novembro 04, 2004

Romanos, Gregos, Americanos e Europeus

Ou o Mistério dos Casos que se Repetem

... fazendo votos para que nem todos se repitam ...

Nos tempos de Filipe, pai de Alexandre Magno, a Grécia caiu sob o domínio macedónio, após Queroneia. Quer durante o reinado de Alexandre, quer, após a sua morte, durante a dinastia macedónia que se lhe seguiu, houve revoltas frequentes contra o domínio macedónio, principalmente inspiradas por Atenas. No tempo da 2ª Guerra Púnica, com as tropas de Aníbal em Itália e Roma em riscos de sobrevivência, Filipe V da Macedónia, aliado de Cartago, encetou uma série de guerras para lhe assegurar um domínio mais absoluto sobre a Grécia e sobre a Ásia Menor e ilhas do Mediterrâneo oriental, agravando o jugo sobre os gregos.

O Senado romano via com apreensão a guerra que se ia alastrando no oriente, mas devido às feridas e às provações sofridas pelo povo romano na terrível guerra contra Aníbal, não desejava envolver-se nos negócios dos gregos e do Oriente. Todavia, as queixas dos helenos, as crueldades praticadas por Filipe contra as cidades gregas, a severa punição que este exercia sobre os vencidos, o dever de não consentir na destruição dos seus antigos aliados de Rodes e Pérgamo e do próprio Egipto, o temor natural com que via o aumento de uma potência inimiga, a Macedónia, aumento que podia ser altamente prejudicial ao comercio siciliano e itálico, foram motivos que levaram o senado a julgar necessária uma nova guerra contra Filipe. Apesar disso tudo, os romanos não quiseram precipitar-se e procederam por forma que Filipe fizesse algo que pudesse ser considerado um casus belli. E isso aconteceu com o ataque macedónio às fronteiras da Ilíria, quase em simultâneo com a liquidação do exército de Aníbal em Zama.

Depois de algumas tentativas com pouco sucesso, o comando das tropas romanas foi entregue a Tito Quintus Flaminius, que desbaratou Filipe da Macedónia em Cinoscéfalos (“Cabeças de Cão”), em 197. A falange macedónia sucumbia perante a legião romana. A Grécia estava livre do jugo macedónio e à mercê de Flaminius.

Flaminius era um homem de talento, jovem (tinha então 30 anos) e pertencia a uma geração que conjugava as virtudes patrióticas e o culto ancestral pelos seus maiores, com o sentimento da sua individualidade e o apreço pela cultura cosmopolita. Hábil diplomata, Flaminius era um apaixonado pela cultura grega e helenista. E era um «liberal». Não destronou Filipe, apesar dos protestos dos aliados gregos que reclamavam que a vitória de Cinoscéfalos era devida a eles, à semelhança dos franceses, após a 2ª guerra mundial, que se vangloriaram de terem vencido a Alemanha e merecerem o estatuto de ocupantes. Isto embora Filipe tivesse ficado reduzido às fronteiras antigas da Macedónia, e obrigado a pagar uma indemnização de 1.000 talentos (qualquer coisa como 100 a 150 milhões de euros em moeda actual) e a manter, no máximo, uma frota de 10 navios e um exército de 500 homens, não podendo fazer guerra sem “autorização” do senado romano.

Flaminius, durante os Jogos Ístmicos de 196, em Corinto, proclamou que todos os povos e cidades gregas eram livres, deixavam de estarem sujeitos a guarnições e a tributos, e podiam governar-se pelas próprias leis. Os ouvintes, que estavam à espera que o jugo romano viesse substituir o jugo macedónio, ficaram atónitos ao saberem que doravante poderiam viver em paz, gozando da plena soberania como aliados naturais de Roma.

Os gregos não tiveram tempo de pôr em dúvidas as intenções de Flaminius, uma vez que ele retirou imediatamente o seu exército da Grécia. Contudo, depois de o terem saudado como libertador e salvador encontraram motivos de censura pelo facto de ele, ao retirar-se, ter levado algum espólio artístico (era, na verdade, um apaixonado pela cultura!) e de ter emancipado algumas cidades da Liga Etólia, que nela estavam contra vontade, coisa que não satisfez os gregos, que só queriam a liberdade para alguns deles.

E os gregos chamaram Antíoco, Rei dos Seleucidas (cujo centro do poder era a Síria, mas que dominava a maior parte da Ásia Menor, todo o Crescente Fértil – incluindo Babilónia – a Palestina e parte do Irão) para os libertar. Libertar de quê? Flaminius ao retirar, 6 anos antes, tinha-os deixado livres!

Pérgamo e alguns pequenos reinos, aliados tradicionais de Roma, e que estavam no caminho entre Antíoco e a Grécia, pediram então protecção a Roma. O Senado, que nunca acreditara nas experiências «progressistas e liberais» de Flaminius, enviou um exército comandado por Cipião o Africano, que em Magnésia (190) desbaratou completamente o exército muito mais numeroso de Antíoco e regressou a Roma, mas sem tocar nas cidades gregas.

Esta época de liberdade teve como resultado, para além da hostilidade e desprezo para com os seus libertadores romanos, o aumento da cizânia entre os gregos (etólios, aqueus, beócios, espartanos e atenienses). A consequência natural deste comportamento foi os romanos, logo que conheceram o estado de coisas e a gravidade da desordem administrativa, ora sangrenta, desconfiada e aleivosa, ora ridícula e ambiciosa, sentirem, em vez da anterior simpatia, uma irresistível tendência para procederem para com os gregos sem consideração de nenhuma espécie.

Todavia, durante alguns anos Roma insistiu nesta política de tolerância e respeito, muito semelhante à que os EUA praticaram com a Europa a seguir à 2ª Guerra Mundial. Só intervinha nos assuntos internos se fosse solicitada e procurava apoiar a ordem estabelecida. Por isso colhia antipatias generalizadas, de todos os descontentes, em quase todas as cidades gregas, quer da aristocracia e timocracia, quer do partido democrático.

Era óbvio que os gregos estavam cheios de razão em se sentirem humilhados e em desprezarem os romanos: A Grécia fora o berço de uma cultura extraordinária, fértil em obras filosóficas, ciência e literatura. Também foi onde nasceu o conceito de democracia e algumas das ideias a ela associadas, embora estas apenas tenham sido praticadas por um número muito reduzido de cidades-estado, de forma intermitente e por um máximo de cem anos (até à conquista macedónica de Atenas, em 338). E os romanos não passavam de gente sem capacidade e competência teóricas, apenas interessados em questões práticas e comezinhas, como construir estradas, aquedutos, conjuntos urbanos funcionais e administrar a coisa pública (leis e jurisprudência sobre contratos, propriedade, compra e venda, responsabilidade, difamação, sucessões e património, igualdade de todos os cidadãos perante a lei, bem como os procedimentos relativos à fixação da prova, etc.). Ah! ... e manter forças militares com uma organização, disciplina e eficiência, sem paralelo na história, para os meios e equipamentos de que então se dispunha.

Perseu, o descendente de Filipe, ao suceder-lhe no trono da Macedónia, tirou partido deste descontentamento e uniu-se às cidades gregas para uma guerra santa contra Roma. Perseu foi rapidamente vencido em Pidna por Paulo Emílio e os seus arquivos mostraram a dimensão da conspiração contra Roma e o papel das cidades gregas nessa conspiração. Todavia, Roma apenas prendeu e trouxe para a Itália os indivíduos envolvidos na trama. As cidades foram poupadas, embora tenham sido colocadas sob uma espécie de protectorado romano, com o objectivo de as impedir de constituírem uma potência militar capaz de incomodar o poder romano, nomeadamente através de alianças com os potentados do oriente helenista, os selêucidas em especial.

Neste intermédio pontificava, em Roma, Marco Pórcio Catão, um político com o instinto moralizador de Bush, que zelava pelos bons costumes e pela destruição do eixo do mal, na altura reduzido a uma Cartago já desmuniciada de ADM, mas ainda vigorosa na actividade comercial. Terminava os seus discursos no senado exclamando Delenda est Carthago que significava Cartago deve ser destruída. Muitos consideram que esta obsessão de Catão pela intervenção militar em África, se destinava a desviar as atenções dos romanos do Oriente, e da Grécia em particular, onde a corrupção dos costumes poderia vir a constituir um exemplo péssimo para a simplicidade, a frugalidade e a austeridade da vida romana. Da Roma profunda, como diriam agora ... ou da Roma rural, como alguns amantes das “contradições nos termos” usam também dizer, quando analisam resultados eleitorais.

Quando deflagrou a 3ª guerra púnica, os gregos julgaram ter uma oportunidade e reconstituíram a Liga Aqueia para promover a libertação da Grécia. Mas Roma já tinha poderio suficiente para combater em 2 frentes. As legiões romanas tomaram, saquearam e destruíram Corinto e venderam os seus habitantes (os que ficaram, porque a maioria tinha entretanto fugido) como escravos, em 146 (curiosamente o mesmo ano em que Cartago era destruída e o Estado cartaginês aniquilado definitivamente). A Grécia e a Macedónia foram reunidas numa única província com um governador romano. Apenas Atenas e Esparta ficaram com alguma autonomia.

Todavia, os gregos foram tratados com mais benignidade que a maioria dos outros povos conquistados. Sob o ponto de vista do direito público, as municipalidades gregas conservaram intacta a propriedade de bens e terras e, posteriormente, tiveram também o direito de administração e competência jurídica, não sofrendo nenhuma modificação as disposições, leis e costumes existentes, perdendo apenas o direito de fazerem política própria, de resolveram por si a paz ou a guerra e de se despedaçarem umas às outras em lutas internas. Atenas manteve inclusivamente o direito de cunhar moeda até à época da ditadura de Sila (cerca de 7 décadas depois).

Se não foi possível uma colaboração entre Roma e as cidades gregas livres, mas sempre descontentes, passou a haver uma colaboração a outro nível: a exportação de “cérebros” (muitos na condição de escravos) da Grécia para Roma. Os gregos que, como um povo livre, desdenharam colaborar com os romanos, foram, como escravos ou libertos, preceptores ou mestres de várias gerações de romanos em matérias como retórica, filosofia, teatro, literatura, etc.

Foi o tipo de colaboração que escolheram.

E Catão, que morreu octogenário no ano anterior ao da destruição de Cartago e Corinto, afinal teve razão: Graecia capta ferum victorem cepit (a Grécia capturada conquistou o bárbaro vencedor). Políbio, o historiador, um dos cérebros que naqueles anos emigrou para Roma, retratou esta ainda com costumes sóbrios, austeros, quase monásticos, o que muito o surpreendeu, vindo ele donde vinha. E Políbio considerou esse Roman way of life a base do poderio da república e da sua invencibilidade. No século que se seguiu, toda a sobriedade e austeridade romanas foram desaparecendo. A república desapareceu pouco depois, substituída por um império semi-republicano, que não solucionou a crise, e finalmente por um império despótico, uma imitação dos despotismos orientais que Roma havia liquidado facilmente 3 séculos antes.

Publicado por Joana em novembro 4, 2004 10:58 PM | TrackBack
Comentários

Espero que não tenhamos a mesma sorte desses gregos.

Afixado por: Rui Sá em novembro 5, 2004 12:16 AM

Desculpem o tamanho do texto que se segue, mas parece-me que devíamos conhecer esta posição de um americano de origem indiana (Rahul Mahajan):

"This is a huge defeat. Kerry's losing means nothing; Bush's winning means everything. Tariq Ali and others were right about that (to say that therefore the antiwar movement should mobilize for Kerry was a different statement and one that I still disagree with today). This is shattering. It will be interpreted, rightly, by the world and by many in this country as a ratification of Bush's imperialistic, dictatorial, dishonest, and unbelievably destructive policies.

Kerry's concession speech, in which he talked about "healing the wounds" and all of that garbage that losers, especially Democratic losers, always say, was a really stupid thing to do. If Bush "reaches across the aisle," it will be to strangle his opponents. Expect things to get a lot worse. I wrote a month and a half ago about Hindenburg not being exactly the greatest bulwark against Hitler, but electing Hitler? That's a little much to swallow.

All this talk about "did Bush get a mandate" is nonsense. Mandates are not given, they are taken. Bush has the power, therefore he gets to decide if he has a mandate.

This election unfortunately was not a referendum on the occupation or on the "war on terrorism." That would have required some significant, easily graspable divergence of views between the major candidates. The country is evenly split on the occupation of Iraq. This is not for moral reasons; the predominant sentiment against those who oppose the occupation is that "Iraq is not worth it." This makes a difference in terms of political opposition, rather than just opposition expressed in a poll. Still, the country is split.

This election was about the victory, not so much of imperial arrogance and neocolonialism or of crony-capitalist "free market" fundamentalism, but of stupidity. Tom Coburn was elected to the Senate in Oklahoma; while campaigning, at one point he said, "lesbianism is so rampant in some of the schools in southeast Oklahoma that they'll only let one girl go to the bathroom. Now think about it. Think about that issue. How is it that that's happened to us?"

Jim Bunning was re-elected to the Senate in Kentucky. He is senile. He said his opponent looked like one of Saddam's sons, admitted he hadn't read a newspaper in six weeks, and reneged on a promise to debate his opponent in a public forum, instead teleconferencing in from remote location where he could read from a teleprompter.

Voters who said honesty was their key consideration for a candidate voted for Bush over Kerry 2 to 1.

The crucial margin in this election came because of gay marriage and the fact that banning it was on the ballot in at least 11 states. This enhanced turnout among conservative evangelicals who weren't all that motivated by Bush, who has not really moved their agenda.

When the United States has launched an imperial crusade that imperils the world and is likely to suffer a defeat as stunning as that in the Vietnam War, these people mobilized to vote because letting homosexuals marry each other "threatens" their marriage.

The victory of stupidity.

This is a time to wallow in the defeat. Let's not shrug it off too quickly. Let's acknowledge what it means in a world that is in the process of being torn apart by a new crusade. When we move on to try to find hope, let's start with a rational core, not one built out of wishful thinking, fantasies about how the world works, and self-congratulation.

I'm naturally perverse. In times of hope, I look for sources of despair; now, I'm looking for signs of hope. Will report when I find them."

Afixado por: Albatroz em novembro 5, 2004 09:26 AM

A História repete-se?
A História repete-se!

Afixado por: Senaqueribe em novembro 5, 2004 11:36 AM

A Joana aproveitou bem o fim de semana prolongado...
A comparação entre romanos, gregos, americanos e europeus, não é «vera», mas é «bene trovata».
Quem nos dera que os Estados Unidos de Bush (ou sem ser de Bush) fossem o Império Romano anterior à decadência.
A Joana não considera um «pequeno» pormenor que faz toda a diferença na comparação que sugere. O Direito em que os romanos basearam toda a sua acção era igual em todo o território do Império. Em certa medida, acabou por constituir uma espécie de direito internacional, dada a extensão territorial e a diversidade de culturas que abrangia.
Ao contrário do que muita gente pensa (e ao contrário da cultura americana actual), os romanos não aniquilaram as culturas dos povos que submeteram. Se assim tivesse sido, seríamos hoje italianos, em vez de portugueses, herdeiros da cultura dos lusitanos e iberos.
Etc.
Mas é uma construção divertida, lá isso é.

Afixado por: (M)arca Amarela em novembro 5, 2004 01:37 PM

Admitindo que esta história esteja correcta, e a Joana tem sempre mostrado rigor no que escreve, ela dá muito que pensar.

Afixado por: Rui Sá em novembro 5, 2004 02:36 PM

Cada vez que a Joana vai ao online, eu venho aqui verter a minha imundície. Desculpem-me mas é mais forte que eu.

Afixado por: onliner raivoso em novembro 5, 2004 04:49 PM

Cada vez que a Joana vai ao online, eu venho aqui verter a minha imundície. Desculpem-me mas é mais forte que eu.

Afixado por: onliner raivoso em novembro 5, 2004 04:53 PM

Joana: você não pode botar textos no Expresso on-line. Anda por lá um tonto que sempre que vê lá o seu nome, vem ao seu blog deixar os insultos mais abjectos.

Não se percebe qual é a ideia dele. Fazer de alguém vítima só favorece esta.

Afixado por: Viegas em novembro 5, 2004 06:12 PM

Joana: você não pode botar textos no Expresso on-line. Anda por lá um tonto que sempre que vê lá o seu nome, vem ao seu blog deixar os insultos mais abjectos.

Não se percebe qual é a ideia dele. Fazer de alguém vítima só favorece esta.

Afixado por: Viegas em novembro 5, 2004 06:15 PM

Esta comparação histórica está muito bem esgalhada. E há muita verdade por trás disto tudo

Afixado por: bsotto em novembro 5, 2004 06:36 PM

Gostei muito deste seu post. Sou uma apaixonada por história e apreciei a forma como a brincar descreve factos com um grande rigor.

Afixado por: Diana em novembro 5, 2004 06:37 PM

Não foi trabalho de fds. Eu, e isto não é imodéstia, sei imenso de história. Para além disso tenho um grande acervo documental à minha disposição (moro ao lado dos meus pais) e sei onde as coisas estão.
Comecei ainda muito miúda, lendo História como quem lê romances. Quando entrei no secundário isso facilitou-me interpretar aqueles postais ilustrados e entediantes sobre cada sociedade em que o ensino da História se tornou. Como eu conhecia os factos, aquilo para mim não era incompreensível, como era para os meus colegas, que saíram da escola completamente ignorantes em História.
Era o terror das professoras! Uma vez, no 8º ano, houve uma que passou por tal humilhação numa aula, que me pôs na rua. Ela não reagia mal aos pedaços de papel mascados com saliva que os meus colegas lhe cuspiam quando ela estava de costas para a malta. Mas aparecer uma fedelha que era o símbolo da humilhação para o seu estatuto docente era demais.

Portanto, escrevi aquilo no dia. Apenas consultei a História da República do Mommen por causa de um ou outro pormenor e das datas, embora haja algumas que de tanto as ter visto, as sei de cor. Mas à cautela...

Quanto ao resto ... eu não pretendi fazer um tratado. Apenas um bosquejo comparativo.
Uma émula do Plutarco!

Afixado por: Joana em novembro 6, 2004 12:34 AM

Portanto o Filipe seria uma espécie de Hitler. Nunca gostei dos Filipes!

Afixado por: Adalberto em novembro 6, 2004 01:32 AM

O que me impressiona nos textos acerca da Antiguidade, é, nesta espécie de movimento comparativo com a contemporaneidade, a "aceleração do tempo". Entre um facto marcante e outro, na Antiguidade, passaram, de repente, três séculos, um século, dois séculos, sete décadas ... a História, hoje, parece andar à velocidade da luz, como uma vertigem ...

Afixado por: asdrubal em novembro 6, 2004 03:08 PM

Não é apenas a História, mas toda a evolução das espécies se tem acelerado

Afixado por: Hyde em novembro 6, 2004 06:15 PM

Na América estão em regressão!

Afixado por: Vitapis em novembro 6, 2004 06:17 PM

Excelente exercício de discreta política.

Mas Marca Amarela, outro peso pesado, ao deixar subentendido que os americanos "aniquilaram as culturas dos povos que submeteram" não dá, na minha modesta opinião o relevo de que essa sub-cultura é ansiosamente desejada pelo povinho.

Além de mais grande parte dela tem elevada qualidade.

Hoje CFA no Diário Digital prevê em 2008 a primeira presidenta dos states.
Quem dera, que as Joanas pudessem integrar este inculto governo.

Afixado por: Carlos Alberto em novembro 6, 2004 07:24 PM

Carlos Alberto

Dizer que uma cultura aniquila outra é, do ponto de vista histórico, a verificação de um facto e não a formulação de um juizo (aliás, a evitar) sobre a qualidade relativa das duas.
Veja o que aconteceu com os Maias e os espanhóis, por exemplo. E, no entanto, a cultura maia era de uma excelência indesmentível.
É ousado afirmar que qualquer povo deseja (muito menos «ansiosamente») que a sua cultura, factor estruturante da identidade, seja destruída por uma cultura alheia.
Os portugueses mostraram ao longo da História (salvo os inevitáveis acidentes de percurso), que é possível ocupar terras e submeter povos sem fazer tábua raza das culturas locais.
Pode haver quem diga, no caso das colónias africanas, que isso aconteceu por inépcia ou falta de dimensão económica, mas o que aconteceu com os mouros durante a chamada «reconquista» mostra que o respeito pela cultura dos outros é uma qualidade que não devemos enjeitar.
O que «o povinho» (e não posso estar mais de acordo em relação à designação) deseja ansiosamente é outra coisa: é ter acesso a um desenvolvimento tecnológico superior (que é apenas uma parte da cultura) e a gozar do mesmo nível de riqueza (coisa que tem muito pouco que ver com a cultura).
Sobre a realidade e as vantagens da interpenetração cultural, basta olhar à sua volta. E, se quiser fazer outro exercício e procurar o invisível, repare como o velhinho direito romano está presente na maior parte da nossa vida em sociedade.

Afixado por: (M)arca Amarela em novembro 7, 2004 11:30 AM

A civilização Maia já tinha desaparecido quando os espanhóis chegaram. O (MA)arca Amarela deve estar a referir-se aos Aztecas e aos Incas (ou melhor, aos quechuas, pois o Inca era o título do imperador)

Afixado por: Hector em novembro 7, 2004 12:28 PM

Romanos, Gregos, Americanos e Europeus, semelhanças que dão que pensar. Muito interessante este post.

Afixado por: Castro em novembro 7, 2004 01:00 PM

Sem desmerever o interesse desta hitória comparada, acho que nos devíamos concentrar de preferência nos problemas de hoje em dia.
Há comparaçãoes que às vezes ...

Afixado por: c seixas em novembro 7, 2004 03:44 PM

Hector em novembro 7, 2004 12:28 PM

Agradeço a atenção com que me lê, mas eu estou mesmo a referir-me à «cultura Maia» (a conversa é sobre culturas) e não à «civilização Maia».
Para mim não é líquido que a civilização Maia já estivesse completamente extinta no século XV, pois, ao contrário de uma ideia generalizada, a civilização maia não se baseava numa estrutura política centralizada e radiante, mas sim num numeroso conjunto de estados politicamente independentes que tinham uma cultura comum.
Isso é, no entanto, marginal à minha observação,
dado que me referi unicamente à cultura e ao que os espanhóis lhe fizeram.
Quando os espanhóis chegaram ao continente americano, encontraram uma cultura maia viva e forte (sustentada, designamente, em documentos), conforme descrição do bispo Diego de Landa, na sua «Relacion de las Cosas de Yucatan».
Os missionários católicos ilegalizaram a religião Maia e queimaram todos os seus livros religiosos, excepto quatro. Os índios que não foram mortos foram transformados em escravos.
A resistência dos maias manteve-se desde então, primeiro contra os espanhóis, depois contra o Estado mexicano. Ainda hoje há exemplos dessa resistência, como é o caso de Chiapas, onde vive mais de um milhão de maias. No resto do México e países vizinhos há cerca de cinco milhões mais de maias, com a sua cultura tradicional, de que faz parte uma rica literatura.
E é melhor ficar por aqui, pois não quero abusar da hospitalidade da Joana.

# : - ))

Afixado por: (M)arca Amarela em novembro 7, 2004 05:50 PM

Peço desculpa a Joana de aproveitar o seu blog, eu que não consigo construir, e aliás nem valeria a pena, o meu próprio.

Tanto quanto sei, e provavelmente pouco sei, a cultura ou civilização Maia e para mim pouca diferença faz uma da outra, era de uma barbaridade total, justificada pela sua peculiar visão de Deus, onde o assassinato era a moda corrente.

Mas, a despropósito, retenho o excelente naipe de putativos intelectuais, que ontem inauguraram aquele novo programa na SIC-Notícias de que não fixei o nome, e que não voltarei a perder tempo a ver, e quando num arremedo do Papa Marcelo anunciaram os livros que recomendavam foram quase unânimes em apontar livros em línguas bárbaras ainda não traduzidos aqui no quintal.

Tamanha bacoquice merecia que Joana com o dom que a sua escrita revela nos desse um retrato com a fina ironia que a caracteriza, assim espero.


Afixado por: Carlos Alberto em novembro 7, 2004 10:38 PM

Não sabia que a Joana era uma hit woman...

# : - ))

Afixado por: (M)arca Amarela em novembro 8, 2004 08:27 PM

eu achei muito legal seu texto é genial!!!!!!!!!!!

Afixado por: romario da silva em novembro 19, 2004 11:29 AM

gosto muito deste assuntu

Afixado por: jose em janeiro 8, 2005 05:34 PM

Eles regressaram!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Afixado por: ola em janeiro 8, 2005 05:36 PM

a joana e feia

Afixado por: ola em janeiro 8, 2005 05:37 PM

dbvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv

Afixado por: ola em janeiro 8, 2005 05:38 PM

tudo se vai repetir

Afixado por: ola em janeiro 8, 2005 05:39 PM

giifi

Afixado por: ola em janeiro 8, 2005 05:40 PM

a coisa esta preta

Afixado por: ola em janeiro 8, 2005 05:40 PM

feios

Afixado por: quim em janeiro 8, 2005 05:41 PM

quero fotos

Afixado por: david em janeiro 25, 2005 02:13 PM

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