Este fim de semana Durão Barroso e Marques Mendes fizeram um repto ao PS para um consenso nacional sobre a questão das finanças públicas, correspondendo ao apelo constante na mensagem que Jorge Sampaio enviou à Assembleia da República, na passada semana.
Este fim de semana o secretário-geral socialista, Ferro Rodrigues, reafirmou que o Governo não pode contar com o PS para o apoiar nas políticas financeiras, económicas e sociais em nome de "uma unidade nacional" porque tais políticas são erradas, sublinhando que o Governo não tinha entendido a mensagem de Jorge Sampaio.
Finalmente, o Governo e a oposição estão de acordo: cada um entendeu perfeitamente a mensagem do PR e cada um tem a firme e definitiva convicção que o outro não entendeu o pungente apelo do PR.
Aliás, no que se refere a mensagens e discursos do PR toda a classe política está absolutamente de acordo: cada político entende perfeitamente o que o PR diz ou escreve, regozija-se pelo apoio iniludível que a mensagem ou discurso constitui para as suas convicções políticas e felicita o PR pela importância dessas palavras para a continuidade da política em que está empenhado. E isto acontece, quaisquer que sejam as suas convicções políticas e quaisquer que sejam as políticas em que está empenhado.
Todo este dissenso consensual ocorre apenas na classe política. Na sociedade não política, nos restantes 99,99% dos portugueses, ninguém percebe nada do que o PR diz, não entende aonde ele quer chegar e olha-o como um bibelô sem utilidade prática, mas também sem nenhuma perigosidade, que pode estar à mão de uma qualquer inocente e indefesa criança, sem que daí lhe possa advir dano algum.
É o pressentir que o que o PR diz é insosso, incolor, inodoro e inócuo que o tem catapultado para níveis elevados nas sondagens. Desconfiados como são os portugueses, no que tange à classe política, a existência de algo inócuo é um bálsamo que tempera as preocupações da população sobre o que é que os políticos andarão a tramar.
Você tem um especial "carinho" pelo PR.
Note que eu também acho que ele só diz banalidades e que esta mensagem foi absolutamente inútil.
Afixado por: Hector em janeiro 19, 2004 08:45 PMIsto só demonstra que o PR tem um pensamento muito lato, e que todos estão de acordo com ele
Isto só demonstra que o PR tem um pensamento muito lato, e que todos estão de acordo com ele
Ó vde, o que o PR tem é muita lata. Lata e não lato
Tenho a impressão que o Sampaio está um pouco desacreditado. O pessoal, quando lhe perguntam a opinião, vota no Sampaio, porque é uma espécie de abstenção. O pessoal está traumatizado com os políticos e o Sampaio é o voto nulo.
Afixado por: Viegas em janeiro 19, 2004 10:13 PMFaz pena ver a dificuldade dos politicos portugueses se entenderem num assunto como esse.
Afixado por: Filipa Zeitzler em janeiro 19, 2004 10:29 PMO Sampaio é o Presidente de todos os portugueses. Logo terá que dizer coisas que todos estejam de acordo. Assim cada frase satisfaz um sector político e ficam todos sartisfeitos.
Afixado por: Rui Pereira em janeiro 19, 2004 10:43 PMEsta gaja agora deu em anarco-capitalista.
Afixado por: Cisco Kid em janeiro 20, 2004 12:30 AMEsta gaja agora deu em anarco-capitalista.
Afixado por: Cisco Kid em janeiro 20, 2004 12:30 AMA política portuguesa parece uma conversa de surdos. Ferro, com aquelas sondagens no bolso, resolveu falar de alto e contrariar a ideia de um consenso para as Finanças Públicas
É preocupante não haver qualquer tentativa de entendimento numa matéria tão difícil como esta, em que há tensão social e devia haver um pacto de regime
Afixado por: gustavo em janeiro 20, 2004 12:44 AM
Cara Joana,
Não seria mais fácil indicar como leitura obrigatória o "Alice no País das Maravilhas"?
E dizer que Sampaio é o Humpty Dumpty?
Para quê escrever o que já foi escrito?
Afixado por: re-tombola em janeiro 20, 2004 04:25 AM
A propósito de dissensão consensual, lembrei-me desta historieta...
"Certa vez um filósofo disse a um peixe:
- O propósito da vida é raciocinar e tornar-se sábio.
O peixe respondeu:
- Não, o propósito da vida é nadar e apanhar mosca.
O filósofo murmurou para si mesmo:
- Pobre peixe...
E lá do fundo do rio veio um sussurro:
- Pobre filósofo..."
Afixado por: re-tombola em janeiro 20, 2004 04:39 AMre-tombola: O PR é o meu Bey de Tunis. Quando não sei o que escrever, arreio nele. É fácil e está à mão.
Afixado por: Joana em janeiro 20, 2004 09:06 AMNão concordo com a Joana. Ao Sampaio apetece dar abanões, não arriar.
É no que dá a crescente influência dos 'lelinhos' do futebol na vida política...
Aliás, quem influencia a vida política, para além dos jornalistas de escândalos e de algumas organizações ligadas à igreja e à maçonaria são os 'lelinhos...
Um abraço,
Francisco Nunes
Já o meu Bey de Túnis é o Paulo Portas. Mas não posso zurzi-lo à medida do meu contentamento, porque entre mim e ele aparece o nosso Paulo Pedroso, como um «djinni» saído da lâmpada de Aladino, com turbante, brincos de ouro, os braços enormes cruzados sobre o peito, cimitarra à cintura - e diz-me com voz cava: «Não zurzirás!»
Caro Zé Luiz:
E isso tem-no impedido, a si, de zurzir no Portas?
Repare que desde que se deixaram de zurzir no Portas e acabou a campanha de maledicência contra ele, a popularidade dele baixou.
Veja como eu tinha razão.
Cara Joana:
Não se trata de um impedimento, trata-se de uma inibição. Quando o corpo me pede que zurza no Paulo Portas, fico com a impressão de estar a zurzir também no nosso Paulo Pedroso, e isso eu não quero fazer.
Se calhar também eu estou a ficar sentimental.
Afixado por: Zé Luiz em janeiro 21, 2004 10:46 PMIsto de andar pela net de madrugada torna-nos melancólicos!
Afixado por: Joana em janeiro 21, 2004 11:36 PM