Adam Smith escreveu que o homem ao procurar que a produção adquira o máximo valor, só está a pensar no seu próprio ganho, e, neste como em muitos outros casos, está a ser guiado por uma mão invisível a atingir um fim que não fazia parte das suas intenções. Nem nunca será muito mau para a sociedade que ele não fizesse parte das suas intenções. Ao tentar satisfazer o seu próprio interesse promove, frequentemente, de uma maneira mais eficaz, o interesse da sociedade, do que quando realmente o pretende fazer.. É a formulação clássica das virtudes da liberdade do mercado, que está na base da economia capitalista e da prosperidade das sociedades ocidentais. É a Mão Invisível dos neo-liberais.
Se naquele texto substituirmos o conceito de ambição ou da satisfação do seu próprio interesse, pelo conceito da inveja mesquinha dos outros ou do bota-abaixo, teremos a seguinte formulação ao tentar satisfazer a nossa inveja e mesquinhez promovemos de uma maneira mais eficaz a pauperização da sociedade, do que quando realmente o pretendêssemos fazer.
Mas mesmo neste caso a Mão Invisível continua a agir estamos a ser guiados por uma mão invisível a atingir um fim que não fazia parte das nossas intenções. Ou seja, guiados pela nossa inveja e mesquinhez estamos a conduzir o país para uma meta que não estaria nas nossas intenções, mesmo nas dos mais invejosos: a estagnação social e económica e o progressivo nivelamento pela miséria geral. É nisso que estamos a transformar a sociedade portuguesa
É a Mão Invisível dos que vivem invejosos do êxito, receosos de mudanças e apostando na mediocridade do statu quo. É a nossa Mão Invisível. É essa a Mão Invisível que nos tem guiado desde meados do século XVI e da qual não nos conseguimos livrar.
É importante para o país ter uma Mão Invisível só para ele. Torna-nos na inveja dos outros.
Afixado por: Coruja em fevereiro 10, 2005 12:49 AM
Muito bem Joana, muito bem...
nos seus posts anteriores, sua inveja centrou-se no PS e em Sócrates !
Substituindo inveja por ganância temos:
CAPITALISMO SELVAGEM DE ÍNDOLE NEO-LIBERAL
e esta em !
Afixado por: Gato Fedorento em fevereiro 10, 2005 01:41 AMÉ a nossa Mão Invisível. É essa a Mão Invisível que nos tem guiado desde meados do século XVI e da qual não nos conseguimos livrar.
Nossa grandeza do século XVI, iniciou-se com as acções de pirataria por esse mundo fora, mais tarde pelo respeitinho imposto aos outros piratas e desde que acabaram com os piratas...começou nosso declínio.. mas como eles voltaram no final do século XX estamos garantidos para mais 500 anos !!!
Afixado por: Templario em fevereiro 10, 2005 01:55 AMO Templário os canitos já foram embora, que pena...
Afixado por: Gato Fedorento em fevereiro 10, 2005 01:59 AMA inveja e a mesquinhez são o grande mal do nosso país. É infelizmente um facto.
Afixado por: dorival em fevereiro 10, 2005 11:05 AMÉ o que tem dito recentemente o filósofo José Gil. A inveja e a mesquinhez paralisam. E não progredimos. É uma mão invisível, como bem observa a Joana, é um não invisível. Um não-progresso.
Afixado por: Pedro Lisboa em fevereiro 10, 2005 12:56 PMÉ com desgosto que vejo o meu país decadente pela mão dos invejosos. É um mal nacional. Não é apenas nas conversas de café. Mesmo nas aldeias há invejas mortais.
Afixado por: Susana em fevereiro 10, 2005 03:31 PMPois, mas em meados do século XVI nem sequer invejávamos ninguém. Eramos apenas mesquinhos.
Afixado por: Senaqueribe em fevereiro 10, 2005 03:53 PMEste tema merecia um desenvolvimento mais detalhado. Um ensaio, um livro...
Mas é curioso que é precisamente num blog e nos seus comentários que vemos como começa a desenvolver-se essa segunda mão.
Afixado por: Mário em fevereiro 10, 2005 04:12 PMInvejavamo-nos uns aos outros, Senaqueribe
Afixado por: David em fevereiro 10, 2005 04:20 PMVocê está cínico e subtil, Mário. Bem observado
Afixado por: David em fevereiro 10, 2005 04:21 PMSusana em fevereiro 10, 2005 03:31 PM
Ó Susaninha a menina não sabe, que a inveja é o sentimento dos impotentes ? aqueles que não querem "poder" fazer o mesmo ?
uns não podem, e aos que podem, dá mais jeito nada fazer.
A inveja é um sentimento de má lingua que é consumido no café lá da esquina.
Afixado por: Gato Fedorento em fevereiro 10, 2005 10:54 PMEstes impotentes mentais que só falam, falam, mas não sabem o que dizem
Afixado por: David em fevereiro 10, 2005 11:30 PMDavid em fevereiro 10, 2005 11:30 PM
Já reparei que este rapaz David "não pertence a este filme" entra quando aparece aquele fotograma a dizer: FIM
Afixado por: Gatos Fedorentos em fevereiro 10, 2005 11:32 PMQue falta de nível!
Afixado por: David em fevereiro 10, 2005 11:38 PMiá meu !
Afixado por: Gato Fedorento em fevereiro 10, 2005 11:45 PMMário em fevereiro 10, 2005 04:12 PM:
Concordo inteiramente com a sua ideia. Este tema merecia ser desenvolvido.
Ó Gato
Já levaste os béu béus à rua ?
agora atira-lhes um ossito pra se calarem!
Afixado por: Templario em fevereiro 11, 2005 12:28 AMA distancia entre PP e PSL cada vez é maior, agora trocam de "figurões" Pedro Feizt vai para a semana pedir a saída do PP para ir apoiar PSL.
Aqui estão os amigos do "Stones" unidos, 2 semanas atrás era velos nesta casa da noite "que eu também frequento" em amena cavaqueira, agora percebo qual o teor da conversa
Este post está bem esgalhado nos seus conceitos. E trata-se de uma ideia que de facto deveria ser desenvolvida.
Afixado por: Ant Curzio em fevereiro 11, 2005 10:47 AMA nossa inveja é a consequência inevitável da nossa mediocridade. Somos um povo medíocre, inculto e, logo, invejoso e destrutivo. Somos também muito dóceis quando confrontados com o chicote, e já provámos que, debaixo do chicote, até conseguimos resultados interessantes. Proponho que adoptemos, como forma de governo, o despotismo iluminado. Faltando apenas resolver um pequeno pormenor: onde é que vamos encontrar, entre nós, déspotas iluminados?...
Afixado por: Albatroz em fevereiro 12, 2005 11:50 AMÉ difícil, albatroz. Por eleições, já se viu que não se vai lá. Não sei como será!
Afixado por: Rui Sá em fevereiro 12, 2005 07:05 PMFulano produz 10 vezes mais do que Cicrano e ganha 10 vezes mais. Cicrano sofre com isso. É inveja.
Fulano produz 10 vezes mais do que Cicrano, mas ganha 11 vezes mais. Cicrano sofre com isso. Não é inveja, é fome e sede de justiça.
A inveja é a descrença na justiça.
Fulano produz 10 vezes mais do que Cicrano e ganha 10 vezes mais. Cicrano sofre com isso. É inveja.
Fulano produz 10 vezes mais do que Cicrano, mas o Estado tira-lhe 5, dá 1 a Cicrano e fica com o resto. Cicrano continua a sofrer com isso. É mesmo inveja..
Fulano ganha 10 vezes mais do que Cicrano, mas o Estado tira-lhe 5, dá 1 a fulano, e utiliza os outro quatro para organizar a sociedade de modo a que tanto Fulano como Cicrano possam produzir e ganhar alguma coisa. Fulano acha que está a ser roubado. É estupidez.
Afixado por: Zé Luiz em fevereiro 13, 2005 09:10 PMFulano ganha 10 vezes mais do que Cicrano, mas o Estado tira-lhe 5, dá 1 a Cicrano, e utiliza os outro quatro para organizar a sociedade de modo a que tanto Fulano como Cicrano possam produzir e ganhar alguma coisa. Fulano acha que está a ser roubado. É estupidez.
Se Fulano e Cicrano tivessem que utilizar o melhor do seu tempo, talento e esforço para se defenderem das depredações de Beltrano, viviam todos, até o Beltrano, na miséria.
Dito doutra maneira.
Fulano ganha 10. O Estado tira-lhe 5. É barato: sem o Estado, Beltrano tirar-lhe-ia tudo.
Isto parece uma conversa de débeis mentais.
Afixado por: siroco em fevereiro 14, 2005 01:56 AM«So the nature of War, consisteth not in actual fighting; but in the known disposition thereto, during all the time there is no assurance to the contrary. All other time is PEACE.
Whatsoever therefore is consequent to a time or Warre, where every man is Enemy to every man; the same is consequent to the time, wherein men live without any other security, than what their own strength, and their own invention shall furnish them withall. In such condition, there is no place for Industy; because the fruit thereof is uncertain: and consequently no Culture of the Earth; no Navigation, nor use of the commodities that may be imported by Sea; no commodious Building; no Instruments of moving, and removing such thingas as require much force; no Knowledge of the face of the Earth; no account of Time; no Arts; no Letters; no Society; and which is worst of all, continuall feare, and danger of violent death; Athe life of man, solitary, poore, nasty, brutish, and short.»
Thomas Hobbes, «Leviathan».
O que eu pergunto à Joana e aos outros admiradores de Adam Smith é simplesmente isto: como conseguem ser fillhos de Hobbes no que toca a esfera privada e filhos de Rousseau no que toca a esfera económica?
Já adivinho a resposta: para vocês a esfera económica É privada e a esfera privada não existe...
siroco em fevereiro 14, 2005 01:56 AM:
Completamente de acordo