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setembro 19, 2005

A Portugalização da Alemanha

O inesperado aconteceu. Em vez de sermos nós a aprender com a Alemanha, sucedeu serem os disciplinados germânicos a aprender connosco. A nossa capacidade de aculturação dos alienígenas é notável. Em primeiro lugar, nas eleições alemães, ganharam todos. Cinco partidos clamam vitória. A CDU/CSU clama vitória, porque teve mais votos e mais lugares no Bundestag (embora a Forsa, uma empresa de sondagens, tivesse, há instantes, previsto o mesmo número de lugares, 222, para a CDU e para o SPD). O SPD clama vitória, apesar de ter perdido 4,5% dos votos e cerca de 30 lugares, porque após o descalabro dos últimos meses, conseguiu recuperar cerca de 10% dos votos que as sondagens lhe atribuíam. O FDP (liberais) clama vitória pois terá cerca de 10% (mais cerca de 3% do que obtivera em 2002), muito acima do que previam as recentes sondagens, tornando-se no 3º partido alemão. O Linkspartei/PDS subiu 4% na votação (agora terá 8,7%), mas como passou a fasquia fatídica dos 5%, terá cerca de 50 assentos, contra os 2 que detinha. Os Verdes clamam vitória, porque desceram menos do que se previa (cerca de 8%, contra 8,6%). Ganharam todos. Aparentemente, apenas a Alemanha perdeu.

Na verdade, CDU, SPD, FDP, Grüne e L/PSD tornaram-se peças de legos que são manejadas por analistas políticos para tentarem construir conjuntos viáveis. A grande coligação (CDU e SPD) é rejeitada. Aliás parte da subida do FDP é atribuída ao deslocamento de votos da CDU para FDP para impedir essa coligação. CDU-FDP ou SPD-Grüne não têm a maioria. A coligação “semáforo” (SPD vermelho, Verdes e FDP amarelo) parece fora de questão, pelo menos de momento, pelas declarações do líder do FDP. A coligação SPD, Grüne e L/PSD seria o dobre a finados da economia alemã. Se as empresas alemãs estão contra a actual coligação e têm ameaçado com deslocalizações, a entrada do L/PSD seria um desastre económico. Ou seja, no futuro próximo, a Alemanha está ingovernável. As ligeiras melhorias que a economia tinha tido nos últimos meses, fruto das expectativas que os empresários tinham sobre os resultados destas eleições, vão regredir quase de certeza.

O segundo passo da portugalização da Alemanha, foi que os alemães votaram no medo da mudança. A política de Schröder tinha levado a Alemanha à estagnação e o desemprego ao número fatídico de 5 milhões. Schröder estava pelas ruas da amargura. Todavia Schröder pode não ser um político fiável do ponto de vista da verticalidade política, mas é um político astuto. Quando conduziu a Alemanha para novas eleições numa situação de completa desvantagem, apostou no medo da mudança e sabia que colheria fartos dividendos dessa aposta. Toda a sua campanha foi instilar o medo das reformas que a CDU e o FDP previam fazer para dinamizar a economia e do seu efeito no Estado providência. E conseguiu. A vitória de Schröder sobre as sondagens de há dois meses, foi a vitória da manutenção do statu quo. Foi a vitória do medo.

Por enquanto o statu quo ainda não é suficientemente mau, para os alemães votarem na mudança. Mutatis mutandis, é o que acontece em Portugal. Resta à Alemanha, como a Portugal, como à Itália, etc., que o statu quo seja mesmo calamitoso, para a opção da mudança se torne inevitável.

Publicado por Joana às setembro 19, 2005 12:10 AM

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Comentários

Ora eu bem dizia que os resultados eram engraçados! Depois de tanta coisa termos sido pioneiros na abolição da pena de morte, inventado a via verde, só para falar de duas, amndamos a fazer a Revolução.

Todos ganharam e todos merecem prémios dizia o Dodo no final da corrida que ninguém sabia se já tinha acontecido, no Alice in Wonderland.

(help caro (M)! Os cabr*es dos ingleses dizem que fomos nós que exterminámos o Dodo nas ilhas Maurícias, mas eu acho muito mais provável que tenham sido eles, ou os holandeses, embora o argumento das saudades da canja seja temível, mas o desporto de mara à paulada não era nosso)

Joana por falar em lógica não pode extrair a conclusão "Aparentemente, apenas a Alemanha perdeu." das premissas que invocou.

É o que se chama conclusão preconceituosa.

Eu cá estou contente, gosto de caldeiradas.

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 12:37 AM

onde está mara leia-se matar

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 12:38 AM

"O inesperado aconteceu"

O inesperado para a Joana, entenda-se. Mas mais do que inesperado o resultado deve ser para a Joana indesejável. Mas compreende-se. Os alemães são incultos, ignorantes, pouco inteligentes, pelo que a sua opção maioritária pela esquerda era inevitável. Imagine-se que são tão estúpidos que mais de um quarto dos alemães da antiga DDR votaram nos herdeiros dos comunistas. Brada aos céus que um povo possa ser tão burro que não veja as vantagens do neo-liberalismo e da globalização. Tendo tido a oportunidade de optar por partidos que se empenham em levá-los para o nivel salarial e horário de trabalho dos chineses, foram estupidamente votar nos que a tal se opõem. Basta ver a taxa de crescimento económico da China para se ver que a solução do problema económico alemão é a de copiar o modelo chinês e o sistema de relações laborais da China. Mas os idiotas não quiseram! Agora já nada os salvará...

Publicado por: Albatroz às setembro 19, 2005 12:41 AM

Olhe que a Via Verde resultou da adaptação do sistema desenhado pela Micro Design para controlar a quantidade de veículos que entravam em Oslo.
Isto não retira mérito ao que hoje a Brisa faz.

cf. As máquinas mais perfeitas Suplemento de 25 Anos Inesquecíveis do Expresso.

Publicado por: carlos alberto às setembro 19, 2005 12:58 AM

Obrigado pela informação, não sabia desse antecedente.

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 01:02 AM

Conclusão: Biba Portugal, carago!

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 01:09 AM

E ainda há o problema do Português...

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 01:10 AM

Ou melhor: dos biliões de dólares que deviam ser restituídos...

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 01:11 AM

Thievery Corporation: The Mirror Conspiracy

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 01:12 AM


É como eu digo: é necessário que o Estado-Providência entre em colapso e bancarrota para que a maioria da população decida mudar de rumo.

Até lá, as pessoas vão-se agarrando sucessivamente a todas as bóias de salvação que vêem, indecisas e estupefactas, por não entenderem que as bóias estão agarradas a um barco que vai ao fundo, em breve.

E a Inglaterra de Blair lá continuará a flutuar... Sempre o fez.

O que vale é que o tal colapso do Estado-Providência está cada vez mais perto. A mudança (forçada) que tal provocará também.

Talvez só na Noruega tenham mais tempo e alguma razão para insistir na mesma esquerda: afinal têm petróleo. E não estão na UE. É outro barco !... Um barco verdadeiramente autónomo. Podem afundar lentamente.

Publicado por: J P Castro às setembro 19, 2005 01:19 AM

O que foi inesperado, pelo que percebi, foi "a portugalização da Alemanha". A Joana já tinha escrito anteriormente que estas eleições eram imprevisíveis.
Por isso essa cegarrega permanente é um pouco despropositada

Publicado por: Valadares às setembro 19, 2005 01:22 AM

Mas portanto fazendo uma pequena digressão semiótica sobre o modus operandi da Joana: a Joana diaboliza o Estado. Está conforme um espírito libertário, o Estado é predominantemente institucional, logo uma maquinaria pesada que contraria a liberdade dos cidadãos. E isso foi verdade em relação a todos os sistemas totalitários.

Num certo sentido. Porque noutro como os graus de liberdade fornecidos por sistemas educativos, de saúde e desporto (como se via nos jogos olímpicos) também contam nas liberdades. No entanto a liberdade intelectual estava fortemente constrangida por aquela estrutura piramidal geriátrica e aquilo veio por ali tudo abaixo.

Agora os tempos são outros e vive-se a Revolução Digital.

Quanto a ser de direita, é porque está sempre a cascar nos mais pequenos e louva os tubarões, como modelo de sucesso. Ou pelo menos cala-se.

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 02:00 AM

Depois há aqui um problema profundo, que é a razão principal porque eu nunca poderei confiar no doutorado em York, que é uma geração que foi fazer doutoramentos à GB ou aos EUA e ficaram devedores dos seus PhD, mesmo que não conscientemente...

Ainda bem que fiz o meu em português.

Pois. A GB é especialista de cobrar de nós o lugar da mãe, desde Filipa de Lencastre... E Portugal é macho. E a mamã tem ciúmes da libertinagem do filhote e gosta de cobrar. Pois.

O filho do Beckham vai dizer papá, cheira-me.

A Victoria fez botox e está um pavor!

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 02:08 AM

The Portuguese diamond: a fatal blue stone

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 02:19 AM

Tudo isto para não dizer que a Merkel Perdeu 3,2 por cento dos votos

Quando as sondagens, ai as sondagens .... que lhe chegaram a dar 20 pontos de avanço, chega á meta com um avanço de 0.8.

E então a esquerda mais radical entra em força no parlamento alemão com 8.7 .

Ai neo-conservadores portugueses e os comentadores de direita estão cá com um melão....

Publicado por: corvo às setembro 19, 2005 02:36 AM

Tudo isto para não dizer que a Merkel Perdeu 3,2 por cento dos votos

Quando as sondagens, ai as sondagens .... que lhe chegaram a dar 20 pontos de avanço, chega á meta com um avanço de 0.8.

E então a esquerda mais radical entra em força no parlamento alemão com 8.7 .

Ai neo-conservadores portugueses e os comentadores de direita estão cá com um melão....

Publicado por: corvo às setembro 19, 2005 02:38 AM

Hum, estive ali a phroneticar: será que Portugal é macho porque é um Estado (bate certo com ter as fronteiras mais antigas da Europa) enquanto que as outras são fêmeas porque são antes nações? Curioso.

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 03:03 AM

E portanto a struggle for existence vai levar um baile com a biophilia.

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 03:37 AM

Meu caro Pyrenaica, você já devia saber quão aldrabões são os ingleses quando se trata da História. Além disso, o que é que se pode esperar de uma nação onde os piratas (Francis Drake) são heróis e onde os reis podem fazer toda a espécie de piratarias que ninguém os chateia (você sabe que o rei/rainha de Inglaterra tem o direito de conduzir um carro, mesmo sem ter carta de condução?).

É um facto indesmentível que os portugueses não são responsáveis pela extinção do dodo. Nós deixámos aquelas paragens muito antes de os Felipes terem tomado conta da nossa armada para a afundarem ao largo da Inglaterra.
Entretanto, ingleses e holandeses, rapinantes do império português, deitaram a mão a tudo o que puderam, incluindo à ilha a que, depois, chamaram Maurício.
O primeiro português a chegar à ilha, a que os árabes chamavam Dinarobim, foi Afonso de Albuquerque. Baptizou-a como Ilha do Cisne, provavelmente em atenção ao dodo, animal que não conheciam e que, segundo alguns estudos modernos, seria muito menos pesado e artolas do que aquele que a lenda imortalizou. É claro que paparam alguns, já que, na altura, o serviço de cattering das caravelas deixava muito a desejar.

Como a ilha não tinha qualquer valor estratégico, as esquadras portuguesas não tentaram colonizá-la e acabaram mesmo por deixar de fazer escala ali na segunda metade do século XVI.
Quem ali assentou arraiais, em 1598, foram os holandeses. Rebaptizaram a ilha com o nome de Maurício, em honra do príncipe Maurício de Nassau.
Depois dedicaram-se à pilhagem das florestas de ébano e ao extermínio do dodo.
Na história ainda entraram franceses e ingleses, mas não vamos abusar da tolerância da Joana.

A propósito, o último dodo morreu por volta de 1740, a bordo de um navio francês que navegava da ilha de Reunião para França.

Espero que estas informações não o levem a tratar como um dodo o próximo inglês que lhe aparecer...

# : - ))

Publicado por: (M) às setembro 19, 2005 04:40 AM

O pior será a instabilidade alemã e o que isso causará à economia alemã e europeia.

Publicado por: Valente às setembro 19, 2005 09:01 AM

eheheheh
O índice Dax da bolsa de Franckfurt abriu hoje em queda de 1,17 por cento, para os 4.928,14 pontos, contra os 4.986,50 de fecho, na sexta-feira, ressentindo-se devido à incerteza política.

Publicado por: Surpreso às setembro 19, 2005 09:06 AM

J P Castro às setembro 19, 2005 01:19 AM

"é necessário que o Estado-Providência entre em colapso e bancarrota para que a maioria da população decida mudar de rumo"

É preciso nunca ter tido carências económicas ou sociais para escrever esta barbaridade.

Publicado por: Albatroz às setembro 19, 2005 09:06 AM

Convido os defensores do proteccionismo e da criação de blocos económicos à escala continental, a ler o 2ª capítulo (página 9) deste texto "Política de Concorrência e Política Industrial" de António Nogueira Leite em http://www.gee.min-economia.pt/resources/docs/publicacao/DT/dt01.pdf

É isto que querem? A protecção dos interesses instalados?

Publicado por: diogenes às setembro 19, 2005 09:09 AM

A Joana acertou na mouche e até o insuspeito Público se rende ás suas afirmações.
Vejam:

""Merkel foi ontem à noite a mais vencida das vencedoras. A CDU regista um dos seus piores resultados de sempre desde a fundação da RFA (em 1998, com Kohl e 16 anos de governo consecutivos, obteve 35,1). Arrisca-se a perder a sua única oportunidade de vir a ser chanceler quando todas as condições lhe eram aparentemente favoráveis: o crescimento da economia é o mais baixo da UE, o desemprego o mais alto de sempre desde a fundação da RFA, só comparável aos anos 30, o defice público vai furar o tecto de 3 por cento do PEC pelo quarto ano consecutivo, os alemães estão mergulhados numa profunda introspecção sobre o seu futuro. Ou era agora ou, provavelmente, não será nunca.""

Agora substitua Merkel por Germany e leia novamente.
Quem é que quer mudanças quando essas mudanças o afectam a si em primeirissímo lugar.

Publicado por: carlos alberto às setembro 19, 2005 09:28 AM

Resta dizer que a subida dos Links foi à custa da descida do SPD, por causa da saída o O. Fontaine.
No fundo as diferenças entre esquerda e direita mantiveram-se. Houve dentro de cada umas ligeiras transferêncais de votos.

Publicado por: Benamor às setembro 19, 2005 09:59 AM

E a análise do Semiramis é bastante conseguida, embora sumária. Mas diz o essencial

Publicado por: Benamor às setembro 19, 2005 10:01 AM

o sonho da Gioconda
Madame Merkel sonhou ser uma nova Margareth Tatcher alemã,,,e conseguir levar avante a alternativa neoliberal, denominada na Alemanha Agenda 2010,,,
cujas reformas Shroeder nunca conseguiu concretizar contra as lutas sociais que o plano desencadeou.
Uma coligação do grande Centro Merkel-Shroeder vai consegui-lo.
O financiamento para a coisa, obriga porém a sentar Bush no Bundestag e a habilidade estará em fazê-lo sem que ninguem dê por isso,,,pois é!, ao contrário de Portugal, a pulverização dos partidos politicos na Alemanha só estorva.
E por cá?, Iremos continuar todos a votar nos dois que já nos andam a enganar desde há 30 anos?

Publicado por: xatoo às setembro 19, 2005 10:03 AM

Publicado por: carlos alberto às setembro 19, 2005 09:28 AM
um gajo ouve cada uma!
"e até o insuspeito Público", eheheheh ehe
o jornal da Sonae e do inefável Fernandes é insuspeito?

Publicado por: xatoo às setembro 19, 2005 10:07 AM

O que é mau nestes resultados é que a dificuldade em formar governo levará a um longo período de instabilidade na Europa e na sua economia.

Creio que não será tão difícil assim, se houver espírito de diálogo, formar um governo CDU- FDP- Verdes. Os Verdes, sobretudo sob Joschka Fischer, não são um partido necessariamente de esquerda.

É positiva, nos resultados, a quebra da bipolarização. Os partidos "pequenos" tiveram todos scores razoáveis e terão boa representação parlamentar. O "centrão" sai derrotado. Isso é bom, pois conduz a maior democraticidade, maior representatividade.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 10:09 AM

A Joana está, evidentemente, muito pesarosa como o resultado das eleições alemãs. Mas talvez se devesse congratular: o partido liberal (FDP) teve um dos seus melhores resultados de sempre. As teses liberais que a Joana defende, por oposição às teses conservadoras e de sacristia da CDU/CSU, ganharam.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 10:11 AM

Nota-se em algum lado que eu estou pesarosa, ou é apenas desejo seu?

Publicado por: Joana às setembro 19, 2005 10:20 AM

Publicado por: xatoo às setembro 19, 2005 10:07 AM

Você como bom esquerdista só vê branco ou preto e não consegue captar uma ironia.
Já Georges Courtline in "La Philosophie ..." dizia, e bem:

"Passar por idiota aos olhos de um imbecil é uma volúpia extremamente requintada"

Publicado por: carlos alberto às setembro 19, 2005 10:23 AM

Joana às setembro 19, 2005 10:20 AM

Eu disse que a Joana está pesarosa com o resultado das eleições alemãs, e isso nota-se. As apreciações negativas do resultado das eleições são repetitivas:

"a Alemanha perdeu"

"os alemães votaram no medo da mudança"

"a Alemanha está ingovernável"

"a vitória do medo"

Nota-se portanto, perfeitamente bem, o pesar da Joana.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 10:38 AM

Para mim, a evolução política alemã é - apesar da ingovernabilidade - positiva, pois que:

- a CDU/CSU, que é uma força profundamente conservadora, cheia de barões, e atascada em processos de financiamento perversos, foi batida;

- os pequenos partidos subiram, o que aumenta a democraticidade do sistema, e é bom em si mesmo, pois todos os três carregam mensagens úteis (liberalismo do FDP, feminismo e ecologia dos Verdes, defesa da Alemanha Oriental do PDS);

- Angela Merkel é uma pessoa muito pouco fiável, extremamente pouco transparente;

Um resultado em que a CDU/CSU tivesse carta branca para governar seria desastroso. A Alemanha deixaria de pertencer à Europa, passar-se-ia para o eixo EUA-RU.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 10:44 AM

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 10:38 AM

Quem devia estar pesaroso era o bom povo das cervejolas.
Com o mal dos outros posso eu bem, e até pode ser que o carrito da VW venha para cá.
Era bem feito!

Publicado por: carlos alberto às setembro 19, 2005 10:54 AM

os pequenos partidos subiram, o que aumenta a democraticidade do sistema

Porquê? O sistema não é mais nem menos democrático por causa dos resultados eleitorais.

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 10:56 AM

Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 10:56 AM

A subida dos partidos pequenos aumenta a democraticidade do sistema uma vez que os eleitores que gostam desses partidos deixam de ter que votar, por motivos de "voto útil", noutros partidos.

Num sistema não perfeitamente proporcional, como o português, ou com uma barreira de 5% à entrada, como o alemão, os eleitores que gostam dos partidos pequenos são sempre tentados a votar nos partidos grandes mais próximos, para evitarem não ficar representados. Se os partidos pequenos sobem, essa tentação deixa de existir, logo, aumenta a representatividade e a democraticidade.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 11:19 AM

Estou de acordo com a representatividade, mas não com a democraticidade. De qualquer modo, também a governabilidade é importante. E esse objectivo ainda está para ver se foi atingido com estes resultados eleitorais. A ver vamos.

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 11:29 AM

Pois é. Eu sempre disse que a melhor forma de espremer o furúnculo que nos colocou nesta trampa em que estamos, o «centrão», era votar no MRPP, no PND ou no PPM. E nas presidenciais é Carmelinda Pereira.
E quem quiser beber uma cerveja é aqui :

http://dn.sapo.pt/2005/09/19/opiniao/olha_afinal_e_facil_portugal.html

Publicado por: asdrubal às setembro 19, 2005 11:42 AM

"Um resultado em que a CDU/CSU tivesse carta branca para governar seria desastroso. A Alemanha deixaria de pertencer à Europa, passar-se-ia para o eixo EUA-RU."

O sectarismo a funcionar.... Só é Europa quem defender o que eu defendo...

Publicado por: lucklucky às setembro 19, 2005 11:48 AM

O luckyluke anda a desleixar-se um bocado no copy&paste.
O Dax chegou, mesmo, aos 4872.
Acontece que um índice bolsista não é estático e o Dax já está a recuperar, embora os próximos dias se prevejam muito agitados.
Fazer um juizo sobre o Dax só pelo que se passou na primeira meia hora é um bocado... – como direi? – ousado...
Teria sido útil, por outro lado, esclarecer que o fecho de sexta-feira foi anormalmente alto.
__________________________

Quanto a algumas opiniões supra sobre os resultados, acho que os seus autores deveriam escrever um manual sobre a forma como os eleitorados devem votar.
Dava-se um desses manuais a cada eleitor e pronto — acabavam-se as surpresas desagradáveis.
Ou então — eliminando os manuais para reduzir as despesas do Estado — só eram autorizados a apresentar-se às eleições os partidos que dessem garantias de executar uma política determinada.
Mas a maneira mais eficaz, mesmo, seria voltar ao método em que só os proprietários votavam. E o povo ignaro deixaria de complicar as coisas com o seu voto.

Publicado por: (M) às setembro 19, 2005 12:14 PM

Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 11:29 AM

Se aumenta a representatividade, aumenta a democraticidade. Uma condição essencial da democracia (representativa) é que todos os cidadãos estejam representados. Quanto mais cidadãos estiverem NÃO representados, menos democrática é a democracia. Parece-me evidente...

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 12:25 PM

Meu caro (M), desejo-lhe uma boa cachimbada e a protecção dos deuses. Ainda bem que me esclareceu sobre isso do Dodo. Imagine que na Enciclopédia Britânica dizem que fomos nós...

Quando estive em Timor li um texto do Wallace sobre aquela parte do mundo, gozando connosco, mas enfim lá se descaiu a dizer que era incompreensível como é que parecia que os nativos gostavam de nós, mesmo assim.

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 12:33 PM

Quanto a algumas opiniões supra sobre os resultados, acho que os seus autores deveriam escrever um manual sobre a forma como os eleitorados devem votar.
Dava-se um desses manuais a cada eleitor e pronto — acabavam-se as surpresas desagradáveis.

Deves ter escrito o mesmo em Novembro de 2004...

Quanto mais cidadãos estiverem NÃO representados, menos democrática é a democracia.

Tens um conceito utópico da democracia. Não passa de um meio, não pode ser um objectivo. O verdadeiro objectivo deve ser a liberdade, e a democracia é apenas um dos meios para atinjir a liberdade. Outros são necessários simultâneamente, tais como um sistema de checks and balances que evitam uma ditadura da maioria (que é perfeitamente possível mantendo um regime democrático).

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 12:38 PM

É melhor que a germanização de Portugal

Publicado por: Coruja às setembro 19, 2005 12:38 PM

"a Joana pesarosa" surripiou o chavão "O anseio de mudança e o voto do medo" ao inefável Fernandes do jornal da Sonae,(vidé o editorial de ontem domingo) que por sua vez o tinha surripiado ao "Financial Times"
Portanto, para mim (como diria o outro)não tenho dúvidas! - a Joana é uma mera lacaia dos desejos de Washington.
Claro que nunca se deve acreditar no que é visivel mostrado apenas por aqueles que pretendem mostrar apenas a parte que lhes interessa.
Para alguns, ler jornais ou ver televisão é a única porta para a compreensão da realidade,,, subindo um degrau encontramos os "intelectuais" agrupados em grupos de opinião - nas capelinhas ideológicas que consomem papinha-pronta-a-servir de que este blogue é um bom (mau) exemplo.
subindo outro degrau,,,
para mim, tenho por ideal, preservar os hábitos do meu avô de continuar a ler nas entrelinhas,,,
e ir descobrindo o invisivel.

Publicado por: xatoo às setembro 19, 2005 01:21 PM

flying away

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 01:24 PM

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 12:33 PM
(em Timor)"era incompreensível como é que parecia que os nativos gostavam de nós"
Quem deu um passo definitivo para a evolução da situação nesse sentido foram os indonésios ao obrigar a população a recensear-se e em cujo boletim era obrigatório declarar a religião que cada um tinha - a finalidade era evidente - quem se declarasse ateu era comunista e estava feito ao bife - assim, para fugir às perseguições, todo o mundo se declarou pim-pam-pum (helas),,, Católico.
Foi a partir daí que a ICAR começou o trabalho de marketing e se tornou realmente influente

Publicado por: xatoo às setembro 19, 2005 01:31 PM

Publicado por: xatoo às setembro 19, 2005 01:21 PM

Realmente, deve ser um descanso intelectual possuir a tua visão do mundo. Possui uma simplicidade e globalidade descritiva do mundo poucas vezes vista desde a Reforma.

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 01:36 PM

(M) onde raio é que falei do DAX? E sou ei que me estou a desleixar?!


http://medienkritik.typepad.com/

Interessante mapa da implantação dos votos. Mais uma vez se prova: Dinheiro não resolve a maioria os problemas. Tal como os milhões da Europa para Portugal, os milhões para África e os milhões para a RDA...

Publicado por: lucklucky às setembro 19, 2005 01:36 PM

(M) onde raio é que falei do DAX? E sou eu que me estou a desleixar?!


http://medienkritik.typepad.com/

Interessante mapa da implantação dos votos. Mais uma vez se prova: Dinheiro não resolve a maioria os problemas. Tal como os milhões da Europa para Portugal, os milhões para África e os milhões para a RDA...

Publicado por: lucklucky às setembro 19, 2005 01:37 PM

Publicado por: lucklucky às setembro 19, 2005 01:37 PM

No mesmo site, também é interessante comparar a distribuição dos votos com as taxas de desemprego (no mesmo poste). Com uma taxa de 10+% de desemprego e a subir, não há melhor estratégia eleitoral que jogar com os medos dos eleitores...

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 02:05 PM

xatoo às setembro 19, 2005 01:31 PM

Olha que o Wallace escreveu isso em 1800 e tal. Não, o filme é mais giro: imagina 100 ou 200 tugas por lá, a coçarem a cabeça e a pensar mas o que é que a gente vai fazer aqui? Olha é melhor não fazer grandes coisas que isto é muito quente e os nativos é que estão habituados...

Os "nativos" também não eram ateus, eram uma coisa que eu não sei muito bem como é que se diz, será animistas?, ou espiritistas?, mas respeitam muito a memória dos antepassados, que para eles persiste em espírito, naquelas casinhas sobreelevadas em estacaria. Hoje gostam muito de cantar nas igrejas. Como eu acho que Cristo foi um grande revolucionário não me chateia nada, e além disso isso é com cada qual.

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 02:08 PM

Eh ganda capicua Schroeder: 222 lugares no parlamento. É de homem!

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 02:11 PM

Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 12:38 PM

"O verdadeiro objectivo deve ser a liberdade, e a democracia é apenas um dos meios para atinjir a liberdade.njir a liberdade."

Uma conceção curiosa, pouco surpreendente vinda, como vem, de um ex-comunista ("old habits die hard"). É claro que, para os comunistas, o verdadeiro objectivo deve ser a igualdade, e a democracia é apenas um dos meios para atingir a igualdade. (Se, eventualmente, com democracia não se conseguir atingir a igualdade, então tornar-se-á necessária uma ditadura do proletariado, na qual os comunistas imporão a igualdade àqueles que não pensam como eles.) Da mesma forma, para os católicos o verdadeiro objetivo deve ser a defesa da vida humana, e a democracia é apenas um dos meios para atingir a defesa da vida humana. (Eventualmente tornar-se-ão necessários outros meios, como sejam a colocação de bombas em clínicas que efetuam abortos.) E assim por diante.

Como é evidente, a liberdade é um valor positivo. A igualdade também é, e a vida humana também, e o direito à escolha também. São tudo valores belos e agradáveis.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 02:15 PM

Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 01:36 PM
achei piada a essa bicada
Aprendi o estilo com o Eugénio de Andrade, que afirmava ser bastante dificil a partir de coisas de extrema complexidade chegar à simplicidade.
que seria preciso "desaprender" muito, aconselhava ele.
Ora tu?, ainda estás na fase do aprender, ou estás à beira do cume?

Publicado por: xatoo às setembro 19, 2005 02:29 PM

lucklucky às setembro 19, 2005 01:37 PM

Boa! Mas não era preciso repetir. Percebi à primeira.

# : - ))

É claro que foi o Surpreso.
Acontece que o post imediatamente acima era o seu e a troca do nick foi induzida. Assim como aquelas bombas que rebentam por simpatia...

Já que aqui estou aproveito para dizer que o Dax está neste momento a um cabelo do fecho de sexta-feira...
As expectativas do Surpreso estão a sair frustradas.

Publicado por: (M) às setembro 19, 2005 02:35 PM

«...uma ditadura do proletariado, na qual os comunistas imporão a igualdade àqueles que não pensam como eles (...)»

Luís Lavoura às setembro 19, 2005 02:15 PM

Curioso, esse conceito de ditadura do proletariado. Um bocado primário, totalmente ao arrepio da doutrina comunista, mas curioso.
Isto para não falar da confusão entre essencial e acessório ou entre a teoria e as suas aplicações. Ou das condições do momento histórico.
É assim a modos como que dizer que o catolicismo, se não conseguir converter os não crentes, os enfia nas masmorras da inquisição...
Riscos que se correm quando se pensa a partir de clichés...

O Luis Lavoura, com o seu master em Liberdade, poderá explicar-nos quais são os teóricos marxistas vivos que defendem a ditadura do proletariado?

Publicado por: (M) às setembro 19, 2005 02:53 PM

Há teóricos marxistas vivos?

Publicado por: curiosissimo às setembro 19, 2005 03:34 PM

diogenes às setembro 19, 2005 09:09 AM

Não vejo qual é a relação do artigo referido de António Nogueira Leite com a minha proposta de blocos continentais relativamente fechados. O capítulo em referência fala da economia no Estado Novo, esquecendo-se no entanto de referir que foi na vigência do condicionamento industrial que a economia portuguesa mais cresceu (mais de 7% ao ano entre 1964 e 1973). Tanto mais que esses blocos continentais gozariam da plena liberdade económica no seu seio, com defesa da concorrência e tudo. Se se quiser rebater a minha ideia, ao menos que tal seja feito com textos e argumentos relevantes...

Publicado por: Albatroz às setembro 19, 2005 04:08 PM

Aquilo está complicado na Alemanha?
Ora, ora!...
Em 1933 estava tudo pior, mas apareceu aquele senhor (não me recordo o nome), de melena e bigodinho, e pôs tudo na ordem.
Não há que desanimar, pois...

Publicado por: Senaqueribe às setembro 19, 2005 04:17 PM

Publicado por: curiosissimo às setembro 19, 2005 03:34 PM

O (M) deve ser o último.

Publicado por: Luís Lavoura às setembro 19, 2005 02:15 PM

A igualdade e a liberdade são valores contraditórios. Sem diferença não existe liberdade.

Publicado por: Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 05:00 PM

Ter-se-ão esquecido que o lema da revolução francesa era uma trilogia: Liberté, Égalité, FRATERNITÉ?... Onde é que o pessoal deixou a Fraternidade?...

Publicado por: Albatroz às setembro 19, 2005 05:16 PM

infinitos graus de liberdade

infinitos tipos de infinito

PS mas só enquanto as plantas verdes não fizerem greve ou não vierem grandes nuvens de poeiras prolongadas

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 05:35 PM

Hum?

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 05:37 PM

tlim

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 05:38 PM

Foi?

Publicado por: Coruja às setembro 19, 2005 05:38 PM

Albatroz: Essa do "o lema da revolução francesa era uma trilogia: Liberté, Égalité, FRATERNITÉ?... Onde é que o pessoal deixou a Fraternidade" é para rir. Então essa gente não se andou a guilhotinar uns aos outros? Era isso a fraternidade?
Irmãos desses são piores que Caim.

Publicado por: Viegas às setembro 19, 2005 05:40 PM

Aquela do Obinãoseiquantos era da guerra das estrelas?

Publicado por: pyrenaica às setembro 19, 2005 05:41 PM

Pedro Oliveira às setembro 19, 2005 05:00 PM

Ó Pedrocas, não te chegues a mim para resolveres os teus traumas ideológicos...

Experimenta um psicanalista. É o que fazem os americanos

Publicado por: (M) às setembro 19, 2005 06:40 PM

o preclaro "figurehead" Barroso já debitou o mote do patrão:
"Precisamos de uma Alemanha Forte, Dinâmica e Estável"
Lá terá o Bush de ignorar os alemães e fazer uma Alemanha de barro só para ele

Publicado por: xatoo às setembro 19, 2005 08:05 PM


O ZEZINHO SÓCRATES SÓ DÁ " JOBS FOR FRIENDS " A QUEM FOR PANELEIRO.

AQUI NESTE SITE, TODOS ESTÃO HABILITADOS ......

HA HA HA HA HA HA HA HA

Publicado por: O VINGADOR às setembro 20, 2005 08:54 AM

As cuecas de Freud....

Publicado por: pyrenaica às setembro 20, 2005 09:39 AM

Também foi a "Angolanização". Ontem os observadores angolanos riam-se dos resultados e de todos se declararem vencedores. Ehehehe

Publicado por: sisifo às setembro 20, 2005 09:46 AM

Eh pá

Publicado por: pyrenaica às setembro 20, 2005 11:11 AM

eu devia ser sensato

Publicado por: pyrenaica às setembro 20, 2005 11:11 AM

mas não sou

Publicado por: pyrenaica às setembro 20, 2005 11:12 AM

Viva os black lusófonos!

Publicado por: pyrenaica às setembro 20, 2005 11:13 AM

A Joana tem alguma razao, pois a Alemanha perdeu alguma coisa. Mas menos do que seria se fosse com poiticos portugueses. Os politicos tentarao encontrar uma solucao que nao sera a melhor, mas sera melhor que nada.
Na Alemanha os empresarios nao estao dependentes do governo. Por isso a vida continua.

Publicado por: Filipa Zeitzler às setembro 21, 2005 10:07 PM

A Joana sabe que a maioria dos alemaes pensa assim. Nao comparam com Portugal, mas com a Italia, mas o resto eh igual.

Publicado por: Filipa Zeitzler às setembro 29, 2005 09:48 AM

Também comparam com a Ucrânia

Publicado por: Fred às outubro 1, 2005 09:20 PM

Aproveitar a ausência do py

Publicado por: Coruja às outubro 1, 2005 10:21 PM

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Publicado por: Coruja às outubro 1, 2005 10:21 PM

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Publicado por: Coruja às outubro 1, 2005 10:21 PM

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Publicado por: Coruja às outubro 1, 2005 10:21 PM

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Publicado por: Coruja às outubro 1, 2005 10:22 PM

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Publicado por: Coruja às outubro 1, 2005 10:22 PM

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Publicado por: Coruja às outubro 1, 2005 10:22 PM

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Publicado por: Coruja às outubro 1, 2005 10:22 PM

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