outubro 01, 2003

Clara Pinto Correia plagia «The New Yorker» 1

Clara, Eça e o bei de Tunes

Riamos, minha cara Clara, riamos aqui a este canto, abraçadas uma à outra! Como se vê, estes honrados comentadores ignoram as amarguras, as necessidades do jornalismo ... a quererem que não plagiasses! Ingénuos! Se não plagiasses, não podias fazer os artigos: e tinhas forçosamente que os fazeres!

Eu conheço essa situação, Clara: é medonha. Na véspera dizes ao Director da Visão, com a voz a tremer:
Palavra de honra. Amanhã tens lá o artigo, first thing in the morning (a Clara está muito anglo-saxónica...). Juro-te pela salvação do meu ego!
E lá chega a hora de entregar. E as folhas ali estão, lívidas, vazias: é necessário enchê-las com coisas extraídas do nosso interior.
É trágico. A parte da carcassa humana a que primeiro se recorre é ao cérebro, depósito de ideias, adjectivos e teorias; sacode-se o crânio – nada sai do crânio.
Maldição! Recorre-se então ao peito, asilo dos afectos e sentimentos generosos. Arranha-se convulsivamente o peito – o peito fica mudo como o crânio.
Inferno! E então os crentes rezam à Virgem e os ateus invocam a morte, a doce aniquilação da matéria. Sabes o que fez o Eça numa destas agonias? Agarrou ferozmente na pena e deu uma tunda desesperada no bei de Tunes!

Clara, nós vivemos uma época mais fácil. A ti bastou-te ir à Net . A golpes de google, “The New Yorker”, altavista translations, e outras ferramentas de tecnologia avançada, lá conseguiste sobreviver à hora fatal da prometida entrega do artigo

06-Fevereiro-2003

Publicado por Joana em outubro 1, 2003 08:41 PM | TrackBack
Comentários

Muito queirosiano, de facto

Afixado por: Adalberto em novembro 6, 2003 12:24 AM

Andas mas é a plagiar o Eça!

Afixado por: Cisco Kid em novembro 20, 2003 07:14 PM

Depois falas da Clara.

Afixado por: Cisco Kid em novembro 20, 2003 07:15 PM
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