... Há 2 mil anos ... em Roma
Aproveitando o silêncio socrático, vou-me debruçar hoje sobre a formação de preços no mercado de trabalho, no início do Império Romano. Há algumas curiosidades deveras interessantes.
Em primeiro lugar, é um erro supor que a economia romana se baseava fundamentalmente no trabalho escravo. Erro aliás que foi alimentado por uma leitura muito superficial de Marx. Numa população estimada de 60 milhões de habitantes (durante a dinastia Júlia-Claudiana, até à morte de Nero), ou talvez um pouco mais, 70 ou 80 milhões de habitantes, durante os Flávios (o apogeu do Império), os escravos não representariam mais de um sexto da população, embora na Itália (que só incluía a península) e na cidade de Roma representassem cerca de 30%.
Ora os Estados do sul dos EUA tinham, anteriormente à guerra civil, percentagens de escravos, relativamente à população total, superiores a 40% (Alabama, Luisiana e Geórgia) e mesmo 50% (Mississipi e Carolina do Sul), ou cerca de 40%, como na Virgínia e Carolina do Norte. Florida e Texas também tinham valores semelhantes, mas eram então muito pouco povoados. Todavia ninguém afirma que nos estados confederados o modo de produção era esclavagista. A diferença, profunda aliás, está em que a sociedade sulista livre tinha, toda ela, direitos iguais, ou seja, vivia em democracia, enquanto a sociedade romana estava muito estratificada.
Os cidadãos, cujo 1º censo, no tempo de Augusto, deu cerca de 4,5 milhões (só incluía os cidadãos capazes de pegar em armas) o que significaria cerca de 18 milhões de pessoas, e o último, no tempo de Vespasiano, 70 anos depois, deu cerca de 7 milhões (provavelmente 28 a 30 milhões de pessoas), aumento parcialmente devido à extensão da cidadania a alguns aliados, dividiam-se em diversas classes. Essas classes não derivavam de castas, mas da riqueza imobiliária, embora essa fortuna estivesse em paralelo com a nobreza da linhagem. Sem entrar na complicada divisão pelas centúrias, pode dizer-se, grosso modo, que havia os patrícios, a ordem equestre e os plebeus. Cada classe só podia aspirar a exercer certos cargos. Os outros estavam vedados. Os casamentos inter-classistas eram vedados ou tinham severas restrições. Todavia, as famílias ilustres tendiam a fortalecer-se através do matrimónio, e esses casamentos de conveniência eram a origem de uma crescente libertinagem de costumes. «Esta cidade» dizia Catão, «não passa de uma agência de casamentos políticos corrigidos pelos cornos».
Estas classes tinham, como escrevi, clivagens de acordo com a fortuna. A ordem senatorial obrigava a ter uma fortuna superior a 1 milhão de sestércios (o que estimo em 5,7 milhões ), enquanto que a dos cavaleiros impunha um limiar de 400 mil sestércios (2,3 milhões ). A população restante compunha-se dos cidadãos plebeus, libertos, aliados (gente livre que habitava as províncias) e os escravos. Portanto no tempo de Vespasiano, em cerca de 70 milhões, haveria cerca de 30 milhões de cidadãos, 10 a 15 milhões de escravos e 25 a 30 milhões de livres, mas não cidadãos. O Édito de Caracala, já na decadência do Império, estendeu a cidadania a todos os habitantes livres do Império. Todavia essa medida tinha apenas o objectivo de aumentar a base de incidência fiscal, que atingia sobretudo os cidadãos. Outra medida, para evitar a diminuição drástica de escravos, era a limitação às disposições testamentárias, quer fixando a proporção máxima de escravos que poderiam ser libertos, quer estabelecendo o máximo de 100. Durante a dinastia Flávia apareceu, no mundo rural, uma nova forma contratual, o colonato, que evoluiu para o que se denominou mais tarde servo de gleba. Nos finais do império a escravatura já era insignificante, tirando nalgumas grandes cidades, como Roma (mas nada comparável com o que era séculos antes).
Passemos aos salários. Comecemos pelos de diversas profissões:
Em primeiro lugar os romanos não cometeram o erro de todos os professores ganharem o mesmo. O salário dependia do nível e grau de ensino. Um professor de Retórica ou de Literatura ganhava 5 e 4 vezes mais que um professor de primeiras letras.
Comparando o ensino com o trabalho manual, o professor elementar deveria estar equiparado ao trabalhador manual. Como os romanos tinham muito mais feriados e dias inúteis que nós, um trabalhador manual não trabalharia mais de 15 dias por mês. Assim sendo, ganharia o mesmo que um professor elementar com 15 alunos. Mas os professores recebiam adicionalmente bens em espécie, donde a situação de professor seria melhor que a do trabalhador manual.
Os escribas eram bem pagos. Hei-de calcular qual seria o meu estipêndio pelo que tenho escrito neste blogue, mesmo como escriba de 2ª! Cerca de 15 por A4, eu deveria receber 30 a 50 por dia. Tanto quanto uma mulher a dias! Considerando que é um trabalho extra ...
Aparentemente os militares ganhavam menos que os trabalhadores manuais. Todavia tinham alimentação e alojamento grátis e recebiam, quando passavam à reserva, uma gratificação e uma propriedade rural. De notar que os pretorianos, tropa de elite que protegia o imperador, recebiam o triplo. Os efectivos militares variaram entre 250 mil e 350 mil soldados. Os pretorianos nunca atingiram os 10 mil efectivos.
Um escravo era mais caro que um muar, o que é lisonjeiro para a nossa espécie, e, no caso de uma jovem bela, pelos padrões da época, poderia atingir valores razoáveis.
Mas quem ganhava bem, eram os altos funcionários imperiais, senatoriais e da administração provincial. Há cargos que não tinham vencimento. O Imperador (Princeps) tinha o erário público por conta ... Os cônsules estavam um ano no cargo e a seguir iam como procônsules para as províncias, onde além do estipêndio avultado, recebiam extras. Às vezes tão volumosos, que levavam à sublevação da província.
É óbvio que os decuriões ganhavam ao nível da tropa mais bem paga, mas cargos como o Prefeito do Pretório, ou o Prefeito de Roma (cargo que o assassinado Pedanius Secundus exerceu ver post abaixo), ganhavam mais de 1 milhão de euros por ano. O mesmo sucedia com o Prefeito da Annona. A Annona era uma espécie de Rendimento Mínimo Garantido... pois tratava-se da distribuição de víveres aos proletários romanos (da cidade de Roma), que viviam da assistência do Estado (número que variou ao longo dos tempos, ultrapassando frequentemente os 200 mil, apesar da distribuição de terras para os incentivar a ter meios de subsistência próprios).
Mas os mais bem remunerados eram os governadores das províncias (procônsules e propretores) que recebiam mais de 5 milhões de euros por ano, fora o que receberiam por baixo da mesa. Ganhavam várias centenas de vezes o salário de um trabalhador manual.
Nota: Os valores em euros foram estimados a partir do teor em ouro do Áureo, subentendendo uma relação entre o preço do Ouro e da Prata de 12 para 1, relação que se manteve praticamente idêntica até ao século XVIII. No século XIX era de 15 para 1. A partir do último quartel do século XIX, a prata desvalorizou-se muito perante o ouro. Por sua vez o ouro tem-se desvalorizado desde meados do século XX. Estimei essa desvalorização de 1 para 6. Igualmente é difícil comparar preços em sociedades com cabazes de compras muito diferentes. O preço da alimentação, na sociedade europeia, não representará mais de 15% a 20% do orçamento familiar, enquanto na sociedade romana representaria certamente bastante mais de 50%.
Isto foi apenas um exercício que fiz, com algum critério, mas sem aprofundar muito por escassez de tempo.
http://orgiapolitica.blogspot.com/
Afixado por: Orgia em março 2, 2005 09:19 PMIsto da orgia tem a ver com os festins romanos?
Afixado por: bsotto em março 2, 2005 09:50 PMIsto da orgia tem a ver com os festins romanos?
Afixado por: bsotto em março 2, 2005 09:53 PMEste estudo está muito interessante. Espera-se que as bases de cálculo tenham algum rigor. De qualquer modo, cálculos destes seriam sempre muito aproximados, pelas razões que aliás a própria autora expôs
Afixado por: Juvenal em março 2, 2005 10:33 PMUm estudo destes exigiria meses de trabalho para ser rigoroso, e mesmo assim.
A autora, que me parece ser pessoa expedita, deve ter aplicado a thumb rule e zás!. Mesmo assim é capaz de andar menos longe da verdade que estudos laboriosos.
Muito, muito interessante. Parabéns pelo ideia, pelo trabalho e pelo resultado.
Francisco Nunes
P.S. Foi um pouco complicado ler os quadros devido à reduzida dimensão dos caracteres inclusos...
Afixado por: Planície Heróica em março 2, 2005 11:22 PMMuito, muito interessante. Parabéns pela ideia, pelo trabalho e pelo resultado.
Francisco Nunes
P.S. Foi um pouco complicado ler os quadros devido à reduzida dimensão dos caracteres inclusos...
Afixado por: Planície Heróica em março 2, 2005 11:22 PMParabéns pela ideia. É importante, quando se lêem coisas de história e se referem dinheiros, saber-se quanto é na realidade. Nunca vi, em nenhum livro, referência ao custo real (a preços de hoje) das coisas.
Excelente
No meu PC (Monitor) não tive problema a ler.
Afixado por: J Correia em março 3, 2005 12:10 AMExcelente, este post. Informação valiosa.
Afixado por: Mauricio em março 3, 2005 12:50 AMOs quadros são jpg's e no meu monitor, ainda que se possam ler razoávelmente bem, ocupam apenas metade da página.
O monitor é um LG Flatron L1711S
Esta informação é preciosa para quem lê obras sobre a Antiguidade e lê coisas sobre Talentos, Sestércios, etc., e fica na mesma, sem fazer a mínima ideia de nada
Afixado por: Rui Sá em março 3, 2005 10:42 AMSe os cidadãos se dividiam em classes de acordo com a sua fortuna, isso quer dizer que as fortunas de cada um, nesse tempo, eram bem conhecidas. Não havia segredo bancário, off-shores e merdas que tais, como há agora. Não havia tipos com iates a declarar salário mínimo, como agora.
Tempos felizes, esses.
Afixado por: Luís Lavoura em março 3, 2005 10:43 AMNaquela época os impostos também deviam ser muito menores.
Afixado por: Fred em março 3, 2005 10:53 AMTendo em conta que se trata de um artigo para um blog, não apgo e sujeito a escárnio, não se podia pedir melhor.
Mas é preciso assinalar que a Nota final da Joana é fundamental: é essencial referir com se fizeram as estimativas e também não mentir sobre o grau de profundidade que se quis ou pôde dar ao assunto. Há por aí teses de doutoramento menos aprofundados que isto.
Afixado por: Mário em março 3, 2005 12:05 PMDe facto está muito bom, pois tem informação valiosa, independentemente das estimativas sobre a forma como foram actualizadas.
Afixado por: lopes em março 3, 2005 12:14 PMNão quis dizer que as estimativas eram insensatas. Os critérios sobre a evolução do valor do Ouro e da Prata parecem-me razoáveis, embora provavelmente feitos por "feeling"...
Afixado por: lopes em março 3, 2005 12:17 PMO importante é dizer os critérios que se usaram para alguém, se quiser pegar no assunto e investigar mais aprofundadamente o possa fazer.
Afixado por: Mário em março 3, 2005 12:23 PMNota: Parte dos vencimentos foram retirados de um Édito de 301, já na decadência, onde os valores aparecem em Denarii Comunes, que não correspondia a moeda em circulação, mas a um valor de referência que deveria servir de base para o cálculo, numa época em que a moeda se desvalorizava com frequência. Em vez de fazerem Éditos sucessivos, aplicavam um factor de desvalorização à tabela do Édito.
Como eu tinha dados sobre salários praticados no tempo de Augusto (a moeda foi estável durante o primeiro século), fiz a proporção, admitindo que, por exemplo, a proporção entre o soldo de um legionário e de um professor ou de um barbeiro não se teria alterado.
Por isso, alguns dos salários aparecem apenas em euros.
Nota 2: Por exemplo, um legionário recebia, no tempo de Augusto, 18,75 denarius/mês, o que equivale a cerca de 900 sestércios/ano. Foi este o valor que tomei.
Todavia os soldados ainda recebiam, 4 vezes por ano, o Donativum (bastante mais elevado que o soldo), para além de subsídios de alimentação. Em contrapartida tinham que pagar parte significativa do equipamento, o enterro dos colegas caídos em combate (!!) etc.
Em termos reais, e líquidos, ganhariam, provavelmente, o dobro ou o triplo daquele valor.
Os soldados eram bem pagos. Se fosse agora ...
Afixado por: Arroyo em março 3, 2005 01:45 PMGastavam-se os sestércios em trirremes.
Afixado por: ermita em março 3, 2005 02:34 PMOu em mansões para o Questor das Finanças, que foi admitido para diminuir o défice
Afixado por: Susana em março 3, 2005 04:05 PMJá agora, Joana, parabéns pela ideia.
Este blog é indispensável
Já agora, Joana, parabéns pela ideia.
Este blog é indispensável
Mais alguns dados, até aos anos 70(AD) um legionário ganhava 225 denarii destribuídos por 3 entregas ao ano, em 80AD subiu para 300 com Domitianus em 4 entregas. Havia deduções para comida e quotizações para enterrar os camadaras de armas que morreram uma espécie de liga dos combatentes. O serviço era para 25 anos e no fim podia receber terras numa província conquistada, estendendo assim a romanização.
Pretorianos serviam por 16 anos com mais ou menos
3x o ordenado dos legionários( mais as benesses que caiam devido ás guerras politicas internas )
Centuriões ganhavam desde 5x o que ganhava um legionário ou seja 1500 denarii até 20x nas unidades de elite. O Prémio de serviço se sobrevivessem poderia ir até aos 150000 denarii
Note-se que nunca houve mais de 30.
Os legionários e auxiliares estavam proibidos de casar, mas era hábito o exército olhar para o lado e os filhos durante o serviço serem declarados legítimos.
A ideia que a escravatura era a base da mão de obra resulta de na cidade de Roma o peso dos escravos ser aí muito grande.
Afixado por: Novais de Paula em março 4, 2005 09:12 AMUm proconsul nao era pertencia a administracao provincial era um consul em exercicio ou as vezes mesmo para la do seu mandato com um imperium atribuido pelo senado, imperium significava administracao do esforco de guerra numa determinada area tendo para isso autorizacao para comandar exercitos. Uma vez a missao cumprida ou quando o senado o ordenasse deveria regressar e entregar o seu imperium (ou seja, deixar de comandar o exercito) antes de entrar na cidade de Roma.
Afixado por: Highlander em março 4, 2005 05:51 PMOs soldados so comecaram a receber terras quando passavam a reserva apos a profunda reforma operada no exercito romano por Caio Mario, consul 7 vezes e proclamado terceiro fundador de Roma apos a sua vitoria sobre cimbros. Antes disso so podia ser soldado quem tivesse posses suficientes para comprar as suas proprias armas, no final das campanhas era suposto voltarem para as suas terras natais. No entanto um conjunto de campanhas desastrosas nos anos imediatamente antes da ascensao de Mario haviam nao so deixado Roma sem soldados com posses suficientes mas tambem uma grande parte dos campos agricolas nas maos de latifundiarios (normalmente patricios) e cultivados por escravos. Mario introduziu pela primeira vez no exercito romano os capite censi, cabecas contadas, que nao tinham muitas posses, obviamente para os convencer a entrarem para o exercito, para alem do soldo, prometeu-lhes terras no final das campanhas, esta reforma ao mesmo tempo salvou Roma da destruicao e condenou a Republica romana e abriu o caminho era imperial porque dai para a frente os exercitos dos capite censi tinham mais lealdade para com o seu general do que para com a Republica.
Afixado por: Highlander em março 4, 2005 06:00 PMPor ultimo, existiam ja no tempo da Republica pessoas com estatudo de cidadaos romanos que nao eram naturais de Roma.
Afixado por: Highlander em março 4, 2005 06:01 PMA governacao provincial era especialmente apetecida pelos patricios no final da republica porque o cursos honorum, a carreira publica que um patricio teria de seguir ate se tornar Consul e mais tarde Censor era extremamente cara, geralmente deixavo-os descapitalizados ou com grandes dividas (aos senadores nao era permitido terem qualquer tipo de negocio, so lhes era permitido terem rendimentos das suas terras). Um governador provincial tinha como funcao principal perante o Estado manter a ordem na provincia e acima de tudo dar ao Estado Romano determinada quantia fixada no inicio do ano de impostos provinciais, o que os governadores normalmente faziam era tentarem extrair das populacoes o maximo de dinheiro possivel, dar a Roma o seu quinhao e meter o resto ao bolso, essa era uma das razoes porque durante o final da Republica as revoltas das populacoes locais nas provincias eram relativamente comuns.
Afixado por: Highlander em março 4, 2005 06:08 PMHighlander em março 4, 2005 05:51 PM:
A Administração Provincial era nomeada pelo Imperador e pelo Senado. Havia, na altura, 33 províncias, 10 governadas por Procônsules e 23 por Propretores, e estes levavam algum pessoal auxiliar, 1 Questor (na Sicília eram 2), 1 Lictor, etc.
Se reparar, todos os cargos são iguais ou proporcionais ao número de Procônsules e Propretores.
Aliás, Procônsul significa depois de Cônsul. Era um cargo anual na cidade de Roma (eram dois Cônsules)a que se seguia o governo de uma província.
Os anos em Roma, para além da contagem cronológica a partir da data hipotética da fundação, tinham os nomes dos Cônsules do ano. Na literatura era normalmente assim que eram indicados, pelo nome dos 2 Cônsules.
Afixado por: Joana em março 4, 2005 06:08 PMOs romanos fizeram, durante a República, dezenas de censos. Por exemplo, o censo de 629 (123AC) enumerava 390.736 cidadãos. Mas em 664 (88AC) já recenseava 463.000, devido à admissão à cidadania de alguns aliados itálicos. O Censo de 725 (27AC) feito já no Império, forneceu o número de 4.630.000. Nessa época já tinha sido atribuída a cidadania romana a todos os habitantes itálicos.
Nota: só eram recenseados os adultos capazes de pegarem em armas. Para se saber a população com cidadania, é usual multiplicar aquele número por 4,5 ou 5.
O último censo de cidadãos foi feito no reinado de Vespasiano (69AD-79AD)
OK voce esta a falar do periodo imperial e eu do periodo Republicano, as leis eram talvez diferentes.
Afixado por: Highlander em março 4, 2005 07:30 PM"Uma vez a missao cumprida ou quando o senado o ordenasse deveria regressar e entregar o seu imperium (ou seja, deixar de comandar o exercito) antes de entrar na cidade de Roma."
Daí vem a expressão "não passar o Rubicão". Um rio a norte de Roma na qual o general que o atravessasse
com as tropas seria considerado um rebelde.