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outubro 01, 2003
Berkeley e o Zé - o "contradictio in se"
Desconheço-o!! Afinal você é mestre em Etelvinas Cardonas. Você sabe tudo dela ... Doutorou-se em Celeste Cardona e aposto que a sua agregação terá como tema uma aula sobre essa ministra malvada.
Quanto ao Reverendo G. Berkeley, Bispo de Coygne ser solipsista, nada feito! Estive ao jantar no Olimpo, absorvendo ambrósia, mel e arroz de lingueirão, a conferenciar com ele, para o convencer a vir a este fórum para debater o imaterialismo e o empirismo escolástico connosco, e provar que ele não advogava que a consciência do sujeito cognoscente é a única existente, mas nada.
O homem tem aquela teimosia própria de bispo anglicano em terras da Irlanda. Uma espécie de reverendo Paisley. Aquele nem se consegue demover se o IRA o atacar à bomba!
E depois, entrincheirado atrás do «esse est percipi», ele negou a existência do ze da esquina, a existência do Expresso, a existência deste site e chegou a negar a minha própria existência, cada vez que eu lhe virava as costas. Aliás disse-me na cara que não sabia se eu existia, a única coisa que podia saber era a ideia que tinha de mim. Pior, ao ter essa ideia, nada lhe garantia que eu existisse, ou que, se existisse, tivesse algo a ver com essa ideia.
Mais, a ideia que ele tinha do exterior tinha sido produzida por um espírito absolutamente perfeito e seria uma hipótese absurda supor que as ideias tivessem qualquer suporte material. Os objectos exteriores são quimeras, garantiu-me.
Ainda me passou pela mente dar-lhe um par de estalos, mas depois, penetrando mais fundo no pensamento do nosso bispo, concluí que tal não adiantaria nada. Ele ficaria apenas com a ideia dos estalos, por muito dolorosa que fosse, mas sempre incapaz de saber se os estalos existiriam exteriormente à ideia. Quanto muito poderia começar a ter dúvidas sobre a perfeição do tal espírito superior ao produzir-lhe ideias tão dolorosas.
Convenhamos que é difícil dialogar assim. É quase tão mau como que dirimir Celestes Cardonas consigo, aqui no fórum. Frequentemente dava por mim a apalpar-me, indecisa sobre a minha própria existência. Então, quando lhe citei Hume, o homem foi aos arames! Ainda está ressentido com as críticas que este lhe fez. Acho que continuam a evitar-se quando se passeiam pelo Olimpo! Aliás, para ele, Hume não existe. É apenas uma ideia obtusa sem suporte material!
26-12-2002 22:13:00
Publicado por Joana às outubro 1, 2003 10:52 AM
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Comentários
Excelente este texto. Aborda as principais linhas de força do pensamento de Berkeley, numa brincadeira aparente, mas com um grande rigor científico
Publicado por: Filosofo às novembro 5, 2003 11:11 PM
Este texto é incompreensível
Publicado por: anonimo1 às novembro 21, 2003 09:05 AM
Texto muito curioso e rigoroso quer na vertente filosófica quer na ... como dizer?... Cardónica.
Publicado por: Berkeley Cotter às fevereiro 19, 2004 07:57 PM
Há pessoal que se dá ao trabalho de vasculhar isto tudo.
Por acaso está muito interessante este texto. S´não percebi alguma parte do enredo.
Publicado por: Humberto às fevereiro 19, 2004 10:06 PM