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maio 19, 2005

Choque Fiscalógico

A baixa qualificação e uma situação sem esperança nem soluções criam um sentimento de exclusão e um desespero silencioso prenhe de ameaças que são o húmus perfeito para germinar a delinquência e a gatunagem. Se não houver uma vontade colectiva forte, Portugal está em vésperas de se tornar numa imensa Cova da Moura, com uma diferença aterradora: são os gangs que produzem as leis e detêm o poder de as impor coercivamente. E irão dotar-se dos instrumentos legais para nos saquearem até ao último cêntimo. Não é nada de pessoal ... ize jâste bizinesse.

Entrarão em nossas casas pela caixa do correio, ou por qualquer outra via:

ChoqueFiscalogico1.jpg


E perseguir-nos-ão e não nos deixarão em paz até ficarmos exangues

ChoqueFiscalogico2.jpg

Publicado por Joana às maio 19, 2005 11:10 PM

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Comentários

Isto é muito profundo para mim.

Publicado por: Mario às maio 19, 2005 11:08 PM

«...são os gangs que produzem as leis e detêm o poder de as impor coercivamente. E irão dotar-se dos instrumentos legais para nos saquearem até ao último cêntimo.»
Caramba, não esperava ver a Joana converter-se ao anti-bushismo!

Publicado por: Zé Luiz às maio 19, 2005 11:16 PM

Não sabia que o Bush pretendia mexer nos bolsos dos portugueses.

Publicado por: Joana às maio 19, 2005 11:23 PM

As intimações das Finanças vêm sob a forma de bolas de fogo?
Não há nada a que eles não recorram

Publicado por: Rave às maio 20, 2005 12:11 AM

Há muita gente que ainda precisa exorcizar o Bush co corpo.

Publicado por: Mario às maio 20, 2005 12:12 AM

Ao equiparar o governo a um gang, a Joana passou a uma fase superior de luta.
Estou ansioso por ver qual será a próxima história de quadradinhos.

Publicado por: (M) às maio 20, 2005 12:36 AM

Pois é, em vez do choque tecnológico, passámos ao choque tecno-ilógico e agora somos capazes de ir parar ao choque fiscalógico.
É aí que terminam sempre as reformas governamentais. É o Zé que tem que pagar as incompetências dos governos.

Publicado por: soromenho às maio 20, 2005 12:44 AM

Há muito que não via um cigano com o cabelo pintado de loiro, e aqueles habitantes de Coruche que julgavam estar bem descansados em suas casinhas a ver o happening pela querida televisão, apanharam um susto dos valentes.

Lógico, como dizia Eldridge Cleaver:

"If you're not part of the solution, you're part of the problem"

Publicado por: carlos alberto às maio 20, 2005 06:39 AM

Então não sabia que o Bush vem ao bolso aos portugueses?!
Aos portugueses e a todo o mundo. O mecanismo utilizado pelos EUA para cobrar aquilo a que alguns economistas chamam «imposto imperial» tem sido sobejamente descrito, e é impossível que você não o conheça.

Publicado por: Zé Luiz às maio 20, 2005 10:28 AM

Zé Luis, gostaria de estar informado sobre esse tal "imposto imperial", cuja existência desconhecia por por nunca me ter sido cobrado. Onde é que posso ler mais sobre isso: No "Monde Diplomatique" ou no "Avante"?

Publicado por: Joao P às maio 20, 2005 10:37 AM

"Portugal está em vésperas de se tornar numa imensa Cova da Moura,..."

Pois, mas as vésperas foram ontem.

Publicado por: Senaqueribe às maio 20, 2005 11:13 AM

O 'imposto imperial' dos Estados Unidos consiste numa economia tão dinâmica, que até em situações de crise global continua a crescer. E assim, tirânicamente, os pobres investidores são obrigados a investir na sede do imperialismo e neo-colonialismo internacional.

Publicado por: Pedro Oliveira às maio 20, 2005 11:53 AM

Conversa atrsada. O "imposto imperial" americano foi substituído pelo "imposto comunista" chinês.

Há também quem diga que no fundo é apenas o "imposto do demérito próprio".

Publicado por: Mário às maio 20, 2005 01:41 PM

O imposto imperial americano consiste em:
A. Ter um défice mosntruoso nas contas do Estado
B. Ter um défice monstruoso nas contas externas
C. Emitir moeda a um nível muito superior ao que a riqueza produzida perimitiria em condições normais.
D. Financiar esses défices e evitar a inflação forçando (manu militari, se necessário) a absorção da moeda em excesso pelo resto do mundo.

Os EUA não têm nada que se pareça com uma economia dinâmica. Há décadas que vivem acima das suas possibilidades. Vivem, não da produção de riqueza, mas da rapina e da pilhagem. Esta máquina tem o seu motor na fome de dólares que o mundo tem, resultante por sua vez da sede de petróleo - que é, e para os EUA é vital que continue a ser,cotado em dólares. Este motor começou a gripar quando se tornou viável a hipótese de o petróleo vir a ser cotado em euros. É isto que vai acabar por acontecer.
A guerra do Iraque e as outras que vêm aí não são mais do que o estertor do gigante ferido de morte.

Publicado por: Zé Luiz às maio 20, 2005 07:36 PM

Parece estar a ouvir o Camarada Brejniev. Ai que saudades eu tinha.

Publicado por: David às maio 20, 2005 08:13 PM

Como nunca prestei atenção aos discursos do Camarada Brejniev, nem li a sua obra publicada, se a tem, não faço ideia se ele tinha ou não consciência do mecanismo pelo qual os EUA cobram o seu imposto imperial.
Tanto quanto eu sei, os estudos sobre este mecanismo são muito posteriores à morte do camarada, e provêm predominantemente de universidades americanas.
Mas o David ainda procura comunistas debaixo da cama todas as noites antes de se deitar.

Publicado por: Zé Luiz às maio 21, 2005 04:46 PM

João P:
É muito possível que possa ler sobre o assunto no Monde Diplomatique e em muitos outros jornais, até talvez o «Avante». A título de exemplo do muito que se tem escrito e publicado sobre o assunto, deixo-lhe aqui duas referências:

«The Unbearable Costs of Empire»
Mark Weisbrot
Business Week, 19/07/04

«Imperial Tribute»
Sean Corrigan
www.lewrockwell.com/corrigan/corrigan58/html

Publicado por: Zé Luiz às maio 21, 2005 05:27 PM

No entanto, a melhor explicação do imposto imperial americano («melhor» não no sentido de cientificamente mais corecta, mas no de mais acessível a um leigo como eu) encontra-se num artigo de Jeffrey Sommers: «Dollar Crisis And American Empire».

http://www.countercurrents.org/eco-sommers220603.htm

Publicado por: Zé Luiz às maio 21, 2005 06:23 PM

Zé Luiz em maio 21, 2005 04:46 PM:
Nunca me impressionei com papões. Só acho piada a ver retomar velhos temas.

Publicado por: David às maio 21, 2005 07:26 PM

Os governos até agora têm aumentado os impostos porque têm menos receio de o fazer que de diminuir a despesa.
Quando começarem a ter mais receio dos contribuintes que dos asilados que sustentam passarão a fazer uma política ao contrário.
Isto só vai com a revolta dos contribuintes.

Publicado por: rudy às maio 21, 2005 11:32 PM

Zé Luis, há muitos anos que me habituei a pensar com a minha própria cabeça, e não com a cabeça dos outros. Ainda por cima você cita Jeffrey Sommers como se fosse alguma celebridade, quando o homem não passa duma versão barata do Noam Shomsky, e isso é dizer tudo quanto a credibilidade. De qualquer maneira uma economia como a norteamericana que consistentemente ultrapassa o crescimento dos seus competidores, e ao mesmo tempo tem uma taxa de desemprego de metade deles devia merecer algum crédito, se não fosse o ódio irracional que toda a esquerda tem a tudo o que vem da América. Como tem ódio a tudo o que respire liberdade.

Publicado por: Joao P às maio 22, 2005 11:28 AM

A esquerda sempre adoptou a teoria da conspiração. Vive da teoria da conspiração

Publicado por: Filipa Sequeira às maio 22, 2005 12:58 PM

João P:
1. Não sei se o Jeffrey Sommers é pessoalmente credível, se não. Por mim, até pode ser um grande mentiroso, enganar a mulher e vigarizar os amigos. O que eu sei é que a explicação que ele dá do tributo imperial americano é fácil de entender e bate certo com outras, mais técnicas, que tenho lido.
2. Não vejo nenhum mérito numa economia que cresce e mantém uma baixa taxa de desemprego se esse crescimento se faz à custa de outrem. A realidade é esta: A ECONOMIA AMERICANA É SUBSIDIADA. À razão de 4.000 dólares por ano e por habitante. Pela China, pelo Japão e, até há pouco tempo, pela Europa.
Não me venha com a treta do ódio à liberdade. A única liberdade que a direita ama é a liberdade de escravizar os outros. As outras, restingem-nas o mais que podem. Será preciso fazer uma lista?

Publicado por: Zé Luiz às maio 22, 2005 01:23 PM

A lista das restrições da liberdade feitas pela esquerda é incomparavelmente maior. E a das chacinas nem se fala.

Publicado por: AJ Nunes às maio 22, 2005 01:50 PM

Para não haver aumento das reformas nem das pensões nem do funcionalismo público, estávamos melhor com a Menuela Ferreira Leite ou o Bagão Félix, que sempre eram de direita assumida.

Publicado por: c seixas às maio 22, 2005 02:08 PM

Zé Luis,
Como é que você aceita que o Sr Sommers seja um grande mentiroso, e acredita na versão de que a economia americana é subsidiada? Acho surpreendente!

Mesmo assim e repare que não estamos a falar na economia do Burkina Fasso mas da economia americana, o que á razão de 4000 euros por ano/habitante conforme você diz,dá mais ou menos um décimo do Produto americano. Acha que isso justifica, (repito a ser verdade, o que não é), o crescimento do produto e o pleno emprego?
Não acha que é mais ódio ao americano que outra coisa? É apenas esconder o triunfo do capitalismo e do sistema capitalista sobre as sociais democracias, as ditaduras e claro todas as formas de socialismo.

Publicado por: Joao P às maio 22, 2005 05:17 PM

João P:
Não se surpreenda. Os mentirosos não mentem sempre, do mesmo modo que os néscios não estão sempre enganados. Por isso é que temos que nos dar ao trabalho de avaliar o que as pessoas dizem antes de irmos ver quem elas são.
O que eu queria dizer é que, seja o sr. Sommers quem for, a explicação dele faz sentido e evm no mesmo sentido que outras mais técnicas e porventura mais autorizadas.
A economia americana é subsidiada pelo resto do mundo, sim senhor. A criação do euro representa uma tentativa da Europa - que ao princípio pareceu que ia falhar mas agora está a dar resultado - de não ter de pagar aos EUA o tributo imperial que a China, o Japão, a Índia o e Brasil ainda pagam.
Escreveu aqui a Joana várias vezes que criar riqueza não é imprimir notas de banco. Com efeito não é. Mas criar riqueza não é o mesmo que adquirir riqueza: os EUA adquirem riqueza emitindo moeda (essencialmente falsa) e obrigando os outros a aceitá-la - pela força se necessário, como se está a ver no Iraque.
É assim que a negociata funciona: quem quer petróleo tem que ter dólares, e quem quer dólares tem que produzir bens a custos muito baixos para o mercado americano.
Tudo isto vai levar uma volta quando os países produtores cotarem o petróleo em euros.
Foi o que quis fazer o Saddam Hussein, e lixou-se. É o que o Irão está mortinho por fazer, mas primeiro tem que ter, se não a bomba atómica, pelo menos armamento capaz de afundar porta-aviões.

Publicado por: Zé Luiz às maio 22, 2005 11:06 PM

É claro que isto é o oposto diametral dum mercado livre: num mercado livre cada país poderia transaccionar os seus produtos na moeda que muito bem entendesse.

Publicado por: Zé Luiz às maio 22, 2005 11:22 PM

Se a direita amasse a liberdade...
- Não imporia uma formatação única para as famílias. Tanto aceitaria casais heterossexuais como homossexuais, casamentos monogâmicos como poligâmicos ou poliândricos. Nem reconheceria estados civis, de resto: perante o Estado seríamos todos solteiros, independentemente do nosso estatuto familiar perante a sociedade.
- Permitiria que cada um fosse dono de si próprio. Cada adulto poderia adquirir e ingerir as drogas ou os venenos que entendesse. Só as crianças seriam protegidas contra as consequências das suas acções livres. Permitiria às mulheres - que são pessoas - abortar livremente embriões - que não o são. Permitiria a eutanásia. O Estado poderia ser dono duma ou de outra empresa, mas não seria dono de nenhum ser humano.
- Permitiria a emigração e a imigração sem restrições. Se o capital se pode mover à vontade pelo mundo à procura dos salários mais baixos, os trabalhadores também teriam o direito de procurar os salários mais altos.
- Asseguraria duas igualdades: a igualdade de oportunidades, de modo a que o filho de um milionário e o filho de um mendigo tivessem estatisticamente a mesma probabilidade de prosperar e ser felizes; e a igualdade nos contratos, suprindo com o poder do Estado a falta de poder da parte fraca.
- Protegeria os indivíduos contra todos os colectivos, fossem eles clubes, igrejas, partidos, instituições ou empresas. Nos litígios entre colectivos e indivíduos, presumiria a razão destes e imporia àqueles o ónus da prova. Quanto mais poderoso fosse o litigante, mais lhe seria exigido em termos de produção de prova e de argumentação.
- Respeitaria a vida humana - isto é, a vida das pessoas, não a de conjuntos de células indiferenciadas. Não proibiria o aborto defendendo ao mesmo tempo a pena de morte. Não seria mais pacifista do que o possível, mas também não seria mais belicista do que o necessário.
- Mandaria o patriotismo, o nacionalismo, o soberanismo, o chauvinismo para o caixote do lixo onde deveriam estar há muito tempo.
- Toleraria todas as religiões por igual, mas reprimiria sem contemplações todos os crimes cometidos em nome de qualquer delas.
- Protegeria (em vez de meramente a tolerar) a liberdade de expressão e informação. Não exerceria censura nem permitiria que outrem a exercesse. Impediria a concentração das empresas de comunicação social.
- E sobretudo lembrar-se-ia que já não estamos em 1940: lutaria contra TODOS os opressores e não apenas contra o Estado, que em 2005 está longe de ser o único ou sequer o principal opressor dos seres humanos.

Publicado por: Zé Luiz às maio 23, 2005 12:17 AM

Publicado por: Zé Luiz às maio 23, 2005 12:17 AM:
O que acaba de escrever é igualzinho ao que os fascistas escreviam sobre a esquerda. Alcunhavam-na de tudo o que pudesse provocar o horror das pessoas, para depois a meterem em campos de concentração.
Você está a usar um tipo de argumentação tipicamente fascista.
Nunca esperei vê-lo assim

Publicado por: Hector às maio 23, 2005 12:42 AM

hector:
O que é que eu escrevi sobre a direita que não seja verdade?
Escrevi que quer uma formatação única para as famílias. Porventura não quer?
Escrevi que se opõe a que o Estado seja dono das empresas, mas que não se opõe a que seja dono das pessoas, como se vê pelas suas posições quanto à droga, à eutanásia e ao aborto. Isto é alguma mentira?
Escrevi que procura limitar os movimentos das pessoas (controlando a imigração, por exemplo) ao mesmo tempo que facilita os movimentos do capital. Você acha que não é assim?
Escrevi que não assegura a igualdade de oportunidades. Você sustenta, seriamente, que assegura?
Escrevi que não assegura nem quer assegurar a igualdade nos contratos. Você nega isto?
Escrevi que quer proibir o aborto mas é favorável à pena de morte. Estarei errado?
Escrevi que dá demasiada importância ao patriotismo e ao nacionalismo. Não dará?
Escrevi que se empolga com a exaltação da guerra e do militarismo. Será que não se emploga?
Escrevi que tolera certos crimes, desde que cometidos em nome de certas religiões. Será preciso mencionar a Opus Dei ou os fundamentalistas evangélicos norte-americanos?
Escrevi que tolera, no melhor dos casos, a liberdade de expresão e informação, mas que não a promove nem protege. e você, já viu a direita a lutar contra a concentração dos media?
Escrevi finalmente que a paisagem mental da direita ainda era a de meados do século passado, quando de facto a maior parte das tiranias eram tiranias de Estado - o fascismo, o nazismo, o estalinismo, as ditaduras militares. Mas que hoje a maior parte das tiranias provêm da falta de Estado, e não do seu excesso; que quem hoje oprime, prende, mata, tortura e escraviza milhões de pessoas não são tanto os Estados como os poderes fácticos: as empresas, as seitas, as igrejas, as mafias, as sociedades secretas, os senhores da guerra, os chefes tribais. Atreve-se a negar isto?

Publicado por: Zé Luiz às maio 23, 2005 11:55 AM

Zé Luiz em maio 23, 2005 11:55 AM:
Nem vou responder a isso. Você confunde ou melhor, finge confundir, extrema-direita com liberalismo.
Trata-se de um caso de desonestidade intelectual em grau avançado e não vale a pena desperdiçar tempo nestas circunstâncias.

Publicado por: Hector às maio 23, 2005 02:33 PM

Pois, Hector, mas também você confunde extrema-esquerda com liberalismo (de esquerda).

Não pode criticar alguns esquerdistas por confundirem os liberais de direita com a direita totalitária, quando também você parece confundir os liberais de esquerda com a esquerda totalitária.

E não venha com conversas de que a única esquerda existente é a totalitária. Porque também existe a social-democracia e o anarquismo, além de outras correntes menores. Tal como na direita, além do liberalismo, também existe o conservadorismo e o fascismo, entre outras correntes menores.

Custa-me a aceitar que os liberais de direita exibam maior facilidade em dialogar com os conservadores de direita, do que com os liberais de esquerda. Que à esquerda só saibam assacar totalitarismos.

Publicado por: Luís Lavoura às maio 23, 2005 03:16 PM

Luís Lavoura em maio 23, 2005 03:16 PM
Eu disse ao Zé Luiz: “O que acaba de escrever é igualzinho ao que os fascistas escreviam sobre a esquerda. Alcunhavam-na de tudo o que pudesse provocar o horror das pessoas, para depois a meterem em campos de concentração.
Você está a usar um tipo de argumentação tipicamente fascista.”
Não me parece que isso seja confundir extrema-esquerda com liberalismo (de esquerda), bem pelo contrário

Publicado por: Hector às maio 23, 2005 03:39 PM

Hector às maio 23, 2005 03:39 PM

Peço desculpa, realmente li mal o que Você tinha escrito.

Publicado por: Luís Lavoura às maio 23, 2005 03:49 PM

Não, Hector.
Eu não confundo extrema-direita com liberalismo. Observo apenas - e admiro-me bastante com a contradição - que as posições de extrema-direita e as posições liberais coincidem muitas vezes nas mesmas pessoas*, e quase sempre nos mesmos partidos. Não sou eu que associo os liberais aos reaccionários, eles é que se associam entre si.

Quer rebater isto? É fácil: dê-me um só exemplo, já não digo dum partido nacional ou estrangeiro, porque seria pedir demais, mas dum ideólogo ou dum pensador político que seja consistentemente liberal nos planos económico, político e social.

*Veja o João Carlos Espada.

Publicado por: Zé Luiz às maio 23, 2005 07:48 PM

Zé Luiz em Maio 23, 2005 11:55 AM,
.
Ó caro Zé Luís, o que é uma «formatação única para as famílias» ?

Publicado por: asdrubal às maio 23, 2005 10:33 PM

Enfim, em todo o caso :
.
http://www.forumdafamilia.com/noticias/Mai2005/140505a.htm

Publicado por: asdrubal às maio 24, 2005 01:13 AM

Caro Asdrúbal, a formatação única para as famílias consiste em serem obrigatoriamente monogâmicas e heterossexuais e em as pessoas não poderem pôr o clausulado que quiserem nos contratos de casamento.
As alternativas seriam:
Ou o Estado reconhecer, validar, ratificar e homologar todos os modelos de família - monogãmicas, poligâmicas, poliândricas, comunais, homossexuais, heterossexuais, patriarcais, matriarcais, igualitárias, temporárias, definitivas - dando às pessoas que as formassem os privilégios, subsídios, etc. inerentes ao estado civil «casado».
Ou o Estado deixar de reconhecer estados civis, tratando apenas com os indivíduos.
Isto não impediria, é claro, que as pessoas assumissem os compromissos que entendessem umas perante as outras, perante os seus amigos, a sociedade, ou perante o Deus em que acreditassem, se acreditassem em algum. Nem impediria o Estado de fazer cumprir os contratos livremente celebrados - impedi-lo-ia apenas de impor um clausulado e também de ser parte neles.

Publicado por: Zé Luiz às maio 24, 2005 03:10 PM

Caro Zé Luís,
.
Confesso-lhe que nem conhecia tamanho «pluralismo» familiar, mas, sonhador, interrogo-me ao que se assemelharia uma sociedade assim ordenada. Acharia mais prudente que o Estado tratasse exclusivamente com os indivíduos ...
Grato pela explicação.

Publicado por: asdrubal às maio 24, 2005 06:20 PM

Caro Asdrúbal:
Também eu...
Mais prudente e mais liberal.

Publicado por: Zé Luiz às maio 25, 2005 12:31 AM

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