propostas por José Sócrates são duras mas apesar disso não chegam. Vão ser necessárias outras, duríssimas. Se a sociedade civil não acreditar em quem as propõe, opor-se-lhes-á com tal determinação - pelo voto, pela sabotagem, pelo incivismo, pela resistência passiva, pela violência - que será impossível pô-las em prática.
E como é que os políticos e as elites (académicas, empresariais, etc.) se tornam credíveis e conquistam a confiança da sociedade civil? Dizendo a verdade, diz o professor Medina Carreira.
Eu, neste ponto, estou em desacordo com o Professor. Dizer a verdade é necessário, mas não chega. Não basta que a sociedade acredite que a situação está tão má como os economistas dizem. Nem basta sequer que acredite que os sacrifícios de hoje vão permitir benefícios futuros. É preciso que acredite que os que vão fazer os sacrifícios são os mesmos que vão colher os benefícios.
O Professor não disse isto, mas digo eu: a sociedade civil só acreditará nos políticos, nos empresários, nos jornalistas e nos académicos se lhe forem dadas desde já garantias e contrapartidas. Que garantias? Mais justiça fiscal - célere, dura, eficaz, e sobretudo visível. Que contrapartidas? Re-industrialização da Europa e regresso ao proteccionismo. O que pressupõe, por muito que lhe custe, a esquerda no poder. Só ela poderá aplicar, não no todo, mas em parte, as soluções preconizadas pela direita liberal.
Publicado por: Zé Luiz às maio 27, 2005 07:48 PM
Não é possível aumentar o proteccionismo europeu. A Europa viveu e vive do comércio internacional. Vende produtos de elevada tecnologia à China, por exemplo. O próprio AirBus gigante só é viável porque há centenas de encomendas chinesas.
A Europa tem que apostar nas tecnologias avançadas e não na construção de uma Muralha da China. É por isso que o atraso de Portugal é muito grave.
Publicado por: L M às maio 27, 2005 08:08 PM
Uma Muralha da China seria, a médio prazo, um suicídio.
Publicado por: L M às maio 27, 2005 08:10 PM
O que é que se entende por proteccionismo?
É produzir só para nós? Não vender nada aos outros? Nem aviões, nem automóveis, nem máquinas de fazer café, nem locomotivas, nem computadores?
Se isso é bom, venha já o proteccionismo...
Publicado por: Senaqueribe às maio 27, 2005 09:23 PM
LM:
Então, se o proteccionismo não é opção, ficam de pé as outras duas alternativas: a China adoptar o modelo social europeu ou a Europa adoptar o modelo social chinês.
Ou será que há mais alguma?
Publicado por: Zé Luiz às maio 27, 2005 11:33 PM
Há, como escrevi: "A Europa tem que apostar nas tecnologias avançadas e não na construção de uma Muralha da China. É por isso que o atraso de Portugal é muito grave".
Foi apostando na elevada tecnologia que a Finlândia saíu da crise.
Publicado por: L M às maio 27, 2005 11:41 PM
Apostar nas tecnologias avançadas também a China pode. Com trabalho escravo tanto é possível produzir T-shirts como aviões.
Claro que para produzir aviões é preciso ter trabalhadores qualificados, e os trabalhadores qualificados tendem a exigir mais - mas para reprimir essas exigências lá estão os pelotões de fuzilamento.
Publicado por: Zé Luiz às maio 27, 2005 11:51 PM
Proteccionismo?! Medina Carreira parece que não percebe nada da economia real pura e dura das empresas e da realidade da tecnologia. Saberá ele que a maior parte das maravilhas tecnológicas europeias vem com componentes fabricados na China e que as maiores empresas europeias têm lá fábricas?
Metam nas vossas cabeças A Mercedes já não é só Alemã a Peugeot não é só Francesa e a Philips ou Electrolux ou a empresa que vocês quiserem compra componentes onde se fabricam mais barato desde que respeite a qualidade . Por isso é que uma TV que agora custa 15 contos custava á 10 anos 40-50 cts e ainda sobra capital para R&D e evoluir tecnológicamente.
A Europa fechar as fronteiras é o fim de muitas empresas que seriam proibidas de competir globalmente .
Como Salazar fez em Portugal á escala Europeia bonito...
Publicado por: lucklucky às maio 27, 2005 11:56 PM
A China é proteccionista, o Japão é proteccionista, os EUA são proteccionistas - só a Europa é que tem que pagar as favas do comércio livre.
E apostar nas tecnologias avançadas seria muito bonito se a China não nos roubasse as patentes.
Publicado por: Zé Luiz às maio 27, 2005 11:59 PM
Em que items difere a Europa os EUA o Japão e a China no bloqueio ás importações? Nos EUA o equipamento electrónico Chinês e Japonês é vendido muito mais barato que na Europa por exemplo...
E a Europa é o maior exportador mundial...
Publicado por: lucklucky às maio 28, 2005 01:04 AM
Tá na hora de colocar aqui «O Grito» de Munch.
E pasmo, Zé Luís, com a sua pituitária de perdigueiro para identificar «posturas ideológicas». Nessas áreas, acabo por me resignar com a minha arreliante confusão entre o proboscídeo e a formiguinha que lhe pede boleia para o outro lado do rio ...
Publicado por: asdrubal às maio 28, 2005 01:45 AM
A UE tem sido das zonas mais proteccionistas relativamente aos bens que lhe convém. E vive e prosperou do comércio internacional. O lucklucky tem toda a razão. Parte dos produtos europeus incorporam componentes chinesas e indianas (ou do SE asiático) e não manteria os preços sem elas.
Não há volta a dar. O caminho é o que apontou o L M e não o proteccionismo.
Publicado por: Hector às maio 28, 2005 10:51 AM
Hector:
Os neo-liberais colocaram o sufixo «ismo» na palavra «proteccção» e transformaram assim num tabu o que era uma prerrogativa natural dos Estados: proteger interesses legítimos contra actividades ilegítimas.
Desçamos, se me permite, a um exemplo concreto:
A China começa a comercializar na Europa um automóvel que é, fora algumas alterações cosméticas, a cópia exacta de um modelo japonês. A diferença é que o automóvel chinês é 35% mais barato.
A que se deve esta diferença de preço? À superior eficiência da economia chinesa? Nem por sombras. Deve-se às condições de trabalho miseráveis dos trabalhadores chineses, mantidas artificialmente por uma ditadura que fuzila sindicalistas; e deve-se ao facto de a China não ter incorrido na despesa de conceber, testar ou desenvolver o produto que põe à venda sem pagar um tostão de licenças a quem incorreu nestas despesas.
Suponhamos agora que a Europa sujeitava a uma taxa alfandegária suplementar de 35% o automóvel chinês. Esta medida proteccionista beneficiaria uns e prejudicaria outros. Beneficiaria os industriais japoneses, que em tempos nos roubavam a nossa propriedade intelectual mas hoje já não o fazem, merecendo por isso que tenhamos em conta os seus interesses. Beneficiaria os trabalhadores japoneses. Beneficiaria os empresários e os trabalhadores da indústria automóvel europeia. Beneficiaria, a prazo, os trabalhadores chineses: obrigados a dar mais atenção ao seu mercado interno, os industriais chineses seriam obrigados a aumentar salários para criar procura - o que têm margem mais do que suficiente para fazer.
Prejudicados ficariam os empresários chineses - para cujo bem-estar me estou completamente nas tintas. E ficariam prejudicados os consumidores europeus - que continuariam a beneficiar, em contrapartida, de empregos seguros e bem pagos e de um modelo social que foi um dos grandes avanços civilizacionais da Humanidade.
Não estou a falar dum proteccionismo cego destinado a proteger as empresas ineficientes, só porque são europeias, contra as eficientes, só porque são chinesas. Estou a falar dum proteccionismo selectivo que calcule as taxas alfandegárias tendo em conta as condições laborais e políticas em que os bens e serviços são produzidos. País a país, se necessário, mas de preferência de empresa a empresa ou até, se possível, de produto a produto. Taxas que protejam quem cumpre as regras - as NOSSAS regras, assumo-o sem qualquer pejo - contra quem não as cumpre, seja em que lugar do mundo for.
Publicado por: Zé Luiz às maio 28, 2005 02:32 PM
O seu problema, Zé Luiz, e´que você não faz a mínima ideia como funciona a indústria. Não é possível uma indústria tecnologicamente avançada a fuzilar operários.
A indústria automóvel é a única indústria de mão de obra intensiva que se tem aguentado nos países desenvolvidos, por causa da organização das cadeias de montagem, dos investimentos em I&D e nas sinergias nos processos de prensagem. Parte destas fases estão ao alcance actual dos chineses, outras não.
O sucesso da Europa é manter-se sempre um passo à frente.
Publicado por: L M às maio 28, 2005 03:00 PM
Mas estamos a discutir a Europa, quando em Portugal temos a qualificação dos chineses, a vontade de trabalhar da América Latina, o Estado tipo escandinavo, e queremos salários europeus
Publicado por: L M às maio 28, 2005 03:03 PM
Eu disse tipo escandinavo no tamanho, não na eficiência e nos serviços que presta. Aí é latino-americano
Publicado por: L M às maio 28, 2005 03:04 PM
O seu problema, LM, é que você não faz a mínima ideia de para que serve o Estado.
«Não é possível uma indústria tecnologicamente avançada a fuzilar operários.» Ai não?! Se se tratasse de fuzilar todos os descontentes, você teria razão. Mas se por cada um que é fuzilado há milhares que são mantidos na linha, é claro que a opção se torna economicamente interessante.
«A indústria automóvel é a única indústria de mão de obra intensiva que se tem aguentado nos países desenvolvidos, por causa da organização das cadeias de montagem, dos investimentos em I&D e nas sinergias nos processos de prensagem.»
Ainda bem que assim é. Mas melhor ainda seria se nos defendêssemos contra quem nos rouba a propriedade intelectual assim criada.
Um proteccionismo SELECTIVO como o que defendo seria benéfico a curto prazo para a Europa e a longo prazo para o resto do mundo. Até para a China, que se veria obrigada a criar a sua própria tecnologia em vez de roubar a dos outros.
Publicado por: Zé Luiz às maio 28, 2005 03:24 PM
L M às maio 27, 2005 08:08 PM
Caro LM
Concordo com o que diz, mas... concentre-se no panorâma Internacional.
Os problemas actuais, São Novos e os políticos Europeus Não Vêem como conseguirão resolver estes problemas sem Guerra.
Os EUA Optaram pela Guerra !
Vejamos:
Desde os últimos 500 anos, a Europa sempre explorou as matérias primas "exteriores" especialmente as de África, dominando os regimes com ou sem colonialismo.
Na era Industrial, além das matérias primas milenares, a Europa também conseguiu até meados dos anos 60 dominar o Preço do Petróleo.
Posição no ano 2000 dos EUA e da Europa :
- Perdem o controlo do Preço do Petróleo, com a agravante de certos dirigentes Árabes, quererem protagonizar uma "vingança".
- Perdem cada vez mais, com o "acordar" da China, o domínio dos preços das outras matérias primas.
Resultado:
- Os EUA, apressam-se ... e fazem a Guerra da matéria prima, que ainda controla todo o poder mundial - Petróleo -.
Curiosamente a China nem pestaneja, perante este controlo que julgo ter sido negociado ao mais alto nível, assegurando por um lado as quantidades que a China Precisasse em troca da abertura da China e da sua entrada na OMC.
E assim chegámos a um imbróglio Chino/Americano no qual os Europeus não tiveram voz.
Uma reflexão:
- Porque é que a China não resmunga com o preço do petróleo ?
- Porque não resmunga a China com o controlo dos EUA do Petróleo ?
- Porque as contrapartidas Americanas superam largamente esse problema.
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 03:32 PM
Em resumo
Na minha modesta opinião a Europa ou se protege (nem que seja provisoriamente) ou haverá Guerra imediata.
Ora... como a Europa ainda não tem exércitos e a Constituição está longe de ser aprovada (devido a isso mesmo) a única saída imediata é uma Grande Protecção Alfandegária.
Falta saber se os "Aliados" EUA Concordam ou discordam.
O Não Francês à Constituição é precisamente sobre a Indefinição do Poder na Europa, ou seja, sobre a falta de medidas que já deveriam ter sido tomadas há 3 anos atrás.
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 03:49 PM
Quando os partidários do SIM à Constituição, tomarem consciência como em França dessa força "proteccionista" do Não, o Não, Vencerá e a Europa Acordará !
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 03:56 PM
Zé Luiz em maio 28, 2005 03:24 PM: Com os serviços que o Estado Português nos presta, eu também não sei para que serve o Estado.
Apenas aqueles que vivem dele sabem: sustenta-os.
Publicado por: David às maio 28, 2005 04:32 PM
Boa (mais uma) teoria da conspiração
- Porque é que a China não resmunga com o preço do petróleo ?
Será porque a China(com a India) consome uma grande parte do petróleo e da capacidade de refinação que era excedentária há uns 10 anos atrás?
Porque que é que julgas que os preços de todas as matérias primas estão sobre pressão mesmo quando há muito melhores soluções tecnológicas para extrair petróleo que era impossível económicamente há uns tempos atrás? Simplesmente porque mais de 1 Bilião de Chineses e Indianos estão a entrar na economia global e esses precisam todos de ter um carro, um computador, uma TV, beber cocacola e oferecer channel . Mesmo com muitas minas de carvão a funcionar a todo o vapor na China.
Não percebo esse dominio dos preços de que falas tão conspirativamente, básicamente o sistema é que os àrabes tinham os preços a 20-30$ em troca os EUA asseguravam a segurança das rotas e não chateavam muito os regimes essencialmente tribais locais , isto sob o espectro da Guerra Fria com uma URSS que era á vez primeiro ou segundo exportador mundial a ganhar a toda a força coma insegurança devido á Guerra Irão-Iraque ...Isto não foi forçado ou coisa do género a quando das altas nos 70 foram os próprios àrabes que apanharam por tabela com os produtos Europeus e Americanos muito mais caros e aprenderam a lição. Devido aos impostos dos países europeus sobre o petróleo coisa quase não existente nos EUA
as altas sempre foram mais gravosas para os consumidores de cá.
Podias é perguntar porque é que a China e os países asiátcios aceitam pagar mais 1 Dólar que os paises ocidentais por barril de petróleo...
Publicado por: lucklucky às maio 28, 2005 05:29 PM
David
Es Tugas São uns Ingratos !!!
É verdade que podia ser melhor, mas o Nosso Estado Fornece serviços de Luxo, que já poucos Estados fornecem.
Portanto, NÃO PODEMOS SER CONTRADITÓRIOS.
POR UM LADO DIZEM, ESTADO A MAIS, REGALIAS A MAIS ETC ETC.
POR OUTRO, QUEREM-NOS FAZER VER QUE NÃO TEMOS NADA.
Ora...temos que Gritar se necessário for : Temos um Luxo de Serviços do Estado e Desejamos que assim continue !!!
Haja coragem, de defendermos esses serviços, temos é que melhorá-los, porque eles são o BARÓMETRO DO DESENVOLVIMENTO, E COMO TAL, TEMOS TAMBÉM QUE TOMAR CONSCIÊNCIA, QUE PERTENCEMOS A UM DOS PAÍSES MAIS DESENVOLVIDOS E DE MELHOR NÍVEL DE VIDA DO MUNDO.
Ora... isto é ser coerente, e é esta incoerência que atrofia os portugueses.
Como nos podem fazer crer ao mesmo tempo, que Somos e Não-Somos ?
Como nos podem dizer, que o Estado dá regalias que nem nos EUA, e depois dizerem-nos que somos os mais atrasados da Europa ?
ou Seja ( aos portugueses, é necessário explicar de 3 maneiras diferentes )
Como se pode dizer a uma pessoa, você tem regalias que só os ricos têm, e depois chamar-lhe pobre !?
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 05:33 PM
David:
Argumente com um mínimo de honestidade. Uma coisa é dizer que o Estado presta mal os serviços que presta, ou que os presta insuficientemente, outra coisa é dizer que não presta serviços nenhuns.
Se o Estado nos serve mal, é preciso reformá-lo. Se não nos serve de todo, como você diz, o melhor é acabar com ele.
Em sua substituição podíamos fazer um lindo sistema feudal ou tribal, como no Afeganistão. Talvez você gostasse de ser julgado por meia-dúzia de «juízes» analfabetos e condenado à morte pela quebra do mais pequeno tabu...
Para mim, o Estado é como a velhice. Uma coisa muito má até pensarmos na alternativa.
Publicado por: Zé Luiz às maio 28, 2005 05:38 PM
Há muitos anos que apenas compro sapatos da marca Rockport que chegam a durar impecáveis cinco e mais anos e nunca têm um defeito.
O último par era "Made in China" teve que ser trocado após duas semanas e continuo a não estar satisfeito com o que recebi em troca também feito lá.
Publicado por: carlos alberto às maio 28, 2005 05:49 PM
Carlos Alberto
Essa é outra das Formas Possíveis de Proteccionismo Europeu - A QUALIDADE EXÍGIDA - E consequentemente a Atenta exigência dos consumidores europeus.
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 05:59 PM
Repito:
Apenas aqueles que vivem dele (do Estado) sabem (para que é que ele serve): sustenta-os.
Publicado por: David às maio 28, 2005 06:13 PM
Repito:
Apenas aqueles que vivem delas (das Empresas) sabem (para que é que elas servem ), Sustenta-os !
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 06:30 PM
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 05:59 PM
.
Esqueci-me de dizer que a marca é USA, o que não invalida o conselho que dá.
www.rockport.com
Publicado por: carlos alberto às maio 28, 2005 07:22 PM
As empresas não são sustentadas por nós (excepto aquelas subsídio-dependentes, propriedade do Estado) enquanto o Estado é sustentado por nós.
Publicado por: ui às maio 28, 2005 07:28 PM
As empresas não são sustentadas por nós (excepto aquelas subsídio-dependentes, propriedade do Estado) enquanto o Estado é sustentado por nós.
Publicado por: ui às maio 28, 2005 07:29 PM
ui:
As empresas são sutentadas por nós: ou conhece alguma empresa que sobreviva sem clientes?
Se são monopolistas (e todas QUEREM ser monopolistas) comportam-se anda pior do que o Estado: prestam-nos o pior serviço possível ao mais alto preço possivel.
Se estão sujeitas à concorrência não podem dar-se a este luxo: têm de fazer o contrário daquilo que é o seu interesse e servir-nos o melhor possível ao mais baixo preço.
A única entidade capaz de assegurar uma concorrência livre e igual entre as empresas (e, de um modo geral, a igualdade nos contratos) é o Estado. Mesmo que o Estado não nos prestasse outro serviço, só por este já justificaria o seu sustento.
Publicado por: Zé Luiz às maio 28, 2005 08:09 PM
Desde quando os clientes sustentam as empresas? Quando você compra batatas a um agricultor está a sustentá-lo ou está a pagar por um produto que o sustenta a si?
Você dá dinheiro em troca de um produto ou de um serviço. E se aquele não o satisfizer por causa do preço ou da qualidade vai comprar noutro sítio.
Publicado por: David às maio 28, 2005 08:59 PM
ui
A diferença entre o Estado e as Empresas é essencialmente isto:
- O Estado pode ser mau e prestar maus serviços, que nós poderemos sempre melhorá-los, pois o Estado é gerido pelos cidadãos/partidos.
Nas empresas, são "eles" que mandam, que gerem como querem e bem lhes apetece. Com as seguintes agravantes para o consumidor:
- Se o objectivo das empresas é o lucro/rentabilidade, o objectivo do cliente é benefícios/serviços melhores e mais baratos, logo OS INTERESSES SÃO INCOMPATÍVEIS !!! Enquanto que no Estado essa incompatibilidade não existe, pois não se procura o Lucro.
- "Eles", os que governam e gerem essas empresas, são hoje cada vez mais Virtuais... pois transformaram-se em máquinas financeiras, cuja linguagem é o lucro e cujo combustível é o dinheiro.
- Também aqui os tempos mudaram, no futuro não se falará tanto No Empresário Sr. Fulano, mas sim na sociedade financeira tal e tal, esbatendo-se assim o confronto, Patrão/Empregado/Consumidor.
- Há presidentes de Bancos, como no caso do BCP, que nem sabem quem é de facto o Patrão ! Este anonimato é excelente para os fins que se pretendem, pois como dizem os liberais, dinheiro é dinheiro, Aqui, na América e na China !!!
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 09:08 PM
David:
Desde que o mundo é mundo. Quando compro batatas a um agricultor estou a sustentá-lo, porque sem o dinheiro que eu lhe dou ele não comprava bacalhau; e ele está a sustentar-me a mim porque, porque sem as batatas que ele me dá eu tinha que comer o bacalhau sem conduto.
Do mesmo modo, quando entrego os meus impostos ao Estado, estou a sustentá-lo porque sem o dinheiro que eu lhe dou ele não poderia pagar aos professores dos meus filhos; e ao pagar aos professores dos meus filhos o Estado está a sustentar-me, porque se eu tivesse que lhes ensinar eu próprio a ler, não me sobraria tempo para ensinar inglês, em troca dum salário, aos filhos dos outros.
Ao ensinar inglês aos filhos dos outros estou a contribuir, em representação do Estado que me paga, para o seu sustento futuro, uma vez que lhes estou a fornecer uma competência que os valorizará no mercado de trabalho.
Mas o serviço fundamental do Estado não é ensinar inglês, nem mesmo ensinar a ler. O serviço fundamental que o Estado nos presta é, como escvrevi acima, assegurar a igualdade nos contratos. Tente passar sem esse serviço, ou comprá-lo noutro lado qualquer... será reduzido à miséria e à escravatura enquanto o Diabo esfrega um olho.
Publicado por: Zé Luiz às maio 28, 2005 09:17 PM
David.... és o máximo
para que entendas melhor, vou-te dar uns exemplos , para que possas comprar noutro lado, e noutra empresa.
- Olha, eu acho a Luz e as taxas na luz uma exorbitância, diz-me meu lindo onde poderei comprar Luz em Portugal.
- Olha acho caríssima a Portagem pró Algarve, diz-me onde está a autoestrada alternativa.
- Olha acho que os Bancos em Portugal, estão a actuar em "Trust", diz-me como me posso defender perante estes Vigaristas Legalizados pelo Banco de Portugal.
- Diz-me como me posso defender num balcão com um cheque de valor de 50 euros, assinado à minha frente e cuja Lei, diz que terá que ser pago, mesmo que não tenha cobertura, e o banco alega que foi estraviado !
- Se fosses tu David, ainda poderias ser preso por burla, mas os Bancos Não, São "Entidades" do sistema impolutas !
- Ou ainda não ouviste alguns concorrentes de Telecomunicações miarem com a PT, por Dominio de Mercado e por politicas anti-concorrênciais ?
Saberás por acaso aquela Lei da Selva Democrática:
- a Lei do mais forte ! (já ouviste falar?)
- David acorda Man !
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 09:20 PM
corrijo Extraviado
Publicado por: Templário às maio 28, 2005 09:28 PM
Pois é, soluções há muitas!
Problemas (m/f) precisam-se.
Publicado por: Senaqueribe às maio 28, 2005 10:30 PM
Senaqueribe:
Quer um problema? Aqui vai um.
Já que é necessário reduzir o défice, haverá maneira de fazer da necessidade virtude?
Publicado por: Zé Luiz às maio 28, 2005 11:16 PM
Na minha relação com o agricultor há liberdade. Se um de nós (ou ambos) não gostar do produto do outro escolhe uma alternativa.
Na minha relação com o Estado não há liberdade, há autoritarismo. Eu sou obrigado a pagar e se o serviço que o Estado me der não prestar, e normalmente é mau, não tenho outra escolha.
Isto é, tenho, não usar o produto que paguei e escolher outro no mercado, pagando outra vez.
Publicado por: David às maio 29, 2005 12:24 AM
Acabo de receber este "e-mail" que não resisto em partilhar :
This equation should be taught in all math classes!
>
>
> From a strictly mathematical viewpoint it goes like this:
>
> What Makes 100%? What does it mean to give MORE than 100%?
Ever wonder about those people who say they are giving more than 100%?
> We have all been to those meetings where someone wants you to give over 100%.
How about achieving 103%? What makes up 100% in life?
>
Here's a little mathematical formula that might help you answer
> these questions:
>
> If:
> A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z is represented as:
> 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26.
>
> Then:
>
> H-A-R-D-W-O-R-K
> 8+1+18+4+23+15+18+11 = 98% !
>
>
> and
> K-N-O-W-L-E-D-G-E
> 11+14+15+23+12+5+4+7+5 = 96%
>
> But,
>
> A-T-T-I-T-U-D-E
> 1+20+20+9+20+21+4+5 = 100%
>
> And,
>
> B-U-L-L-S-H-I-T
> 2+21+12+12+19+8+9+20 = 103%
>
> AND, look how far ass kissing will take you.
>
> A-S-S-K-I-S-S-I-N-G
> 1+19+19+11+9+19+19+9+14+7 = 118%
>
> So, one can conclude with mathematical certainty that While Hard
> work and Knowledge will get you close, and Attitude will get you
> there, it's the Bullshit and Ass kissing that will put you over the
> top.
Publicado por: asdrubal às maio 29, 2005 12:50 AM
David às maio 29, 2005 12:24 AM
David, isso é o que acontece àqueles parolos, novos-ricos que escolhem o Hospital Particular para Parir, depois quando a coisa dá pro torto, é vê-los a correrem prós Hospitais Estatais !!!
Voltando ao teu exemplo David, sempre poderás melhorar os serviços do Estado, protestanto, votando, criticando e trabalhando para os melhorar. Agora nas empresas nada poderás fazer, poderás escolher outra, que te tratará do pêlo e da carteira e nada mais, pois os teus interesses, colidem com os deles.
Muda lá de banco e verás que nada muda.
Muda de companhia de Seguros e verás que serás enganado em todas.
Muda de Operadora de Telefones, para aquela que agora dá telemóveis de borla e chamadas de borla prós seus clientes da rede. Depois tenta só fazer uma chamada fora dessa rede:
- Vais pagar o telemóvel
-vais pagar todas as chamadas que fizeste de borla.
- Para que não escapes, vais mesmo pagar as próximas 100 chamadas que hás-de fazer no futuro.
Afinal Nós Portugueses Temos Cá Ciganos Há Centenas de Anos, e os Américas/marketistas só os descobriram há 10 anos.
David, estaria aqui a dar-te exemplos de autênticas vigarices de marketing e de vendas, em que o comprador, compra convencido que fez óptimo negócio, MAS É ENGANADO QUE NEM OS MELHORES CIGANOS CONSEGUIRIAM (pois já são conhecidos à légua) e nota que por exemplo te posso Falar da Insuspeitável Multinacional Americana, que é tida nos meios Económicos como um Exemplo a seguir, nem mais nem menos que a HP. Sim a Hewlett Packard essa mesmo !
Publicado por: Templário às maio 29, 2005 01:27 AM
David
O povão, já sabe há milénios, que em matéria de negócio não há milagres ! Há ilusões, mas milagres não há !
Portanto, quem conhece bem as Empresas, sabe bem, que não existem para fazerem milagres, mas para fazerem dinheiro e nada mais.
Publicado por: Templário às maio 29, 2005 01:32 AM
Se isso é assim porque não começas tu a tua empresa? Uma vez que são todas uns ladrões deve ser fácil concorrer e mesmo assim conseguir bom dinheiro.
Esse é o grande problema português todos se queixam mas não entram na corrida.
Se não houver pressão de novos concorrentes o mercado funciona pior.
Foi a entrada da Rynair Easyjet e outras trafa que puxou os preços para baixo das companhias de bandeira, assim como tivemos a pagar os luxos da PT e os ordenados de gestores ligados ao partido que estava no poder enquanto não havia concorrência.
(não vou agora discutir os teus pontos com os quais até concordo em parte, mas teríamos de falar de um mercado imberbe, a diferença entre consumidores uns que nasceram em pleno mercado outros ainda a maioria que nasceram em ditadura etc.)
Publicado por: lucklucky às maio 29, 2005 07:54 AM
Se eu sou vigarizado por um vendedor, mudo para outro. Com o Estado não vale protestar. Votar, não serve de nada, visto os governos não saberem ou não terem competência para mudar.
Basta ver os Estados do Leste. Só mudaram quando desapareceram
Publicado por: David às maio 29, 2005 10:08 AM
Zé Luiz às maio 28, 2005 11:16 PM
Eu não tenho défice no meu orçamento pessoal. Não faço despesas sumptuárias. Só gasto o que posso, com muita parcimónia. Não compro nada a crédito, nem sequer tenho cartão de crédito. Vivo como o Estado devia viver.
Publicado por: Senaqueribe às maio 29, 2005 12:21 PM
Mas segundo a opinião de alguns em Cuba é que se está bem...
http://www.caribbeannetnews.com/2005/05/30/thrift.shtml
Publicado por: lucklucky às maio 29, 2005 12:28 PM
David:
«Na minha relação com o agricultor há liberdade.»
Há liberdade enquanto os grandes aglomerados agrícolas a permitirem, e você sabe muito bem que estão a fazer tudo quanto podem para acabar com ela.
E têm-no conseguido: hoje em dia, nas economias chamadas «de mercado livre», é mais difícil o consumidor médio tratar directamente com o produtor do que no mais estatista dos sistemas.
Quando você faz um contrato com a Vodafone, com a Optimus, com a TMN, com a Portgás, com a Ntecabo, ou com a Amazon.com, é tudo menos livre: é confrontado com um contrato-tipo e não lhe é dada a possibilidade de negociar qualquer cláusula - como negociaria com o seu hipotético produtor de batatas. A sua única liberdade consiste em pegar ou largar.
Quando entra numa loja, num centro comercial, pode pensar que ela é gerida segundo a vontade do dono - mas cada vez mais é gerida segundo as regras duma empresa de «fanchising». Mesmo que o «dono» da loja quisesse respeitar a liberdade contratual do cliente não o poderia fazer, porque ele próprio não é livre.
E assim sucessivamente. Para você mudar para outro vendedor é preciso que haja outro. E quem está em condições de assegurar que haja outro é o Estado. O vendedor, por vontade dele, eliminava a concorrência.
Publicado por: Zé Luiz às maio 29, 2005 02:26 PM
Estranha forma de argumentação honesta:
Você compara um Estado que presta serviços maus, quando presta, a troco de metade do nosso dinheiro, com um sector privado que você inventou, que você sabe que vai existir, mas ainda não existe, que sabe que há-de ser totalitário, mas onde "por enquanto" você tem toda a liberdade de escolha.
Publicado por: David às maio 29, 2005 03:25 PM
E o mais inacreditável é que temos exemplos de sobra do que aconteceu e acontece quando o Estado toma conta das coisas. Basta ver o que sucedeu na Europa de Leste, o que sucede em Cuba, etc.
Como me escreveu há dias
"Zé Luiz:
Argumente com um mínimo de honestidade."
Publicado por: David às maio 29, 2005 03:31 PM
Aproveita-se um dos sítios mais visitados da Net para relembrar que Gilberto Madaíl asqueroso presidente da Federação Portuguesa de Futebol conseguiu até hoje, graças a recursos e mais recursos, não pagar a indemnização que deve ao adepto morto na final da taça entre Sporting e Benfica e pela qual já foi condenado em diversos tribunais.
Como é e que este fulano consegue dormir sossegado todos os dias?
E nós.
Tudo nos passa ao lado?
Publicado por: carlos alberto às maio 29, 2005 04:02 PM
David:
Onde é que eu escrevi que por enquanto temos toda a liberdade de escolha? Escrevi, e de forma bem clara, que já hoje a nossa liberdade de escolha é extremamente restrita. Não estou a falar de nenhum sector privado futuro, estou a falar no sector privado presente.
Um presente em que quase já não há agricultores livres a quem você compre livremente as batatas.
Mencionar a Europa de Leste e Cuba quando se está a discutir se o Estado serve ou não para alguma coisa é que não é argumentação honesta - a menos que você pense que só na Europa de Leste é que houve Estado, ou que hoje só há Estado em Cuba.
Se quiser dar Cuba como exemplo dos malefícios do excesso de Estado, está no seu direito, como eu estou no direito de dar o Afeganistão como exemplo dos malefícios da falta de Estado. Mas não me apresente como um defensor do regime cubano, que é coisa que nunca fui.
Sou simplesmente um hobbesiano: acredito que a principal função do Estado é assegurar a igualdade nos contratos. E não vejo razão nenhuma para que a Economia seja uma espécie de Reino das Fadas imune a esta regra.
Publicado por: Zé Luiz às maio 29, 2005 08:12 PM
lucklucky às maio 29, 2005 07:54 AM
Caro Lucky
Eu, em 1992, com 6 contos, constituí uma Empresa, com Capital Social de 400 contos.
Como vê, Não é qualquer um que consegue este milagre matemático/financeiro, legal, tudo em ordem, e passados meia dúzia de anos facturava um milhão de dólares/ano.
Quando falo de empresas é porque as conheço. E as empresas são tal e qual como a educação dada às pessoas.
Elas, as empresas, podem caminhar para um lado ou para outro.
O que lhe digo apenas é o seguinte:
Você faz uma pequena empresa. Se essa empresa vender qualquer produto, você é sugeito à politica das Multinacionais, portanto você não tem liberdade nenhuma, e mais... você ganha o que eles deixarem. Nem mais. Está é a Liberdade (e a verdade) do Liberalismo.
As únicas empresas em Portugal que podem progredir, serão as dos serviços. As outras, ou dominam o mercado, como a PT, Brisa, Cimpor, EDP, ou então fecharão.
Portugal hoje ( o tecido empresarial) está pior, do que há 30 anos atrás.
Publicado por: Templário às maio 30, 2005 10:57 AM
As multinacionais é que determinam a Politica Económica.
Dou-lhe 2 casos apenas paradigmáticos.
A Lexmark uma das maiores do Mundo, afirmava (em 2001) que cada impressora saía de fábrica com a perda de 1 euro. Obejactivo: Ganhar mercado. Com a venda dos primeiros tinteiros de substituição passa a ter lucro !
A HP, vendia um tinteiro de 40 ml pvp 35 euros. Construíu a Mesma Embalagem, fez novo tinteiro com 19 ml por apenas 22 euros. Cá neste burgo, diríamos que estávamos a ser enganados por Ciganos, no mundo deles, chama-se Marketing, rentabilidade e menores custos pró cliente... é obra.
Como vê, o consumidor é, e será sempre, cada vez mais enganado pelas Multinacionais.
PS: Das minhas largas experiências empresariais, também concluí, que o Cliente "Adora" ser enganado. Coisas que só sabe... quem as vive !!!
Publicado por: Templário às maio 30, 2005 11:15 AM
Os Telemóveis
Outro caso, paradigmático são os telemóveis.
Havemos de ter telemóveios por 100 euros, que custam 300 euros, e ainda com 200 euros de chamadas. São só beneficíos prós consumidores !!!
Gostaria de introduzir uma Reflexão, e que os economistas ajudassem.
Se O Estado, obrigasse por dec-lei, a uma margem de lucro mínima de 20% às empresas, não seria melhor para todos, uma vez que os Impostos arrecadados por essa via, poderiam fazer baixar os impostos de IRS ?
Por outro lado, todas as pequenas empresas estariam protegidas das Multinacionais, o que garantiria postos de trabalho.
Publicado por: Templário às maio 30, 2005 11:34 AM
Eu gosto de vir a esta caixa de comentários para me rir. De manhã faz bem.
Publicado por: Coruja às maio 30, 2005 11:55 AM
Zé Luis,
Ao contrário de outros estatistas, percebe-se que é honesto e bem intencionado.
Falta-lhe só ter um "clic" para começar a defender as posições opostas (na aparência). Coragem!
Publicado por: Mário às maio 30, 2005 02:31 PM
Sabe-se que os fabricantes das impressoras não vivem da venda das impressoras em si, mas dos consumíveis. São todos: HP, Epson, Lexmark, etc.. Foi a forma de eles se adaptarem ao mercado. Houve uma delas, julgo que a HP, que descobriu esta estratégia de marketing, e as outras foram atrás.
O consumidor é que tem que fazer as contas. Mas isso sucede com muitos produtos.
Publicado por: Hector às junho 5, 2005 12:54 PM
Aliás, para o consumidor particular, até é bom. Usa a impressora poucas vezes, poupa imenso no investimento inicial e os consumíveis acabam por pesar muito pouco. Se usar as impressoras profissionalmente terá que ter atenção ao custo dos consumíveis.
Publicado por: Hector às junho 5, 2005 12:57 PM
Hector
Você quando chove, exclama está a chover !
Você o que diz, qualquer cego já viu !
O que eu analiso é outra coisa:
- É o tal mercado, que mais não é que pura vigarice e lavagem de dinheiro, com manobras de bastidores ao nivel das contas para as bolsa !!!
A Empresa que desencadeou a guerra foi a Lexmark, que além de ser a melhor marca, a melhor tecnologia, atacou o mercado INSTITUCIONAL/CASEIRO DA HP, curiosamente conquistado com uma estratégia completamente diferente e bem antiquada !!! A QUALIDADE DAS HP´S 500, 550 C QUE APÓS 10 ANOS AINDA FUNCIONAVAM !
Ora, o que eu quero discutir é essa tal teoria Liberal, em que beneficiam as Empresas e os Consumidores.
E a conclusão é que é UMA GRANDE MENTIRA !
Logo tudo se baseia na vigarice e no engano aos clientes.
Quer outra ?
Assistência tecnica:
Antigamente, onde comprava a impressora, era-lhe dada a respectiva assistência, sem custos !
Na nova Economia (re-inventada) pelos BOYS AMÈRICAS, chegaram à seguinte conclusão brilhante:
- se Transferirmos os custos pró cliente, ganharemos mais.... como fazê-lo ? Eureka !
Monta-se um Call Center, e dá-se asssistência pelo telefone, como a mão de obra é cara na Reparação, então dados outra nova, e já está !
Ai...que génios !!! dito assim, toda a gente concorda !
Mas... na realidade quando o Hector tiver um problema, o que era fácil, passa a ser um Cabo de Tormentas.
- Gasta 3 horas no mínimo para ser atendido, se estiver com sorte, pois pode mesmo andar quase uma semana, só para que lhe atendam o Telefone !!
Sabe.., já que gosta tanto de Liberalismo, deveria haver uma Lei, em que o cliente, deveria poder passar uma factura à empresa que não cumpre, nesse Caso Sim, Haveria Equilibrio de forças.
Quanto custam as horas que os clientes perdem ?
Publicado por: Templário às junho 5, 2005 01:58 PM
Pois, mas há 10 anos uma impressora custava 100 contos e agora a mesma impressora custa 15 ou 20 contos.
Publicado por: Hector às junho 5, 2005 02:23 PM
As impressoras vêm com uma garantia de 2 ou 3 anos. Depois, quando se avariam, deitam-se no lixo (estou a falar das domésticas) e compram-se outras.
Não acha compensador?
Publicado por: Hector às junho 5, 2005 02:26 PM