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novembro 30, 2004

... E o óbvio aconteceu

Não tenho nenhum dedo que advinha, mas a realidade é que a situação existente era insustentável. Historiemos os acontecimentos:

Durante cerca de 2 semanas, entre Junho e Julho deste ano, Sampaio transformou uma decisão, politicamente simples e constitucionalmente escorreita, numa decisão complexa, «a mais complexa dos seus mandatos», transfigurando-a numa crise política, dramatizada até ao paroxismo.

Mas, como escrevi em 11 de Julho, após a indigitação de Santana Lopes «Santana entregue à vigilância presidencial», «ao escolher aquela decisão, incluiu nesse pacote decisor uma garantia, pessoal e presidencial, de permanente vigilância do novo governo. Presume-se que seja uma vigilância especialmente acrescida relativamente àquela que decorre das obrigações normais do seu cargo. Ora este «aviso» é um convite público a todos os kamikazes da comunicação social e a todos os falhados da política para, cada vez que Santana mexer um músculo, tremer uma pálpebra, balbuciar uma sílaba, esboçar um sorriso, embaciar um olho, porem o dedo no ar e gritarem indignados para o presidente: «stôr», este menino está a portar-se mal! «stôr», este menino é mau! «stôr», ponha este menino na rua e marque-lhe falta de castigo! E mesmo se o menino Santana permanecer fixo, marmóreo, aqueles meninos não desarmarão: «stôr», este menino está esfíngico! «stôr», este menino está a tramar alguma! «stôr», ponha este menino na rua e marque-lhe falta de castigo, com participação e Conselho Disciplinar! Será que o «stôr» vai conseguir manter a «estabilidade» na sala de aula?» ... «Portanto o PR pretende estabilidade no país e cria condições para a instabilidade na comunicação social e nos areópagos políticos. Não se percebe como o país vai ficar imune à instabilidade na comunicação social.»

Ora estes 4 meses mostram à evidência como as minhas previsões estavam certas. E quando ontem escrevi o post anterior, o meu feeling era que este governo não tinha quaisquer condições para governar. Não é possível governar tendo permanentemente a espada de Damocles da dissolução sobre a cabeça. Tudo o que o governo fazia, ou não fazia, tudo o que se propalava que o governo ia fazer, ou não fazer, tudo o que se inventava sobre o que o governo faria, ou não faria, era objecto das baterias da comunicação social assestadas sobre ele.

É evidente que o governo tem tomado diversas decisões medíocres. A Lei do Arrendamento Urbano é uma decisão corajosa, mas peca pelas insuficiências e erros que já apontei neste blogue. Também teci severas críticas ao Orçamento de Estado para 2005. Mas não fui hipócrita nessas críticas, porquanto o critiquei pelas razões de austeridade económica que venho defendendo há anos, enquanto outros o atacaram por mero oportunismo político.

Também me parece que a coordenação governativa não funcionou como devia, pese embora que muitas das contradições apontadas pela comunicação social resultasse de leituras enviesadas que fez. O ministro Gomes da Silva teve uma actuação desastrada – um membro do governo tem que agir com continência verbal. Etc., etc..

Não sei se a decisão da demissão foi unicamente devida a Sampaio, ou se foi Santana Lopes que criou as condições para não dar outra alternativa ao PR. Em qualquer dos casos, é preferível para Santana surgir como um 1º ministro demitido num quadro constitucionalmente estável, pelo motivo insignificante da demissão de um ministro, que ser ele próprio a demitir-se.

Sendo demitido, nas circunstâncias em que o foi, pode protagonizar de uma forma menos ambígua e mais evidente o papel de vítima.

Publicado por Joana às novembro 30, 2004 08:05 PM

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Comentários

Isto, visto a uns bons milhares de milhas de distância, parece uma telenovela. Coitados dos que por aí ficam, ao sabor dos mandos e desmandos dessa gente. Eu, em Julho, pus-me a milhas. Não digo que não haja telenovelas por aqui, mas não são tão enternecedoras como as tropelias do Paulinho, Pedrinho e Ca.

Publicado por: Specs às novembro 30, 2004 08:50 PM

VOLTA CAVACO, ESTÁS PERDOADO !!!

Publicado por: kavaka às novembro 30, 2004 08:57 PM

Cara Joana,

A Lei do Arrendamento, segundo julgo saber, foi um "flop"...

O mercado do arrendamento não ultrapassa os 21% dos fogos existentes.

E desses 21%, quantos são elegíveis segundo a Lei?

Em todo o caso, Sampaio demonstra que a opisição continua a não contar para as suas decisões.

O que realmente levou Sampaio a decidir-se foi, e é bom que o tenhamos em memória futura, a posição da grande maioria dos empresários ao acusarem o Governo de Santana de "não ter qualquer estratégia de promoção do desenvolvimento".

Não sei se o disseram pensando que tal não teria o resultado da dissolução da AR...

O facto, é que teve.

Publicado por: re-tombola às novembro 30, 2004 09:06 PM

Cara Joana,

A Lei do Arrendamento, segundo julgo saber, foi um "flop"...

O mercado do arrendamento não ultrapassa os 21% dos fogos existentes.

E desses 21%, quantos são elegíveis segundo a Lei?

Em todo o caso, Sampaio demonstra que a opisição continua a não contar para as suas decisões.

O que realmente levou Sampaio a decidir-se foi, e é bom que o tenhamos em memória futura, a posição da grande maioria dos empresários ao acusarem o Governo de Santana de "não ter qualquer estratégia de promoção do desenvolvimento".

Não sei se o disseram pensando que tal não teria o resultado da dissolução da AR...

O facto, é que teve.

Publicado por: re-tombola às novembro 30, 2004 09:07 PM

As voltas que Joana dá para não dar a perceber que se enganou...
Se bem me lembro, o post anterior tem por título «Obviamente, demito-ME».
Joana pensava que PSL apresentaria a demissão ao PR, sabe-se lá por que carga de água.
A verdade é que PSL não só não apresentou a demissão como disse que não estava de acordo em ser demitido.
Joana escreve que «este governo não tinha quaisquer condições para governar».
A verdade é que PSL, no exacto momento em que saiu da audiência com o PR, disse exactamente o contrário, isto é, que este governo tinha todas as condições para governar.
Joana escreve que PSL foi demitido «pelo motivo insignificante da demissão de um ministro».
A verdade é que Joana não só tem andado a leste do inferno que tem sido a governação deste executivo, como nem sequer leu o comunicado do PR (onde ele se refere, preto no branco, aos «desenvolvimentos políticos recentes»). É certo que a ambiguidade daquele «recentes» é grande, mas num governo-bébé com quatro meses de idade não se vê que a datação possa ser outra.
Aliás, depois de Cavaco Silva ter passado uma pública certidão de incompetência a Santana Lopes e seu clube de amigos, é completamente irrelevante falar em ministros que se demitem.
Para Joana, a demissão de PSL até que nem é uma coisa assim tão má. Vai ter mais tempo para se dedicar a pesquisas on line sobre assuntos candentes como os Templários ou a biografia do Bey de Tunes...

" : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às novembro 30, 2004 09:54 PM

Joana, não me poderia dizer os números do euromilhões?

Publicado por: AJ Nunes às novembro 30, 2004 09:56 PM

Na iminência de o sucessor de Santana Lopes ser o secretário Sócrates, convido os frequentadores deste blog a unirem-se numa prece a Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal.
Bem necessário vai ser...

Publicado por: (M)arca Amarela às novembro 30, 2004 09:59 PM

(M)arca Amarela em novembro 30, 2004 09:54 PM
Enganei-me?? Então e você que achou a minha proposta de demissão ... surrealista.
Eu escrevi agora «Não sei se a decisão da demissão foi unicamente devida a Sampaio, ou se foi Santana Lopes que criou as condições para não dar outra alternativa ao PR. Em qualquer dos casos, é preferível para Santana surgir como um 1º ministro demitido num quadro constitucionalmente estável, pelo motivo insignificante da demissão de um ministro, que ser ele próprio a demitir-se.»

Santana não tinha condições para governar, mas nunca poderia deixar que o ónus da saída recaísse sobre ele. Senão diriam que tinha fugido, como é costume.

Previ, no início de Julho, que não haveria estabilidade com o clima criado, e ontem que não havia alternativa à demissão do governo.

Não parece mal ... para uma principiante, cujos únicos políticos que conhece são os que costuma(va) ver no lar paterno.

Publicado por: Joana às novembro 30, 2004 10:06 PM

(M)arca Amarela em novembro 30, 2004 09:54 PM
E quanto a «pesquisas on line sobre assuntos candentes como os Templários», convido-o a pesquisar onde quiser, para ver se fiz algum c&p. Não me chamo Clara.

Publicado por: Joana às novembro 30, 2004 10:11 PM

Há que reconhecer que, como analista política, tem muito jeito, mesmo muito.
Acerta sempre em cheio

Publicado por: Sa Chico às novembro 30, 2004 10:26 PM

Agora é que Portugal vai à vela, como dirá o Marquês... do Túnel.

Publicado por: Senaqueribe às novembro 30, 2004 10:29 PM

Ainda não percebo onde esta reaças quer chegar.
Ela ontem já devia sonhar com qualquer coisa. Aquilo de dizer num dia que o Santana se deveria demitir e ele ser demitido (ou obrigar o PR a demiti-lo)no dia seguinte trás água no bico

Publicado por: Cisco Kid às novembro 30, 2004 10:39 PM

Hoje é um dia para FESTEJAR.

Após 4 meses governados por incompetentes* ( salvo um ou outro ministro ) é caso para dizer que Sampaio levou outros tantos meses para repôr a legalidade DEMOCRÁTICA.

* como é que um grupo de arrivistas que se "esfaqueavam" uns aos outros em publico, pôde estar mais de 4 meses a governar o país ?

Publicado por: zippiz às novembro 30, 2004 10:44 PM

Realmente, este blog substitui com vantagem os principais diários portugueses.

Acho que PSL está contente com esta situação. O homem adora eleições, e de facto governar Portugal, especialmente nestas situações, é um inferno. O menino PSL foi expulsa da escola, pelo professor que se está a reformar. Os colegas traquinas agoram estão eufóricos, mas rapidamente ficarão chateados. Outro alvo irão procurar, porque a sua estratégia deu certo.

Publicado por: Mário às novembro 30, 2004 10:55 PM

Amanhã é um dia para lastimar, hoje não sei.

Com esta dissolução o Senhor Presidente da República como alguém hoje já notou pôs o país a viver em duodécimos até Junho do ano que vem.

Ora como nas próximas eleições não podem concorrer nem espanhóis, nem franceses, nem ingleses nem ninguém que não seja português de gema e
como os inteligentes estão todos nas empresas privadas e alguns nas públicas, donde não pretendem sair
não vejo o que é que isto vá mudar, a não ser para pior.

Se os boys de 1640 tivessem estado muito quietinhos….

Publicado por: carlos alberto às novembro 30, 2004 11:49 PM

Na minha opinião, e escrevi-o no meu blogue, o 'início do fim' do Governo ocorreu com a decisão do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 6 de Outubro, de 'bater com a porta' pondo a nú a interferência do governo nos meios de comunicação e com o apoio, no dia seguinte, do Prof. Cavaco Silva à sua posição...

Um abraço,
Francisco Nunes

Publicado por: Planície Heróica às dezembro 1, 2004 12:06 AM

Acho estranho haver «interferência do governo nos meios de comunicação » e os meios de comunicação social, todos!, estarem permanentemente de baterias assestadas contra ele.
Nunca vi uma censura assim!
Só ingénuos, ou quem queira lançar poeira para os olhos dos outros, podem acreditar numa censura a funcionar assim

Publicado por: Joana às dezembro 1, 2004 01:07 AM

Sempre quero ver qual a justificação que o Sampaio vai arranjar, ele que tanto gosta do formalismo.
eh eh eh

Publicado por: Rui Sá às dezembro 1, 2004 01:40 AM

Já hoje ouvi sugestões de que a demissão de PSL se deveu aos oligarcas estarem preocupados com algumas das medidas anti-fraude fiscal anunciadas por Bagão Felix. Se não é verdade...

Publicado por: Albatroz às dezembro 1, 2004 01:42 AM

Alguma desculpa esfarrapada

Publicado por: Rui Sá às dezembro 1, 2004 01:42 AM

Sampaio não precisa de desculpa nenhuma. Havia instabilidade governativa, que ele tinha avisado não permitir. É o suficiente

Publicado por: c seixas às dezembro 1, 2004 01:44 AM

Para mim, é extraordinário aperceber-me de duas coisas. A primeira e também óbvia, é a "alegria esfusiante" - genuína - com que a esmagadora maioria das pessoas e dos cidadãos, celebra «A Mudança» : um quase 25 de Abril, de que haveria que tirar ilacções profundas e eloquentes, mas que todavia o «sistema político» encobre e disfarça com um mimetismo insuperável.
A segunda, é a de que nada do que ao conteúdo dos problemas aflige, muda, com «A Mudança».
«O Titanic e a Orquestra a tocar !», escrito pelo Prof. Medina Carreira no "Diário Económico" (e em arquivo daquele jornal), só por si, faz com certeza "cicutizar" o Engº Sócrates e induzir uma brutal erupção cutânea no Dr Vitorino ... se eu não pertencesse à comunidade, muito me ria !

Publicado por: asdrubal às dezembro 1, 2004 01:58 AM

Janica,

A vida começa-te a contrariar a arrogância. Aprende, e se preciso fôr consulta o "Access" do partido, perdão, de papai. Hehehehehehe...

Publicado por: Átila às dezembro 1, 2004 02:33 AM


ÚLTIMA HORA

JOANA FOGE COM PEDRO. PRESUME-SE QUE VÃO A CAMINHO DA AMÉRICA LATINA.

Publicado por: gil às dezembro 1, 2004 02:37 AM

Fugir? Ela é a analista política mais certeira!

Publicado por: Martelo de Sousa às dezembro 1, 2004 03:29 AM

Infelizmente acertou.
Você teve a presciência da situação, ou teve alguma informação?

Publicado por: Ricardo às dezembro 1, 2004 04:09 AM

É o fim desta reaças!

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 1, 2004 04:10 AM

O fim, porquê? É o blog que faz análises mais rigorosas. Quer para um lado, quer para o outro.

Publicado por: Sargão às dezembro 1, 2004 04:17 AM

O fim, porquê? É o blog que faz análises mais rigorosas. Quer para um lado, quer para o outro.

Publicado por: Sargão às dezembro 1, 2004 04:18 AM

Enganei-me?? Então e você que achou a minha proposta de demissão ... surrealista.
(Joana em novembro 30, 2004 10:06 PM)

O seu desmesurado ego leva-a a crer-se o sujeito de tudo e mais alguma coisa. Ou o umbigo do mundo, como diria o JPacheco Pereira, que percebe muito de umbigos.
Ignorei a primeira reacção ao «surrealismo» porque não tenho por hábito apagar todos os fogos, muito menos os fogos fátuos e ainda menos os fogos fúteis.
Mas, já que insistiu, hei por bem lembrar-lhe que nada na referência ao «surrealismo» lhe permitia concluir que a observação lhe era dirigida. E de facto não era. Se voltar atrás e ler todos os comentários dos seus visitantes naquele dia até, pelo menos, ao momento em que qualifiquei o clima de surrealista, acabará por reconhecer que o qualificativo se aplica sem esforço. Quanto à referência ao «código Da Vinci», destina-se aos leitores desse material alucinogéneo e não à sua autora.
Explicado isto, deixe-me dizer-lhe que também a sua ideia de imaginar PSL a chegar a Belém de corda ao pescoço, para apresentar a demissão de primeiro-ministro, é, só por si, de um surrealismo sem limites.
Primeiro, porque quem conhece Santana Lopes sabe que ele não encurtaria o único mandato da vida dele como primeiro-ministro. PSL sabe, melhor do que ninguém, que não voltará a chefiar nenhum governo, nem sequer quando Jesus Cristo descer à Terra.
Depois, porque desde o princípio de Novembro que toda a gente mais ou menos esclarecida, a começar pelo meu barbeiro, sabe que PSL não chegaria ao Natal sem levar um cartão vermelho do PR, por acumulação de amarelos.
Finalmente, também não pode deixar de se considerar surrealista a sua explicação de que Santana Lopes «obrigou» Sampaio a demiti-lo, como parte de uma estratégia para ganhar as próximas eleições. Só não me rio às gargalhadas porque há um velório no andar debaixo.
Além do mais, resta saber se Santana Lopes vai ser o candidato do PSD a primeiro-ministro. Para mim, isso não é líquido.
Sobre as suas pesquisas, não se canse. É-me indiferente se navega, se digitaliza livros, se copia à mão, se inventa ou se resume. O seu pendor para a história é louvável, mas eu não estou nessa. Interessa-me muito mais a actualidade.
Descontraia-se. Verá que tudo vai correr bem.

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 1, 2004 05:05 AM

(M)arca Amarela em dezembro 1, 2004 05:05 AM:
A minha teses, no post de anteontem, era que PSL não tinha condições para governar e que estava a ser grelhado em fogo lento pelo PR, comunicação social e oposição,interna e externa (por esta ordem).
Não disse que ele devia sair para ganhar as eleições, como decerto reparou se leu o post, mas sim para evitar que os estragos ainda fossem maiores.

Publicado por: Joana às dezembro 1, 2004 11:35 AM

Você escreve: «quem conhece Santana Lopes sabe que ele não encurtaria o único mandato da vida dele como primeiro-ministro».
Estranho ... então todos dizem que o PSL nunca leva nada até ao fim e você, agora, por conveniência de argumentação, vem com esta verdade?

Você devia mudar de barbeiro ...

Publicado por: Joana às dezembro 1, 2004 11:38 AM

Joana em dezembro 1, 2004 11:38 AM

1 - Eu, moi, mi, myself, nunca disse que Santana Lopes «nunca leva nada até ao fim»

2 - Logo, você não me pode vir com essa da «conveniência de argumentação». Esse golpe comigo não pega, como sabe.

3 - Não sei quem são esses «todos». É demasiado indefinido para a maneira como analiso as coisas.

4 - Repito: QUEM CONHECE Santana Lopes, SABE que ele não encurtaria o ÚNICO mandato da VIDA DELE como primeiro-ministro.

5 - Ser demitido nestas condições é assim uma coisa como que ser enviado para o corredor da morte política e ficar à espera de um perdão, sabe-se lá quando e de quem (de Cavaco Silva? do PSD? do eleitorado? Dos três ao mesmo tempo?).

6 - Demitir-se nestas condições seria um suicídio político. E, que eu saiba, dos suicídios não se regressa.

7 - Não se trataria, pois, de abandonar isto ou aquilo, para retomar, mais tarde, aquilo ou aqueloutro – seria um abandono total, definitivo e voluntário da carreira política.

8 - Você, pelos vistos, entendeu que PSL se suicidaria politicamente.

9 - Eu, não.

10 - Analisamos a vida de maneira diferente, você e eu. Mas também não admira: temos métodos diferentes.

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 1, 2004 12:40 PM

Só uma adendazita: o erro básico de Santana Lopes foi cometido, há meses, quando aceitou ser nomeado primeiro-ministro. Esqueceu-se de que Pedro, em inglès, é Peter...

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 1, 2004 12:46 PM

Afixado por: (M)arca Amarela em dezembro 1, 2004 12:40 PM:
A verdade é que toda a imprensa, blogs, etc., que tenho lido têm andado sempre a dizer que ele deixa tudo a meio.
Não sei donde é que você o conhece para dizer isso, mas é o primeiro elogio que eu leio do Santana nestes últimos meses.

Publicado por: Hector às dezembro 1, 2004 12:58 PM

Hector em dezembro 1, 2004 12:58 PM

Você anda a ler coisas esquisitas.
Primeiro, não sei onde é que você vê um elogio naquilo que escrevi.
Segundo, não sei em que é que aquilo que escrevi colide com aquilo que você diz que leu.

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 1, 2004 04:12 PM

A Joana tem razão quando diz que foi criado à partida um clima de grande instabilidade. Mas também é certo que o PSL foi incapaz de tornear isso e ajudou à festa. Ele e os amigos dele.

Publicado por: vitapis às dezembro 1, 2004 04:46 PM

Afinal havia outra,(Joana) que também dizia mal do "ti" Santana ao "stôr"...
O referido, pelo que se conhecia dele, (politicamente foi sempre considerado a ovelha ranhosa dentro do seu próprio partido)nunca devia ter sido empossado pelo Sr presidente, que quanto a mim, juntamente com o fugitivo Durão, são os únicos culpados desta situação bizarra.
Existe no entanto uma grande virtude, é que aos olhos dos portugueses, fica demonstrado até à exaustão que PSL percebe é de outras coisas...

Publicado por: E.Oliveira às dezembro 1, 2004 04:48 PM

Gostei desta jogada de antecipação

Publicado por: Arroyo às dezembro 8, 2004 01:56 PM

Afinal Dias Loureiro também tinha a mesma opinião:

Dias Loureiro, entrevistado pela Margarida Marante, disse que aconselhou o primeiro-ministro a demitir-se e que Santana Lopes terá concordado com ele. Esta conversa terá decorrido antes de Jorge Sampaio ter decidido convocar eleições antecipadas. As declarações de Dias Loureiro poderão ser ouvidas na íntegra na TSF este sábado de manhã.

Na altura, o presidente da mesa do congresso defendia que o primeiro-ministro devia demitir-se para poder ir a eleições. Dias Loureiro explicou à TSF que o Governo de Santana Lopes não teve um estado de graça e que «soltaram-se para aí uns demónios e não vão parar».

Santana Lopes terá concordado com Dias Loureiro. «Não me vão perdoar por estar aqui sem ter sido eleito», terá dito o primeiro-ministro a Dias Loureiro.

Publicado por: VSousa às dezembro 10, 2004 05:10 PM

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