« Jaquinzinhos | Entrada | Ganha o Não »
maio 29, 2005
Estou indecisa
Vou votar Não à Constituição europeia. Mas estou muito indecisa. Estou mesmo em extremo indecisa, sem saber se o meu Não vai ser um voto liberal, conservador, social-democrata, socialista, trotskista, comunista renovador, estalinista, socialista libertário, radical socialista, socialista revolucionário, socialista reaccionário, socialista impopular, neo-conservador, paleo-conservador, liberal-conversadorconservador, ...
... neo-liberal, paleo-liberal, liberal-moderado, liberal-imoderado, liberal-capitalista, neo-hegeliano, fenomenologista, neo-kantiano, desconstrutivista, neo-positivista, estruturalista, pós-estruturalista, proto-prado-coelhista, logocentrista, aporético, positivista lógico, positivista ilógico, neo-platonista, proto-socrático, relativista, anti-capitalista proudhoniano, alteromundialista, proto-mundialista, pseudo-mundialista, personalista cristão, personalista agnóstico, comunalista, monárquico, monárquico absolutista, fascista, nacional-socialista, nacionalista tout-court, anti-Chirac, anti-jacobinista, fundamentalista, anti-fundamentalista, maniqueísta, trogloditista, neo-trogloditista, axiologicamente indeterminado, ...etc. ... Até ao Referendo tenho que me decidir entre os 647 Não que já inventariei.
Ou apenas um voto lúdico, pura e simplesmente
Publicado por Joana às maio 29, 2005 05:36 PM
Trackback pings
TrackBack URL para esta entrada:
http://semiramis.weblog.com.pt/privado/trac.cgi/90588
Comentários
Excelente!
Um abração do
Semog
Publicado por: Semog às maio 29, 2005 07:47 PM
É uma indecisão terrível. Dá para demorar meia-hora na mesa do voto para pôr a cruz no Não
Publicado por: Viegas às maio 29, 2005 07:52 PM
Não, simplesmente.
Publicado por: Golfinho às maio 29, 2005 07:58 PM
Se calhar vai ser a primeira vez que a Joana e eu votamos da mesma maneira... Espero que não seja a última.
Publicado por: Zé Luiz às maio 29, 2005 08:58 PM
A Joana listou quase todas as hipóteses que suscitam a sua dúvida tendencional.
Esqueceu uma. Teria sido de propósito, por ser a mais provável?
Publicado por: elmano às maio 29, 2005 10:19 PM
Se votar "Não" será apenas um voto inteligente. Não chega?...
Publicado por: Albatroz às maio 29, 2005 11:35 PM
"Não simplesmente" não basta. Apesar do efeito ulterior ser exactamente o mesmo. Pendo para o não, mas situo-me num constante: "até que ponto...." que pende ora para um lado, ora para o outro. No fim, estou como tu. Indeciso.
Publicado por: AF às maio 29, 2005 11:40 PM
Eu voto não por uma questão de soberania.
Depois quem quiser que se aproprie do meu voto
Publicado por: soromenho às maio 30, 2005 12:54 AM
Tanto me faz qualquer um dos 647 que a Joana inventariou.
Publicado por: soromenho às maio 30, 2005 12:56 AM
Só à sua conta são quase 700 votos Não!
Publicado por: V Forte às maio 30, 2005 12:28 PM
Voto no "prado-coelhismo" : «pet'ête banh qu'ouais, pet'ête banh que non» ...
Publicado por: asdrubal às maio 30, 2005 01:47 PM
quero saber mais sobre o assunto, o que posso fazer?
Publicado por: myrthes às junho 4, 2005 11:57 PM
myrthinha@hotmail.com
Publicado por: myrthes às junho 4, 2005 11:58 PM
myrthinha@hotmail.com
Publicado por: myrthes às junho 4, 2005 11:58 PM
Não custa nada: é escolher um Não liberal.
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:51 AM
Ou um Não conservador
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:52 AM
Ou um Não social-democrata
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:53 AM
Ou um Não socialista
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:53 AM
Ou talvez um Não trotskista
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:54 AM
Ou ainda um Não estalinista
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:55 AM
Aquele Não anti-capitalista proudhoniano parece-me giro
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:55 AM
Eu cá por mim talvez fosse no Não anti-Chirac.
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:56 AM
Mas o Não proto-prado-coelhista também me seduz.
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:57 AM
Qualquer Não serve, mesmo indeterminado.
Publicado por: Coruja às junho 5, 2005 12:58 AM
Há muitos disparates que se dizem por aqui sobre federalismo, como dizer que a vontade dos portugueses não valeria aí nada. É exactamente o contrário. Portugal sozinho é que não é nada no mundo. Integrado na EU é outra coisa. Perguntem a um brasileiro ou a um chinês. Uma federação cria sinergias: a força do todo é muito superior à mera soma das partes e cria economias de escala: projectos como o Airbus (bye bye Boeing), Ariane (bye, bye Nasa) ou a futura industria de armamento só são possíveis, dadas as despesas de investigação, à escala europeia.
Muitos esquecem que um estado federal não é macrocéfalo, pois tem dois (ou mais) níveis de governação (federal, estadual, regional, municipal), sendo que o principio constitucional da subsidariedade obriga a escolher o nível mais baixo em que a solução do problema possa ser mais eficaz. Assim a educação será exclusivamente da competência nacional (a UE apenas estabelece equivalências de diplomas superiores e isto apenas para facilitar a libre circulação de pessoas). Isto é, só é da competência da federação aquilo que só possa, pelo menos com mais eficácia, ser resolvido a esse nível. Isto está consagrado na Constituição. Aprendam, leiam e deixem de falar de cor. Só é contra esta Constituição quem é estúpido e se os estúpidos destruirem a Europa deverão ser tratados à estalada. A democracia pressupõe cidadãos responsáveis, não cretinos que nem sequer sabem qual é o seu interesse próprio é que cospem no prato... Graças à UE vivemos hoje muito melhor do que há 18 anos. Querem pôr isso em risco? E julgam que os contribuintes alemães e nórdicos não viveriam muito melhor se não tivessem que subsidiar cães que mordem a mão do dono ? Por enquanto fazem-no por amor à Europa e à Paz, porque sabem onde leva o nacionalismo na Europa... Mas a paciência deles tem limites, e olhem que isto não é bluff nem ameaça. Conheço bem os alemães. Se lhes quebrarem o sonho europeu, mandam passear toda a gente e dedicam-se ao seu projecto de dominar a Mitteleuropa com o seu poderio económico e tecnológico. E depois, que fazem os irresponsáveis do Não ? Vão pedir batatinhas aos EEUU ? Se eles nem sequer pagam as Lajes... Juízo, meninos.
Só mais uma pergunta aos anti-europeus: se vocês só querem uma europa intergovernamental e não supranacional, por que não protestam também contra os subsídios UE dos fundos de coesão, regional e social ? É que tais subsídios só se justificam no quadro de uma solidariedade federal ! Em todos os estados federais, os estados mais ricos auxiliam os mais desfavorecidos, para reforçar a coesão do todo. Numa simples união aduaneira e mercado comum entre estados soberanos, NÂO HÁ SUBSÍDIOS ! É cada um por si. Só há colaboração inter-governamental para assegurar a livre circulação de pessoas, serviços, capitais e mercadorias. Mais nada !
Se a Alemanha e Portugal não são partes de um mesmo estado federal, por que razão é que os contribuintes alemães deveriam pagar biliões durante décadas para ingratos que os insultam e não consideram compatriotas ? Vocês aceitam o federalismo financeiro e rejeitam a suas consequências políticas e constitucionais ? Acham isso ético ? Que gentinha tão foleira, tão falha de princípios, de honra, de ambições, de patriotismo... É por isso que Portugal está na cauda da Europa ... com tanto estúpido à solta...
Publicado por: EUROLIBERAL às junho 7, 2005 07:56 PM