Abu Mazen, ex-primeiro ministro da AP
Dirigente pragmático e pouco propenso aos excessos retóricos e belicistas caros à liderança palestiniana, Abu Mazen foi um dos pioneiros no estabelecimento de pontes de diálogo com Israel em meados da década de setenta, quando a OLP começou a perceber que a existência de um Estado próprio na Palestina só seria possível aceitando a convivência com Israel.
Abu Mazen coordenou nos bastidores todo o trabalho diplomático que levou à Conferência de Madrid de 30-10-1991 e que esteve na base dos acordos de Oslo, dos quais Abu Mazen é justamente considerado o verdadeiro arquitecto pelo lado palestiniano.
Quando, na sequência do 11 de Setembro e da luta anti-terrorista, os Estados Unidos começaram a apoiar os argumentos de Ariel Sharon de que a AP era responsável pelo terrorismo contra Israel, e a UE, embora condenando o belicismo de Sharon, concordou que sem profundas transformações na cúpula do poder palestiniano não poderia ser reatado o diálogo político e o processo de paz, o futuro de Arafat como chefe todo poderoso da AP tornou-se incerto.
Em 24-6-2002, George W. Bush condicionava o futuro Estado palestiniano ao afastamento de Arafat das estruturas de comando militar e político palestinianos. A UE, que não tem força para dizer que sim, nem o contrário ... embora afirmando que Arafat era um interlocutor imprescindível, foi receptiva à ideia de relegá-lo para uma presidência simbólica da AP e de concentrar o poder executivo real num primeiro ministro. Essa ideia foi também partilhada pelos países árabes moderados.
O Road Map, que entretanto foi apresentado, obrigava à criação de uma organização na Palestina que fosse um embrião de um Estado constitucional e democrático, separando as organizações políticas e as instituições autonómicas provisórias, criando um governo mais eficiente através da desconcentração e do equilíbrio de poderes.
A primeira fase do plano, elaborado e divulgado em 17-9-2002, incidia na superação da violência e na reestruturação das instituições da AP, baseadas num estado de direito e num sistema de democracia parlamentar, com a realização de eleições e a criação da figura do primeiro ministro; na segunda fase, no segundo semestre de 2003, haveria uma conferência internacional de paz para Próximo Oriente e a criação de um "Estado palestiniano independente com fronteiras provisórias e dotado de soberania"; Numa terceira fase, posterior, seriam definidos as questões em aberto, como as fronteiras definitivas, etc..
Abu Mazen (nome de guerra de Mahmoud Abbas) manteve-se em segundo plano durante este período. Todavia, teve, no início de 2003 um encontro secreto com Sharon onde se abordou a extensão do futuro Estado palestino provisório. Abu Mazen entendia que tal entidade não podia ser viável com menos de 65% da superfície de Cisjordânia, além de uma administração conjunta para Jerusalém oriental. Sharon sugeriu 53% do território cisjordano e afirmou que a questão de Jerusalém não era negociável.
Após diversas manobras dilatórias e ter conseguido desconvocar eleições legislativas, a pretexto das ocupações e ataques israelitas, Arafat não conseguiu resistir às pressões internas e externas e propôs ao Conselho Central da OLP a criação da figura de 1º Ministro e a indigitação, em 8-3-03, de Abu Mazen para ocupar o cargo.
Seguiu-se uma comédia de enganos, ou pior, uma tragédia, que retirou qualquer margem de manobra a Abu Mazen, atacado em 3 frentes: as intrigas e manobras de Arafat, que não aceitava perder peso nas decisões da AP; a impunidade com que continuaram a perpetrar atentados o Hamas, a Jihad Islâmica e as Brigadas dos Mártires de Al Aqsa; e a atitude do governo de Sharon, que não desistiu de retaliar face aos atentados e prosseguiu com a sua política de execuções extra-judiciais.
Farto da situação, em 6-09-2003, o primeiro ministro palestino Abu Mazen dirigiu-se ao Conselho Legislativo Palestino reunido em Ramallah. No fim do discurso anunciou aos deputados palestinos que tinha acabado de entregar a sua carta de demissão a Yasser Arafat. Foi uma reunião onde não foram admitidos os meios de comunicação, mas no dia seguinte o texto integral do seu discurso apareceu no Al-Ayam.
Este discurso teve pouca divulgação nos meios europeus. Inclusivamente foi passada a ideia de que Abu Mazen tinha considerado Israel o responsável pelo seu desaire. É óbvio que criticou Israel: edificação do muro, manutenção das barragens nas estradas e ruas, etc. Todavia as relações com Israel ocuparam apenas 2% do seu discurso, uma centena de palavras em 6.300. Tudo o resto foi consagrado à análise das relações de força no seio da direcção palestina.
Abu Mazen fez algumas revelações interessantes:
Contrariamente ao que aparece normalmente nos meios de comunicação, a Autoridade Palestina não se considera habilitada a negociar com Israel. A única parte habilitada a fazê-lo é a OLP. Aliás, foi enquanto Presidente da OLP que Arafat assinou os acordos de Oslo. Disse Abu Mazen: «As negociações não são assunto do governo, são assunto da OLP, que define a política, e do comité de negociações, que leva à prática essa política».
Este é um ponto de incompreensão entre israelitas e palestinos. Após os Acordos de Oslo, os Israelitas pensaram ter encontrado um parceiro para gerir os assuntos comuns. De forma alguma, disse Abu Mazen, os habitantes dos territórios, através dos seus representantes da Autoridade Palestina, não têm voto nesta matéria. A única entidade habilitada a tal é a OLP, que é uma coligação de movimentos sem qualquer legitimidade democrática, que pretende falar em nome de todos os palestinos, quer vivam nos territórios, quer em qualquer país do mundo. Assim sendo, o interesse que determina as escolhas dos negociadores não é o interesse dos habitantes dos territórios, mas o superior interesse da «libertação da Palestina».
Ora o actual representante legítimo da OLP em matéria de política estrangeira é Faruk Kaddumi, que se opôs em 1993 aos acordos de Oslo e que se mantém em Tunis, sede da OLP. É claro que em matéria de relações correntes, como com os países doadores, isso não coloca problemas práticos, porquanto sendo Arafat presidente da AP e da OLP, quando se fala com Arafat pode julgar-se que se está a falar com o Presidente da AP, quando afinal ele se porta como Presidente da OLP, ou vice-versa.
Porém em matéria de política estrangeira, desde que não se passe por Arafat, surge a questão: será o ministro dos negócios estrangeiros da AP ou Faruk Kaddumi o interlocutor? Ora esta questão não é inócua, visto a AP e a OLP em Tunis terem discursos políticos contraditórios.
A questão ganhou acuidade quando, sob pressão americana e israelita, Arafat decidiu abdicar de parte do seu poder para um governo dirigido por um 1º Ministro, como parte do «Road Map». Pensou-se que seria uma forma elegante de neutralizar Arafat. Arafat todavia fez tudo para sabotar este plano. E a primeira acção foi exactamente a manutenção de duas direcções de negócios estrangeiros nos territórios sob controlo da AP e em Tunis. Em consequência, disse Abu Mazen, «as nossas missões diplomáticas, os nossos embaixadores e as nossas embaixadas ... não podem fazer nada».
Ora se a legitimidade estiver em Tunis isso significa que o que está em vigor, em matéria de política internacional, é o programa integral da OLP anterior aos acordos de Oslo, cujo objectivo não era o de assegurar a independência dos territórios e a coexistência dos dois Estados, mas libertar a Palestina inteiramente e liquidar a existência de Israel. Se a legitimidade estiver no ministro da AP, isso significa uma porta aberta para um compromisso histórico fundado no reconhecimento da legitimidade do Estado de Israel enquanto Estado judeu.
No que respeita à gestão interna houve algumas revelações importantes. Abu Mazen referiu-se às deduções sobre os salários dos funcionários que se haviam elevado a 15% «... pessoalmente não sei para onde vão essas deduções, mas isso não é importante, o que é importante é que essas deduções prejudicam 150.000 empregados. Tínhamos meios de as suprimir, mas alguns protestaram dizendo que assim atingiríamos a Intifada. Pergunto-me o que terá a Intifada a ver com estas deduções».
Destas declarações deduzem-se duas coisas: aquelas deduções financiam a Intifada e se o 1º Ministro ignora o seu destino é porque se destinam a actividades que Arafat controla e que escapam à acção do governo. Como os salários dos empregados da AP são pagos por fundos da UE, então 15% dos fundos concedidos pela UE servem para financiar a Intifada.
Outra questão é a dos monopólios (petróleo, tabaco, etc.). «Porquê há estes monopólios e no interesse de quem?», perguntou Abu Mazen. E aproveitou para acentuar que a abolição do monopólio do petróleo, i.e., a transferência da responsabilidade da aquisição dos produtos petrolíferos da Comissão do Petróleo para o Ministério das Finanças trouxe uma poupança de 6 milhões de dólares por mês e acrescentou «isto significa que se roubavam 72 milhões de dólares por ano» sem especificar quem eram os ladrões.
Outra questão era a forma de pagamento às forças de segurança (numerosas e por vezes paralelas e concorrentes). O Ministério das Finanças queria que, a exemplo da generalidade dos empregados da AP, aqueles fossem pagos por transferência bancária. Ora isto pôs em cólera os chefes dos serviços, habituados a receberem de Arafat envelopes com dinheiro em notas que distribuíam segundo o seu arbítrio pelos seus homens. Era um meio de manterem o controlo absoluto sobre os seus homens e um meio de Arafat assegurar a sua fidelidade. Também era um meio de realocar parte do dinheiro a outros fins, pessoais ou militares.
O argumento apresentado era que as transferências bancárias poderiam denunciar a Israel os nomes dos agentes de segurança. Mas, para Abu Mazen, esta era uma falsa questão pois após os Acordos de Oslo e de acordo com o que ficou estipulado, haviam sido entregues a Israel as listas nominativas de todo o pessoal da OLP que entrasse nos territórios. Abu Mazen não conseguiu levar a dele avante, Apenas o pessoal sob a autoridade do Ministério do Interior, i.e., do governo, passou a ser pago desta maneira (Nota: em 1-4-2004 o actual Ministro das Finanças da AP conseguiu aquele desiderato. Falta saber se tem continuidade).
Abu Mazen disse que aqueles que «beneficiavam do sistema ... organizaram 2 manifestações contra o ministério das finanças», manifestações não pacíficas: «o ministério foi assaltado e os seus bens em Gaza roubados».
Abu Mazen explica como não era possível o governo funcionar: «cada dia recebia uma nova decisão de Arafat. As embaixadas não estão sob a nossa responsabilidade. Então para que serve o ministério dos negócios estrangeiros? Não sabemos. O trabalho dos governadores não está sob a nossa responsabilidade. Então para que serve o ministério do interior? O aeroporto não está sob a nossa responsabilidade. Então, quem é o responsável? É a OLP. O Conselho económico palestiniano para o desenvolvimento e reconstrução está sob a responsabilidade da OLP. A Comissão do serviço público está sob a responsabilidade da OLP».
A imagem que fica é a de um Estado-OLP que gere não apenas a política internacional, como a gestão corrente. E é como Presidente da OLP, uma organização sem qualquer legitimidade nem representatividade democrática, que Arafat detém as rédeas do poder.
Os meios de comunicação também não escapam ao totalitarismo de Arafat. Abu Mazen continua: «Quando me encontrei com Collin Powell, a televisão palestina obteve os direitos de transmissão da conferência de imprensa. Todas as agências de informação e todas as cadeias de televisão do mundo difundiram a nossa conferência de imprensa. O meu discurso no Conselho Legislativo foi transmitido pelo menos por 3 cadeias de televisão. Mas não foi pela nossa». Abu Mazen perguntou a razão ao seu ministro da informação. Este disse-lhe que havia recebido ordens de Arafat para «transmitir desenhos animados no momento do discurso».
Um elemento essencial do «Road Map» era a unificação dos serviços de segurança para combater o terrorismo e que esses serviços ficassem sob a autoridade do 1º ministro. Não foi conseguida nem uma coisa, nem outra. A unificação, que implicava a erradicação de organizações consideradas terroristas, foi evitada pelo próprio Abu Mazen, sob a alegação que tal poderia desencadear uma guerra civil. Quanto ao resto, três quartas partes das forças de segurança continuaram sob a autoridade de Arafat, que recusou «qualquer espécie de coordenação entre elas e o resto dos serviços».
Abu Mazen concluiu que em face de uma tensão sempre crescente, com Arafat a recusar cumprir os compromissos assumidos, «entreguei hoje ao irmão Abu Amar (Yasser Arafat) a carta de demissão do governo».
Nota 1
Por curiosidade diga-se que, apesar de ser considerado moderado, Abu Mazen fez algumas declarações, nos anos noventa, exprimindo a convicção que o nazismo não exterminou a milhões de judeus, mas apenas "algumas, poucas, centenas de milhares. Como Abu Mazen cursou na URSS, na Escola de Estudos Orientais da Universidade Estatal de Moscovo, tendo-se doutorado com uma tese sobre alegados contactos secretos entre o movimento sionista e a Alemanha nazi, é caso para perguntar qual o valor científico da escola em questão!!
Nota 2
Ahmad Qureia, o homem que sucedeu a Abu Mazen, embora considerado moderado, esteve envolvido na gestão corrupta da OLP, pois foi chefe do Comité Económico da OLP a partir da década de 80 e é um seguidor fiel de Arafat. Todavia o seu ministro das Finanças, Salaam Fayad, imposto pelos países doadores, tem tido alguns resultados apreciáveis no sentido de uma maior transparência financeira do funcionamento das estruturas da AP, conforme escrevi há dias, no artigo «Bush, Sharon e Arafat». Mas o poder de Arafat mantém-se inatingível.
"Israel Não Permite Uma Resistência Pacífica Aos Palestinianos"
Segunda-feira, 19 de Abril de 2004
Para Tanya Reinhart, a política de assassínios selectivos "acaba com qualquer réstia de esperança"
PÚBLICO - Como é que encara os ataques suicidas palestinianos?
Tanya Reinhart - O terrorismo não tem qualquer base moral e deve ser condenado! É claro que a sociedade israelita tem pago um terrível preço. Mas o que eu me pergunto, como israelita, é se nós temos deixado aos palestinianos qualquer outra opção? A Convenção de Genebra reconhece o direito de um povo ocupado a resistir e a lutar pela sua independência. Esta Convenção foi aprovada com base nas lições aprendidas na II Guerra Mundial. Destinou-se a determinar as regras de sobrevivência da raça humana em condições de guerra e de ocupação. Israel não tem respeitado nenhuma cláusula da Convenção de Genebra. Não deixa qualquer opção de uma resistência não violenta. Um exemplo: nos últimos meses tem havido uma resistência popular ao logo da linha de construção do muro de segurança, que tem vindo a anexar terras palestinianas; nestes protestos os aldeões simplesmente sentam-se nas suas terras, à frente dos "bulldozers" israelitas. O que pode ser mais não-violento? Mas o exército israelita responde com fogo real a estes "sit-in". Qualquer forma de resistência pacífica é oprimida. Desde o início da Intifada, Israel tem provocado os palestinianos a cometer actos de terror. A política de assassínios selectivos destina-se a tornar a vida impossível. Acaba com qualquer réstia de esperança.
P - Vê alguma alternativa a Sharon e a Arafat, alguém que possa emergir entre os israelitas e os palestinianos que possa mudar a situação?
R - São duas questões diferentes. Quanto aos palestinianos, eles não têm liberdade para escolher os seus líderes. De facto, o poder corrupto de Arafat só perdura porque tem sido do interesse de Israel. Há muitas forças na sociedade palestiniana que poderiam seguir uma via democrática. Não cabe a Israel a escolha desses líderes. O que Israel tem de fazer é retirar-se dos territórios e permitir que a sociedade palestiniana reconstrua as suas instituições democráticas.
Já em relação a Israel, a situação é diferente. Em princípio é uma democracia, mas é governada pelo exército. Quando os generais deixam o exército vão para o governo e, neste momento, há três generais no poder: Sharon, Mofaz e Yalon. E o exército determina a vida da sociedade. A oposição praticamente não existe. O Partido Trabalhista entrou em colapso. Os pequenos partidos que podiam servir de alternativa não muito pequenos. Não consigo prever qual será o resultado das próximas eleições.
P - Não parece optimista...
R - ... o que me dá optimismo é a nova geração em Israel. Os meus estudantes são pessoas dispostas a ir para os territórios manifestar-se contra a ocupação. A dificuldade reside no facto de não haver poder político. Mas ele há-de aparecer e progredir...
P - ... a longo prazo.
R - Sim. E esse é o motivo por que devemos acabar com este caminho para a destruição. O mundo deveria interferir mais. Impor um cessar-fogo. M.S.L.
Parabéns ao jornal Público e aos seus profissionais pelo excelente trabalho de ontem .
Entre o "Apartheid" e a Limpeza Étnica
Por MARGARIDA SANTOS LOPES
Segunda-feira, 19 de Abril de 2004
"Destruir a Palestina - A segunda metade da guerra de 1948" é uma das mais implacáveis críticas da política israelita nos territórios palestinianos ocupados. A autora do livro agora editado em Portugal, a judia Tanya Reinhart, é professora catedrática de Linguística e Estudos Culturais nas universidades de Utrecht e de Telavive. Ganhou proeminência graças à sua coluna bi-semanal publicada desde 1994 no diário hebraico de maior circulação e influência, "Yediot Ahronot".
Centrando-se nos acontecimentos dos últimos quatro anos, Reinhart deita por terra toda a mitologia oficial israelita da segunda Intifada, com uma análise detalhada e uma semântica clara.
Baseando-se sobretudo em informações dos "media" israelitas e em testemunhos, sejam de militares ou diplomatas, Reinhart mostra a sua convicção de que os líderes israelitas, do Labour ou do Likud, nunca tiveram interesse em pôr fim ao conflito com os árabes.
Os "generais políticos" Ehud Barak e Ariel Sharon, constata, são ambos defensores de controlar o máximo de território e seus recursos de água - de preferência sem as populações autóctones.
Desde a guerra de 1967, explica Reinhart, emergiram duas posições israelitas para lidar com a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Uma foi o plano do trabalhista Yigal Allon, que previa a anexação até 40 por cento daquelas áreas, ficando as restantes sob um sistema de autonomia. A segunda, promovida por maximalistas como Sharon, contemplava a "transferência" de palestinianos para fora dos territórios, designadamente para a Jordânia.
Oslo, observou Reinhart, representou de certa forma o triunfo do plano de Allon. Com a colaboração de um enfraquecido e facilmente manipulável Yasser Arafat, foi dado início à criação de uma entidade palestiniana subordinada a Israel.
No entanto, insiste a académica israelita, Barak e Sharon nunca desistiram da colonização e de continuar a guerra. Para isso, era imprescindível convencer os israelitas de que os palestinianos nunca aceitariam viver em paz. É aqui que entra em cena a famosa "oferta generosa" de Barak que o "terrorista" Arafat recusou.
Reinhart desmente que Barak alguma vez tenha proposto aos palestinianos "90 a 95 por cento" dos territórios, nas cimeiras de Camp David (EUA) ou de Taba (Egipto) em 2000/2001. Não existem mapas nem calendários. No mínimo, Israel teria devolvido "cerca de 60 por cento" dos 27 por cento que resta da antiga Palestina, confiscando espaço ou retendo "temporariamente" a autoridade sobre o que restava.
Arafat, ao aceitar o plano de Barak, teria de abdicar de uma soberania real, sem quaisquer concessões efectivas da parte de Israel em questões simbólicas como o estatuto de Jerusalém (ficaria simplesmente com uma capital chamada "Abu Dis") ou o "direito de retorno" dos refugiados palestinianos, reconhecido pela ONU.
Depois da eclosão da Intifada de Al-Aqsa, em Setembro de 2000, apesar da sua esmagadora força militar, Israel definiu sempre as suas acções militares como de "defesa necessária contra o terrorismo", diz Reinhart. Agora, adianta, são cada vez mais os que falam na "segunda metade de 1948", ou seja, em concluir a "limpeza étnica", que sempre foi o sonho dos discípulos do Grande Israel.
Este processo, adverte, já está em marcha, com a destruição das infra-estruturas dos territórios e com a aniquilação da Autoridade Palestiniana, cada vez mais incapaz de dar segurança ao seu povo.
"O regime de 'apartheid' na África do Sul nunca aplicou o tipo de repressão que Israel está a infligir aos palestinianos", frisa a professora. "Apesar de todos os horrores e atrocidades do 'apartheid', o governo [sul-africano] jamais enviou tanques para cidades de negros. Nunca utilizou veículos de ataque, bombardeiros ou mísseis contra cidades de negros ou bantustões."
"O regime de 'apartheid' cercava cidades de negros", acrescenta Reinhart. "Mas estes cercos eram levantados ao fim de algumas semanas. A África do Sul (...) também não aplicou uma política sistemática de empurrar a população negra para uma situação de fome. O que presenciamos nos territórios ocupados - as colónias penais de Israel - é o assassínio invisível e diário de doentes e feridos que estão privados dos cuidados médicos, dos fracos que não podem sobreviver nas novas condições de pobreza e dos que se abeiram da fome."
Não obstante o seu relato brutal, Reinhart ainda acredita que o curso dos acontecimentos pode ser mudado. A activista israelita depositava grande esperança no líder trabalhista Amram Mitzna, mas rivalidades internas afastaram-no da liderança. Agora, se ela tiver de escolher entre as duas únicas opções que a política israelita, na sua opinião, contempla - "apartheid" (o plano Alon-Oslo da geração de 1948) ou "limpeza étnica" (o projecto de Sharon) - ela escolhe a primeira.
"O 'apartheid', embora horrível, é preferível a uma limpeza étnica maciça, porque dá aos palestinianos uma hipótese de sobrevivência", conclui. "O 'apartheid' pode ser derrotado, com uma longa luta, tal como na África do Sul".
Título: Destruir a Palestina - A segunda metade da guerra de 1948
Autor: Tanya Reinhart
Tradução: Ana Saldanha
Editor: Caminho (Nosso Mundo)
Afixado por: zippiz em abril 20, 2004 10:34 PMParabéns ao Zipzip pelo texto de uma israelita inteligente que desmonta toda a propaganda barata de SSharon, a que a Joana aderiu !
Quanto ao Abu Mazen, não é correcto classificá-lo com "pacifista" ou apaziguador. Se fosse seria um traidor. Porque qundo a Pátria está ocupada, opor-se à luta armada de libertação é ser TRAIDOR E COLABORACIONISTA ! E merecer o pelotão de fuzilamento...
Desafio-a, Joana, a tentar criticar os argumentos de Tania Reinhart... Aposto que se vai calar. Mas ao menos faça-o para sempre !
Afixado por: euroliberal em abril 20, 2004 11:56 PMA propósito da Nota 1 de Joana...
Tem toda a razão. As universidades soviéticas eram um ninho de cucos... A Joana pode ombrear assim com o engº Cid, que se recusou a aceitar a ideia de que os soviéticos pudessem ter posto o Sputnik a voar sobre as nossas cabeças.
Acho também engraçada essa teoria de imputar às universidades os dislates dos ex-estudantes. Vai, certamente, fazer escola. Já agora, qual foi a universidade que ensinou o doutor Santana Lopes a apreciar os concertos de violino de Chopin? Querem ver que o homem tirou um curso de férias na Universidade de Moscovo!?
# : - ))
Uma das premissas dos radicais de esquerda é a de que os nossos regimes não são democráticos. Quer porque os eleitores votam onde eles não querem, quer por não conseguirem explicar como os eleitores votam assim.
Em Portugal temos diversos exemplos disso, desde o Boaventura, até mais recentemente o livro do Saramago, isto para não falar dos BEs ...
É o que sucede com Tanya Reinhart quando escreve: « Em princípio é uma democracia, mas é governada pelo exército. Quando os generais deixam o exército vão para o governo e, neste momento, há três generais no poder: Sharon, Mofaz e Yalon. E o exército determina a vida da sociedade. A oposição praticamente não existe. O Partido Trabalhista entrou em colapso.».
Eu, no meu artigo, expliquei as razões que levaram os israelitas a preferirem o belicista Sharon e a responsabilidade da política de Arafat e do terrorismo que, embora enviesadamente, incentivou. Tanya não as percebe sequer, ou finge não perceber
O que é interessante no discurso de Reinhart é ela estar, inclusivamente, contra os acordos de Oslo, o que a torna muito mais próxima do Hamas do que da AP que, com ou sem reservas mentais, aceitou os acordos de Oslo.
No que se refere à cimeira de Camp David, limitei-me a repetir o que vem na imprensa internacional e nunca foi desmentido. E se toda a direita israelita estava violentamente contra Ehud Barak, é porque não eram os 60% da Tanya, porque 60% é o que agora fica se o muro, implantado de acordo com fontes palestinas, for construído. Portanto, Tanya mente.
Reinhart é o exemplo de que existe democracia e tolerância em Israel. Nos territórios da AP, se alguém tivesse posições como ela (mas no sentido inverso), teria sido demitida e fuzilada sumariamente, que é o que as forças de segurança de Arafat costumam fazer
Eu nunca escrevi nada que indiciasse qualquer simpatia por Sharon. Limitei-ma aos factos e à interpretação que eles me mereceram.
Apenas me insurjo quando se diaboliza Sharon e se "esquece" Arafat, porque entre os dois, como escrevi há semanas, venha o diabo e escolha.
Simplesmente a intolerância e a falta de discernimento não existem apenas entre alguns líderes políticos do Médio Oriente.
Basta ler os escritos do alegado euroliberal: nem réstea de raciocínio ou reflexão; apenas um canhoneio de palavras pejorativas. Na sua retórica ele está abaixo do Hamas.
Afixado por: Joana em abril 21, 2004 09:32 AM(M)arca Amarela em abril 21, 2004 09:10 AM
Abu Mazen não foi um simples aluno. Doutorou-se lá com uma teses sobre aquela matéria!!
Em segundo lugar não me referi a todo o sistema de ensino soviético, mas àquela escola. Você é que, na continuidade dos velhos comunistas antes da implosão, aparece logo em defesa da sua dama, mesmo quando ela não era atacada.
Em terceiro lugar, e isto acontece também nos EUA, há (ou havia) universidades que conferem diversos graus a estudantes do terceiro mundo que, em alguns casos, basta preencherem formulários e enviá-los. Recebem depois carradas de diplomas. Não era pois um apanágia da URSS. Ainda acontece hoje em dia nos EUA.
E se um dia tiver tempo e pachorra conto-lhe as histórias dos mestrados e doutoramentos em Ciências de Educação feitos em Boston ...
Afixado por: Joana em abril 21, 2004 09:40 AMJá agora, Joana, e em complemento dos seus comentários, lembro que essa sujeita escreveu, durante a campanha eleitoral entre Barak e Sharon, que «Barak era uma versão de Sharon».
A pergunta é saber se Reinhart quer resolver o problema ou é, como o Hamas, adepta do«quanto pior melhor».
A jornalista que «descobriu» Reinhart há uns anos, em resposta ao JPP, dizia orgulhosa que era uma "jornalista de causas". Isto também diz da sua neutralidade de análise
Vocês andam a gastar latim com o euroliberal (islamototalitário). O crânio dele é um muro de betão!
Afixado por: David em abril 21, 2004 12:42 PMPorcos judeo-nazis continuam a torturar (durante 18 anos, 11 dos quais em isolamento total) cristãos, como Vanunu, só porque revelou um segredo de Polichinelo: que Israel tinha armas de destruição maciça !
Homem que revelou segredos nucleares israelitas ao "Sunday Times"
Mordechai Vanunu libertado depois de 18 anos de reclusão
AFP, PUBLICO.PT
Mordechai Vanunu, o homem que revelou ao mundo os segredos nucleares de Israel, foi hoje libertado da prisão de Shikma, Askhelon (sul de Israel), depois de 18 anos de reclusão.
No decorrer de uma conferência de imprensa improvisada à saída do cárcere, e apesar de várias tentativas dos agentes que o rodeavam para interromper as suas declarações, Vanunu afirmou-se "orgulhoso e contente" por ter revelado os segredos nucleares de Israel e disse que o Estado hebreu "não precisa de armamento nuclear".
Estas são as primeiras declarações públicas de Mordechai Vanunu, depois de ter sido raptado em Roma pela Mossad (serviços secretos israelitas) e levado num cargueiro para a prisão em Israel. Até à manchete do "Sunday Times" de 5 de Outubro de 1986, pouco ou nada se sabia do poderio nuclear israelita. Telavive deu sempre respostas evasivas afirmando que não foi o primeiro produzir ogivas nucleares na região.
À saída da prisão Vanunu, que aparentava boa forma física, acenou e dirigiu-se ao grupo de apoiantes que o esperava no exterior da prisão. Prendeu-se nas grades de um portão e fez sinais de vitória com um ar triunfante.
Odiado pela maioria dos israelitas que o consideram um traidor, mas olhado no estrangeiro como um mártir da causa anti-nuclear, Vanunu foi brindado com flores por uns e apupos por outros. "Morte ao espião, morte a Vanunu", proclamava um cartaz enquanto um israelita gritava: "tu não és judeu! Tu não tens o direito de estar aqui!".
Vanunu, actualmente com 50 anos, converteu-se ao cristianismo na Austrália e mudou o nome para John Crossman. Falando quase sempre em inglês no decorrer de uma atribulada conversa com os jornalistas que o esperavam no exterior, Vanunu apelou ao Governo israelita para abrir o reactor nuclear de Dimona aos inspectores internacionais. "A minha mensagem ao mundo é: abram a central nuclear de Dimona às inspecções".
No meio de uma chuva de perguntas dos jornalistas, Vanunu garantiu que "não tem mais segredos" e que agora quer retomar a sua vida. O antigo técnico de supervisão do Instituto 2 do complexo de Dimona pretende ir para os Estados Unidos, mas Israel não o deve deixar sair do país, pelo menos a curto prazo. O diário israelita "Haaretz" não lhe vão dar passaporte e o seu telefone e comunicações na Internet serão vigiados.
No meio de vários apelos dos agentes que o rodeavam para interromper a conferência, Vanunu denunciou as condições em que estava detido na prisão de Shikma classificando-as como "crueis e bárbaras". "Sofri porque sou cristão, só porque sou cristão", afirmou.
"A todos os que me chamam de traidor, digo-lhes que estou orgulhoso e contente por ter feito o que fiz".
Vanunu afirmou que quando sair da prisão quer ir à igreja de S. Jorge, situada na parte Este de Jerusalém, uma deslocação que significa uma violação das restrições impostas à sua liberdade de movimentos.
Texto exemplar de um verdadeiro conservador (old right) americano: Bush Outsources Mideast Policy, by Patrick J. Buchanan
Speaking of the Palestinians, they were dealt a lethal blow," exulted a jubilant Ariel Sharon, "It will bring their dreams to an end."
Sharon was bragging about his trip to Washington where he bullied Bush into selling out the Palestinians as thoroughly as Neville Chamberlain sold out the Czechs at Munich. "Sharon Got It All" blared a banner headline in Israel. Indeed, he did.
(...)
Gaza was captured from Egypt in 1967. Though almost all Israelis wish to be rid of it, 7,500 Jewish squatters have moved into the enclave that is home to 1.2 million Palestinians. Israelis now occupy 20 percent of Gaza, though they are but one-half of 1 percent of the population.
However, under the occupation, Hamas has flourished in Gaza and Israeli troops have been tied down there. About to be forced out of Gaza by Hamas, as Israel was forced out of Lebanon by Hezbollah, Sharon decided to get Bush to reward him for doing what he had to do.
Sharon's ultimatum: In return for giving up Gaza, Bush must give him title to more desirable Palestinian lands on the West Bank.
(...)
What did Bush give up? None of the Palestinians driven out of their homes by the Irgun massacre at Deir Yassin and during the 1948 war will ever be allowed to return. Palestinian rights in that 78 percent of Palestine that is already Israel, and in the sectors of the remaining 22 percent Sharon plans to annex, are forfeit forever. At Camp David, Ehud Barak offered Arafat a more generous peace than Bush, under Sharon's direction, is willing to give the Palestinians.
Second, major Israeli settlements on the occupied West Bank, planted by Sharon in violation of international law, which every U.S. president has called "obstacles to peace," are now deeded to Israel. Like Lord Balfour, Bush is surrendering title to Arab lands he does not own and surrendering Palestinian rights that are not his to give up.
As for the Sharon Wall that snakes in and out of the West Bank, incorporating Palestinian fields, olive groves, homes and villages, Bush no longer insists it be confined to Israeli territory.
What does the mini-Munich mean? The great Zionist land thief has gotten America's blessing to keep his stolen goods. George Bush has out-sourced his Mideast policy to Tel Aviv. The custodian of our reputation for decency and honor in an Arab world of 22 nations is now Sharon.
As for Palestinians who put their faith and trust in the United States, they have been exposed as fools. "
«Porcos judeo-nazis» é o raciocínio mais elaborado que o alegado »Euro(?)liberal(????)», mais apropriadamente (islamototalitário), consegue produzir
Afixado por: David em abril 21, 2004 02:44 PMPodemos discordar ou não desta história. O que não há dúvidas é que é escrita com fundamentação. Não conheço a matéria, mas parece-me que a autora deste blog tem algum rigor no que escreve, pelo que tenho lido. Terá as suas opiniões, algumas bastante controversas, mas documenta-as.
Mas pelo menos tem muito mais rigor que alguns dos comentaristas que são de uma completa pobreza franciscana
Afixado por: Lopes da Costa em abril 21, 2004 03:48 PMincómodo é um pacifista como eu ver um país (o nosso , claro)a cair aos bocados todos os dias e a Joana ou João que eu já não percebo nada.... a fazer de conta que não se passa nada e a atirar as atenções para entre os tigres e os eufrates suspendendo-os com a beleza dos seus jardins que como provado está, muito bem sabe urdir.
como ela bem sabe e nós também (até porque somos da mesma geração)isto está a ficar feio.
"...e a Joana ou João que eu já não percebo nada..."
Afixado por dionisius em abril 21, 2004 04:47
Nem tente perceber... Não interessa nem às palhinhas. A Internet é um mundo virtual, o que não quer dizer que seja virtuoso. A verdade é aqui uma ilusão reflectida por uma cadeia de espelhos. Deixe lá o sexo dos anjos, porque a Joana (ou João) é tudo menos um anjo.
# : - ))
Discutir o sexo dos anjos ou dos diabos. Porque os há.
Afixado por: desenrascado em abril 21, 2004 06:49 PMEsta gaja é o diabo. Não vale a pena discutir o sexo
Afixado por: Cisco Kid em abril 21, 2004 08:32 PMao fim de 4 , 5 comentários já a audiência percebeu qual o lado de Joana . Normalmente está do lado da "Evolução" , nem que isso queira dizer Sharon .
Afixado por: zippiz em abril 21, 2004 08:48 PMzippiz em abril 21, 2004 08:48 PM
Sharon é evolução?
Afinal você está muito mais próximo de Sharon que eu. Eu a dizer que o homem é belicista, é um falcão, ... eu sei lá o que já escrevi sobre ele ... até mudo de carro várias vezes ao dia, por causa dos mísseis ...
E você?!
... nem a fazer piadinhas tem graça ...
Vc está do lado da "inteligente" administração Bush , que apoia de todas as formas o carniceiro Sharon , a ocupação do Iraque e , e , e , e
(...) Normalmente está do lado da "Evolução" , nem que isso queira dizer Sharon (...)
esta foi a frase e não utilize a demagogia para deturpar o que escrevi.
A palavra Evolução vem no contexto do que se discute hoje sobre o 25Abril74 : Revolução versus Evolução. É natural , não há nenhum mal nisso, que Vc esteja com a coligação PPD/CDS , defendendo a "Evolução".
Não estou é a ver o Sharon a desfilar na av.Liberdade , comemorando a Revolução no próximo domingo ...
Não vejo qual a contradição entre evolução e revolução.
No domingo comemora-se a revolução do 25 de Abril que instaurou a democracia no nosso país e a evolução dos últimos 30 anos, que o 25 de Abril permitiu.
Qual é o problema? Não acha que isso é uma falsa questão posta por uma esquerda demasiada preocupada com forma, mas pouco com o conteúdo?
a contradição - não falando daqueles cravos manhosos - é o governo andar a gastar dinheiro dos contribuintes para fazer aquela vergonha de publicidade : "25 de Abril é Evolução "
esta é a frase , com erro o ortográfico já corrigido na maioria dos placards que estão espalhados pela cidade .
a frse é : 25 de Abril é Revolução
e não se trata de forma , trata-se de princípios .
Afixado por: zippiz em abril 21, 2004 11:34 PMNão conhecia a história deste ex-primeiro ministro palestiniano. A situação é muito pior do que pensava.
Acho que os nossos meios de comunicação branqueiam muito o Arafat. Não acha?
E não sei se ficou a conhecer. Sabe lá se é verdade. Isto é o que a Joana conta
Afixado por: Cisco Kid em abril 22, 2004 01:25 AMEla compõe bem o ramalhete, mas daí a ser verdade
Afixado por: Cisco Kid em abril 22, 2004 01:25 AMO cristão israelita Vanunu passou 12 anos (dos 18 de prisão) em isolamento total ! Eles, os judeo-nazis, são assim ! E agora não o deixam falar nem emigrar !
Continuam a torturar cristãos, estes assassinos de Cristo !
Ao menos a Africa do Sul apartheidesca (modelo de SSharon) deixou falar livremente Mandela depois de o libertar ! E não intervinha com tanques e helicópteros nos bantustões de negros...
Conclusão: Porco SSharon é mais nazi do que Botha ! Matem o Porco !
VANUNU A PRÉMIO NOBEL DA PAZ !
Afixado por: euroliberal em abril 22, 2004 10:32 AM545 crianças palestinianas abatidas pelos judeo-nazis desde Setembro de 2000 !
Palestinian children killed by Israel
By Khalid Amayreh in the West Bank
At least 545 Arab children have been killed since September 2000
One of the most disturbing aspects of the strife between Israel and the Palestinians has been the killing and maiming of children.
The Israeli occupation army and paramilitary Jewish settlers have killed 545 Palestinian children and minors since the outbreak of the al-Aqsa Intifada in September 2000.
Among these victims, 266 children were 14 or younger while the ages of the remaining 279 ranged from 15 to 18. Moreover, as many as 20,000 Palestinian children were injured, with nearly 1500 sustaining life-long disabilities.
The total number of Palestinians killed by Israel during the current Intifada is around 2700, the vast majority of them civilians.
On the other hand, the number of Israelis killed by Palestinians during the same period is around 840 soldiers, settlers and civilians, including about 100 Israeli children and minors.
Entre os perto de mil israelitas chacinados pelo terrorismo há também centenas de crianças.
Por falar disso. Nenhum desses miúdos andavam com TNT amarrado à cintura?
Pergunto isso porque agora os seus amigos terroristas usam miúdos como comandos suicidas.
É uma espécie de pedofilia apenas com uma sessão!
Afixado por: David em abril 22, 2004 12:01 PMA UE condenou a execução do chefe do Hamas com muito mais vigor que atentados suicidas que causam dezenas de mortos e centenas de estropiados.
Lembra-me Golda Meir disse, depois de um protesto da UE que:
Doravante preferimos as críticas dos europeus às suas condolências
No artigo reproduzido, in fine, aponta-se o número de crianças israelitas mortas no mesmo período: 100 (cinco vezes e meia menos do que 545...) ! Não gosta de kamikazes ? Então mande para a palestina uns F-16, Apaches e tanques ! Prometo que acabarão os ataques. Os suicidas é claro, porque os outros... O "terrorismo" é a arma dos pobres que não têm exército...mas que têm honra a defender !
Afixado por: euroliberal em abril 22, 2004 12:43 PMTanya Reinhart, uma israelita anti-sionista:
"Estou a descrever factos. Creio que pessoas com princípios morais também se sentiriam revoltadas, sobretudo os judeus. Porque os judeus foram perseguidos, não só durante o século XX mas ao longo de toda a História, deveriam mais do que ninguém ser sensíveis ao sofrimento que é infligido a outros pelo seu próprio povo. A nossa primeira responsabilidade, como judeus, é tomar consciência de que estamos a matar, a deixar morrer à fome, a expropriar terras de camponeses pobres. Estamos a fazer coisas às quais nos deveríamos opor, devido aos nossos princípios de justiça. Quando apelamos aos líderes mundiais para se oporem a estas políticas, não estamos apenas a querer salvar os palestinianos, mas a salvar os judeus, porque os nossos loucos governantes estão a pôr-nos em confronto com todo o mundo árabe. Nós somos seis milhões de judeus a provocar 200 milhões de árabes, e não podemos sobreviver assim"
Afixado por: euroliberal em abril 22, 2004 12:46 PM
"Além que não se deve confundir baixas causadas pela resistência ao ocupante (legítimas e legais) com as causadas pelo ocupante ao ocupado (crimes de guerra). Percebem ?"
Eu não percebo como atentados suicidas "dentro" de Israel sejam resistência ao ocupante.
Não percebo como tendo a AP obrigação, pelos acordos de Oslo e pelo Roteiro da Paz, de acabar com o terrorismo, apenas o incentiva.
Não percebo como reclamando-se você de euro e liberal não passa de um islamista fundamentalista.
O Euroliberal está cheio de razão. O Islão é a safa para um ocidente decadente e imperialista.
Serão os islamitas que nos irão libertar.
Euroliberal e Cisco:
Vocês existem mesmo?
É que eu acho demasiado anedóticos para serem verdadeiros.
Ou então estão a gozar com a malta
David (Humm, cheira a judeo-ssharonesco...)
1)A resistência ao ocupante autoriza também ataques de retaliação em território inimigo (tal como em Atocha). Não bombardearam os americanos Tóquio e Hiroxima em represália por Pearl Harbour ? Se os isralitas assassinaram desde 2000 mais de 3000 palestinianos civis, por que é que estes não poderiam matar 900 israelitas (metade civis) ? Para mais, exercem a legítima defesa, pois são eles os agredidos e ocupados...
2)Essa de acabar com o terrorismo não vale aqui, porque para a resistência a luta armada de libertação contra as SS Tsahal não é terrorismo. Os palestininanos cumprem Oslo ao atacarem os únicos terroristas existentes na Palestina: as SS Tsahal, os colonos ladrões de terras e os civis que votam neles.
3) Não são islamista nem fundamentalista. Sou cristão, liberal e europeu e por isso é que não gosto de ladrões de terras judeo-nazis, nem dos planos anti-europeus de domínio mundial dos bussho-ssharonescos. Elementar...
Afixado por: euroliberal em abril 22, 2004 04:48 PMIslamo-totalitário:
Você usa argumentos que nem o Hamas se atreve a tanto!
O Hamas é uma organização da resistência. Merece o nosso respeito. Só os fascistas a chamam terrorista
Afixado por: Cisco Kid em abril 23, 2004 12:31 AMDavid: totalitário é você, além de judeo-nazi. A democracia manda que se façam eleições e que se aceite a vontade do povo. Eu sou cristão, mas os iraquianos são maioritariamente muçulmanos e ferozmente anti-sionistas e anti-americanos, e se escolherem um governo islamista é a sua vontade e tem de ser respeitada por todos os democratas do planeta. Impedir, como fazem os cruzados cóbois, eleições porque sabem que os colaboracionistas teriam menos de 1% dos votos é que é totalitarismo, crime de guerra e terrorismo. Veja se estuda mais e diz menos bacoradas totalitárias...
Afixado por: euroliberal em abril 23, 2004 08:53 AMeuroliberal em abril 23, 2004 08:53 AM
Ainda não percebeu que a "ferocidade" da sua linguagem o coloca ao nível do Hamas, ou dos Mártires de Al-Aqsa?
Você não será o representante desses grupos na net portuguesa?
É que você, por muito que conteste, não tem nada de "euro", e muito menos de "liberal".
Credo, Joana, fiquei todo babado ! Você acha mesmo que estou ao nível do Hamas e das Brigadas Al Aqsa ? Nossa ! É que eu admiro tanto esses heróis e resistentes à escória judeo-nazi que fico mesmo sem geito...né ? Mas, acho que você exagera. Gentileza sua...
Afixado por: euroliberal em abril 23, 2004 12:35 PMAté que enfim que o islamototalitário se confessa: não passa de um terrorista!
Por enquanto terrorista verbal, mas lá chegará.
Arafat está encostado ao muro. Arafat expulsou do seu quartel-general 21 militantes das Brigadas Al-Aqsa que lá estavam refugiados, por causa dos Israelitas.
Afixado por: Viegas em abril 23, 2004 11:01 PMArafat está sem qualquer trunfo. O terrorismo já não é trunfo, além do que ele perdeu o controlo dos grupos.
As ameaças do Hamas e de outros já não são trunfos porque Israel sabe que com ou sem ameaças, eles só não fazem atentados se forem impedidos. Portanto não há qualquer margem de negociação.
A Europa já não tem voz na matéria, porque está desacreditada perante todos.
Portanto ...
Cerejo: como você é bastante limitado (quer dizer: buxo) vou-lhe explicar. O jogo no Médio Oriente está ganho pelos árabes e islâmicos, que trunfam quando quiserem. Quais os trunfos ? Bem, 200 milhões de árabes, e 1300 milhões de muçulamanos apostados em recuperarem Jerusalém, libertarem do cativeiro os palestinianos e aniquilarem de vez os cruzados judeo-nazis. Israel, caminha de vitória em vitória para o suicídio final. No fim haverá um Nuremberga em Jerusalém e milhares de nazis enforcados na Esplanada das mesquitas. Vou já reservar bilhete !
Afixado por: Euroliberal em abril 24, 2004 02:13 PMA esperança (e a fé) é sempre a última a morrer
Afixado por: Mocho em abril 24, 2004 05:12 PMAbu Mazen estava feito com os sionistas e o Arafat já está chéché. O futuro da Palestina está no Hamas.
Afixado por: Cisco Kid em abril 24, 2004 06:13 PMMais dezenas de Iraquianos mortos pela "resistência". Atacam um mercado unicamente para matar compatriotas indiscriminadamente.
Objectivo: criar instabilidade e dificultar o estabelecimento da democracia.
Cisco: seo futuro do mundo está nos terroristas, então o futuro estaria muito negro
Afixado por: Cerejo em abril 24, 2004 09:36 PMViva o 25 de Abril. 25 de Abril sempre!
Afixado por: Cisco Kid em abril 25, 2004 12:45 AMViva o 25 de Abril. 25 de Abril sempre!
Afixado por: Cisco Kid em abril 25, 2004 12:45 AMEste Cisco é um doente.
Afixado por: Fred em abril 25, 2004 02:08 AMUma coisa interessante é que os comentários passaram quase todos ao lado
Afixado por: Ricardo em abril 25, 2004 12:14 PMResistências
Ataque contra hospital faz dois mortos
Dois funcionários do hospital de Mossul foram, domingo, mortos e dez ficaram feridos num ataque com um foguete contra aquela unidade, indicou a polícia daquela cidade do norte do Iraque.
12:13
25 de Abril 04
O ataque ocorreu às 09:30 locais, provocando «a morte a dois auxiliares do laboratório» do hospital, precisou o comandante Salam Mohammed Amine, da polícia iraquiana. Dez outros funcionários do hospital ficaram feridos, acrescentou.
Até ao momento não existem mais informações sobre o
Eu já expliquei isto dezenas de vezes...
Mas quando vejo buxecos soltar pérolas sobre a Palestina, tenho de voltar a intervir.
Esquece os ssharonecos que as palavras têm vários níveis de interpretação, sobretudo quando falamos de períodos de 4000 anos de história. Quando falo de palestinianos neste contexto refiro-me aos habitantes (ao seu núcleo duro) de um território conhecido (entre outros nomes) por Palestina, e que coincide grosso modo com a Palestina do mandato britânico.
O que eu disse e redigo, é que esse núcleo populacional é essencialmente o MESMO desde há 4.000 anos. Se se fizesse um estudo genético dos palestinianos de hoje e dos de há 3000 e 2000 anos na Palestina, isso seria ainda mais facilmente comprovado. Logo, os palestinianos são etnica e geneticamente os descendentes directos dos antigos habitantes da Palestina, onde sempre viveram SEM INTERRUPÇÃO AO LONGO DE 4 MILÈNIOS !
Objecta os ssharonecos: não pode ser porque os palestinianos hoje são árabes e estes só apareceram há 1400 anos na Palestina. Pois, os grunhos confundem religião com etnia e desconhecem o fenómeno da aculturação.
Os palestinianos do tempo de Cristo não tinham cultura árabe nem falavam árabe. Falavam sobretudo aramaico, a língua mais divulgada em todo o Médio Oriente (até à Mesopotâmia) e tinham uma cultura semita-helenística. Religiosamente eram judeus. Até ao final do sec. I, com o "cisma" cristão triunfante, O MESMO POVO palestiniano cristianizou-se (tal como todo o Médio Oriente e Norte de Africa, de onde resultam as inúmeras igrejas cristãs subsistentes: maronitas, coptas, siríacos, caldeus, nestorianos, arménios, et.). Não sairam os judeus (que não são povo, mas uma religião) e entraram os cristãos. Não, o mesmo povo abandonou maioritariamente o judaísmo e converteu-se ao cristianismo.
Os que se mantiveram judeus emigraram na sua maioria após a destruição do Templo por Tito em 70DC para a bacia do Mediterrâneo e sobretudo para Espanha (Sefarad), onde deram origem a uma próspera comunidade. Apenas os descendentes desses judeus (sefarditas) têm origem semita e palestiniana !
Oa askenazhins (a maioria dos israelitas de hoje) têm origem no Império Kahzar (do Cáucaso, sec. VII a X), que se convertera ao judaísmo no séc. VII. Com as invasões mongóis, foram empurrados, com outros povos, para a Europa de leste e central (Rússia. Lituânia, Polonia, etc.) e falam yiidish (mistura de alemão, com línguas eslavas) e não ladino ou judeo-espanhol, como os sefarades. Os antepassados dos askenazhins não são pois semitas nem tem origem, mesmo longínqua, na Palestina !!! O mesmo se pode dizer de outras comunidades judaicas como os negros falachas da Etiópia ou os indianos Ben ami da costa indiana (de Bombaim a Cochim).
Logo, não há nem nunca houve uma etnia judaica, mas apenas uma comunidade religiosa judaica. Tal como não há, em sentido étnico, um povo cristão, há povos cristãos, a Cristandade. Nem povo muçulmano, mas Umma, a comunidade dos crentes.
Muitos israelitas têm como língua materna o russo, o alemão, o francês, o aimara, etc. Em Israel há um 1,5 milhão de russófonos com dezenas de jornais nessa língua. Os judeus louros e altos russos nada têm etnicamente a ver com os pequenos e tisnados sefarades e menos ainda a ver com os negros falachas. Só a religião os une.
Com a islamização do séc. VII de todo o Médio Oriente (e mais: do Turquestão chinês ao al-Andalus), passou-se o mesmo que com a cristianização: da Arábia (Meca e Medina) não vieram árabes colonizar meio mundo. Veio a religião ! Os palestinianos, como povo, continuaram a ser os mesmo (sem prejuízo das pequenas mestiçagens, que todos os povos admitem), mas agora são muçulmanos maioritariamente (uma minoria mantém a religião cristã, e por isso temos hoje muitos palestinianos cristãos em Belém, Galileia, etc). Com a religião, veio uma cultura, um direito, uma língua, árabe. E aí dá-se uma arabização da sociedade. Uma aculturação. Tal como tinha acontecido com a cultura grega e romana (helenização e romanização). Logo, hoje os palestinianos são árabes e falam árabe porque foram (além de islamizados) arabizados, o que não impede que continuem a ser essencialmente (do ponto de vista etnico e genetico) o mesmo povo !
Os ssharonecos pensam que quando num território a religião ou cultura dominante muda isso implica necessariamente a saída/expulsão de todo um povo e a sua substituição por outro ! São tolos !
Quer dizer, a cidade de Roma devia ter milhões de habitantes para colonizar o tal vasto império (deserto de habitantes) de Inglaterra ao mar Negro e ao Egipto ! Esses povos foram romanizados, não expulsos. Adoptaram a religião, o direito e a língua latina ! O mesmo aconteceu na Palestina !
Por isso, querer expulsar os palestinianos da terra em que vivem desde tempos imemoriais por já não terem a mesma religião de há 2.000 anos, em favor de uma minoria que ainda tem a religião maioritaria desse tempo, é uma aberração moral, histórica e política !
Afixado por: euroliberal em abril 29, 2004 05:16 PMEste gajo é mesmo islamita da facção fundamentalista. Só fala dos árabes, iraquianos, palestinianos.
Não será o representante da Al.Qaeda em Portugal? Está cã para nos moer o juízo?
Ao euroliberal:
Três raparigas afegãs foram hospitalizadas em situação crítica depois de terem sido envenenadas por supostos islamistas, que as queriam punir por irem à escola, noticiou ontem o diário britânico "The Guardian". O Presidente afegão, Hamid Karzai, disse que os responsáveis por este crime, na província oriental de Khost, eram menos que seres humanos. Para Karzai este ataque foi realizado por terroristas e "elementos estrangeiros". "Não chamarei afegão ou muçulmano a alguém que envenena uma criança de oito anos porque ela vai à escola", declarou. "Não são pessoas, são animais". O "Guardian" cita Vikram Parekhm, analista do International Crisis Group, que diz que tem havido uma série de ataques a escolas de raparigas no Afeganistão, sobretudo no Sul do país, mas sublinhou que esta foi a primeira vez que o alvo dos ataques foram as próprias crianças. Muitos afegãos mais conservadores não gostaram que Karzai tivesse acabado com a proibição, que existia no tempo dos taliban, da educação das raparigas, e muitas famílias continuam a não mandar as suas filhas para as escolas. Em Kandahar, antigo bastião dos taliban, uma escola de raparigas foi recentemente incendiada e ficou destruída.
Ao euroliberal:
Três raparigas afegãs foram hospitalizadas em situação crítica depois de terem sido envenenadas por supostos islamistas, que as queriam punir por irem à escola, noticiou ontem o diário britânico "The Guardian". O Presidente afegão, Hamid Karzai, disse que os responsáveis por este crime, na província oriental de Khost, eram menos que seres humanos. Para Karzai este ataque foi realizado por terroristas e "elementos estrangeiros". "Não chamarei afegão ou muçulmano a alguém que envenena uma criança de oito anos porque ela vai à escola", declarou. "Não são pessoas, são animais". O "Guardian" cita Vikram Parekhm, analista do International Crisis Group, que diz que tem havido uma série de ataques a escolas de raparigas no Afeganistão, sobretudo no Sul do país, mas sublinhou que esta foi a primeira vez que o alvo dos ataques foram as próprias crianças. Muitos afegãos mais conservadores não gostaram que Karzai tivesse acabado com a proibição, que existia no tempo dos taliban, da educação das raparigas, e muitas famílias continuam a não mandar as suas filhas para as escolas. Em Kandahar, antigo bastião dos taliban, uma escola de raparigas foi recentemente incendiada e ficou destruída.