Quando nasceu Portugal? Uns utilizam a data em que Afonso Henriques foi proclamado rei pelos seus pares (alçado rei) a seguir à batalha de Ourique em 1139, típica aclamação numa monarquia fundamentada nos feitos de armas, como era tradicional entre os godos. Outros a data da Conferência de Zamora, 1143, com o acordo com o Rei de Leão, de quem Afonso Henriques seria teoricamente vassalo, que reconheceu a independência de Portugal. Ou seria a data do reconhecimento pela Santa Sé, em 1179?
Mas estas são datas oficiais da entrada de Portugal no concerto das nações independentes. Todavia, Portugal estava latente desde os fins do século IX.
A península, desde tempos remotos e com mais incidência após a conquista árabe, esteve sempre dividida entre a metade sul, mais aberta às influências externas, e a metade norte, muito refractária a essas mudanças (cf mapa da Península, com a divisão entre a Hispânia islamizada e a que nunca o foi). O actual território português estava, na época romana, administrativamente distribuído pela Galécia, a norte, e pela Lusitânia, a sul, que também incluía a actual Extremadura espanhola. Mas a linha divisória de que falei acima, e que passava sensivelmente pela bacia do Mondego, já existia nessa época. Por isso não é de estranhar que o norte se tivesse mostrado muito mais refractário à difusão inicial do cristianismo, que o sul, muito mais urbano e mais em contacto com o resto da România. Ou então por o cristianismo se ter inicialmente difundido muito mais nos meios urbanos que nas zonas rurais, donde o nome de pagãos (paganus - aldeão ou camponês).
Foram as disputas entre chefes romanos, no período da decadência final, que fizeram com que uma facção tivesse prometido instalar na Península Ibérica bárbaros a troco de apoio militar. Deste modo, Vândalos, Suevos e Alanos entraram na Hispânia. Na sequência dessas lutas o Imperador Honório estabeleceu um pacto, em 411, com os bárbaros já instalados. Atribuindo-lhes a Galécia, a Lusitânia e a Cartaginense. A partir dessa data, o território português ficou definitivamente fora do Império.
Em menos de uma década, com a derrota e o desaparecimento político dos Alanos (que se haviam fixado na Lusitânia) e a partida dos Vândalos de Genserico para África, onde constituíram um poderoso Estado que duraria cerca de um século, os Suevos ficaram sozinhos e constituíram um Estado que compreendia o noroeste da actual Espanha (Galiza e o ocidente das Astúrias e de Leão) e o norte e centro (até ao Tejo) de Portugal. A principal zona de fixação dos Suevos foi justamente a zona de Entre-Douro-e-Minho.
A partir desse ano, e até 585, o Reino Suevo manteve-se com alguma estabilidade, mas numa relativa obscuridade, exceptuando a acção de S. Martinho de Dume. Nos últimos anos teve que aceitar a suserania dos Visigodos, sendo finalmente anexado por Leovigildo. Durante esses anos os vínculos criados pela administração romana, os princípios da solidariedade entre os representantes da autoridade romana, o direito estabelecido, os costumes, a língua, a cultura material, tudo isso permaneceu aparentemente estável, embora a ingerência dos próceres bárbaros fosse um permanente elemento de dissolução de todo o edifício administrativo. Durante esses quase 2 séculos, a zona geográfica e étnica, que serviu de núcleo à formação de Portugal, manteve-se independente.
A invasão árabe não trouxe modificações importantes. A região de Entre Douro e Minho, e mesmo a região até ao Mondego, ficaram num vazio de poder político entre a queda da monarquia visigoda em 711 e as presúrias dos fins do século IX. O reino asturiano não tinha meios militares para ocupar aquelas terras que permaneciam numa dependência vaga do califado de Córdova. A sul situava-se o Garb-al-Andaluz (cf. mapa), correspondente à metade sul de Portugal, onde a ocupação árabe foi mais efectiva.
Por exemplo, segundo as crónicas árabes, em 192 da Hégira (807 segundo os cronistas cristãos) os cristãos do Guf de Espanha (nome genérico que os cronistas muçulmanos davam ao norte da península) invadiram e talharam os campos da Lusitânia e o emir Abderahman conseguiu expulsá-los e fazê-los regressar à fronteira da Galiza. Mas Galiza era o nome pelo qual os árabes conheciam a monarquia cristã do noroeste da península. Parece claro que mesmo nessa época a fronteira passaria sensivelmente pelo Douro, embora oscilando consoante as forças relativas dos dois contendores. Na zona entre o sul da bacia do Mondego e o Douro a dominação árabe fazia-se precariamente apenas por walis apoiados por destacamentos enviados pelo emir e fortificados em locais apropriados, ou por próceres moçárabes vassalos.
As presúrias, que ocorreram na última metade do século IX nas regiões de Entre-Douro-e-Minho e Entre Douro e Mondego corresponderam assim à instituição de um poder político e militar em zonas onde o domínio de Córdova era teórico. Os próceres locais assumiam a implantação de um novo poder convocando as populações apresentando as insígnias do novo poder e proclamando os deveres e direitos dos novos súbditos.
Segundo as crónicas árabes, em 254 (provavelmente 865), o emir Muhamad enviou uma frota ao NW da península, mas devido a uma tempestade naufragou quase toda. Esta desgraça (cito a crónica) deu ânimo aos cristãos da Galiza e nesse ano correram toda a terra da Lusitânia, ocuparam Salamanca e cercaram Cória.
Este desastre muçulmano animou os próceres cristãos. A presúria do Porto pelo conde Vimara Peres em 868, que foi seguida de uma série de presúrias entre 870 e 872, deu origem ao Condado Portucalense que durou até 1071, altura em que o conde de Portugal foi morto numa batalha contra o Rei da Galiza, que tomou posse do território.
A presúria de Coimbra pelo conde Guterres em 878 deu origem ao Condado de Coimbra, que foi destruído pela ofensiva de Al-Mansur em 987-990, no apogeu do Califado de Córdova). Em 1064 Coimbra foi reconquistada e o seu governo entregue ao conde Sesnando (ou Sesinando), um moçárabe.
O facto de todas aquelas presúrias ocorrerem num período muito curto é indício que existia naquelas regiões um vazio de poder que até então não tinha sido aproveitado por manifesta falta de meios da monarquia asturiana, mas que os próceres locais teriam atingido um poder suficiente para constituírem estados com autonomia própria. Portanto, a partir da última metade do século IX havia na actual metade norte do nosso país dois poderes autónomos (o Condado Portucalense e o Condado de Coimbra) que, com altos e baixos, foram subsistindo durante 2 séculos.
Citando cronistas árabes, Chegada a primavera de 384, Almançor partiu com uma poderosa hoste de cavalaria para a fronteira de Galiza, venceu as tropas dos cristão que se lhe opuseram, destruiu as suas fortalezas e queimou os seus templos, tomou grandes despojos dos povos e fez cativos moços e donzelas. Chegou aos sapais de Galiza e Burtecala e saqueou e queimou o templo de Santyac. ... e voltou a Córdova com muitos cativos e gados. .... No ano de 385 (995) Almançor voltou a atacar a fronteira norte e derrotou Garcia Fernandes, Rei de Galiza, que morreu na batalha. A chegada das chuvas impediu Almançor de prosseguir a ofensiva. O Califa Almançor morreria pouco depois, na sequência da batalha de Catalnasor, contra os cristãos.
Aquela crónica árabe é importante porque identifica pela primeira vez Portugal como entidade distinta da Galiza. Burtecala é a transcrição fonética para o árabe (no árabe não existe p e existem 3 letras com sons próximos do nosso g mas nenhum igual). Isto é significativo porque para os cronistas árabes, até àquela época, apenas existiam 2 entidades cristãs a Galiza, a noroeste, e o Afranc (França e as marcas cispirenaicas, como a Catalunha), a nordeste. É óbvio que a Galiza das crónicas árabes era o reino que também é identificado como Reino de Leão, que era a vila onde o rei residia com mais frequência.
Poucos anos depois, reportando-me às mesmas crónicas, entrou Almudafar (hagib do Califa Hixem, filho de Almançor) em terras de Galiza e por todas as partes destruiu os fortes que os cristãos haviam erigido ... Derrubou os muros de Ávila, chegou a Salamanca e passou ao interior de Galiza e Portugal, regressou pelas ribeiras do Douro ... e chegou vencedor a Córdova no ano 398 (1007). Mais uma vez, e esta foi a última incursão árabe antes do fim do Califado de Córdova e da sua divisão nos reinos taifas, o nome de Portugal é citado.
Estas crónicas reforçam a ideia atrás exposta que a linha entre o emirado (depois califado) de Córdova e a monarquia cristã passaria sensivelmente pelo maciço montanhoso que separa a bacia do Douro da bacia do Tejo. Acima dessa linha o domínio árabe foi episódico e quando existiu consistiu apenas em relações de vassalagem e tributárias. Aliás, a dominação árabe na península teve características similares à dominação normanda na Inglaterra. Era um reduzido núcleo dirigente, político e militar, que detinha o poder político e cultural, falado e escrito. Quando o emir (depois califa) de Córdova pretendia fazer incursões ao norte cristão recrutava quase sempre tropas em África, o que mostra o reduzido potencial demográfico próprio. O mesmo não aconteceu com a religião, pois o islamismo adquiriu uma forte expressão no sul da península Andaluzia, Valência e Algarve. Em Portugal, para além do Algarve, também o vale inferior do Tejo, a Balatha (Valada) árabe, tinha uma forte implantação da religião islamita, embora, como mostrou o relato da conquista de Lisboa, o elemento moçárabe fosse muito importante, e talvez mesmo predominante do ponto de vista demográfico.
Com o fim do califado e a cisão e decadência política dos árabes na península, a sua dependência de África ficou cada vez maior e tornou-se dependência política. As grandes tentativas muçulmanas de contrariar o avanço dos cristãos foram feitas por monarcas da África do Norte, primeiro os Almorávidas e depois os Almohadas. O Andaluz caiu na dependência dos reis do Magrebe.
Regressando às potências cristãs, a Galiza (e o norte de Portugal, até ao Mondego) passou entretanto a ser uma dependência do Rei de Leão e Castela, que constituiu o condado Portucalense 1096, com todas as terras a sul do Rio Minho (integrando portanto as terras do antigo condado de Coimbra), entregando o seu governo a D. Henrique, casado entretanto com D. Teresa, a sua filha bastarda. No início da sua constituição, o condado ia até ao Tejo, mas a queda de Sintra em 1109 e de Santarém em 1111 (ambas tinham passado para a posse dos cristãos em 1093, juntamente com Lisboa, entretanto reconquistada pelos árabes no ano seguinte) repôs a fronteira sul entre o Tejo e o Mondego. Foi a época do apogeu do poder almorávida que ditou este refluxo.
Em 1128 Afonso Henriques tornou-se conde de Portugal, após derrotar a mãe. Em 1139 proclamava-se rei e em 1143 a Conferência de Zamora reconhecia-lhe o título. Os territórios sujeitos ao novo rei não eram então mais dilatados que os territórios dos condados de Portucale e de Coimbra nos fins do século IX, pois só em 1147 Santarém, Lisboa e Sintra seriam reconquistadas e a fronteira sul regressaria ao Tejo.
Portanto, quando Portugal obteve o estatuto de reino, já há cerca de 270 anos que as regiões que o constituíam tinham um estatuto de semi-independência.
Oficialmente, Portugal tem perto de 9 séculos de existência como Estado independente. Mas do ponto de vista de existência autónoma e fixando 868, a data da presúria do Porto, como início dessa existência, terá mais de 11 séculos. A partir daquela data, apenas durante 25 anos, entre 1071 e 1096, o Condado Portucalense não teve existência própria e autónoma. E o mesmo para o condado de Coimbra, excepto entre 990 e 1064. Mas isso também aconteceu ao Reino de Portugal entre 1580 e 1640.
Pelo tratado de Alcanices (1297), a fronteira foi definitivamente fixada (com a excepção de Olivença).
Assim, a partir de 411, e provavelmente antes sob a administração romana, o futuro Condado Portucalense formou uma identidade própria, que os Suevos poderão ter impulsionado ao se fixarem principalmente na sua área, e cuja autonomia política só foi interrompida durante o século visigodo (585-711) e durante a vaga suserania do Emirado de Córdova (711-868). A partir daí, só esporadicamente essa autonomia se perdeu.
Nota: As transcrições das Crónicas Árabes foram extraídas da Historia de la Dominacion de los Arabes en España sacada de varios Manuscritos y Memorias, compilado por Jose António Conde, Paris, Baudry, 1840.
Os mapas foram extraídos da História de Portugal, Vol 1, dirigida por José Mattoso, Lisboa 1992.
As datas das presúrias e de alguns eventos relativos ao Condado Portucalense e ao Condado de Coimbra foram extraídas da Nova História Militar de Portugal, Vol 1, de Themudo Barata e Severiano Teixeira, Lisboa 2003.
Joana ,
a ideia que dá é que Vc até já dispensa a sexta-feira para fazer campanha ; a derrota que se avizinha é de tal ordem que já iniciou a relexão para daqui a 4 anos.
É interessante lembrar aos portugueses que o país tem mais de dez séculos de existência e que, portanto, não corre o risco de soçobrar devido a qualquer catástrofe eleitoral.
Para a compreensão do que se passou na península na época a que se reporta é muito importante ler Themudo Barata. A historiografia militar fornece explicações que, muitas vezes, escapam à generalidade dos historiadores.
Quando se fala destes tempos, tende-se a projectar neles padrões de avaliação da actualidade, quantitativos e qualitativos, incluindo, por exemplo, níveis demográficos e escalas de valores.
Quando, na citação que faz, o cronista árabe fala de «uma poderosa hoste de cavalaria», é bom que se tenha em conta que não se trata de uma divisão de cavalaria, mas sim de algumas centenas de cavaleiros. Afonso Henriques, por exemplo, travou batalhas à frente de um «poderoso exército» de 150 homens.
Você sublinha, e bem, que o poder nas zonas entre o Mondego e as cordilheiras mais ásperas a Norte foi, durante algum tempo, muito difuso.
Isso resulta do facto de nenhum dos contendores poder dar corpo a um dos princípios essenciais da estratégia militar: depois de conquistar é necessário ocupar. Por outras palavras, os «exércitos» de então eram constituídos por cavaleiros, que tinham grande mobilidade (daí a frequência das «surtidas»), mas careciam de infantaria que pudesse ocupar o território. A solidez da ocupação aumenta à medida que cresce o nível demográfico.
Independentemente da questão demográfica, os árabes tinham uma «cultura estratégica», digamos assim, que não se dava bem com as grandes cordilheiras. Como se sabe, a ocupação árabe assentava numa rede de fortalezas que se apoiavam mutuamente e que se dispunham no terreno de tal modo que de uma se avistavam outras três. Em linguagem futebolística era assim como que uma espécie de «triangulação». Numa imagem mais avançada, era uma rede do tipo internet, com os seus nós de comunicação a assegurarem uma difusão rápida e por diversas vias da informação sobre as ameaças. Essa rede de comunicações funcionava mesmo de noite, com o recurso a fogueiras.
Ora, como se deduz, era muito complicado para os árabes, além de pouco compensador, construir (e manter) uma rede desse tipo nas regiões montanhosas do Norte da península. Na sua linguagem de economista, poder-se-ia dizer, creio, que tinha uma elevada relação custo/benefício.
Só uma nota final, para observar que a idade de Portugal deve começar a ser contada a partir do momento em que existe como Nação e não desde a primeira referência a um topónimo.
Em todos os momentos, o que prevalece é a Nação. Só por isso Portugal não desapareceu quando o Estado esteve ocupado pela monarquia castelhana ou quando a Coroa emigrou para o Brasil, por ocasião das invasões francesas.
Provavelmente saberá que um dos heróis do imaginário português, Viriato, é igualmente reivindicado em Espanha. Com alguma razão. Mas a ninguém em Espanha passará algum dia pela cabeça falar de Afonso Henriques como um seu trisavô.
Zippiz, eu nunca fiz campanha. Apenas exprimi os meus pontos de vista, criticando quem eu achava que devia criticar, como você certamente tem lido.
Todavia entre um mau e um péssimo, sou obrigada a escolher o mau. Não é uma escolha que me agrade, mas é a escolha possível num mercado completamente enviesado e nada livre.
E daí, talvez o péssimo leve o país a reflectir e a perceber que tem que entrar nos eixos, por muito que isso possa custar numa primeira fase.
http://www.barnabe.weblog.com.pt/
Joana :
sugiro-lhe a leitura de "o discurso da tanga" no site acima ; e o autor nem é um "radical de esquerda" !
Em tempo:
A pressa tem destas coisas. Onde se lê «se avistavam outras três», leia-se «se avistavam outras duas». Eram três no total.
# : - ))
Al Rashid em fevereiro 18, 2005 01:08 PM:
No Império Romano já havia esse sistema de fogueiras, apoiado num boa rede de estradas (100 mil kms) e com postos de muda normalmente de dez a dez kms, com restaurante, estábulo e cavalos frescos.
Por exemplo, o mensageiro que o Senado enviou a Galba anunciando a morte de Nero, levou 36 horas a percorrer 500kms.
Já agora, eu não disse que Portugal existia. Disse que estava latente, que foi forjando uma identidade própria nos 7 séculos que antecederam a sua independência formal
Afixado por: Joana em fevereiro 18, 2005 01:25 PMJoana em fevereiro 18, 2005 01:22 PM
As fogueiras já existiam no Império Romano, pois já. E também os vikings as usavam. E os chineses. Os índios norte-americanos igualmente. É altamente provável que elas tenham sido usadas como meio de comunicação desde que o homem dominou o fogo.
Só que o que estava em causa no que escrevi não era o uso das fogueiras, mas sim o modelo estratégico do dispositivo militar.
Aliás, o que lembra sobre os romanos reforça o que afirmei sobre os árabes. Os romanos deslocavam legiões numerosas, com predomínio da infantaria. Isso e o facto de existir um fosso tecnológico entre o exército romano e os povos bárbaros determinou uma estratégia diferente.
Quanto à rede de estradas, restaurantes, etc, são resultado do tipo de relacionamento que os romanos estabeleceram com os povos que ocupavam anteriormente a região, muito diferente do antagonismo económico-religioso que caracterizou as relações dos árabes com os ocupantes do Norte da península.
Basta comparar as muralhas de Conímbriga com as do Castelo dos Mouros, em Sintra, para se perceber a diferença.
Observa você que disse que Portugal ...«foi forjando uma identidade própria nos 7 séculos que antecederam a sua independência formal».
Pois disse. E disse mal.
Isso é como se Portugal já existisse como Nação nesses sete séculos e Afonso Henriques apenas tivesse ido ao registo formalizar a existência. Assim como esses casais que vivem em união de facto até ao dia em que vão ao registo e passam a estar casados.
Acontece que Afonso Henriques não foi o fundador de Portugal. Foi o fundador da Nacionalidade. Não esperava que você se situasse na esmagadora maioria dos que não sabem distinguir entre Nação, Estado e território. Antes de Afonso Henriques não havia Estado nem Nação. Existia um vago território e um topónimo que não se sabe exactamente a que correspondia. Nem sequer existia ainda uma língua. E, como é sabido, a língua é condição sine qua non da identidade nacional.
Al Rashid em fevereiro 18, 2005 01:58 PM
Existia uma realidade geográfica com autonomia política e certamente existia uma língua própria.
Ou você julga que foi Afonso Henriques que nos ensinou o português?
Por essa ideia, a nacionalidade teria começado com D.Dinís que estabeleceu que os documentes oficiais doravante passassem a serem escritos em português (até então eram em latim).
O que eu escrevi é que os romanos tinham um sistema "fixo e organizado" de transmissão de mensagens por meio de fogueiras. Visava informações de carácter administrativo e militar.
Não era o índio que subia ao cimo de uma montanha qualquer, deitava fogo a um baraço de lenha e fazia sinais de fumo.
Portugal é assim tão velhinho?
Afixado por: bsotto em fevereiro 18, 2005 02:43 PMPois é ... já tá de pés prá cova
Afixado por: Coruja em fevereiro 18, 2005 03:02 PMO Papa Alexandre III, reconheçe Portugal, como Reino Independente, através da Bula "Manifestis Probatum", em 23 de Maio de 1179. Esta, é uma data credível e de referência.
Um abraço.
Joana em fevereiro 18, 2005 02:09 PM
...«Existia uma realidade geográfica com autonomia política e certamente existia uma língua própria.»...
"Certamente"?!! O conhecimento adquire-se pelo estudo e não através da bola de cristal. O seu palpite não é verdadeiro. Não existia nenhuma língua própria, precisamente por não existir uma única nação. Vários povos, várias línguas. Entre elas o árabe. A língua que acabou por ser mais influente na região foi o visigodo (que é um bocadinho diferente do português, de tal modo que condiciona mais fortemente o castelhano). Já agora, fica a saber que o primeiro texto conhecido em português data do século XII. Já se escrevia em português muito antes de D.Dinis. O próprio testamento de Afonso II (1214) é redigido em português. Como é hábito, você irá aplicar a sua técnica, pegar numa questão lateral e criar a ilusão de que tem um conhecimento fundamentado do que escreveu. (É o que está a acontecer com a história das fogueiras. Quero lá saber dos romanos e das fogueiras. Do que se falava era do tipo de dispositivo de defesa dos árabes). Já uma vez lhe disse: faça isso na economia e no que, realmente, conhecer. Cada macaco no seu galho.
O que se aprende neste blog.
Fiquei a saber porque é que no sul somos "mouros". Também por aqui se percebe porque é que os portugueses virão a ser um povo "crioulo" (ou dupamente crioulo). Por um lado porque resulta da miscigenação de todas estas tribos. E depois porque em tempos mais recentes é colonizado por piratas, cruzados, judeus, ciganos, saltimbancos e...bobos. Isto ajuda a perceber a CRISE e também a Casa Pia, a corrupção nas Autarquias (ver Nazaré, Guarda, Felgueiras, Guimarães, etc) e Apito Dourado!
Cada povo é aquilo que é, pese embora o vosso esforço para se demarcarem!
Ó Al Rashid, os vossos textos (e o de Joana, em primeiro lugar) são ambos excepcionalmente interessantes, pode haver pormenores, interpretações diversas ou divergentes (que é o mais natural quando escrevemos acerca de longínquas épocas), mas a aspereza ou mesmo a deselegância é que não se justificam em pessoas de grande qualidade. Óra há-de-me desculpar !
Afixado por: asdrubal em fevereiro 18, 2005 05:37 PME já agora, "paisagem" é um conjunto de pagus - demarcações rurais detidas pelos pagãos, que além de terem muitos deuses, pagavam imposto aos romanos. Aliás deixo a pergunta/conjectura se não será essa a origem etimológica do verbo "pagar".
Quanto a Portugal importa não esquecer que ao tempo da sucessão do cardeal-rei D. Henrique a árvore genealógica que suportava a análise dos direitos à coroa ainda apresentava D. Manuel I, como "dux", sendo D. joão III o 1º designado como rex e representado com a coroa de arcos fechados.
Afixado por: pyrenaica em fevereiro 18, 2005 05:44 PMRashid, Você escreveu:
"Não existia nenhuma língua própria, precisamente por não existir uma única nação. Vários povos, várias línguas. Entre elas o árabe. A língua que acabou por ser mais influente na região foi o visigodo (que é um bocadinho diferente do português, de tal modo que condiciona mais fortemente o castelhano)."
Mas qual visigodo? Os visigodos (godos do oeste) falavam uma língua germânica que deixou poucos vestígios na península. E os Suevos falavam igualmente uma língua germânica. O português deriva do latim, simplificado pela distância, e com alguns vocábulos de origem árabe e alguns (poucos) de origem germânica.
O português formou-se lentamente ao longo daqueles séculos, e continuou a evoluir mesmo depois de se ter tornado a língua administrativa.
Claro que já havia documentos em português antes de D. Dinís. Eu apenas disse que este rei tornou obrigatório que os documentos oficiais, como por exemplo os actos dos tabeliães fossem redigidos em português em vez de latim, como até então.
Você pede-me para "Cada macaco no seu galho". Eu aceito, só que este galho não parece ser o seu, a avaliar pelo que escreveu.
Afixado por: Joana em fevereiro 18, 2005 09:48 PMA Joana já dá como adquirida a derrota no domingo!
Agora para "desmoer" conta-nos histórias!
Para onde irá agora o Prócer do PSD ?
Que presúrias demandará ?
Afixado por: Templário em fevereiro 18, 2005 10:34 PMPrós meninos da escolinha :
Qual é coisa, qual é ela, que antes de o ser já o era?
R:
Portugal
Em resumo o Telégrafo, tem sua origem nas fogueiras.
Afixado por: Templário em fevereiro 18, 2005 10:39 PMJoaninha o próximo post terá de ser, quando acabou Portugal ?
Quando Mário Soares, falou com Carlluci ou aquando da adesão à CEE ?
Afixado por: Templário em fevereiro 18, 2005 10:42 PMA naçon nasceu afinal no Porto ...
Afixado por: Bimbo em fevereiro 18, 2005 11:03 PM11,30 h é uma delícia ouvir o directo do Ti Santana na SIC N e a RTP1 e RTPN.
Apesar do "colo" que estes canais o querem levar, já nem ele acredita no que diz.
Lamentavel...
Caríssima Joana, permita-me que lhe diga, com o máximo respeito, que você é uma cómica.
Para começar, atentemos em duas frases suas, afixadas em momentos diferentes.
...«D.Dinís que estabeleceu que os documentes oficiais doravante passassem a serem escritos em português (até então eram em latim).»
Joana em fevereiro 18, 2005 02:09 PM
«Claro que já havia documentos em português antes de D. Dinís. Eu apenas disse que este rei tornou obrigatório que os documentos oficiais, como por exemplo os actos dos tabeliães fossem redigidos em português em vez de latim, como até então.»
Joana em fevereiro 18, 2005 09:48 PM
Você afirma taxativamente que os documentos oficiais eram, antes de D. Dinis, escritos em latim. Tal como eu escrevi, isso não é verdade. Tal como lhe disse, o testamento de Afonso II (um documento administrativo) foi redigido em português. E o primeiro texto em português (registado pela história com a denominação, exactamente, de «O primeiro texto escrito em português») é um documento administrativo.
Isto não é matéria de opinião. São factos e documentos.
Quanto à sua vaga ideia do que foi a influência do visigodo na língua portuguesa
«...com alguns vocábulos de origem árabe e alguns (poucos) de origem germânica.»... (Joana em fevereiro 18, 2005 09:48 PM)
pode ficar a saber, a partir de agora, que os vocábulos árabes na língua portuguesa são entre 400 e 800 (ainda não foi possível fazer a inventariação completa) e que o visigodo deixou meia centena de substantivos e milhares de nomes próprios. O próprio Afonso Henriques tinha dois nomes visigodos: Afonso e Henriques, sendo que «Henriques» traduz a denominação visigoda «filho de Henrique».
Como você acha (mal, naturalmente) que este não é o meu galho, fui escolher uma macaca filóloga que você não terá o desplante de desmentir (e daí, nunca se sabe...), porque o auditório dificilmente engoliria essa pílula.
Maria J. Moura Santos escreveu na enciclopédia Verbo:
«Os antropónimos visigodos, muito mais variados e expressivos que os romanos, atrairam bastante a imaginação local e dominaram algum tempo quase exclusivamente o onomástico português, que conservou muitos elementos dessa época (Afonso, Berta, Fernando, Gonçalo, Matilde, Olinda, Rodrigo, etc). Muitos deste nomes fixaram-se na toponímia como «nomes de presúria» na época da restauração asturo-leonesa e, depois, do repovoamento portucalense, e abundam no Norte de Portugal (Algonde, Balteiro, Ermesinde, Gondomar, Guimarães, Mangualde, Resende, Tourém, etc). Entre os nomes comuns de origem visigoda podemos distinguir alguns pan-românicos por terem sido incorporados muito cedo no latim (albergue, guarda, guerra, trégua), outros exclusivamente ibero-românicos (aio, espora, ganso, luva), outros ainda comuns à Hispânia e a outra ou outras regiões, também ocupadas por Godos (espiar, estaca, fato, rico, roupa»).
Com os conhecimentos acabados de adquirir pode concluir, portanto, que Fernandes é «filho de Fernando», Rodrigues é «filho de Rodrigo», etc etc.
E como já estou cansado de dar ao dedo, fico-me por aqui.
Voce fala em centena de vocábulos de origem germânica (sueva ou goda). Que é isso comparado com perto de cem mil vocábulos da língua portuguesa (sem falar com as flexões verbais, géneros e números, etc.)
Eu escrevi que a zona de Entre Douro e Minho foi, de longe, a principal zona de fixação dos suevos. Claro que parte da toponímia dessa zona, e zonas adjacentes, está relacionada com nomes germânicos.
Toda a nobreza portuguesa é oriunda dps próceres suevos e visigodos. Portanto isso reflecte-se nos nomes das pessoas. E não me dá novidade nenhuma sobre os Mendes (de Mendo), Domingues (de Domingo), Henriques (de Henrique), etc. São genitivos germânicos.
Mas você disse que "A língua que acabou por ser mais influente na região foi o visigodo (que é um bocadinho diferente do português", o que, há-de reconhecer, é um disparate.
Aqui não dá, mas senão colocava uma imagem com um extracto da Bíblia de Ulfila, em alfabeto godo, com a transcrição fonética, para você ver que não tem nada a ver uma coisa com a outra.
Aliás, o godo é uma lígua "este-germânica" que desapareceu e que é mais distante do alemão que, por exemplo, o sueco.
Al Rashid prá Joana os reinos visigóticos é nada, e depois dá a ideia que desapareceram de um dia pró outro. Ou melhor, viraram todos portugueses 400 anos antes de Afonso I.
Isto de meter a origem de um vocábulo, e da construção de um Estado, no mesmo saco, só dá asneira da grossa.
Afixado por: Bimbo em fevereiro 19, 2005 01:17 AMÀs vezes não sei se você se faz desentendida, ou se, pura e simplesmente, não entende.
A questão da língua entrou nesta conversa quando você escreveu (palpitando) que:
«Existia uma realidade geográfica com autonomia política e certamente existia uma língua própria.»
(Afixado por: Joana em fevereiro 18, 2005 02:09 PM )
O que eu lhe disse é que não existia uma língua própria, porque existiam vários povos, logo, várias línguas. E que.....
...«A língua que acabou por ser mais influente na região foi o visigodo (que é um bocadinho diferente do português, de tal modo que condiciona mais fortemente o castelhano). »...
(Por acaso, os visigodos até controlaram praticamente toda a península, mas isso para si não deve ter qualquer significado).
Visto que se falava da origem do português, qualquer pessoa de boa fé ou menos maniqueísta compreende que a influência do visigodo se refere à influência sobre a língua românica nascente, que não era o português, mas sim o galaico-português.
O galaico-português manteve-se como língua comum no território entre o Mondego e o Norte da Galiza, até à independência de Portugal. A partir da independência, galego e português começam a divergir e tornam-se dialectos de uma mesma matriz linguística. O português, como factor de diferenciação nacional e cimento da identidade, surge na transição do século XII para o século XII e corresponde ao nascimento da nação portuguesa, que é onde está, verdadeiramente, Portugal.
A sua teoria da latência de Portugal, levada às últimas consequências, permitir-lhe-ia dizer que Portugal começou a formar-se quando a primeira tribo pré-histórica assentou arraiais entre o Mondego e o Minho. Valha-a Deus.
Uma observação: no seu lugar, não escrevia tantas vezes que os outros dizem disparates. Primeiro porque indicia uma falta de contacto em tempo útil com as caixas de Lipton (há-de reparar que eu não escrevi «saquetas»). Depois porque você não tem o monopólio da cultura, da inteligência e, mesmo, da esperteza. Mesmo que não se aperceba disso, também diz disparates. E quem lê este blogue tem massa cinzenta suficiente para separar o trigo do joio.
Portugal nasce em 1143....e não se fala mais nisso!
www.blocoesquerdaprocaralho.blogspot.com
Al Rashid
Há políticos e há historiadores...depois há políticos que aproveitam a história e parte dela, para lhe darem os condimentos que interessam aos seus fins.
Os piores são os ceguetas, e esta menina é uma delas, vai ver que nos vai dizer, que isto era um trabalho dela prá escolinha que apesentou, quando tinha 15 anos ...
Quer ela à viva força, agora Inventar a História e dar-lhe leituras que nunca ninguém se atreveu a dar.
No nosso caso, como é bem sabido D. Henrique era um Templário e foi por este ter ajudado o Rei de Leão na guerra, que obteve o Condado Portucalense. Sendo na época os Templários os mestre da guerra, será mais do que evidente que Afonso Henriques bebeu do seu pai esses ensinamentos que além de guerra, tratavam também de Liberdade e Independência.
Foi assim que se fortaleceu o nosso primeiro Rei, convencendo a Nobreza desprezada por Afonso VI.
Não é pro acaso que ele se Arma Cavaleiro a ele Próprio com apenas 13 anos.
Seu pai, sendo Templário e tendo dado a Palavra ao Rei de Leão de Vassalagem, não podia ser ele e encetar uma independência.
Logo...desde que nasceu...Henrique, foi instruído para ser Rei Independente.
Pró Pantera
Na França País da Liberdade, esse blog que anunciaste já teria sido extinto, pois tem textos a apelar ao Nazismo !
Espero que neste País de bananas, também seja extinto.
Afixado por: Templário em fevereiro 19, 2005 02:07 PMJoana e Al Rashid, estais bons um para o outro, porque não vos casais?
De qualquer forma, obrigado pelas interessantes lições que prestastes aos ignorantes como eu.
Já agora, da descrição da Joana tirei a interessante conclusão de que em Portugal a separação básica, quase que antropológica, entre o Norte e o Sul é muito antiga, vindo já desde antes da fundação do país. E que passa por alturas de Coimbra e não por Rio Maior, ao contrário do que se pensava nos idos de 1975...
Continuai a dar-nos tão interessantes lições.
Afixado por: Luís Lavoura em fevereiro 19, 2005 04:50 PMLuís Lavoura
Não se podem casar, porque a Joana já é casada com a Direita....
Afixado por: Padre em fevereiro 19, 2005 05:11 PMO Zecatelhado deseja a todos os companheiros da blogosfera um santíssimo fim de semana. Aproveita ainda para desejar a maior das sortes ao partido ou à coligação da vossa preferência. Um abração Zecatelhado
Afixado por: zecatelhado em fevereiro 19, 2005 07:43 PMDe «O Independente»
.
«Leia o documento da Polícia Judiciária que envolve José Sócrates no caso do Freeport de Alcochete. Há «fortes indícios» de que a decisão do ex-ministro do Ambiente «teve como contrapartida o financiamento de campanhas eleitorais» ...
.
Já depois de o PS ter apresentado uma queixa formal no Ministério Público contra «O Independente», aquele Semanário insiste num escrito cujo começo são as palavras acima citadas.
Na sequência do escândalo das taxas moderadoras nos Centros de Saúde, qualquer cidadão pode - para isso é que existe a democracia - requerer o resultado da fiscalização preventiva, partido a partido, dos (ao que parece) 21 milhões de euros gastos nesta companha eleitoral.
Se o Sócrares ganhar, a justiça vai regressar ao antigamente. Deixa de haver pedofilia, falcatruas dos colarinhos brancos, corrupção no futebol, etc.
A M José Morgado passa a fazer declarações a alertar (que era o que fazia dantes), mas ninguém investiga nada.
PORTUGAL UM IDEAL TEMPLÁRIO
1º - Templário - o Pai de Afonso Henriques que planeou o Estado de Portugal.
2º - Templário - D. Afonso Henriques que o Fundou
3º - Grande Templário - Conde D. Henrique, que planeou e iniciou os Descobrimentos !
Afixado por: Templário em fevereiro 19, 2005 10:59 PMDavid em fevereiro 19, 2005 10:49 PM
Já repararam que não conseguem assustar ninguém?
Vem a Joana e coloca a imagem de um quadro do apocalipse, vem outro e diz que é bancarrota, que é o povo na rua e outras tretas salazarentas e pidescas, agora vem o David querer "assustar" o Zé povinho com a treta da justiça?
Já reparou, que as pessoas que frequentam este blog não são susceptíveis de se assustarem com perfeitos disparates?
Esta forma de actuar já é conhecida do tempo da AD, mas nessa altura vocês ganharam as eleições e com maioria, agora, que vão a andar, e vão ter muito que fazer, pois, vão ter que arranjar novos lideres nesses vossos partidinhos.
chau, bai-bai
Eu não quero assustar ninguém. Quero apenas exprimir a opinião sobre o que vai acontecer. Não é verdade que antes a justiça era só a xuxa M José Morgado a fazer declarações, e nada se fazia de concreto?
Nem ela, só falava.
Começaram com o Barrosinho a assustar o povinho com a "tanga" da tanga, após dois anos e meio o Barrosinho assustou-se (porque viu que não dava conta disto) e pirou-se, coisa de puto MRPP, veio o Santana e continuou a querer assustar o povo, mas quem ficou assustado foi ele, agora que já perderam as eleições querem continuar a assustar, coitados.
Afixado por: Gato Fedorento em fevereiro 19, 2005 11:19 PMDavid em fevereiro 19, 2005 11:16 PM
Mais um Zandinga a querer adivinhar !
ò Gato mas não vês... que o que o David diz é verdade ?
Olha a justiça : Fala ele da pedofilia, e o caso Casa Pia começou há 2 anos e ainda vai a meio...logo ela está rápida e eficiente.
Esse David é tão cegueta que nem reconhece que a M José Morgado, foi a primeira pessoa ligada à Justiça desde os últimos 30 anos, que denunciou a corrupção instalada no Futebol e noutros meandros.
Tal como o Asdrubal fala do Independente, esquecendo-se que já não estamos no tempo do Cavaco.
Quando a Justiça começar a funcionar, é quando houver mentiras e difamações nos jornais e passados 3 dias, sentarem o rabinho no tribunal e passados 3 dias da condenação terem que pagar as indemnizações ou então fecharem por não terem bens para pagar, aí sim, podem gritar bem alto, que já há Justiça, até lá é só folclore e república DE bananas.
Afixado por: Templário em fevereiro 19, 2005 11:41 PMULTIMA HORA :
Sondagem feita à porta do PPD-PSD e do PP-CDS, há 1 hora atrás.
PSL já convocou Miguel Cadilhe para o ajudar a fazer os convites para o novo governo de 11 membros e 7 suplentes, com possibilidades de 3 substituições em cada 2 anos de legislatura. Segundo fontes, algo secas, do Largo do Caldas, o CDS vai emprestar o secretário de estado do Mar, um tal de Tomas, para ministro das touradas.
ps - 34%
P.S.D - 36%
P.P - 25%
C.D.U - 3%
B.E. - 2%
Ó zippiz isto está mesmo mal, só conseguem 36% mesmo à porta do PSD ?
Logo vão ter 26% e o CDS 6% e já gozam...eheheheh
Querem uma sondagem efectuada por o PSD no principio da semana ? lá vai
PS 46,8
PSD 23,2
CDS 6,3
BE 9,6
CDU 9,3
esta é verdadeira, foi-me dada por um PSD.
Afixado por: Gatos Fedorentos em fevereiro 20, 2005 12:02 AMgatos : isso é uma cabazada das antigas ! tipo muda aos 6 e acaba aos 12 !!!
Afixado por: zippiz em fevereiro 20, 2005 12:19 AMZippiz
Hoje é a grande noite do sofrimento
amanhã será a noite da cucificação.
Afixado por: Templário em fevereiro 20, 2005 12:28 AMZippiz
Hoje é a grande noite do sofrimento
amanhã será a noite da Crucificação.
Afixado por: Templário em fevereiro 20, 2005 12:29 AMzippiz em fevereiro 20, 2005 12:19 AM
Segundo o meu amigo do PSD, o Santana Lopes já colocou em tribunal a empresa que fez esta sondagem.
ahahahahahaha!
Les Chevaliers du CHRIST :
La dissolution des Templiers en 1312 donna l'idée au Roi Denis du Portugal de créer cet ordre en 1318, afin d'empêcher l'ordre de St Jean de devenir trop puissant dans le royaume.
En 1321 le nouvel ordre possédait 69 Chevaliers 9 Chapelains et 6 Sergents. Henri le navigateur devint Maître de l'ordre au début du 15e siècle.
Durant sa Maîtrise, l'administration de l'ordre employa les meilleurs géographes du moment et ses bateaux transportaient lors des expéditions des missions pour moitié commerciales et pour l'autre religieuses.
En 1425 l'ordre colonisa MADERE et les CANARIES. En 1445 ils colonisèrent les Açores et entamèrent systématiquement l'exploration de la côte ouest de l'AFRIQUE.
VASCO DE GAMA était Chevalier de l'ordre quand en 1499, il navigua vers les INDES par le cap de Bonne Espérance. Comme toujours dans le 1er quart du 16e siècle l'ordre déclina, les membres de l'ordre reçurent l'autorisation de se marier et de mettre fin à leur voeu de pauvreté.
Les Chevaliers portaient le blanc manteau ou cape avec une croix rouge rehaussée d'une blanche à l'intérieur.
4º - Grande Templário - Vasco da Gama.
Afixado por: Templário em fevereiro 20, 2005 01:36 AMSomos velhos e precisamos de reforma
Afixado por: Saavedra em fevereiro 20, 2005 08:47 AMAl Rashid , aproveitando o meu regresso mais cedo do fds vou responder ao seu correio:
Afirmações gratuitas:
«(Por acaso, os visigodos até controlaram praticamente toda a península, mas isso para si não deve ter qualquer significado).»
Nunca escrevi isso. Aliás, Leovigildo ao liquidar o Reino dos Suevos e expulsar os Bizantinos que haviam ocupado territórios no sul (na Andaluzia e Múrcia) durante poucas décadas, no tempo de Justiniano, unificou a península, e não só, pois que a Septimânia (que correspondia sensivelmente ao Languedoc) também pertencia ao reino visigodo. Acrescento aliás que, inicialmente, a sede principal do poder visigodo era Toulouse, quando dominava então a metade sul da França actual. Após a derrota esmagadora de Vouillé, perante os francos, os visigodos tiveram que abandonar todas essas regiões e deveram mesmo a sua sobrevivência ao apoio de Teodorico, rei dos ostrogodos e a principal potência bárbara de então na Europa Ocidental, que evitou que os francos tivessem explorado decisivamente a vitória.
Você escreveu:...«A língua que acabou por ser mais influente na região foi o visigodo (que é um bocadinho diferente do português, de tal modo que condiciona mais fortemente o castelhano). »...
Isto é mesmo um completo disparate. Portanto não tem que se queixar. Cito-lhe AJ Saraiva e Óscar Lopes:
« tais conquistas não alteraram fundamentalmente a estrutura linguística latina, isto explica-se pelo facto de eles (os invasores germânicos) não constituírem mais que minorias militares, ainda próximas dos seus tempos nómadas, que acabaram por ser assimiladas pela aristocracia rural já estabelecida e romanizada, à qual se tinham passageiramente sobreposto. Por isso se limitaram a introduzir algum vocabulário referente, principalmente, aos seus usos típicos de guerra, vestuário e outros que, de facto, prevaleceram (o corte da roupa ocidental ainda hoje é o de origem germânica, como as próprias palavras portuguesas roupa e fato), além de nomes próprios de lugar e sobretudo de pessoas etc. Mas muitas das palavras germânicas que passaram ao Português chegaram à Península antes dos invasores bárbaros, porque haviam já sido introduzidas no Latim que os Romanos aqui trouxeram (é o caso de guerra, guarda, bando, elmo, feltro, estribo, etc., palavras que também se encontram noutras línguas românicas de além-Pirenéus), pelo que é extremamente reduzido o vocabulário directamente introduzido por estes invasores nas línguas peninsulares.
E note que, em Entre-Douro-e-Minho, o que prevaleceu foram os Suevos, pois após a unificação de Leovigildo, o domínio visigodo exercia-se apenas através de uma relação de vassalagem. Já no vale do baixo Tejo, houve alguma influência visigoda, mas que começou ainda antes da extinção da monarquia sueva.
Al Rashid , você escreveu «você afirma taxativamente que os documentos oficiais eram, antes de D. Dinis, escritos em latim. Tal como eu escrevi, isso não é verdade. Tal como lhe disse, o testamento de Afonso II (um documento administrativo) foi redigido em português. E o primeiro texto em português (registado pela história com a denominação, exactamente, de «O primeiro texto escrito em português») é um documento administrativo. Isto não é matéria de opinião. São factos e documentos.»
É inteiramente falso que eu tenha escrito isso. Eu apenas escrevi que D. Dinis «tornou obrigatório que os documentos oficiais, como por exemplo os actos dos tabeliães fossem redigidos em português em vez de latim, como até então.» Isso não significava que não houvesse esporadicamente textos redigidos em língua vulgar como, por exemplo, o Auto de Partilhas de 1192 e a Cantiga da «garvaia», que supõe ser também da última década do século XII.
Al Rashid , você escreveu « O galaico-português manteve-se como língua comum no território entre o Mondego e o Norte da Galiza, até à independência de Portugal»
É difícil saber que língua é que as populações usavam exactamente nessas épocas. O que se conhecem são as línguas das classes cultas, que passaram a escrito. Haverá um proto-português, na zona de Entre-Douro-e-Minho, até à constituição de Portugal como Estado independente. Depois. desde fins do séc. XII até cerca de meados do séc. XVI, em que o Português começa a sujeitar-se a uma disciplina gramatical e escolar, decorre o seu período chamado arcaico, embora o seu arcaísmo de então seja muito menor que o do Francês. Se quiser posso colocar aqui documentos impressos no Francês do séc XVI, onde você pode verificar que a diferença entre as respectivas línguas de então e as actuais é mais pronunciada no francês ( e falo no francês do norte, o langue doil, o que prevaleceu).
O que se supõe é que havia já duas variantes (pelo menos) do chamado galaico-português, na Galiza e em Entre-Douro-e-Minho (o proto-português), tese também defendida pelos autores que citei. A expansão para o sul traduziu-se na eliminação dos falares moçárabes, de raiz latina, mas que o domínio árabe influenciara lexicalmente, eventualmente incorporando mais alguns vocábulos árabes (a maioria já teria sido, aliás, incorporada durante o proto-português) e, principalmente, elementos da pronúncia, e foi esse fenómeno que decorreu no período arcaico do português. Alguns restos do leonês (posteriormente absorvido pelo castelhano, subsistiram em algumas localidades do NE português), assim como, durante alguns séculos, variantes do português em zonas de Leão Ocidental, como Astorga.
A minha tese é que a zona correspondente ao Reino dos Suevos (Galiza e metade norte de Portugal) teve desde o Baixo Império, passando pela ocupação bárbara e pela formação do estado cristão do NW, na ressaca da invasão árabe, uma existência autónoma que facilitou a formação de uma identidade linguística (não direi nacional, pois nessa época essa noção ainda não existia, no sentido em que a conhecemos depois). Dentro dessa identidade, a zona de Entre-Douro-e-Minho adquiriu um particularismo próprio, visível no facto de a partir dos fins do século IX ter tido sempre uma existência autónoma. Essa identidade poderá ter igualmente a ver com o facto da quase totalidade das tribos suevas se terem fixado nessa zona, que era o centro do poder suevo (entre Braga e Porto).
Afixado por: Joana em fevereiro 20, 2005 02:54 PMOutro facto interessante em abono da minha tese, é a questão dos dias da semana. O papa S. Silvestre (314-335) mandou adoptar oficialmente na Igreja: «Sabbati et Dominici diei nomine retento, reliquos hebdomadae dies feriaram nomine distinctos, ut jam ante in Ecclesia vocari coeperant, appellarí voluit», substituindo os nomes mitológicos dos dias da semana por feria (feria secunda, feria tertia, feria quarta, feria quinta e feria sexta), conservando o sabbatum hebreu. A semana começava no domingo Tal designação não conseguiu dominar nos usos correntes e as designações pagãs sobreviveram em todo o mundo romano-cristão, menos na zona de Entre-Douro-e-Minho (não sei se na Galiza de então também). A razão de ter prevalecido aqui o sistema enumerativo adoptado na liturgia, parece dever atribuir-se à acção de S. Martinho de Dume. Entre as usanças pagãs que ele condena no seu livro De correctione rusticorum, vem essa de se nomearem por «demónios» os dias que Deus fez. Numa inscrição cristã do ano de 618, encontrada em Braga, já se lê: die secunda feria. Em todas as colecções de documentos de cartórios portugueses desde o séc. XI, aparece sem excepção o sistema enumerativo latino, que deu origem à nossa segunda-feira, etc..
Afixado por: Joana em fevereiro 20, 2005 02:58 PMEu quando escrevo sobre estas matérias sei o que digo, embora simplifique propositadamente as coisas, pois isto é um blogue e não as Memórias da Academia de Ciências. Mas só por distracção, ou por causa da rapidez com que elaboro os meus textos, eu posso ocasionalmente ter qualquer deslize ou um menor rigor. Pode acontecer. Mas não foi este o caso, embora admita que a minha teoria possa não ser consensual.
Mas se o não for, não é pelo que você escreveu. Você começou com um debate normal, e útil, mas a sua ânsia contumaz de se evidenciar e subestimar os outros, acabou por o levar a escrever diversos disparates que, se estivesse com o raciocínio frio, certamente os teria evitado. Isso e algumas frases insultuosas perfeitamente desnecessárias.
E não me subestime em questões relativas à História. A minha cultura histórica não é da net, ao contrário que uma série de azémolas pensaram e andaram a verter veneno sobre isso.
E se você tem alguns conhecimentos históricos, decerto já reparou que a forma como abordo os assuntos só é possível com uma cultura histórica muito abrangente. Depois, podem pegar em excertos do que escrevo e pôr os motores de busca da net a funcionar à procura de mais esclarecimentos, para encontrar falhas ou para contradizer. Mas o que tem valimento é saber carrear todo um conjunto de factos e teorias para um dado objectivo. Esse desbravamente exige cultura geral. O crítica redutora, apenas empenhada na busca de eventuais erros ou omissões, exige somente espírito inquisitorial.
Joana..vou falar ao Sócrates para você ir para Ministra da Cultura.
Afixado por: Templário em fevereiro 20, 2005 03:34 PMJoana, parece-me que neste seu último comentário exibiu menos modéstia do que o que seria conveniente.
E não se enerve ou zangue com o Al-Rashid ou outro qualquer. Aqui a net não é bom lugar para se aumentar a tensão arterial...
Afixado por: Luís Lavoura em fevereiro 20, 2005 05:25 PMEu também accho mal. Muito mal mesmo. Se a Joana abriu este blogue é prá malta vir aqui dizer que ela é uma cómica, uma ignorante, uma plagiadora, que se mete em assuntos que não sabe.
Ela vir depois aqui contrariar a malta não se faz. Além de ignorante cómica, é queixinhas e vaidosa.
Muito inconveniente!
Con este último intento, Leovigildo acabó con toda resistencia sueva en 586. En lo sucesivo Gallaecia sería gobernada por un dux visigodo.
Leovigildo se proclamó rey de Galia, Spania y Gallaecia. Este título era usado para resaltar la incorporación del reino suevo a la monarquía visigoda, pero también quiere decir que en el antiguo reino suevo se mantuvo en vigor la ley sueva y otras características propias del antiguo reino. Sin embargo, los suevos, como pueblo, estaban ya casi totalmente fusionados por la población hispanorromana de Gallaecia (lo que explica en parte lo fácilmente que Leovigildo conquistó el país allá donde sus antepasados encontraron grandes dificultades). Nunca más sintieron el deseo de luchar por su independencia o por sus costumbres. La ley sueva no debió sobrevivir al Código de Recesvinto, si es que llegó a tanto. La lengua sueva desapareció con la gente sueva antes de la invasión musulmana. Es seguro que cuando Alfonso I entra en las antiguas comarcas suevas ya no se habla allí más que el latín arromanzado que dará lugar al gallego y al portugués.
Afixado por: Templário em fevereiro 20, 2005 07:48 PMMuito interessante o artigo...
Resumindo e concluindo, Portugal é o norte, o resto é território conquistado!
(Em oposição ao 'Portugal é Lisboa, o resto é paisagem')
Afixado por: TassBem em fevereiro 21, 2005 12:45 AMEm Fev de 2005 os Suevos foram obrigados a refugiarem-se em Leiria, devido a um ataque fortíssimo dos Vândalos.
O que os salvou, foi o pinhal de Leiria...
Afixado por: Templário em fevereiro 22, 2005 11:28 PMMas lixaram-se porque apanharam com as tais lagartas da procissão.
Não leu o thriller da Joana? Nunca mais me aproximei de um pinheiro.
Este post e alguns comentários adicionais estão muito bons e culturalmente importantes. Parabéns
Afixado por: Valente em fevereiro 23, 2005 03:29 PMEste post e alguns comentários adicionais estão muito bons e culturalmente importantes. Parabéns
Afixado por: Valente em fevereiro 23, 2005 03:30 PMEste post e alguns comentários adicionais estão muito bons e culturalmente importantes. Parabéns
Afixado por: Valente em fevereiro 23, 2005 03:33 PMÉ interessante esta visão da Joana, que mostra que existe desde longa data uma forte identidade nacional, e um particularismo próprio bastante anterior aos começos da nacionalidade
Afixado por: Diana em fevereiro 24, 2005 05:47 PMÉ interessante esta visão da Joana, que mostra que existe desde longa data uma forte identidade nacional, e um particularismo próprio bastante anterior aos começos da nacionalidade
Afixado por: Diana em fevereiro 24, 2005 05:47 PMNa verdade esta região ocidental da peninsula Ibérica sempre teve um carácter muito próprio e autónomo. Quer com os romanos quer nos tempos celta iberos.
Quanto à questão da nacionalidade "vide" Diogo Freitas do Amaral, Biografia de D. Afonso Henriques. A argumentação apresentada é bastante convicente e lógica. Ou seja, Portugal não é reconhecido nem no tratado de Zamora de 1142, onde D.Afonso Henriques é reconhecido por REX mas tendo em conta que o primo leonês é Imperador, nem pela bula manifestus Probatum. Realmente Portugal é reconhecido de facto entre estas duas datas, não me recordo exactamente quando, mas após uma bula papal é concedida protecção espirítual ao País. A partir deste momento, D. Afonso Henriques acomete o Imperador até que este de facto reconhece a independência
Este post e os comentários (alguns) são deveras interessantes.
Afixado por: Ricardo Pereira em fevereiro 27, 2005 12:58 PMNão é normal num blogue encontrar estes assuntos tratados assim
Afixado por: Ricardo Pereira em fevereiro 27, 2005 12:58 PMRicardo Pereira:
Perfeitamente de acordo