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março 04, 2005
Temos que viver com o que Temos
O problema socialista é o de não ter pessoas que estejam por dentro do tecido produtivo português. Portanto acaba por virar-se para os meios universitários ou para gente do sector público em geral. Em qualquer dos casos, os nomes apontados para as Finanças, Campos e Cunha, e para a Saúde, Correia de Campos, são fortes. Já aqui escrevi, por diversas vezes, que a diferença entre Correia de Campos e o actual ministro, no que respeita à política de Saúde, é que ... têm boys diferentes. No resto têm a mesma visão sobre a reforma do SNS. Resta saber se Correia de Campos tem apoio político para continuar as reformas.
Campos e Cunha é um nome sólido no que respeita à política orçamental. Todavia há um desafio importante: a reforma da administração pública, que é vital, pelas razões que já aqui escrevi diversas vezes. Só se conseguem cortar despesas no sector público se ele for reorganizado e reestruturado. Ora do lado dos especialistas do despesismo temos Vieira da Silva, no Trabalho e Solidariedade Social, que pertence ao Parque Jurássico do Socialismo. É um nome que, só por ele, pode comprometer toda a política económica e financeira do governo, a menos que lhe metam uma grilheta no tornozelo.
Na Economia e Inovação temos Manuel Pinho, que tem sido um personagem politicamente errático e sobre o qual se têm colocado dúvidas sobre o currículo académico, não sei se justificadas ou não. Via-o mais na área financeira que na área económica. É um homem que não conhece o tecido produtivo, o que não é um bom currículo para esta pasta.
António Costa parece-me bem na Administração Interna e como nº 2 do Governo. Mário Lino, que conheço bem, foi um bom Administrador da CDL, não gostei dele à frente das AdP e acho que não tem qualquer currículo para a pasta que sobraçará (ou ... sossobrará?). Parece-me o percurso do Princípio de Peter.
Já dizem, por piada, que com Diogo Freitas do Amaral nos Estrangeiros, teremos que cortar relações com os EUA ... É blague. Freitas do Amaral é caracterizado pela ausência de coluna vertebral que, pensava-se, distinguiria os vertebrados dos outros animais. Logo, adaptar-se-á ao que tiver que ser. Desde que teve que pagar do bolso dele, e dos sogros, as despesas da candidatura perdida, Freitas do Amaral resolveu que princípios, ideologias, etc., eram luxos despiciendos.
O resto é a gente do sector público do costume. Mudam-se os nomes ... o resultado é o mesmo.
Quanto a Vitorino, é a incógnita. Será o nome a propor pelo PS para PR? Veremos.
Publicado por Joana às março 4, 2005 09:37 PM
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Comentários
A política é para os políticos, não é para tecnocratas que vêm até ao governo efectuar uma temporada como se de uma empresa se tratasse.
Um pais governa-se, uma empresa gere-se, a diferença entre governar e gerir é grande, ao governar-se tem que se ter em atenção que as medidas que se tomam, não devem ir contra, nem que para isso tenha que haver mais custos para o estado, determinados extractos da população.
Uma empresa tem que tomar medidas que muita das vezes vai de encontra os seus trabalhadores, principal fonte de energia de uma empresa, para que a sua solidez financeira não seja afectada.
Aqui aplica-se o ditado cada macaco no seu galho.
Publicado por: Gato Fedorento às março 4, 2005 10:01 PM
Por a diferença entre governar e gerir ser grande em Portugal é que o país está no estado actual.
Publicado por: David às março 4, 2005 10:20 PM
David em março 4, 2005 10:20 PM
A Finlândia, que à 10 anos passou por uma crise, se não maior, pelo menos igual à que estamos a passar neste momento, não necessitou de "técnicos" vindo do meio empresarial, efectuou as POLITICAS necessárias com POLITICOS.
Isto para não falar em outros paises.
Publicado por: Gato Fedorento às março 4, 2005 10:36 PM
novo governo : DIREITA...volver !!!
Publicado por: zippizz às março 4, 2005 10:38 PM
zippizz em março 4, 2005 10:38 PM
De acordo !
Publicado por: Gato Fedorento às março 4, 2005 10:42 PM
As contas fazem-se no fim. Nao montemos os factos antes da caminhada terminada.
Publicado por: Abruta às março 4, 2005 10:50 PM
Longe de mim fazer a defesa de D.F.Amaral, no qual não votei quando da sua candidatura a PR, se calhar a Joana votou nele!
Mas a propósito de invertebrados, que nos diz de Durão Barroso por exemplo?
Ou só se pode "fugir" prá direita...
Quanto às graçolas de mau gosto, continuam, lamentavelmente!
Publicado por: E.Oliveira às março 4, 2005 11:00 PM
Escrevi há tempos, num comentário no post "As Eleições e a Processionária":
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Aos lunáticos comentaristas da esquerda:
Mas vocês acreditam mesmo que o PS se mete com os poderosos? Acredito mais que o Bagão o faça (que se julga um social-cristão iluminado pela fé do Senhor), que o PS. Não se lembram que o governo de Guterres pactuou mais com a classe alta que esta coligação?
A única medida social do PS é distribuir dinheiro sob a forma de subsídios, mais nada. Ou criar mais empregos no Estado. Ou camuflar o desemprego com cursos de formação sucessivos, subsidiados pela UE, que não servem para mais nada.
Foi isso que o Guterres e os outros (que também estão com Sócrates) andaram a fazer e é apenas isso que sabem fazer.
É essa a esquerda social?
Vocês só me fazem rir. Será que não aprendem com a experiência?
Boa noite!
Afixado por: Joana em fevereiro 14, 2005 12:26 AM
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E é isso. Puseram um ferrista para acenar com subsídios à esquerda e o resto é tentar manter o país à tona da água.
Vocês parece que não vivem neste mundo. Julgam que o dinheiro é apenas uma questão de pôr as rotativas a funcionar e aí vem ele.
No que respeita às finanças e à economia, vocês são uma espécie de Alves dos Reis, mas sem a habilidade deste.
Publicado por: Joana às março 4, 2005 11:03 PM
EO:
Nessa época eu ainda não tinha idade de votar.
Publicado por: Joana às março 4, 2005 11:06 PM
E esta??
"CAP elogia escolha do novo ministro da Agricultura
O secretário-geral da CAP diz que Jaime Silva «um profundo conhecedor da política agrícola» da União Europeia.
Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt
O secretário-geral da CAP diz que Jaime Silva «um profundo conhecedor da política agrícola» da União Europeia.
Em declarações à Lusa, João Machado congratulou-se com a escolha do novo ministro da Agricultura."
Publicado por: AJ Nunes às março 4, 2005 11:22 PM
Quando se escrevem coisas que põem em causa o bom nome das pessoas, é de bom tom chamar os bois pelos nomes.
Freitas do Amaral teve que pagar as despesas da candidatura (honrando com dignidade todos os compromissos) porque os partidos que apoiaram essa candidatura não honraram, com toda a indignidade, os seus compromissos.
Publicado por: Errata às março 4, 2005 11:25 PM
Mário Lino é aquele administrador que tentou afundar a Editorial Caminho? Quanto à CDL, só teve um bom administrador e chamou-se Vitor Branco.
Publicado por: Pergunta às março 4, 2005 11:29 PM
Segundo relatos da época, aquando da famosa fraude de ALves dos Reis, Lisboa à sua conta começou a viver bem melhor, pois a sua injecção de capital, foi bem anterior às "invenções" económicas, de injecção de capital em circulação.
Publicado por: Pedreiro às março 4, 2005 11:33 PM
Errata: Eu não disse o contrário. Aliás disse que foi por causa do trauma que isso lhe causou, a ele e à família, e pelo qual passaram anos a tentar endireitar as finanças próprias, que ele lançou os princípios políticos e as ideologias às urtigas.
Quanto ao facto da ausência da coluna vertebral ele já tinha evidenciado sintomas nos tempos do governo de Balsemão, ao que me parece.
Publicado por: Joana às março 4, 2005 11:40 PM
...«Quanto a Vitorino, é a incógnita. Será o nome a propor pelo PS para PR? Veremos»...
Aqui «há atrasado», como diz o pessoal do Norte, esclareci que Vitorino não será ministro nos anos mais próximos. Por maioria de razão, não será Presidente da República.
E se, por remota hipótese, viesse a sê-lo, seria um péssimo sinal. Para ele e para o país.
Publicado por: Visitante às março 4, 2005 11:42 PM
joana,
fizeram-lhe mal quando se passeou pela esquerda ?
essa azia politica deve ter uma razão.
Publicado por: zippiz às março 4, 2005 11:45 PM
Nessa época eu ainda não tinha idade de votar.
Afixado por: Joana em março 4, 2005 11:06 PM
pela boca morre o peixe!
pois aqui está um bom argumento(ou desculpa) para não comentar sobre coisas que não viveu !
Publicado por: zippizz às março 4, 2005 11:49 PM
Os bloquistas estão tristes. Que é que estavam à espera?
Publicado por: Coruja às março 5, 2005 12:31 AM
mas comentou o Freitas no tempo do Balsemão, quando ela tinha uns 12 anitos, precoce esta Joana...
Publicado por: Pedreiro às março 5, 2005 12:32 AM
E comentou aquelas coisas romanas, quando deveria ter -1950 anos, ou menos. É mesmo precoce.
Publicado por: Coruja às março 5, 2005 12:37 AM
incoerências !!!
Publicado por: zippizz às março 5, 2005 12:38 AM
A Joana, é muito Liberal, e não consegue perceber a lição/humilhação que os americanos deram ao Prof. Catedrático nas Nações Unidas, e aí o Douto, percebeu que isto era de facto como no Império Romano, contava era a força das armas, tudo o resto, eram lições prós meninos aprenderem nas várias escolinhas.
Esta lição de prática Política, o Prof não mais esquecerá !
Publicado por: Templário às março 5, 2005 12:39 AM
Coruja em março 5, 2005 12:31 AM
O Coruja linda
O BE não está triste, até porque sabe que o PS vai, porque tem que, fazer uma politica no campo social e do trabalho à esquerda, até o PSD já compreendeu isso, quando afirma que a inflexão tem que ser à esquerda de forma a posicionar o partido dentro da social democracia.
Publicado por: Gato Fedorento às março 5, 2005 12:39 AM
uma pergunta à fauna ppd/cds :
só são permitidas guinadas da esquerda para a direita (tipo Durão Barroso) e não são permitidas guinadas da direita (Freitas do Amaral) para...o PS ?
Publicado por: zippiz às março 5, 2005 12:42 AM
zippiz em março 5, 2005 12:42 AM
Ele, DB, não guinou à esquerda, na altura era um fedelho que apareceu na sede do MRPP, era secretário o Fernando Rosas, e então o fedelho apressou-se logo a mostrar serviço, e o que fez? assaltou a universidade de direito para roubar as secretárias e levar para o MRPP.
Coitado a nivel de verticalidade não tem nenhuma, pois tinha um compromisso com o povo português e quando viu que não dava conta do recado pirou-se para BRuxelas.
Publicado por: Gato Fedorento às março 5, 2005 12:48 AM
Então temos no MAI um tipo que tentou interferir nas investigações policiais, durante o caso Casa Pia, agora a mandar na PJ. O que quer dizer que acredita que pode "controlar" as investigações criminais.
É o fim da Justiça no ´país
Publicado por: fbmatos às março 5, 2005 12:50 AM
Então temos no MAI um tipo que tentou interferir nas investigações policiais, durante o caso Casa Pia, agora a mandar na PJ. O que quer dizer que acredita que pode "controlar" as investigações criminais.
É o fim da Justiça no ´país
Publicado por: fbmatos às março 5, 2005 12:50 AM
E o Mariano Gago que foi acusado pela CE de favorecer os amigos nas negociatas que envolveram os fundos europeus para a Ciência!!
Publicado por: fbmatos às março 5, 2005 12:51 AM
Isso do Mariano Gago é verdade?
Publicado por: Coruja às março 5, 2005 12:53 AM
A do António Costa é verdade, pois foi público. De facto é uma vergonha.
Publicado por: Coruja às março 5, 2005 12:55 AM
parece que há aqui eleitores que querem ir a votos outra vez ... é só rir !
perderam as eleições e acham-se no direito de dar palpites sobre a constituição do governo (social-democrata) do ps !
Publicado por: zippiz às março 5, 2005 12:59 AM
Já não se pode criticar? Acabou a campanha e agora temos que ficar calados?
Publicado por: Coruja às março 5, 2005 01:15 AM
ás vezes mais valia...
ou o que foi Afixado por fbmatos em março 5, 2005 é para ser levado à conta de critica politica ?
Publicado por: zippizzz às março 5, 2005 01:22 AM
Joana, você escreve que "O problema socialista é o de não ter pessoas que estejam por dentro do tecido produtivo português. Portanto acaba por virar-se para os meios universitários ou para gente do sector público em geral".
Tem toda a razão. Mas repare que o PSD tem essas pessoas, só que elas não querem ir para o governo. Não quiseram com o Barroso e com o Santana.
Portanto acaba por dar no mesmo.
Publicado por: L M às março 5, 2005 11:01 AM
O problema da política em Portugal é o do sectarismo visceral. Para demasiados portugueses o bem da seita está acima do bem comum. Por isso é que aparecem ciclicamente governos autoritários. Quando ficamos fartos dos facciosos apelamos ao ditador. Vai voltar a acontecer.
Publicado por: Albatroz às março 5, 2005 11:24 AM
Tem toda a razão, Albatroz. Há um grande sectarismo nos meios políticos e da malta que fala em política
Publicado por: Fred às março 5, 2005 11:34 AM
Em que é que não é crítica política pôr em dúvida que o tipo que queria interferir nas investigações policiais deva ser agora o patrão da PJ?
Publicado por: fbmatos às março 5, 2005 11:53 AM
No que toca ao Freitas, acho que a Joana tem razão. Ele fez aquelas declarações estúpidas, mas os americanos não as vão levar a sério.
O homem perdeu toda a credibilidade.
Publicado por: Susana às março 5, 2005 01:32 PM
No que toca ao Freitas, acho que a Joana tem razão. Ele fez aquelas declarações estúpidas, mas os americanos não as vão levar a sério.
O homem perdeu toda a credibilidade.
Publicado por: Susana às março 5, 2005 01:33 PM
Eu acho que o Prof. Freitas do Amaral não é sectário. Pode ver-se a questão por este prisma. Mas ele acredita mesmo neste Governo ? Acredita que as reformas vão implementar-se ? Se calhar é Liberal e assume o risco ...
Publicado por: asdrubal às março 5, 2005 01:34 PM
Coluna vertebral: estrutura óssea que quando curva para a direita se diz flexível e quando curva para a esquerda se diz inexistente.
Publicado por: Zé Luiz às março 5, 2005 01:35 PM
Afixado por: David em março 4, 2005 10:20 PMA diferença entre governar e gerir não é só grande em Portugal, é grande em qualquer tempo e em qualquer lugar.
No corpo político não há trabalhadores, somos todos accionistas.
Publicado por: Zé Luiz às março 5, 2005 01:57 PM
Susana em março 5, 2005 01:33 PM
Ó Susana, não vê que o Freitas do Amaral só perdeu a credibilidade porque se juntou à Esquerda?
Porque se tornasse um indefectível homem da extrema direita já não tinha perdido a credibilidade.
O que se passou foi, Freitas foi sempre um homem do centro, os partidos políticos inflectiram para a direita e ele passou a estar dentro do PS.
Publicado por: Gato Fedorento às março 5, 2005 03:22 PM
«Aumentar impostos é «inevitável», diz novo ministro» (In "Portugal Diário" de hoje).
Tinha mais que ver se não fosse inevitável.
Que saudades de uma "Maria da Fonte" que os fizesse fugir de Portugal para nunca mais aqui voltarem ...
Publicado por: asdrubal às março 5, 2005 05:11 PM
Vira o Disco e toca o mesmo. Uma desgraça
Publicado por: Rui às março 5, 2005 06:20 PM
Zé Luiz em março 5, 2005 01:57 PM:
Somos todos accionistas e reclamamos que a empresa vai mal. Esquecemos que os trabalhadores dessa empresa somos nós e que quando agimos como trabalhadores somos nós que tornamos a empresa má
Publicado por: David às março 5, 2005 06:24 PM
Gato Fedorento em março 5, 2005 03:22 PM: Eu de facto já andava com a impressão que o Bloco se tornara um partido centrista. Obrigado pelo esclarecimento.
Publicado por: David às março 5, 2005 06:28 PM
Afixado por: David em março 5, 2005 06:24 PM
«Somos todos accionistas e reclamamos que a empresa vai mal.» Fale por si, David. Eu não confundo um país com uma empresa.
Publicado por: Zé Luiz às março 5, 2005 07:09 PM
As continhas....
Santana Lopes, após a sua saída de Primeiro Ministro, tem direito a umas benesses, e os TOINOS dos Tugas, aventam a hipótese de ele voltar aos míseros 500 contitos da CML, enfim o rapaz, Não é Tolo de todo.
Vitorino idem, idem, a ganhar alguns 25.000 euros/mês... querem-no colocar à força a ganhar uns míseros 5.000 euros, realmente...
São continhas que cada um sabe fazer... e andar de cavalo para burro ninguém quer...
Publicado por: Templário às março 5, 2005 07:27 PM
Não foi você que escreveu?
No corpo político não há trabalhadores, somos todos accionistas.
Afixado por Zé Luiz em março 5, 2005 01:57 PM
Publicado por: David às março 5, 2005 07:53 PM
Freitas do Amaral é o ministro mais à esquerda no governo de José Sócrates.
Publicado por: Valente às março 5, 2005 08:04 PM
David em março 5, 2005 06:28 PM
Se andasse atento e não "mandasse bocas foleiras para o ar" sabia que O BE de trotskista nada tem, e que a partir da última convenção em 2004 posicionou-se entre o PS e PCP
Publicado por: Gato Fedorento às março 5, 2005 10:39 PM
O BE «catch all parties».
Uma estratégia efémera.
A pequeno-burguesia urbana é a tal que "lá na rua todos são felizes, até que, de manhã, o militante se vai espreguiçar à janela e vê o Mercedes-Benz no quintal do vizinho". Não tardam por esperar ...
Publicado por: asdrubal às março 5, 2005 11:15 PM
O BE é uma moda sem consistência. Nas sociedades em crise de identidade estas facções "fracturantes" conseguem encontrar alguns adeptos. Mas não se aguentam muito tempo. Implodem.
Publicado por: Hector às março 5, 2005 11:54 PM
Já estou a partir o coco a rir, só de antever a cachola do berloque de esquerda em Outubro, nas autárquicas, quando a votação deles cair a pique porque os votos que agora teve do PSD voltaram às origens...
Publicado por: Divertido às março 5, 2005 11:55 PM
asdrubal em março 5, 2005 11:15 PM
Hector em março 5, 2005 11:54 PM
Divertido em março 5, 2005 11:55 PM
Estão a fazer confusão com algum partido que já foi conhecido por "partido do taxi", que mais duas eleições e pof..... desaparece, o tal partido do taxi é o único partido que quando o líder sai, também sai do partido, já se diz por ai que tem mais ex-militantes do que militantes.
eheheheheheh!
Publicado por: Gatos Fedorentos às março 6, 2005 01:08 AM
O BE é uma moda assim como os Goatos Fedorentos
Publicado por: curioso às março 6, 2005 01:17 AM
curioso em março 6, 2005 01:17 AM
Sabes o que é que se diz a um curioso?
.............. nada!
Publicado por: Gato Fedorento às março 6, 2005 01:21 AM
Sempre a implicar por a Joana Amaral Dias ir para a AR de Mercedes. Já não podem ver uma camisa lavada a um pobre
Publicado por: Diana às março 6, 2005 10:21 AM
Fui, David.
Fui eu que disse que no corpo político somos todos accionistas. Mas era só para usar uma metéfora que você entendesse: continuo a não confundir países com empresas.
Para as empresas a riqueza é um fim, para os países é um meio.
Publicado por: Zé Luiz às março 6, 2005 11:22 AM
Uma anedota porca, dos meus tempos de escola primária (no tempo do fascismo):
Na turma da 4ª classe os meninos - as escolas eram sexualmente segregadas - discutiam, enquanto esperavam pela chegada da professora, se se masturbava com a mão direita ou com a mão esquerda. Uns gritava: "Esquerda!". outros retorquiam: "Direita!". Só o Zézinho ficava calado no meio desta confusão. Entra a professora e pensa que os meninos estão a discutir política. "Que engraçado", diz ela, "que grande empenhamento pelo bem comum!" Mas, reparando no alheamento do Zézinho, pergunta-lhe: "Então, Zézinho, tu não tens preferência pela "direita" ou pela "esquerda"? E o Zézinho, com o sobrolho franzido, responde-lhe: "Não, senhora professora. Eu já ..odo!"
Pelos vistos, a grande maioria dos participantes neste forum ainda não ..ode!...
(P.S. - As minhas desculpas. Eu geralmente comporto-me melhor em público...)
Publicado por: Albatroz às março 6, 2005 11:32 AM
Na política portuguesa cada vez há mais Zézinhos!
Publicado por: Rave às março 6, 2005 01:37 PM
«Para as empresas a riqueza é um fim, para os países é um meio»
Ganda Boca! Mas apenas isso. Você deve conhecer as empresas dos filmes de propaganda. Uma empresa tem Direcção, Accionistas e trabalhadores e, entre estes, quadros qualificados e pessoal indiferenciado. O objectivo da empresa é satisfazer os interesses de todos estes grupos, de forma a ter uma estrutura financeira saudável, a crescer, que é vital para ficar mais forte e resistir às flutuações do mercado.
Um país, tirando as diferenças (Educação, Saúde, Justiça, Defesa, etc., que aliás são pagas por impostos sobre o que as empresas produzem) devia seguir o mesmo objectivo.
A riqueza é sempre um meio, nunca (tirando para o Tio Patinhas) um fim
Publicado por: Hector às março 6, 2005 02:12 PM
Estou a falar de empresas a sério e não de algumas empresas patriarcais em vias de extinção.
Publicado por: Hector às março 6, 2005 02:15 PM
E quando escrevi que "satisfazer os interesses de todos estes grupos" não quis dizer que o fizesse em plenário. A direcção deve criar um bom clima de trabalho, que tem a ver com os salários, mas não só - progressão futura, regalias diversas, etc.
Só assim consegue o empenhamento geral do pessoal
Publicado por: Hector às março 6, 2005 02:18 PM
Este governo vai ter a hipótese de tomar as medidas que os anteriores governos não conseguiram por causa da oposição (destes!!)
Publicado por: Jarod às março 6, 2005 02:24 PM
Hector
que beleza falando de empresas... afinal os "maus" nem são os empresários, e muito menos o Estado.
O mal... é o "mercado", pois o mercado é sanguinário, não olha a meios para atingir os fins, nem é religioso, nem sectário, nem patriótico, nem comunista, nem socialista, nem nada...é apenas o mercado !
E... quando o mercado está mau..é que os empresários se tornam uns mauzinhos, não pela natureza deles, mas pelas circunstâncias impostas pelo sanguinário Mercado.
E... assim ...em vez de evoluirmos para as 30 horas de trabalho semanal e 2 meses de férias..o que nos deixaria ainda a léguas dos 175 feriados Romanos, caminhamos a passos largos, para a Escravidão da Idade Média trabalhando de sol a sol por um naco para sustentar a sobrevivência.
A Questão como diz Miguel Portas, é se a Europa quer as "regalias chinesas" , ou se é a China que deveria adoptar as "regalias" Europeias.
É este o Tema que está actualmente na mesa de discussão, no Mundo Ocidental.
Publicado por: Templário às março 6, 2005 02:35 PM
Hector:
Cumpre-me dar-lhe os meus mais entusiástcos parabéns.
Á medida que vamos avançando na idade vai-se tornando cada vez mais raro depararmo-nos com uma ideia que, pela sua originalidade e audácia, nos corte a respiração.
Mas você conseguiu cortar-me a respiração, Hector.
Já conhecia - todos nós conhecíamos - o essencial da teoria liberal: ao Estado compete apenas promover aquelas parcelas do bem comum que não podem ser transaccionadas, deixando para as empresas a produção e venda de bens e serviços - tarefa esta na qual são, supostamente, mais competentes.
Fico agora a saber que o Estado afinal é totalmente inútil. A promoção do bem comum também é competência das empresas - das empresas a sério, é claro, ficando a produção e venda de bens e serviços a cargo das «empresas patriarcais em vias de extinção».
É uma ideia de cortar a respiração, repito eu, ainda mal refeito. Só me fica uma dúvida: uma vez extintas as tais empresas patriarcais, quem é que vai produzir os bens e os serviços de que todos nós, pobres seres corporais que somos, ainda necessitamos?
Mas acredito piamente que a sua ideia, um pouco mais trabalhada e elaborada, vai resolver esta dúvida - e talvez inaugurar uma nova era na Economia Política.
Insh Allah.
Publicado por: Zé Luiz às março 6, 2005 03:45 PM
Nem lhe vou responder. Só me (a mim e não a si) pergunto se você percebeu alguma coisa do que eu escrevi.
Publicado por: Hector às março 6, 2005 04:05 PM
Aconselho os fundamentalistas do capitalismo liberal a debruçarem-se sobre a experiência do grupo de cooperativas Mondragón, no País Basco. Constituído na década de 50 por um padre basco, tem um banco cooperativo e uma universidade. Funciona dentro da economia de mercado, nunca teve uma falência e dá trabalho a mais de 50.000 trabalhadores. Não tem accionistas nem patrões. Os directores são nomeados pelas assembléias de trabalhadores, e os salários mais elevados são quatro vezes o salário mais baixo. Não há despedimentos. Os lucros, depois de deduzidas reservas para investimento, são distribuídas pelos trabalhadores, mas não ficam directamente disponíveis. Ficam depositados em contas dos trabalhadores, e servem como reserva para a sua reforma. É a prova indiscutivel de que há alternativa ao capitalismo explorador, sem recusar os mecanismos de mercado. O medo desta alternativa é de tal ordem que raramente se ouve falar da Mondragón. Quem estiver farto deste capitalismo e não acreditar em socialismos centralizadores, fica a saber que há uma alternativa altamente bem sucedida. Não é preciso reinventar a roda.
Publicado por: Albatroz às março 6, 2005 04:39 PM
Um Estado - dito "de Direito" e outro tanto "Democrático", "Social" e ainda por cima "Europeu" - que ao cabo de trinta anos - trinta ! - mostra, por entre dez milhões de almas, dois milhões de pobres e meio milhão de desempregados, deve ser uma coisa prá gente chorar rir ...
Publicado por: asdrubal às março 6, 2005 04:48 PM
Para consultar a experiência de Mondragón ir ao seguinte sítio:
http://www.mondragon.mcc.es/
Publicado por: Albatroz às março 6, 2005 04:51 PM
Hector em março 6, 2005 02:15 PM
Mas onde é que existem essas tais "empresas-a-sério" com tão excelentes virtudes?
Nalgum planeta ainda não visitado?
Publicado por: Senaqueribe às março 6, 2005 04:54 PM
Os complexos do dinheiro. A esquerda luta sempre por dinheiro, mas é inteligente chama-lhe outras coisas: Dignificação, justiça social etc.
Um discurso extraordináriamente elaborado á base de eufemismos.
Quanto a empresas bem sucedidas há milhares delas pelo mundo fora.
Publicado por: lucklucky às março 6, 2005 05:11 PM
Albatroz, parabéns pelos seus comentários a este post, todos eles muito interessantes.
Publicado por: Luís Lavoura às março 6, 2005 05:13 PM
Afixado por: Hector em março 6, 2005 04:05 PM
Você pergunta-se, Hector, se eu terei compreendido alguma coisa do que você escreveu. Posta de parte, por mesquinha, a hipótese de você ser um daqueles eternos incompreendidos com quem todos os outros concordariam se ao menos não fossem tão estúpidos, resta-me aventar outra:
Você, Hector, está a aventurar-se no campo da metafísica com o mesmo denodo com que se aventura no da economia política. É de facto notável o que se depreende da sua interrogação: será possível ao entendimento humano compreender o disparate?
Receio não ter resposta para esta pergunta.
Publicado por: Zé Luiz às março 6, 2005 05:17 PM
uma das poucas alegrias dos nossos liberais-direitistas nos ultimos tempos foi a maioria absoluta do PS.
Quem é que os podia aturar se o PS tivesse que "conversar" com o PC ou com o BE, para formar governo !?
assim,criticam, criticam, (o PS e o tio Freitas ...) mas no fundo, no fundo, estão felizes com o governo centrado à direita.
o resto , é só para não estarem calados... que às vezes era o melhor que tinham a fazer.
Publicado por: zippiz às março 6, 2005 06:27 PM
oi
Publicado por: Templário às março 6, 2005 08:35 PM
lucklucky em março 6, 2005 05:11 PM
Caro lucklucky
A questão que divide a esquerda da direita, não é o dinheiro, nem a criação de riqueza, mas sim a sua distribuição. E como a esquerda, defende uma melhor distribuição da riqueza produzida por todos, em benefícios sociais ou até em baixa de impostos, a direita entende que tais benefícios pertencem ao patronato, para que este tenha estímulo de inovar e investir.
Ora.. a questão é apenas baixarem a gula dos lucros, pois é essa a questão actual, e como o tal mercado é guloso, não olha a meios e até investe No Comunismo Chinês.
Digo propositadamente Comunismo Chinês, porque que eu saiba ainda é o Partido Comunista que Governa a China, e agora os Srs. da Direita, já nem do comunismo têm medo, e já deixou de ser o papão....
Portanto ao Liberalismo Capitalismo, até o Comunismo lhes serve ( e de que maneira.. ) porque Não Há Leis que Defendam os Direitos Humanos, nem os trabalhadores.
Ora os tão apregoados princípios que serviram para criticar a URSS agora já não servem para os Chineses ?
Afinal as críticas à URSS, eram porque eles, não os deixavam explorar como queriam, e os Chineses deixam !
Como...grandes multinacionais Americanas, já passaram a sua sede para Pequim, suponho que o exemplo Chinês é para seguir... logo...lá teremos que voltar a África, para nos abastecermos de escravos... é a solução..deste liberalismo capitalista.
Publicado por: Templário às março 6, 2005 08:36 PM
hehe podes chamar aquilo ditadura quase a la Pinochet ; Bem mais "liberal" economicamente do Salazar e talvez Franco. Agora Comunismo só no nome mais nada :)
"Como...grandes multinacionais Americanas, já passaram a sua sede para Pequim," ???
?? as críticas não continuam? e não é a "socialista" Europa que quer vendar armas a Pequim.
Não foi o mesmo liberalismo que investiu em Portugal e abandonou os países de origem? Porque os trabalhadores queriam menos dinheiro.
A seguir á China será Africa e sabes uma coisa , vão agradecer ser "explorados" , porque o terrível drama do 3ºMundo é que não há nada de nada, nem uma mera fábrica. Se é tão mau explica-me como é que não há falta de mão de obra? não será porque se ganha ainda pior na industria local?
A esquerda quer destribuir dinheiro para ganhar clientela mais nada. A criação de riqueza é facilitada por haver o minimo de obstáculos a quem quer criar. Os beneficios fiscais são feitos com dinheiro dos contribuintes. E as áreas que funcionam pior são aquelas que onde o estado domina: Educação; Justiça; Saúde . Pode-se comparar a evolução do transporte aéreo muito mais liberal na sua génese e cultura com o transporte ferroviário com grande poder dos sindicatos.
Publicado por: lucklucky às março 7, 2005 09:41 AM
Afixado por: lucklucky em março 7, 2005 09:41 AM
Somos europeus, não somos asiáticos. Não temos nada que adaptar a nossa economia ao modelo social chinês, temos é que obrigar a China a respeitar o nosso grau de exigência ética.
Como?
Impondo taxas proibitivas a todos os bens e serviços, produzidos onde quer que seja, com recurso a salários baixos, horários prolongados, trabalho infantil ou trabalhadores sem expectativa de pensões de reforma ou subsídios de desemprego.
Se essas empresas celeradas se situassem na Europa, pagariam na mesma; se as empresas socialmente responsáveis se situassem na China, ficariam isentas; não se trata de proteger mercados territoriais, mas sim de proteger pessoas.
E não me digam que com isto os trabalhadores chineses perderiam até o pouco que têm: se os empresários chineses fossem obrigados a pagar mais por menos horas de trabalho teriam todas as condições de o fazer e as fábricas não fechariam. Simplesmente concorreriam com os seus congéneres europeus em condições de igualdade. Não é isto que os liberais querem?
Publicado por: Zé Luiz às março 7, 2005 11:30 AM
Z´Luiz:
será possível ao entendimento humano compreender o disparate?
Também não tenho resposta. Nomeadamente depois destas trocas de comentários
Publicado por: Hector às março 7, 2005 11:56 AM
Claro que é possível. Mesmo que seja um disparate monumental.
Publicado por: Coruja às março 7, 2005 03:50 PM
A gente entende-se é a disparatar uns com os outros.
Publicado por: Coruja às março 7, 2005 03:52 PM
Zé Luiz em março 7, 2005 11:30 AM escreveu:
Somos europeus, não somos asiáticos. Não temos nada que adaptar a nossa economia ao modelo social chinês, temos é que obrigar a China a respeitar o nosso grau de exigência ética.
Você pode idealizar coisas. Não as pode fazer. Portugal está dependente da UE. A UE ainda não accionou a cláusula de salvaguarda, nem parece que o faça.
Você não pode ir contra os acordos internacionais da OMC.
Além do que a nossa economia é aberta. Não é apenas a questão dos chineses venderem cá lingerie. É pior, porque não conseguimos concorrer externamente. E aquelas nossas indústrias vivem da exportação.
Como é que você vai obrigar outras nações a comprarem produtos portugueses em vez de chineses?
Publicado por: L M às março 7, 2005 03:59 PM
Países europeus perderam os têxteis para Portugal e outros países. Agora é a nossa vez de mudar.
Não é possível lutar contra as leis da vida. Temos é que nos adaptarmos a elas.
O seu discurso, mesmo na melhor das intenções, é estéril porque não conduz a uma solução possível na prática.
Publicado por: L M às março 7, 2005 04:05 PM
LM
Não se esqueça nunca de uma coisa bem simples, um Estado Soberano mesmo pertencendo à União Europeia pode:
- Decretar sanções a produtos e a Países que entenda como seus inimigos ou até concorrentes.
- Pode sair da Organização Mundial do Comércio
- Pode sair do Euro
- Pode finalmente sair da União Europeia
Até parece que somos obrigados a estar ou permanecer na União Europeia.
Portanto daqui se infere que não há inevitabilidades para os Estados, basta apenas desejarem mudar de rumo !
Publicado por: Templário às março 7, 2005 09:43 PM
Pode fazer isso tudo. Até suicidar-se.
Publicado por: soromenho às março 8, 2005 01:00 AM
L M em março 7, 2005 03:59 PM
«Como é que você vai obrigar outras nações a comprarem produtos portugueses em vez de chineses?»
É simples:
Primeiro, apoiado nas opiniões públicas europeias, pressionar a UE a adoptar regras de qualidade social para todos os bens e serviços transaccionados no mercado europeu.
Segundo, cumprir essas regras.
Publicado por: Zé Luiz às março 8, 2005 03:09 PM
Eu leio coisas que você escreve e parece-me que vive noutro mundo.
"Primeiro, apoiado nas opiniões públicas europeias" Você vai convencer as opiniões públicas europeias a comprarem cuecas ao triplo do preço? Você nem consegue convencer os consumidores nacionais a comprarem os nossos produtos. Até compraram bandeiras portuguesas com pagodes chineses em vez dos castelos!
"É simples" Se fosse simples, não acha que estaria já feito?
Publicado por: L M às março 8, 2005 03:39 PM