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abril 19, 2004

Bush, Sharon e Arafat

A declaração de Bush após a reunião com Sharon representa um trunfo para este e uma evidência que a estratégia política seguida por Arafat na sequência da sua cimeira com Barak e Clinton, falhou redondamente.

Em primeiro lugar deve ser salientado que a declaração de Bush não constitui uma ruptura com a anterior política americana. A renúncia ao retorno dos refugiados ao território de Israel e rectificações fronteiriças importantes e favoráveis a Israel já tinham estado na mesa da cimeira referida, com o apoio de Clinton. Por sua vez, a declaração de Bush é ambígua, porquanto se dá a Israel, aparentemente, luz verde para continuar com o muro de separação, considera que este visa apenas a protecção da população israelita contra o terrorismo, não significando de forma alguma uma fronteira definitiva, pois esta terá que ser definida no âmbito de um acordo de paz.

Na verdade, a crer nos mapas que foram divulgados sobre a implantação do muro de separação, o território da Cisjordânia seria amputado de perto de 40% da sua área e dividido em duas partes separadas por um largo corredor correspondente ao actual distrito de Jerusalém da Cisjordânia (a zona de Ramallah, Nablus e Jenin, a norte, e a de Hebron e Belém a sul). Na fronteira ocidental da Cisjordânia a punção é ligeira em termos de área e, para além de corredores de protecção a alguns colonatos (nomeadamente no distrito palestino de Salfit), visa essencialmente objectivos estratégicos e militares relacionados com a orografia do terreno.

Todavia, no lado oriental, o muro amputa a Cisjordânia dos distritos de Tubas e Jericó (que fazem fronteira com a Jordânia) e da parte oriental dos distritos de Belém e Hebron (que fazem fronteira com o Mar Morto e com o deserto do Neguev). Praticamente todo o distrito de Jerusalém, no centro da Cisjordânia (que vai da fronteira de 1949 até ao Mar Morto), é “engolido” pelo muro.

A maior parte das áreas “anexadas” é muito fracamente povoada: vale do Jordão e do Mar Morto. Todavia o mesmo não acontece com o distrito de Jerusalém. Em alguns sítios há um duplo muro, pois pequenas bolsas de áreas sob controlo palestino ficam separadas do resto dos territórios. Estes mapas foram divulgados por entidades pró-palestinianas e não há confirmação israelita. Os troços do muro que já foram construídos não são indicativos, porque estão implantados nas zonas de maior densidade demográfica, seguindo ou a linha verde, ou afastando-se dela apenas um ou dois quilómetros.

A ser verídico o traçado do muro, este inviabiliza na prática um Estado palestiniano. A Cisjordânia ficaria reduzida às 2 bolsas acima descritas e a duas ou três bolsas minúsculas encravadas no território israelita. Aliás todos os “cantões” palestinos ficariam encravados dentro de Israel. Apenas em Gaza, onde o muro acompanharia a linha verde, ficaria com fronteira com o Egipto.

A estratégia de Arafat tem falhado completamente:

Falhou quando rompeu as negociações da cimeira com Clinton e Barak, pensando que Clinton seria substituído por um líder republicano, menos susceptível à influência do lobby judaico que os democratas, e que Barak cederia com uma segunda intifada.

Ora a segunda intifada, desencadeada semanas depois, a pretexto da visita de Sharon à esplanada das Mesquitas, falhou completamente os objectivos. Em primeiro lugar, e ao contrário da primeira intifada que foi a luta de David (os jovens que atiravam pedras), contra Golias (os meios mecanizados israelitas), e que tanta simpatia despertou na Europa, atingindo o moral do exército israelita, na segunda intifada, Arafat apostou nas armas e no terror. Simplesmente as armas ligeiras dos palestinianos não são suficientes face ao poderio militar israelita e o terror liquidou de facto Ehud Barak, mas para levar ao poder Ariel Sharon.

Portanto a primeira consequência da estratégia de Arafat foi a eleição de Ariel Sharon e o progressivo declínio da esquerda israelita.

Durante muitos anos, o terrorismo palestiniano, localizado, e passando como “resistência”, não incomodou sobremaneira os líderes ocidentais. O 11 de Setembro alterou tudo isso. Deixou de haver “bons” e “maus” terroristas ... passou apenas a haver terroristas. Para além disso, as manifestações de alegria de muitos populares palestinianos nos dias seguintes ao 11 de Setembro deixaram certamente marcas no povo americano e no mundo ocidental em geral. O terrorismo de Arafat passou a ser contraproducente.

É certo que, para os meios de comunicação ocidentais, Arafat condenava, em inglês o terrorismo. Mas em árabe fazia discursos populistas inflamados que, objectivamente, incentivavam a população palestina para acções terroristas. Apenas recentemente, após um ultimato da administração Bush, Arafat se decidiu a fazer, em árabe, a primeira declaração pública de condenação do terrorismo.

Durante anos os países doadores (essencialmente a UE, a França e a Alemanha) «assobiaram para o lado» fingindo não ver a corrupção da Autoridade Palestiniana e de Yasser Arafat, enquanto subsidiavam os vencimentos dos 150.000 funcionários da AP e davam outros generosos subsídios. A desculpa era que no 3º mundo as coisas são assim... . Algumas reportagens que começaram a aparecer a partir de 1996 chamando a atenção para os desvios dos fundos destinados ao povo palestino, não tiveram sequência. Em 1997, um primeiro inquérito internacional revelou a desaparição inexplicável de mil milhões de dólares. As autoridades palestinianas atribuíram a situação à “juventude das estruturas administrativas” da AP.

Descobriu-se entretanto que fortuna de Arafat é a 6ª fortuna mundial, logo a seguir à da Isabel II, Rainha da Grã-Bretanha. Sob pressão internacional, Arafat viu-se obrigado a aceitar uma comissão de inquérito sobre a origem da sua fortuna pessoal e sobre a corrupção na AP. À frente dessa comissão encontra-se Salaam Fayad, ex-funcionário do FMI, tornado entretanto ministro das finanças palestino sob pressão internacional e das forças internas palestinianas exasperadas com a corrupção e miséria dos territórios. Arafat foi obrigado a aceitar pois seria a única forma de passar a receber novamente os subsídios. A 2ª intifada, com as consequentes retaliações israelitas, havia arruinado completamente a economia palestina e a AP precisa desesperadamente de auxílio internacional.

Em teoria o dinheiro era para o tesouro palestino. Na prática era distribuído em envelopes aos próceres palestinos que depois os distribuíam, também em envelopes, aos seus homens. O esquema funcionava de forma idêntica ao dos grupos mafiosos de Chicago dos anos 30. Salaam Fayad afirmou que Arafat pagava mensalmente 20 milhões de dólares às suas forças de segurança, em envelopes, cash. Parte do dinheiro com que fica, Arafat usa-o para reforçar a sua popularidade, distribuindo-o em propaganda, financiamento de manifestações, etc. Arafat vive modestamente, mas em contrapartida, a sua mulher Suha leva uma vida luxuosa em Paris. Suha recebe mensalmente 100 mil dólares. Os “Tunisinos” (os homens da OLP que se mantiveram em Tunis após os acordos de Oslo e que, na maioria, recusam estes acordos) levam igualmente uma vida faustosa.

Salaam Fayad revelou igualmente que havia uma rede de monopólios abarcando farinhas, cimentos, petróleos, etc.. No caso dos petróleos a Sociedade Geral do Petróleo comprava os carburantes a uma sociedade israelita e misturava-o com querosene. Os automobilistas palestinos além de pagarem preços exorbitantes, arruinavam as suas viaturas. Este monopólio foi entretanto liquidado. Quando Salaam Fayad desmembrou esta sociedade, quem a chefiava fugiu dos territórios e anda foragido. A partir daí os automobilistas passaram a pagar menos 20% na gasolina e 80% a menos no gasóleo. O conselheiro económico de Arafat (Mohamed Rachid) também desapareceu da circulação. Aparentemente começou a colaborar com os investigadores de Salaam Fayad na desmontagem de todo o esquema de corrupção e roubos da administração anterior.

Salaam Fayad tem recebido muitas ameaças, o seu escritório foi várias vezes devassado. Quando Salaam Fayad quis substituir o chefe da organização de ”Protecção”, que no fundo se dedica à extorsão da população palestina, Arafat enviou homens armados para impedir essa substituição. Mas Salaam Fayad é intocável, pois sem ele Arafat perderá os fundos internacionais, que correspondem a 60% do orçamento da AP.

Finalmente, em 1 de Abril deste ano, Salaam Fayad conseguiu impor que os pagamentos às forças de segurança fossem feitos por transferência bancária, assegurando a transparência deste processo. Descobriu-se nessa altura, por exemplo, que um dos chefes de segurança tinha 7.000 efectivos falsos na sua folha de pagamentos.

Agora, a aprovação do plano de Sharon por Bush coloca ainda mais a AP nas mãos de Israel. A UE pode emitir débeis reprovações do acordo de Bush-Sharon, mas a UE está desacreditada como mediadora, e o facto de que, dos donativos que forneceu à AP, 15% (as famosas deduções) foram para financiar o terrorismo e uma parte significativa para engrossar a fortuna de Arafat, fragiliza a sua posição perante a opinião pública israelita e perante os contribuintes europeus.

E Arafat não tem mais trunfos: as ameaças terroristas são inócuas, pois os israelitas sabem que os grupos terroristas só não fazem pior porque a vigilância e o profissionalismo dos serviços israelitas os impedem. O terrorismo para Israel tornou-se uma ameaça que é independente da forma como Israel retalia. Em qualquer dos casos os objectivos do Hamas e de outras organizações terroristas é a liquidação do Estado de Israel. Assim, este não tem outra alternativa.

As declarações de Bush são a última machadada na já cambaleante estratégia de Arafat. E Arafat não pode contar com a vitória de Kerry, pois este será sempre mais favorável a Israel que Bush. Aliás, a aprovação de Bush ao plano Sharon insere-se na necessidade daquele cativar apoios judaicos ou, pelo menos, neutralizar o eleitorado judaico, normalmente democrata.

Apesar de tudo, não vejo viabilidade do muro de separação passar a constituir fronteira. É uma punção demasiado elevada nos territórios da Cisjordânia para poder servir de base a um acordo de paz. Serve todavia de moeda de troca perante uma AP cada vez mais fragilizada, apesar da retórica inflamada de alguns dos seus líderes e dos líderes das organizações terroristas.

Publicado por Joana às abril 19, 2004 09:28 AM

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Comentários


Temos de esperar pelas eleições ,para ver que atitude toma Bush em relação a Sharon e a Israel.
Ser ambíguo ,não é muito leal,é coisa de politico.

Publicado por: annie hall às abril 19, 2004 10:12 AM


"bela e incontinente" assíria, afinal em que ficamos: revolução ou evolução?

Publicado por: dionisius às abril 19, 2004 01:38 PM

O retrato é terrível, sob qualquer ponto de vista

Publicado por: David às abril 19, 2004 02:36 PM

O que eu percebi desse encontro (para além de ter sancionado, segundo dizem as más línguas, o assassinato do novo líder do Hamas) era que a resolução da ONU de 1949 tinha sido posta em causa. O que, a confirmar-se...

Publicado por: Nilson às abril 19, 2004 06:55 PM

Nilson em abril 19, 2004 06:55 PM:
A linha verde é a linha de armistício de 1949, armistício que a ONU supervisionou e que ficou à espera de um tratado de paz definitivo.
Como os líderes árabes não concordavam com o statu quo, Nasser pediu, em 1967, a retirada das forças de interposição da ONU na fronteira com Israel, enquanto acumulava tropas no Sinai. Entretanto, os sírios haviam instalado bases de artilharia em Golã para bombardear o território de Israel. Simplesmente, Israel foi mais rápido e iniciou um blitzkrieg que em 3 dias liquidou toda a concentração de tropas egípcias no Sinai. Entretanto as suas forças tomaram a Cisjordânia aos jordanos e depois os Montes Golã aos sírios. Tudo isto, até um armistício sob os auspícios da ONU, durou 6 dias.
Como eu escrevi acima, e você se pode informar, os americanos, durante a cimeira com Clinton, já tinham proposto que houvesse ajustamentos na fronteira (falou-se então em 5% do território da Cisjordânia). Portanto Bush não propôs nada de novo, a menos que tenha aceite "ajustamentos" mais significativos.
Quanto à execução dos líderes do Hamas é, provavelmente, má língua.
Todavia, os americanos têm dificuldade em ter outra opinião. O Hamas é a Al-Qaida de Israel. Visa a destruição de Israel por meios violentos e pelo terrorismo. Se os americanos andam a ver se eliminam fisicamente bin-Laden e outros líderes da Al-Qaida, dificilmente poderão condenar Israel por fazer o mesmo.

Por outro lado, pelos acordos de Oslo e pelo Roteiro de Paz, compete à AP acabar com as organizações terroristas palestinas. Ou seja, a AP está obrigada a prender os líderes terroristas e levá-los a julgamento. Nunca o fez.

Publicado por: Joana às abril 19, 2004 08:16 PM

O Bush e o Sharon são fascistas e o texto da Joana é para os branquear e tentar enterrar o Arafat

Publicado por: Cisco Kid às abril 20, 2004 12:18 AM

E se você discutisse os argumentos em vez de mandar papaias pró ar?

Publicado por: Mocho às abril 20, 2004 12:27 AM

Quais argumentos. Só mentiras

Publicado por: Cisco Kid às abril 20, 2004 12:29 AM

Desisto

Publicado por: Mocho às abril 20, 2004 12:30 AM

Vamos a ver se a estratégia de Arafat sempre falhou. Ainda não passaram 40 anos.

Publicado por: riuse às abril 20, 2004 08:39 AM

Desonestidades intelectuais filo-sharonescas...

1) Não é o Bush e os EEUU que fazem o direito internacional ! O que dizem e decidem baseia-se apenas na força e pela força será resolvido. A Nação árabe e islâmica prepara-se para a confrontação total com os novos cruzados e o resultado será claro: o fim do sionismo nazi-apartheidesco. Poderá levar décadas, mas também os primeiros cruzados estiveram em Jerusalém 100 anos... até que Saladino os escorraçou.

2) O direito de retorno dos palestinianos às terras e casas de onde foram "limpos étnicamente" pela escumallha judeo-nazi, é inegociável e será realizado custe o que custar. Há 1.500 milhões de muçulmanos que o garantem !

3) Busharon pretende roubar mais de 50% da actual Cisjordânia (que já só representa menos de 20% da Palestina), e ficar com as melhores terras, toda a água e estradas da Palestina. Se isso não é um roubo suplementar...

4) Não há obrigação NENHUMA de ocupados garantirem ao ocupante a prisão de patriotas da resistência à ocupação (que a escumalha judeo-nazi insulta de "terroristas"...). Pelo contrário, a obrigação de todo o patriota palestinano (há cerca de 7 milhões) é de resistir pelas armas e abater o maior número possível de sshaoronescos ladrões de terras. Whashington, D. João IV e De Gaulle foram terroristas ?

4) Finalmente não há "estratégias" de Arafat. Há apenas um imperativo moral de todo o patriota palestiniano e árabe: escorraçar os cruzados sionistas da terra roubada. E esse objectivo será alcançado. Há milhões prontos para o martírio para libertar a Palestina...

5) Verifica-se que o seu blogue, Joana, está transformado num pasquim ao serviço do revisionismo histórico e do mais reles antisemitismo da judiaria nazi-sionista internacional ! Cheira mal, cheira a colaboracionismo ! Não empeste mais a blogosfera com a sua podridão moral !

Publicado por: euroliberal às abril 20, 2004 10:44 AM

Este euroliberal deve ser um fundamentlista islâmico

Publicado por: David às abril 20, 2004 11:03 AM

Não é liberal nem euro. Deve er o representante da Al-Qaida na net em Portugal

Publicado por: David às abril 20, 2004 11:04 AM

Buxeco David:

Meta isto na súa cabecinha: a verdadeira direita é nacionalista, defende a sua Pátria de invasores e candidatos a imperadores mundiais. É necessariamente anti bussho-ssharonesca !

Agora, a direita colaboracionista a que você parece pertencer é aquela que baixa as calças a invasores e que acha que todos os povos devem fazer o mesmo. É a direita gay dos Burrões e Misses Fardas... Bom proveito ! Entretanto, espero que hoje a heróica resistência iraquiana esteja a fazer churrasco com mais alguns terroristas ladrões de petróleo ! Grandes patriotas ! Allah u Akbar !

Publicado por: euroliberal às abril 20, 2004 12:01 PM

Você é uma mistura do imã do Londonistão com os que incitavam os kamikazes japoneses.
É intolerante (essa conversa dos gays); é insensato (esse iscurso desbocado que tem) e é fundamentalista.
Você devia ir para Gaza e imolar-se num check-point israelita. Assim merecia as virgens no paraíso.

Publicado por: David às abril 20, 2004 12:39 PM

Lendo alguns textos dos nossos fundamentalistas islâmicos, custa a perceber o que lhes vai na cabeça, se é que vai alguma coisa.

Publicado por: Resende às abril 20, 2004 06:30 PM

SSharonescos David e Resende: pela quantidade e qualidade das vossas "respostas", é fácil ver que vocês, além de pró-judeo-nazis, são bastante limitados...

Sou cristão e não gosto dos assassinos de Cristo nem dos que hoje crucificam os "cristos" palestinianos (e mantém na prisão 18 anos o cristão israelita Vanunu). São porcos a exterminar...

Publicado por: euroliberal às abril 21, 2004 12:02 AM

Porcos judeo-nazis continuam a torturar (durante 18 anos, 11 dos quais em isolamento total !!!) cristãos, como Vanunu, só porque revelou um segredo de polichinelo: que Israel tinha armas de destruição maciça !

Homem que revelou segredos nucleares israelitas ao "Sunday Times"
Mordechai Vanunu libertado depois de 18 anos de reclusão

AFP, PUBLICO.PT
Mordechai Vanunu, o homem que revelou ao mundo os segredos nucleares de Israel, foi hoje libertado da prisão de Shikma, Askhelon (sul de Israel), depois de 18 anos de reclusão.

No decorrer de uma conferência de imprensa improvisada à saída do cárcere, e apesar de várias tentativas dos agentes que o rodeavam para interromper as suas declarações, Vanunu afirmou-se "orgulhoso e contente" por ter revelado os segredos nucleares de Israel e disse que o Estado hebreu "não precisa de armamento nuclear".

Estas são as primeiras declarações públicas de Mordechai Vanunu, depois de ter sido raptado em Roma pela Mossad (serviços secretos israelitas) e levado num cargueiro para a prisão em Israel. Até à manchete do "Sunday Times" de 5 de Outubro de 1986, pouco ou nada se sabia do poderio nuclear israelita. Telavive deu sempre respostas evasivas afirmando que não foi o primeiro produzir ogivas nucleares na região.

À saída da prisão Vanunu, que aparentava boa forma física, acenou e dirigiu-se ao grupo de apoiantes que o esperava no exterior da prisão. Prendeu-se nas grades de um portão e fez sinais de vitória com um ar triunfante.

Odiado pela maioria dos israelitas que o consideram um traidor, mas olhado no estrangeiro como um mártir da causa anti-nuclear, Vanunu foi brindado com flores por uns e apupos por outros. "Morte ao espião, morte a Vanunu", proclamava um cartaz enquanto um israelita gritava: "tu não és judeu! Tu não tens o direito de estar aqui!".

Vanunu, actualmente com 50 anos, converteu-se ao cristianismo na Austrália e mudou o nome para John Crossman. Falando quase sempre em inglês no decorrer de uma atribulada conversa com os jornalistas que o esperavam no exterior, Vanunu apelou ao Governo israelita para abrir o reactor nuclear de Dimona aos inspectores internacionais. "A minha mensagem ao mundo é: abram a central nuclear de Dimona às inspecções".

No meio de uma chuva de perguntas dos jornalistas, Vanunu garantiu que "não tem mais segredos" e que agora quer retomar a sua vida. O antigo técnico de supervisão do Instituto 2 do complexo de Dimona pretende ir para os Estados Unidos, mas Israel não o deve deixar sair do país, pelo menos a curto prazo. O diário israelita "Haaretz" não lhe vão dar passaporte e o seu telefone e comunicações na Internet serão vigiados.

No meio de vários apelos dos agentes que o rodeavam para interromper a conferência, Vanunu denunciou as condições em que estava detido na prisão de Shikma classificando-as como "crueis e bárbaras". "Sofri porque sou cristão, só porque sou cristão", afirmou.

"A todos os que me chamam de traidor, digo-lhes que estou orgulhoso e contente por ter feito o que fiz".
Vanunu afirmou que quando sair da prisão quer ir à igreja de S. Jorge, situada na parte Este de Jerusalém, uma deslocação que significa uma violação das restrições impostas à sua liberdade de movimentos.

Publicado por: Euroliberal às abril 21, 2004 02:08 PM

Texto exemplar de um verdadeiro conservador (old right) americano: Bush Outsources Mideast Policy, by Patrick J. Buchanan

Speaking of the Palestinians, they were dealt a lethal blow," exulted a jubilant Ariel Sharon, "It will bring their dreams to an end."

Sharon was bragging about his trip to Washington where he bullied Bush into selling out the Palestinians as thoroughly as Neville Chamberlain sold out the Czechs at Munich. "Sharon Got It All" blared a banner headline in Israel. Indeed, he did.
(...)
Gaza was captured from Egypt in 1967. Though almost all Israelis wish to be rid of it, 7,500 Jewish squatters have moved into the enclave that is home to 1.2 million Palestinians. Israelis now occupy 20 percent of Gaza, though they are but one-half of 1 percent of the population.

However, under the occupation, Hamas has flourished in Gaza and Israeli troops have been tied down there. About to be forced out of Gaza by Hamas, as Israel was forced out of Lebanon by Hezbollah, Sharon decided to get Bush to reward him for doing what he had to do.

Sharon's ultimatum: In return for giving up Gaza, Bush must give him title to more desirable Palestinian lands on the West Bank.
(...)

What did Bush give up? None of the Palestinians driven out of their homes by the Irgun massacre at Deir Yassin and during the 1948 war will ever be allowed to return. Palestinian rights in that 78 percent of Palestine that is already Israel, and in the sectors of the remaining 22 percent Sharon plans to annex, are forfeit forever. At Camp David, Ehud Barak offered Arafat a more generous peace than Bush, under Sharon's direction, is willing to give the Palestinians.

Second, major Israeli settlements on the occupied West Bank, planted by Sharon in violation of international law, which every U.S. president has called "obstacles to peace," are now deeded to Israel. Like Lord Balfour, Bush is surrendering title to Arab lands he does not own and surrendering Palestinian rights that are not his to give up.

As for the Sharon Wall that snakes in and out of the West Bank, incorporating Palestinian fields, olive groves, homes and villages, Bush no longer insists it be confined to Israeli territory.

What does the mini-Munich mean? The great Zionist land thief has gotten America's blessing to keep his stolen goods. George Bush has out-sourced his Mideast policy to Tel Aviv. The custodian of our reputation for decency and honor in an Arab world of 22 nations is now Sharon.

As for Palestinians who put their faith and trust in the United States, they have been exposed as fools. "

Publicado por: Euroliberal às abril 21, 2004 02:30 PM

«Porcos judeo-nazis» é o raciocínio mais elaborado que o alegado »Euro(?)liberal(????)» consegue produzir

Publicado por: David às abril 21, 2004 02:42 PM

Euroliberal em abril 21, 2004 02:30 PM:
Você quando escreve em inglês dá menos erros e é mais comedido.

Publicado por: Joana às abril 21, 2004 10:25 PM

Euroliberal em abril 21, 2004 02:30 PM:
Devia tentar, para melhoria da sua imagem e tranquilidade dos seus leitores, tentar escrever em línguas mais distantes.
Não, alemão não é suficiente ... talvez o turco ... ou o estónio.
O estónio ... tente o estónio.

Publicado por: Joana às abril 21, 2004 10:28 PM

Há pouca gente que conseguiu aprender estónio. Praí um milhão apenas. É que é uma língua muito difícil

Publicado por: vde às abril 22, 2004 12:10 AM

A joana arranja maneira de contar estas histórias de forma que o culpado é sempre Arafat, o herói da resistência palestiniana

Publicado por: Cisco Kid às abril 22, 2004 01:28 AM

E o Sharo é sempre desculpabilizado. Pelo menos em parte

Publicado por: Cisco Kid às abril 22, 2004 01:29 AM

545 crianças palestinianas abatidas pelos judeo-nazis desde Setembro de 2000 !

Palestinian children killed by Israel
By Khalid Amayreh in the West Bank

At least 545 Arab children have been killed since September 2000

One of the most disturbing aspects of the strife between Israel and the Palestinians has been the killing and maiming of children.

The Israeli occupation army and paramilitary Jewish settlers have killed 545 Palestinian children and minors since the outbreak of the al-Aqsa Intifada in September 2000.

Among these victims, 266 children were 14 or younger while the ages of the remaining 279 ranged from 15 to 18. Moreover, as many as 20,000 Palestinian children were injured, with nearly 1500 sustaining life-long disabilities.

The total number of Palestinians killed by Israel during the current Intifada is around 2700, the vast majority of them civilians.

On the other hand, the number of Israelis killed by Palestinians during the same period is around 840 soldiers, settlers and civilians, including about 100 Israeli children and minors.

Publicado por: euroliberal às abril 22, 2004 11:37 AM

Entre os perto de mil israelitas chacinados pelo terrorismo há também centenas de crianças.
Por falar disso. Nenhum desses miúdos andavam com TNT amarrado à cintura?
Pergunto isso porque agora os seus amigos terroristas usam miúdos como comandos suicidas.

É uma espécie de pedofilia apenas com uma sessão!

Publicado por: David às abril 22, 2004 12:00 PM

A UE condenou a execução do chefe do Hamas com muito mais vigor que atentados suicidas que causam dezenas de mortos e centenas de estropiados.

Lembra-me Golda Meir disse, depois de um protesto da UE que:
Doravante preferimos as críticas dos europeus às suas condolências

Publicado por: riuse às abril 22, 2004 12:39 PM

No artigo reproduzido, in fine, aponta-se o número de crianças israelitas mortas no mesmo período: 100 (cinco vezes e meia menos do que 545...) ! Não gosta de kamikazes ? Então mande para a palestina uns F-16, Apaches e tanques ! Prometo que acabarão os ataques. Os suicidas é claro, porque os outros... O "terrorismo" é a arma dos pobres que não têm exército...mas que têm honra a defender !

Além que não se deve confundir baixas causadas pela resistência ao ocupante (legítimas e legais) com as causadas pelo ocupante ao ocupado (crimes de guerra). Percebem ?

Publicado por: euroliberal às abril 22, 2004 12:46 PM

Tanya Reinhart, uma israelita anti-sionista:

"Estou a descrever factos. Creio que pessoas com princípios morais também se sentiriam revoltadas, sobretudo os judeus. Porque os judeus foram perseguidos, não só durante o século XX mas ao longo de toda a História, deveriam mais do que ninguém ser sensíveis ao sofrimento que é infligido a outros pelo seu próprio povo. A nossa primeira responsabilidade, como judeus, é tomar consciência de que estamos a matar, a deixar morrer à fome, a expropriar terras de camponeses pobres. Estamos a fazer coisas às quais nos deveríamos opor, devido aos nossos princípios de justiça. Quando apelamos aos líderes mundiais para se oporem a estas políticas, não estamos apenas a querer salvar os palestinianos, mas a salvar os judeus, porque os nossos loucos governantes estão a pôr-nos em confronto com todo o mundo árabe. Nós somos seis milhões de judeus a provocar 200 milhões de árabes, e não podemos sobreviver assim"

Publicado por: euroliberal às abril 22, 2004 01:55 PM

Afixado por: euroliberal em abril 22, 2004 12:46 PM
"Além que não se deve confundir baixas causadas pela resistência ao ocupante (legítimas e legais) com as causadas pelo ocupante ao ocupado (crimes de guerra). Percebem ?"
Eu não percebo como atentados suicidas "dentro" de Israel sejam resistência ao ocupante.
Não percebo como tendo a AP obrigação, pelos acordos de Oslo e pelo Roteiro da Paz, de acabar com o terrorismo, apenas o incentiva.
Não percebo como reclamando-se você de euro e liberal não passa de um islamista fundamentalista.

Publicado por: David às abril 22, 2004 02:40 PM

David (Humm, cheira a judeo-ssharonesco...)
1)A resistência ao ocupante autoriza também ataques de retaliação em território inimigo (tal como em Atocha). Não bombardearam os americanos Tóquio e Hiroxima em represália por Pearl Harbour ? Se os isralitas assassinaram desde 2000 mais de 3000 palestinianos civis, por que é que estes não poderiam matar 900 israelitas (metade civis) ? Para mais, exercem a legítima defesa, pois são eles os agredidos e ocupados...

2)Essa de acabar com o terrorismo não vale aqui, porque para a resistência a luta armada de libertação contra as SS Tsahal não é terrorismo. Os palestininanos cumprem Oslo ao atacarem os únicos terroristas existentes na Palestina: as SS Tsahal, os colonos ladrões de terras e os civis que votam neles.

3) Não são islamista nem fundamentalista. Sou cristão, liberal e europeu e por isso é que não gosto de ladrões de terras judeo-nazis, nem dos planos anti-europeus de domínio mundial dos bussho-ssharonescos. Elementar...

Publicado por: euroliberal às abril 22, 2004 05:18 PM

O que interessa é o que se faz e não o que se diz
Você diz-se cristão e age como islamita radical, diz-se liberal e tem um discurso totalitário, e diz-se europeu e apoia e transmite a mensagem dos que querem destruir a Europa.
Experimente agir como cristão, liberal e europeu para variar.

Publicado por: David às abril 22, 2004 06:12 PM

E tem algum mal apoiar os fundamentalistas islâmicos que também lutam contra o imperialismo americano?

Publicado por: Cisco Kid às abril 23, 2004 12:33 AM

David:
Totalitário é você, além de judeo-nazi. A democracia manda que se façam eleições e que se aceite a vontade do povo. Eu sou cristão, mas os iraquianos são maioritariamente muçulmanos e ferozmente anti-sionistas e anti-americanos, e se escolherem um governo islamista é a sua vontade e tem de ser respeitada por todos os democratas do planeta. Impedir, como fazem os cruzados cóbois, eleições porque sabem que os colaboracionistas teriam menos de 1% dos votos é que é totalitarismo, crime de guerra e terrorismo. Veja se estuda mais e diz menos bacoradas totalitárias...

Publicado por: euroliberal às abril 23, 2004 08:54 AM

Arafat está encostado ao muro. Arafat expulsou do seu quartel-general 21 militantes das Brigadas Al-Aqsa que lá estavam refugiados, por causa dos Israelitas.

Publicado por: Viegas às abril 23, 2004 10:58 PM

Euroliberal:
Então se os terroristas estão a sabotar a democracia e a impedir as eleições é porque têm medo dos votos. Senão esperavam pelas eleições.
Não acha

Publicado por: Sa Chico às abril 23, 2004 11:00 PM

Arafat está sem qualquer trunfo. O terrorismo já não é trunfo, além do que ele perdeu o controlo dos grupos.
As ameaças do Hamas e de outros já não são trunfos porque Israel sabe que com ou sem ameaças, eles só não fazem atentados se forem impedidos. Portanto não há qualquer margem de negociação.
A Europa já não tem voz na matéria, porque está desacreditada perante todos.
Portanto ...

Publicado por: Cerejo às abril 24, 2004 01:12 AM

Cerejo: como você é bastante limitado (quer dizer: buxo) vou-lhe explicar. O jogo no Médio Oriente está ganho pelos árabes e islâmicos, que trunfam quando quiserem. Quais os trunfos ? Bem, 200 milhões de árabes, e 1300 milhões de muçulamanos apostados em recuperarem Jerusalém, libertarem do cativeiro os palestinianos e aniquilarem de vez os cruzados judeo-nazis. Israel, caminha de vitória em vitória para o suicídio final. No fim haverá um Nuremberga em Jerusalém e milhares de nazis enforcados na Esplanada das mesquitas. Vou já reservar bilhete !

Sá Chico: como você também é limitado, eu também explico. Tem razão: os terroristas estão a impedir eleições. Quando Al Sistani exigiu eleições até Junho, eles disseram que o povo ainda não estava preparado. Toda a gente que está no Iraque já compreendeu que 99% da população é anti-americana e que o ladrão e colaboracionista Chilabi será linchado no primeiro dia que sair à rua sem escolta. Com um governo democraticamente eleito, que autoridade teriam os terroristas ocupantes para recusarem um convite para abondonarem de imediato o país ? Por isso é que eles não querem tão cedo eleições. A resistência, sobretudo a xiita, é que quer elições e quanto antes...

Por isso, sobre democracia e totalitarismo estamos conversados...

Publicado por: euroliberal às abril 24, 2004 02:22 PM

Portanto, em Portugal, a seguir ao derrube da ditadura, foi preciso um ano para as eleições. E Portugal era um país europeu, com tradições democráticas e o derrube tinha sido feito "por dentro". E a esquerda ainda queria que o prazo tivesse sido mais dilatado!
No Iraque, para o islamototalitário é diferente.

Publicado por: Mocho às abril 24, 2004 05:11 PM

O euroliberal tem razão. Os imperialistas devem abandonar imediatamente o Iraque e devolvê-lo aos Iraquianos

Publicado por: Cisco Kid às abril 24, 2004 06:15 PM

Mais dezenas de Iraquianos mortos pela "resistência". Atacam um mercado unicamente para matar compatriotas indiscriminadamente.
Objectivo: criar instabilidade e dificultar o estabelecimento da democracia.

Publicado por: Cerejo às abril 24, 2004 09:37 PM

Viva o 25 de Abril. 25 de Abril sempre!

Publicado por: Cisco Kid às abril 25, 2004 12:46 AM

Eu já expliquei isto dezenas de vezes...
Mas quando vejo buxecos soltar pérolas sobre a Palestina, tenho de voltar a intervir.

Esquece os ssharonecos que as palavras têm vários níveis de interpretação, sobretudo quando falamos de períodos de 4000 anos de história. Quando falo de palestinianos neste contexto refiro-me aos habitantes (ao seu núcleo duro) de um território conhecido (entre outros nomes) por Palestina, e que coincide grosso modo com a Palestina do mandato britânico.

O que eu disse e redigo, é que esse núcleo populacional é essencialmente o MESMO desde há 4.000 anos. Se se fizesse um estudo genético dos palestinianos de hoje e dos de há 3000 e 2000 anos na Palestina, isso seria ainda mais facilmente comprovado. Logo, os palestinianos são etnica e geneticamente os descendentes directos dos antigos habitantes da Palestina, onde sempre viveram SEM INTERRUPÇÃO AO LONGO DE 4 MILÈNIOS !

Objecta os ssharonecos: não pode ser porque os palestinianos hoje são árabes e estes só apareceram há 1400 anos na Palestina. Pois, os grunhos confundem religião com etnia e desconhecem o fenómeno da aculturação.

Os palestinianos do tempo de Cristo não tinham cultura árabe nem falavam árabe. Falavam sobretudo aramaico, a língua mais divulgada em todo o Médio Oriente (até à Mesopotâmia) e tinham uma cultura semita-helenística. Religiosamente eram judeus. Até ao final do sec. I, com o "cisma" cristão triunfante, O MESMO POVO palestiniano cristianizou-se (tal como todo o Médio Oriente e Norte de Africa, de onde resultam as inúmeras igrejas cristãs subsistentes: maronitas, coptas, siríacos, caldeus, nestorianos, arménios, et.). Não sairam os judeus (que não são povo, mas uma religião) e entraram os cristãos. Não, o mesmo povo abandonou maioritariamente o judaísmo e converteu-se ao cristianismo.

Os que se mantiveram judeus emigraram na sua maioria após a destruição do Templo por Tito em 70DC para a bacia do Mediterrâneo e sobretudo para Espanha (Sefarad), onde deram origem a uma próspera comunidade. Apenas os descendentes desses judeus (sefarditas) têm origem semita e palestiniana !

Oa askenazhins (a maioria dos israelitas de hoje) têm origem no Império Kahzar (do Cáucaso, sec. VII a X), que se convertera ao judaísmo no séc. VII. Com as invasões mongóis, foram empurrados, com outros povos, para a Europa de leste e central (Rússia. Lituânia, Polonia, etc.) e falam yiidish (mistura de alemão, com línguas eslavas) e não ladino ou judeo-espanhol, como os sefarades. Os antepassados dos askenazhins não são pois semitas nem tem origem, mesmo longínqua, na Palestina !!! O mesmo se pode dizer de outras comunidades judaicas como os negros falachas da Etiópia ou os indianos Ben ami da costa indiana (de Bombaim a Cochim).

Logo, não há nem nunca houve uma etnia judaica, mas apenas uma comunidade religiosa judaica. Tal como não há, em sentido étnico, um povo cristão, há povos cristãos, a Cristandade. Nem povo muçulmano, mas Umma, a comunidade dos crentes.
Muitos israelitas têm como língua materna o russo, o alemão, o francês, o aimara, etc. Em Israel há um 1,5 milhão de russófonos com dezenas de jornais nessa língua. Os judeus louros e altos russos nada têm etnicamente a ver com os pequenos e tisnados sefarades e menos ainda a ver com os negros falachas. Só a religião os une.

Com a islamização do séc. VII de todo o Médio Oriente (e mais: do Turquestão chinês ao al-Andalus), passou-se o mesmo que com a cristianização: da Arábia (Meca e Medina) não vieram árabes colonizar meio mundo. Veio a religião ! Os palestinianos, como povo, continuaram a ser os mesmo (sem prejuízo das pequenas mestiçagens, que todos os povos admitem), mas agora são muçulmanos maioritariamente (uma minoria mantém a religião cristã, e por isso temos hoje muitos palestinianos cristãos em Belém, Galileia, etc). Com a religião, veio uma cultura, um direito, uma língua, árabe. E aí dá-se uma arabização da sociedade. Uma aculturação. Tal como tinha acontecido com a cultura grega e romana (helenização e romanização). Logo, hoje os palestinianos são árabes e falam árabe porque foram (além de islamizados) arabizados, o que não impede que continuem a ser essencialmente (do ponto de vista etnico e genetico) o mesmo povo !

Os ssharonecos pensam que quando num território a religião ou cultura dominante muda isso implica necessariamente a saída/expulsão de todo um povo e a sua substituição por outro ! São tolos !

Quer dizer, a cidade de Roma devia ter milhões de habitantes para colonizar o tal vasto império (deserto de habitantes) de Inglaterra ao mar Negro e ao Egipto ! Esses povos foram romanizados, não expulsos. Adoptaram a religião, o direito e a língua latina ! O mesmo aconteceu na Palestina !

Por isso, querer expulsar os palestinianos da terra em que vivem desde tempos imemoriais por já não terem a mesma religião de há 2.000 anos, em favor de uma minoria que ainda tem a religião maioritaria desse tempo, é uma aberração moral, histórica e política !

Publicado por: euroliberal às abril 29, 2004 05:17 PM

Este gajo é mesmo islamita da facção fundamentalista. Só fala dos árabes, iraquianos, palestinianos.
Não será o representante da Al.Qaeda em Portugal? Está cã para nos moer o juízo?

Publicado por: Mocho às abril 29, 2004 11:01 PM

Para o Sr cristão euro liberal que usa a aberração do termo judaico-nazi???? só lhe quero dizer de uma forma muito simples que sou um buxo nesta matéria mas o meu sentimento mais profundo para responder ao seu radicalismo é a seguinte: se tivesse de escolher entre os Israelitas(nem todos são judeus) e os muçulmanos(nem todos parvos)actuais não hesitaria em tomar o lado dos israelitas. E voçê prestaria melhor serviço á causa palestiniana(seja lá o que for isso) se usasse outro linguajar porque ouvindo as suas palavras elas só me inspiram sentimentos de ódio pelos arabes e o seu nojento modo de vida actual com os seus governos teocraticos ultra- corruptos. Não sei como um povo que estava na vanguarda da civilização no tempo da idade media, conseguiu nos nossos dias estar ao nivel da idade da pedra. Mas o sr que conserteza não é um buxo nem judaico-nazi e muito menos sharonnista talvez me consiga iluminar, mas pelos argumentos e forma de os espôr que vejo aqui receio que seja um caso perdido.

Publicado por: Ateu às abril 30, 2004 04:26 AM

As intenções de Israel:
A retirada de Gaza permitirá reforçar a colonização na Cisjordânia

O ministro israelita da Defesa, Shaul Mofaz, sustenta que o plano de retirada unilateral da Faixa de Gaza, a ser submetido amanhã a referendo aos membros do partido Likud, irá permitir o reforço da colonização na Cisjordânia.

Um total de 200 mil militantes do Likud vão ser chamados amanhã a pronunciar-se sobre o plano, num teste à capacidade de liderança e sobrevivência política de Sharon, numa altura em que a maioria dos "duros" do partido se opõe à retirada da Faixa de Gaza.

"Este plano vai permitir o reforço da colonização na Galileia, no Neguev e na Judeia-Samaria [o nome dado por Israel à Cisjordânia]", declarou o ministro da Defesa, um dos poucos dirigentes do Likud (de direita, no poder) que apoia o plano do primeiro-ministro, Ariel Sharon.

Publicado por: Seixas às maio 2, 2004 01:17 AM

e ainda:
"Devemos reforçar os blocos de colonatos na Judeia-Samaria, pois eles vão permitir manter uma presença estratégica e a existência de fronteiras defensáveis no futuro", sustentou o ministro.

Mofaz garante que o plano não avançará antes de 2005, "após a conclusão das negociações com os colonos" e reafirma que Israel "continuará a controlar o espaço aéreo e marítimo da Faixa de Gaza, bem como a fronteira que separa esta região do Egipto e que impede a infiltração de terroristas".

O plano de Sharon prevê o desmantelamento dos 17 colonatos israelitas da Faixa de Gaza. Em contrapartida, Israel manterá parte dos seus colonatos na Cisjordânia, os quais deverão expandir-se para albergar os colonos desalojados de Gaza.

Este plano — que passa também pela construção do muro de segurança na Cisjordânia — é contestado pelos palestinianos, que acusam Israel de estar a manter a anexação de parte dos territórios invadidos em 1967, inviabilizando a criação de um Estado palestiniano.

Publicado por: Seixas às maio 2, 2004 01:17 AM

A tese de Sharon de que Arafat deixou de ser um interlocutor viável por estar ligado ao terrorismo tem resultado após o 11 de Setembro

Publicado por: Nereu às maio 2, 2004 03:01 PM

O próprio Shimon Peres apoia o plano de Sharon. É de mais.

Publicado por: Mendes às maio 3, 2004 11:11 PM

Continua o massacre em Rafah

Publicado por: Cisco Kid às maio 20, 2004 01:06 AM

E a UE a assobiar para o lado. É uma vergonha

Publicado por: Cisco Kid às maio 20, 2004 01:07 AM

O Bush é covarde e o brasil ainda é uma colônia, só mudou de dono.

Publicado por: João Luiz às outubro 28, 2004 01:20 PM

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