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junho 30, 2005

Produtividades

No DN de hoje, Sarsfield Cabral escreve que “no conjunto da economia, a produtividade horária em França é superior à que se regista nos Estados Unidos. Apenas acontece que os franceses trabalham menos horas do que os americanos”. Ora esta afirmação é simultaneamente verdadeira e falsa. Mas no que toca à avaliação mais objectiva da riqueza económica de cada um daqueles países, ela é falsa. Vejamos porquê e quais são os fenómenos que enviesam aquela medida:

Em primeiro lugar há o fenómeno do desemprego. O desemprego nos EUA é muito menor, não apenas pela flexibilidade do mercado, como pelo facto do regime de subsídios de desemprego incentivar a procura de novo emprego. Na Europa, o facto de os trabalhadores menos produtivos não estarem empregados melhora os valores da produtividade média do trabalho. Na Europa, é cada vez maior a percentagem de pobres no desemprego, enquanto EUA os pobres trabalham. Neste entendimento, os escalões salariais mais baixos da economia norte-americana fazem baixar a produtividade média do trabalho, mas aumentam a prosperidade da economia americana, porque são pessoas que produzem e não desempregados. Na Europa os menos qualificados estão, em elevada percentagem, no desemprego e não entram para o cálculo da produtividade do trabalho.

Todavia, o aumento do desemprego na Europa torna necessária uma redistribuição cada vez mais elevada através dos impostos e transferências sociais, por forma a manter níveis mínimos de rendimento. Esse ónus fiscal faz com que as famílias fiquem, comparativamente com os EUA, com menos rendimento disponível. Ou seja, o diferencial positivo de produtividade é retirado para redistribuir aos excluídos. A produtividade dos “insiders” é maior, mas o que lhes sobra, após impostos, é menor.

O segundo fenómeno é o do peso do sector público. Os EUA têm menos funcionários públicos, muitos dos quais auferem salários baixos. Em França a proporção dos funcionários públicos na economia é muito superior e auferem, em média, salários mais elevados. Como a produtividade é medida em termos de capitação do VAB (Valor Acrescentado Bruto) e este é medido pelos rendimentos distribuídos, qualquer aumento salarial do sector público aumenta a sua produtividade medida em termos macroeconómicos. Todavia este aumento seria artificial pois não corresponderia a um aumento da “produtividade física” da prestação de serviços. Na verdade, a produtividade do sector público, o seu efeito positivo ou negativo, deveria medir-se, de forma indirecta, pelo ónus que isso representa para o sector produtivo. Quanto mais ele custar, para o mesmo serviço que presta, mais dinheiro é cobrado, para o sustentar, às famílias e às empresas, o que faz aumentar os custos no sector produtivo, diminuir a sua competitividade perante o exterior e deteriorar a situação económica.

Portanto, a inclusão do sector público na medida da produtividade enviesa o resultado, pois os serviços que produz, exceptuando casos muito particulares, não são transaccionáveis no mercado internacional, ou seja, a sua produtividade não pode ser validada pela regulação do mercado.

A produtividade do trabalho é uma grandeza macroeconómica agregada que tem que ser vista com cautela. Por exemplo, Portugal tem conseguido manter alguma competitividade externa apesar de uma maior inflação e de outros factores negativos decorrentes do excesso de despesa pública. Se a produtividade do sector exportador tivesse aumentado ao ritmo da produtividade da economia portuguesa, já não tínhamos sector exportador. As empresas deste sector tinham falido e estávamos na ruína total. Isto significa que a produtividade do sector exportador aumentou muito mais que a média nacional.

Um país é rico, e com elevada produtividade, quando concorre no mercado internacional com competitividade nas áreas de elevada tecnologia e valor acrescentado. O que condiciona o valor da produtividade de um país é a produtividade dos sectores abertos ao exterior. Se em vez de sermos fortes em produtos de elevada tecnologia, formos fortes nos têxteis e calçado, a nossa produtividade alinhar-se-á pela produtividade comparada desses sectores. O resto da economia (os sectores mais ou menos abrigados) alinha sempre e necessariamente pela produtividade «macroeconómica» dos sectores abertos.

Este alinhamento sucede no sector público, mas também em restaurantes, cabeleireiros, etc. Os custos destes últimos serviços estão relacionados com o nível de rendimentos de um dado país, quer no preço da prestação, quer no custo do factor trabalho. O trabalho executado naqueles sectores é mais bem pago em Paris do que em Lisboa, porque tem a ver com o preço cobrado aos clientes. Sendo assim, a produtividade (macroeconómica) daqueles sectores será muito superior em França (o VAB é muito maior, pois os salários e as vendas per capita são muito mais elevados), apesar da produtividade, em termos físicos, ser, mais ou menos, semelhante à existente em Portugal.

Portanto, as afirmações de Sarsfield Cabral têm que ser lidas com muita cautela.

Publicado por Joana às junho 30, 2005 01:29 PM

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Comentários

Sempre a distorcer as coisas para levar a água ao moinho

Publicado por: Cisco Kid às junho 30, 2005 01:53 PM

Portugal tem agora uma oportunidade de ouro para sair definitivamente da crise: participar activamente no projecto ITER e mostrar o que vale!
Se somos bons no futebol, que é muito mais complicado...

Publicado por: Senaqueribe às junho 30, 2005 02:19 PM

Argumentar assim é uma distorção enorme. Aliás, a lógica distorce tudo onde entra. Por este caminho, o país não tem salvação. Já não se utilizam os antigos métodos, que tantas provas deram. Sugeria à Joana que passasse a utilizar os seguintes métodos auxiliares para ir postando:

- Tarot;

- Análise das borras do café;

- Cartas astrais;

- Inspecção das vísceras de vários animais. Pode fazer isto enquanto está a cozinhar. O ideal seria mesmo que ficasse apenas na cozinha e não viesse para aqui falar de assuntos de homens.

Publicado por: Mário às junho 30, 2005 02:40 PM

A Joana distorce bem a realidade.

Vejamos os EUA. Temos "trabalhadores" a encher os sacos dos clientes de supermercados com as compras. O preço cobrado ao cliente do supermercado é aumentado por forma a pagar esses "trabalhadores". É uma forma de imposto indireto: na Europa, o pessoal passa bem sem quem lhe encha o saco das compras. Eu prefiro pagar imposto para ter um desempregado sem fazer nada, do que pagar mais nas compras do supermercado para ter um gajo a encher-me o saco das compras. Questão de opção.

Voltemos a ver os EUA: grande parte do VAB americano é em produtos absolutamnte não-transacionáveis, e.g. os advogados americanos que ganham balúrdios para decidir e.g. se é crime servir ao cliente um café demasiado quente. O VAB americano encontra-se inflacionado pelos custos malucos que os americanos pagam em serviços de advocacia ou de "medicina" (e.g. melhoramento do aspeto visual dos órgãos genitais, masculinos ou femininos) que na Europa são considerados ridículos e totalmente dispensáveis.

Se verificarmos, como a Joana muito bem diz, a dinâmica dos setores exportadores, facilmente concluímos o contrário daquilo que a Joana pretende concluir: os EUA estão na merda, os americanos não exportam nada e importam tudo! Os americanos são peritos a produzir bens não-transacionáveis. Têm uma economia com um VAB enorme, o qual no entanto de muito pouco lhes vale na concorrência com o exterior.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 30, 2005 02:41 PM

Eu quando vivi na Alemanha fui incapaz de arranjar uma pessoa para me reparar um furo no pneu da bicicleta, ou para me colocar um travão novo na dita. Na loja de bicicletas recusaram-se-me a fazer esse serviço, disseram: temos muitas bicicletas com problemas muito graves para reparar, não podemos perder tempo a fazer ninharias como essa. Na Alemanha as pessoas pintam as suas próprias casas, porque o preço de um pintor é abusivamente alto. Resultado: o VAB alemão é muito baixo, porque as pessoas fazem trabalhos (reparação de furos em pneus, pinturas...) não pagos.

Em compensação, os alemães são peritos a produzir bens transacionáveis: o seu VAB exportável é muito elevado.

A Joana, puxando a água ao seu moinho, fica toda contente por ter nos EUA trabalhadores a fazerem trabalhos inúteis, como reparar furos em pneus de bicicleta ou encher sacos de supermercado, e omite ver que esses trabalhadores nada produzem de verdadeiramente transacionável: nenhum alemão estaria disposto a dar um euro para pagar a um desses "trabalhadores". E, se o VAB francês é inflacionado por trabalhadores estatais demasiadamente bem pagos, o VAB americano é inflacionado por advogados e médicos demasiadamente bem pagos.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 30, 2005 02:50 PM

O que mais gosto nestes comentários à Joana é que ninguém tem uma base minimamente sólida para argumentar. Há uns que dizem: "A Joana está a distorcer a realidade". Outros dão exemplos perfeitamente marginais, sem qualquer base estatística ou de lógica e dizem novamente que a Joana está a distorcer a realidade.

Sinceramente, dizer que os empregados de alguns supermercados que enchem os sacos desvirtuam o VAB e são um imposto escondido é uma coisa absolutamente extraordinária. Eu até fiquei com curiosidade de saber quanto representam os "enchedores de sacos" na população activa dos EUA!

E folgo em saber que os EUA estão na merda. Gostava então de saber é em que estado está a Europa, já que é opinião generalizada que a Estratégia de Lisboa (loll) é um verdadeiro flop! Aliás, como qualquer pessoa de bom senso perceberia, aquilo era só conversa de político - redonda e vazia.

Publicado por: Nuno Sousa às junho 30, 2005 02:52 PM

Não tinha lido estes seus dois últimos comentários Luís, mas vocês ainda não percebeu porque se separa sempres o Estado do sector privado. Se o Luís quiser, pode perfeitamente discutir as preferências dos consumidores alemães face às dos consumidores americanos e, num galicismo muito em voga, considerar que uns são melhores que os outros, com base nas suas preferências de consumo.

A diferença é que nos EUA são os consumidores que podem escolher os seus distorçores de VAB, como os médicos e os advogados, que você acha demasiadamente bem pagos (ainda que numa sociedade livre onde as transacções são livres, esse conceito de demasiado bem pago me pareça absurdo), enquanto que na Europa temos que suportar distorçores de VAB impostos na ponta de um pistola (ou os paga ou vai para a cadeia).

É só a diferença entre a liberdade e a imposição.

Publicado por: Nuno Sousa às junho 30, 2005 03:06 PM

Luís Lavoura em junho 30, 2005 02:41 PM:
Nos USA não há arrumadores de automóveis?

Publicado por: David às junho 30, 2005 03:24 PM

Se houver, a Joana terá que passar a ter isso em consideração nas comparações macroeconómicas (ou serão micro-económicas?)

Publicado por: David às junho 30, 2005 03:25 PM

Luís Lavoura em junho 30, 2005 02:50 PM:
«Na Alemanha as pessoas pintam as suas próprias casas, porque o preço de um pintor é abusivamente alto. Resultado: o VAB alemão é muito baixo, porque as pessoas fazem trabalhos (reparação de furos em pneus, pinturas...) não pagos»
Em Portugal os pintores e os biscateiros não passam facturas. Resultado: o VAB português é muito baixo, porque essas pessoas não existem fiscalmente.

Publicado por: Hector às junho 30, 2005 03:32 PM

Do Jornal de Negócios:
"O número de pedidos de subsídio de desemprego nos EUA caiu inesperadamente na semana passada para os 310 mil, o valor mais baixo desde 16 de Abril, com as empresas a manterem trabalhadores nas suas fileiras para fazer face ao aumento da procura, revelou hoje o Departamento do Trabalho."
É ao contrário de cá e do eixo franco-alemão

Publicado por: Sa Chico às junho 30, 2005 03:42 PM

Hector às junho 30, 2005 03:32 PM

É verdade, e isso é um efeito bem grande em muitos países. Há países onde o baixo VAB não retrata de todo em todo o alto nível de vida, devido ao alto nível da economia clandestina.

O VAB de um país também pode ser distorcido pela taxa de câmbio, a qual pode ser artificialmente alta ou baixa a favor de uma moeda.

O VAB chinês é da ordem do italiano, segundo li algures. É no entanto evidente que a economia chinesa produz muito mais bens do que a italiana.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 30, 2005 03:59 PM

O VAB chinês é da ordem do italiano, mas em valor absoluto. Como a população da China é 22 ou 23 vezes maior, o seu PIB por habitante será 22 vezes menor

Publicado por: Hector às junho 30, 2005 04:18 PM

Neste momento o desemprego nos EUA está 5,1% a diferença para a Europa são ensacadores e pintores? Isto sem falar que há muito desemprego encoberto na Europa devido aos salta-pocinhas dos cursos técnico profissionais e aos alunos que permanecem 10 anos nas faculdades.

"O VAB americano encontra-se inflacionado pelos custos malucos que os americanos pagam em serviços de advocacia ou de "medicina" (e.g. melhoramento do aspeto visual dos órgãos genitais, masculinos ou femininos) que na Europa são considerados ridículos e totalmente dispensáveis."

E onde se vai buscar o capital para pagar esses "custos malucos" ?

"a qual pode ser artificialmente alta ou baixa a favor de uma moeda."

Se for mais alta menos exporta logo menos produz. As diferenças não serão muitas.

Publicado por: lucklucky às junho 30, 2005 04:22 PM

lucklucky às junho 30, 2005 04:22 PM

O capital para pagar o improdutivo VAB americano vem da Ásia, sob a forma de empréstimos de bancos asiáticos a bancos americanos, compra por parte de asiáticos de obrigações do tesouro americano, petrodólares depositados em bancos americanos, etc. Atualmente, 6% do PIB americano é constituído por dinheiro que os estrangeiros, sobretudo os asiáticos, emprestam à América.

A economia mundial, tal como as bolsas, é largamente sustentada pela confiança, ou seja, é como um jogo de poker. As pessoas têm confiança na América, nos bancos americanos e no governo americano, por isso emprestam dinheiro à América. A América usa esse dinheiro para comprar boa parte daquilo que consome, exibindo então opulência e justificando a confiança que as pessoas nela têm.

É sabido que nas bolsas, a certa altura, a confiança desfaz-se e a bolha especulativa rebenta. As pessoas começam a desconfiar de que as ações são gato e não lebre, deixam de as comprar, e o valor das ações vem por aí abaixo. Resta saber o que acontecerá quando as pessoas perceberem que a América é um gigantesco bluff.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 30, 2005 05:30 PM

"Resta saber o que acontecerá quando as pessoas perceberem que a América é um gigantesco bluff."

Eh eh eh

Publicado por: Joao P às junho 30, 2005 05:38 PM

Os EUA são uma imenso bluff...O bluff já tem mais de 200 anos e ainda ninguém descobriu... Fazem-se aqui um belos exercícios de "whishfull thinking"...

Publicado por: Mário às junho 30, 2005 05:42 PM

Com tanta gente a denunciar esse bluff, como é que as pessoas ainda não perceberam?
Sempre há gente muito ingénua!

Publicado por: Coruja às junho 30, 2005 05:43 PM

Coruja às junho 30, 2005 05:43 PM

Sucede precisamente o mesmo que nas bolsas, quando elas estão numa bolha especulativa: toda a gente que nelas põe o seu dinheiro deseja que aquilo seja mesmo verdade, que não seja um bluff. Toda a gente deseja que as ações valham dinheiro, muito dinheiro, cada vez mais dinheiro. Ninguém deseja que aquilo acabe. Toda a gente tem medo da catástrofe que se poderá seguir se aquilo acabar.

Toda a gente tem medo de que um dia o Tesouro americano e os bancos americanos sejam incapazes de pagar aos seus credores as gigantescas dívidas que acumularam. "The show must go on", e portanto continuam a emprestar dinheiro à América.

Mas a bolha, como todas as bolhas, rebentará.

Quando o vidro se partir, será preciso limpar os cacos.

Já agora, Mário: eu não disse que os EUA são um bluff com 200 anos. Disse que a economia atual dos EUA é um bluff. Até 1970 não era, e até 1995 era um bluff relativamente pequeno.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 30, 2005 05:54 PM

Mas quais gigantescas dívidas, Luis Lavoura? A dívida pública dos Estados Unidos é de cerca de 60% do PIB, e mesmo assim cerca de metade é constituída por dívida entre diferentes instituições públicas (ou seja, na realidade, não conta). 60% do PIB é um nível perfeitamente razoável para qualquer país europeu. 30% seria um valor paradisiaco para qualquer país europeu, excepto, talvez o Luxemburgo. Evidentemente que o PIB dos Estados Unidos é muito grande, por isso esses 60% parecem valores astronómicos...

Bluff, Luis, são essas afirmações descabeladas, sem qualquer tipo de base económica, só política.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 30, 2005 06:04 PM

Os americanos usam 6% do seu PIB para financiar boa parte do que consomem. Assim é que nós deviamos ser, a consumir só 6% do PIB.

E os tipos da Ásia são todos uma cambada de bestas, que ainda acreditam na economia americana, em vez de mandarem o dinheiro para a florescente Europa que, avisada, não põe um tusto na América. Safa, com um défice de 4% (com duas gigantescas operações militares no Afganistão e no Iraque) e uma tremenda dívida de 60% do PIB, e um desemprego em 5,1%. Imaginem 5,1%. É fugir do USD, é fugir que aquilo é um horror.

Por Deus...

Publicado por: Nuno Sousa às junho 30, 2005 06:22 PM

Pedro Oliveira, eu não me referia à "dívida pública"
(isto é, à dívida do Estado) dos EUA, mas sim à dívida dos EUA como um todo em relação ao estrangeiro.

Os EUA têm desde há uns 30 anos um deficit nas suas contas com o exterior. Esse deficit é coberto por compras pelos estrangeiros de "bens" americanos (fábricas, títulos do tesouro, obrigações, ações), ou por depósitos de estrangeiros em bancos americanos.

Esse deficit começou a crescer sem parar, como um balão, de há uma dezena de anos para cá. Atinge agora os 6% do PIB americano.

É claro que Portugal, por exemplo, terá certamente uma dívida externa superior à dos EUA. Mas Portugal é um país minúsculo, cujo consumo pesa pouco na economia mundial. Se os portugueses deixarem de ter dinheiro para pagar ao estrangeiro, deixarem de ter dinheiro para comprar carros e petróleo e trigo ao estrangeiro, os mercados internacionais pouco se ressentirão.

Coisa muito diferente acontecerá se o pessoal deixar de depositar o seu dinheirinho em bancos americanos. A América ficará sem massa para pagar as suas enormes importações, e os mercados sofrerão duramente.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 30, 2005 06:26 PM

Publicado por: Senaqueribe às junho 30, 2005 02:19 PM

O sonho comanda a vida?
Então acha que os chauvinistas dos franco-prussianos vão deixar os comedores de sardinha entrar naquilo?
Num projecto de milhões, triliões ou qinquilhões de euros os portugas vão estar muito bem representados nas empregadas de limpeza.

Onde eu estou a Netcabo faz o favor de me deitar abaixo a ligação uma dúzia de vezes por dia.
Imagine só, que os fulanos que mandam lá eram responsáveis pela entrada de água no reactor.
Buuuuuuuuuuuummmmmm.

Publicado por: carlos alberto às junho 30, 2005 06:42 PM

Luís Lavoura em junho 30, 2005 06:26 PM
"Se os portugueses deixarem de ter dinheiro para pagar ao estrangeiro, deixarem de ter dinheiro para comprar carros e petróleo e trigo ao estrangeiro, os mercados internacionais pouco se ressentirão."
Os mercados internacionais pouco se ressentirão, mas a nós põe-nos a pão e água.

Publicado por: Hector às junho 30, 2005 06:56 PM

Há mais de 30 anos que ouço dizer que a Economia Americana vai entrar na bancarrota. Têm-se publicado toneladas de livros, revistas e jornais a garantirem isso.
A partir de certa altura deixei de acreditar.

Publicado por: Hector às junho 30, 2005 06:58 PM

Hector: Um dia é capaz de ser verdade. Há a história do rapaz e do lobo.

Publicado por: Coruja às junho 30, 2005 07:12 PM

Luis, não fui eu que falei no Tesouro americano, foste tu. E o Tesouro só paga dividas públicas...

Essas tuas afirmações que deves ter pescado da imprensa, já são velhas... Tal como o Hector diz, já não dá para acreditar...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 30, 2005 07:13 PM

Só há uma diferença. Na história do rapaz e do lobo, foi à 3ª vez que apareceu o lobo.
Neste caso, a bancarrota americana já foi anunciada 3.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 de vezes

Publicado por: Coruja às junho 30, 2005 07:15 PM

3.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 de vezes, quantas vezes são?

Publicado por: Senaqueribe às junho 30, 2005 07:36 PM

Tenho impressão que a malta precisa de férias.

Publicado por: vitapis às junho 30, 2005 08:51 PM

Férias, descansar, relaxar e depois já ninguém se lembra de nada: défices, IVA, competitividades, etc.

Publicado por: vitapis às junho 30, 2005 08:53 PM

Os habituais vaticínios de falência dos EUA são assim como "As notícias da minha morte foram um pouco exageradas" (acho que a frase é de Mark Twain).

Mas admirira-me que as políticas despesistas da administração Bush não façam a nossa esquerda bater palmas (e boa parte da direita).

Publicado por: Mario às junho 30, 2005 09:14 PM

3.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 : numero de liberais, neoliberais, pseudoliberais, pretendentes a liberais e exliberais , que estão de acordo com os "liberais" que comentam no Semiramis !

Publicado por: zippiz às junho 30, 2005 10:11 PM

Hoje somos muitos, amanhã seremos milhões!
(onde é que eu já ouvi isto?)

Publicado por: Coruja às junho 30, 2005 10:33 PM

Coruja,

Está a referir-se aos desempregados?

Publicado por: Mario às junho 30, 2005 10:53 PM

Mario em junho 30, 2005 10:53 PM
Estava a falar do "numero de liberais, neoliberais, pseudoliberais, pretendentes a liberais e exliberais , que estão de acordo com os "liberais" que comentam no Semiramis".
Mas, sem querer, nem gostar, poderei estar a falar do número de desempregados.

Publicado por: Coruja às junho 30, 2005 11:25 PM

Sem querer provocar a ira de alguns comentaristas, digo-lhe que achei o seu post muito interessante.

Publicado por: Susana às junho 30, 2005 11:26 PM

A Susana é fassista! Isto não é ira, é apenas a indignação de um esquerdista que está do lado certo da História.

Publicado por: Mario às junho 30, 2005 11:37 PM

Luis Lavoura

Nunca se deve discutir com um imbecil — nesse domínio, ele é um especialista e acabamos sempre por perder

Publicado por: Terceira visão às junho 30, 2005 11:45 PM

Mário às junho 30, 2005 02:40 PM:
Tirando a questão de me intrometer na cozinha (e apenas para não ferir susceptibilidades da minha empregada doméstica), tomei a devida nota das outras sugestões.
Por exemplo, a Inspecção das vísceras de vários animais dava excelentes resultados entre os romanos. Nunca projectavam uma cidade (uma colónia ou um acampamento militar permanente) sem fazerem aquela inspecção.
É certo que havia um ritual litúrgico associado a essa inspecção, mas ela tinha fundamentalmente o propósito de averiguar se a zona era de clima saudável.
E veja as magníficas cidades que nos legaram.

Publicado por: Joana às junho 30, 2005 11:51 PM

Eu por acaso também estou de acordo, no essencial, com o post da joana ; passei a ser um "liberal" por via disso ?
certas bocas de comentaristas só provam que o radicalismo e a intolerância não conduzem necessáriamente pela esquerda.

Publicado por: zippiz às junho 30, 2005 11:52 PM

zippiz às junho 30, 2005 10:11 PM: está alevar a amabilidade ao exagero. Talvez não seja um exagero muito grande, um ou dois zeros a mais, mas é um exagero.

Publicado por: Joana às junho 30, 2005 11:55 PM

Levamos tudo muito a sério... Até parece que arranjamos desacordos por tudo e por nada :)

Qualquer dia passa a existir uma culinária liberal e outra de esquerda. Ou melodias liberais, cores liberais, papel de parede liberal, sanitas liberais... e os seus correspondentes de esquerda.

Publicado por: Mario às julho 1, 2005 12:23 AM

O liberalismo sempre foi o progresso. O totalitarismo, mesmo com roupagens revolucionárias, sempre se revelou conservador, logo que tomava o poder.
O que há é liberalismo e iliberalismo. E depois há os iliberais que têm que tomar algumas medidas liberais para não deiar derrapar a economia

Publicado por: Hector às julho 1, 2005 01:01 AM

O liberalismo sempre foi o progresso. O totalitarismo, mesmo com roupagens revolucionárias, sempre se revelou conservador, logo que tomava o poder.
O que há é liberalismo e iliberalismo. E depois há os iliberais que têm que tomar algumas medidas liberais para não deixar derrapar a economia

Publicado por: Hector às julho 1, 2005 01:01 AM

O que chateia os iliberais é terem, mais tarde ou mais cedo, que recorrer ao liberalismo :)

Publicado por: Mario às julho 1, 2005 01:08 AM

Em resumo...na França Liberal, Vive-se bem Melhor que nos EUA Ultra-Liberal !
E até se produz mais !
E se trabalha menos ! Isto é que é avanço da Humanidade !

Ou será avanço, passar de 6 horas diárias para 12 ?
É que há conceitos um tanto pré-históricos !

Publicado por: Templário às julho 1, 2005 08:51 AM

""O segundo fenómeno é o do peso do sector público. Os EUA têm menos funcionários públicos, muitos dos quais auferem salários baixos. Em França a proporção dos funcionários públicos na economia é muito superior e auferem, em média, salários mais elevados. Como a produtividade é medida em termos de capitação do VAB (Valor Acrescentado Bruto) e este é medido pelos rendimentos distribuídos, qualquer aumento salarial do sector público aumenta a sua produtividade medida em termos macroeconómicos. Todavia este aumento seria artificial pois não corresponderia a um aumento da “produtividade física” da prestação de serviços.""

Mais...um delírio económico !
Os erviços prestados pelo Estado Francês - Não produzem, mas se os mesmos serviços fossem prestados pela Joana, já eram rentáveis !!!

Publicado por: Templário às julho 1, 2005 08:59 AM

Hector às junho 30, 2005 03:32 PM

Boa Hector, até que enfim acertaste uma !

Olha se os economistas contabilizassem as gorgetas que se recebem na França, ainda aumentava mais o VAB !

Aumentem mas é o ordenado mínimo para 1000 euros e verão uma economia próspera e de alta rentabilidade !
Ou será que os economistas ainda não concluíram que baixos salários, não estimulam produção nenhuma !?


Publicado por: Templário às julho 1, 2005 09:23 AM

O Templário andou a aprender economia com a camarada Odete Santos e o camarada Rosas. Foi isso que eles disseram nos Prós e Contras há uns tempos.

Publicado por: David às julho 1, 2005 09:40 AM

Luis Lavoura, parabéns ! Você disse tudo. É dos poucos com quem se pode aprender algo por aqui...
E é claro que a "bolha" americana vai rebentar...quando o dólar deixar de ser meio de pagamento internacional e for substituído nessas funções pelo mais fiável euro... Não falta muito...

Triliões de dólares valendo pouco mais que folhas de papel higiénico, que hoje circulam pelo mundo regressarão aos EEUU com a retirada em massa de capitais e títulos do tesouro, provocando uma hiper-inflacção, a mãe de todos os cracks da bolsa, uma longa depressão... Bye, bye America. O século XXI vai ser o século europeu e...chinês. Depois, em vez de um enchedor de sacos (e poxa-sacos) vamos ter nos supermercados americanos longas filas deles... enfim, o modelo económico da Joana em todo o seu esplendor...eh, eh, eh...

Publicado por: EUROLIBERAL às julho 1, 2005 11:36 AM

EUROLIBERAL em julho 1, 2005 11:36 AM:
3.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.001

Publicado por: Coruja às julho 1, 2005 12:21 PM

EUROLIBERAL às julho 1, 2005 11:36 AM

Aquilo que você disse estaria correto se os EUA fossem um país qualquer insignificante, digamos que Portugal.

No entanto, não são. Quando os EUA começarem a ficar com falta de meios de pagamento para as suas impostações (i.e. quando os asiáticos começarem a desconfiar da bolha e deixarem de depositar maciçamente o seu dinheiro em bancos americanos), terão certamente a tentação de usar o seu poder militar para subjugar o mundo (nomeadamente, diminuindo o fluxo de petróleo às ecoomias suas rivais). Além disso, a economia mundial será fortemente perturbada, dado que muitos países, sobretudo asiáticos, têm as suas economias centradas nas exportações para os EUA. Sem uns EUA aptos a absorver tudo o que esses países produzem, eles terão que re-orientar as suas economias.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 1, 2005 12:30 PM

Mais uma esperança que se vai!
Quer o Luís Lavoura dizer que se a bolha americana começar a esvaziar quem se lixa são os outros.

Publicado por: Coruja às julho 1, 2005 12:41 PM

Para os mais catastrofistas, lembrem-se também de todas aquelas sobras da guerra fria... Peacekeepers (MX), Minutemans, Titans, Tomahawks, etc. todos passíveis de serem disparados contra os centros económicos da concurrência, numa situação verdadeiramente desesperada. Não que eu pense que isso algum dia possa acontecer, mas não queria que o Euroliberal ficasse aqui a escrevre disparates sozinho...

Publicado por: Pedro Oliveira às julho 1, 2005 12:47 PM

Publicado por: Coruja às julho 1, 2005 12:21 PM

E nem sequer é muuito original... Quando frequentava os talkboards do Guardian, li esta teoria centenas de vezes...

Publicado por: Pedro Oliveira às julho 1, 2005 12:50 PM

O que eu gostava de saber é se para o cálculo da taxa de desemprego nos EUA a população encarcerada conta como empregada ou como desempregada...

Publicado por: Zé Luiz às julho 1, 2005 01:06 PM

Tenho aqui um link especial para o Euroliberal... A história militar da França!

Publicado por: Pedro Oliveira às julho 1, 2005 01:54 PM

Publicado por: Zé Luiz às julho 1, 2005 01:06 PM

Não são contados como fazendo parte da população activa. Tens mais detalhes aqui.

Publicado por: Pedro Oliveira às julho 1, 2005 02:06 PM

Pois é, Luis. Já se sabe que os EEUU vão estrebuchar, apoiando-se na sua força militar. Aliás, é o que já estão a fazer no Iraque. Típica jogada de anticipação. Saddam tinha em 2000 passado a vender petróleo em moeda forte (euro, é claro) e temia-se um efeito dominó nos países da OPEP. Foi esse o maior "crime" de Saddam, não o massacre de curdos e chiitas em que os EEUU até ajudaram !!!

Só que vão estrebuchar mas mesmo assim vão morrer. 5 milhões de sunitas descalços já chegam para pôr em cheque o Império. Agora até já lhes abatem helis dos grandes (Protesto ! O Chinook pode levar 54 e só levava 16 ? Não há direito !) com uma RPG ! As forças do terrorismo cruzado estão a levar porrada forte e feia no Iraque e já estão "overstreched"... Pobres palhaços, já não metem medo a ninguém...

Mas é claro que isso é mais uma razão para a Europa se rearmar já e em força. O principal perigo vem dos nossos "aliados", que, desesperados, podem ser tentados por um ultimato "cor de rosa". Eu por mim, pego na caçadeira e vou logo à caça de troféus camones...

Mas eles escusam de desesperar tanto. A Europa vai arrematar a preços de saldo as empresas americanas falidas, injectar-lhes boa moeda (euros, é claro) e pô-las a funcionar. Um plano Marshall...

Mas qualquer médio entendedor em coisas de economia sabe que a crise de que se fala é uma inevitabilidade e que o desespero camone é real. É essa aliás a razão de fundo da viragem unilateralista bushista. Estas aventuras desesperadas eram impensáveis quando os EEUU eram um "bom gigante", poderoso, sólido e "cool"... Só os fracos é que desesperam... Agora que haja gente aparentemente cultivada que ainda gabe economicamente o bluff americano...sinceramente, não compréendo. São os milagres da fé...

P.S. O "europeu" Pedro Oliveira fala de mísseis nucleares americanos como último argumento "comercial". A Europa tem-nos em número suficiente para arrasar os EEUU... e a China, India, Russia, Paquistão e, em breve, o Irão, Egipto, Arábia, Brasil., etc. também...

Aliás, o Bin Laden já tem decerto umas malas (ah, os prodígios da técnica de miniaturização !) altamente explosivas em território americano que poderão ser usadas para acalmar o paciente caso este estrebuche muito...

Publicado por: EUROLIBERAL às julho 1, 2005 02:07 PM

Para resolver os problemas das minhas dívidas, em vez de mísseis, posso usar papéis mastigados?
Na escola acertava sempre na professora.

Publicado por: Coruja às julho 1, 2005 03:30 PM

Os jornais têm a mania de dizer verdades inquestionáveis, que são apenas meias-verdades. É importante que essas meias-verdades sejam desmontados.
Por isso acho que blogues como este, e outros, cumprem um serviço útil muito importante.

Publicado por: Rui Pereira às julho 1, 2005 04:41 PM

Patetices continuam. As referências mentais de antes da 1º Guerra também.

Euroliberal talvez valesse a pena pensares porque é que no passado o Crescimento dos EUA e da Europa estavam mais ou menos a par, e agora a Europa está impermeável ao crescimento que se vive em todo o mundo inclusivé em partes de Africa ... É simples os países Europeus passaram a comercializar entre si essencialmente...

"Agora até já lhes abatem helis dos grandes (Protesto ! O Chinook pode levar 54 e só levava 16 ? Não há direito !) com uma RPG !"

Hehe santa ignorância... e foi no A....


P.S. O "europeu" Pedro Oliveira fala de mísseis nucleares americanos como último argumento "comercial". A Europa tem-nos em número suficiente para arrasar os EEUU... e a China, India, Russia, Paquistão e, em breve, o Irão, Egipto, Arábia, Brasil., etc. também...

hehe és um patusco! :o)


Publicado por: lucklucky às julho 1, 2005 06:15 PM

"Quando os EUA começarem a ficar com falta de meios de pagamento para as suas impostações (i.e. quando os asiáticos começarem a desconfiar da bolha e deixarem de depositar maciçamente o seu dinheiro em bancos americanos)"

Isso não é nada de especial.
E se a Europa não despertar depressa não será só o dinheiro Asiático que irá parar os EUA... depois quero ver de quem é a bancarrota...

Publicado por: lucklucky às julho 1, 2005 06:22 PM

lucklucky em julho 1, 2005 06:22 PM:
Tem toda a razão. Esta malta repete até à exaustão que os USA estão à beira da bancarrota, que a Europa isto e aquilo, esquecendo que quem está doente é a Europa.
Ao fazerem isso iludem-se e enterram a cabeça na areia. Dizer ao doente que está óptimo de saúde e não o tratar é o pior serviço que se pode fazer ao doente.

Publicado por: Rui Sá às julho 1, 2005 06:27 PM

Aliás de certo modo os estado da Europa é já uma consequência do desinvestimento na própria Europa e da inabilidade de esta criar novas empresas com massa crítica suficiente.

Publicado por: lucklucky às julho 1, 2005 06:28 PM

É claro que os USA têm uma despesa pública excessiva na Defesa. Mas isso é uma coisa que, em caso de urgência, pode ser bastante reduzida.

Publicado por: Rui Sá às julho 1, 2005 06:31 PM

The US became less dependent on inflows for foreign central banks to support the dollar in the first three months of the year, according to figures released on Friday.

The current account deficit hit a record $195.1bn in the first three months of the year - equivalent to 6.4 per cent of GDP. Some economists now expect the deficit for the year to reach $800bn - requiring huge inflows of foreign funds into the US in order to prevent a fall in the dollar.

Recently the US has relied heavily on purchases of US assets by Asian central banks in order to fund its deficit - in particular from China, where the authorities buy dollars in order to prevent a rise the renminbi from hurting exports.

Over the latest quarter, however, private investors took more of the strain. Net official flows were just $24.7bn in the quarter - down from $94.4bn in the final three months of last year.

Meanwhile, net private inflows rose from $73bn in the forth quarter to $131bn in the first quarter of 2005.

"Every trading day the US needs to attract about $3bn of net foreign inflows - which makes a huge demand on the world's savers," says Nigel Gault, director of US research at Global Insight, a consultancy. "But so far there are few signs that investors world wide are tiring of US assets. There may be worries about the US economy but most other places look a lot worse."

The yield on the 10-year US Treasury remains higher than its counterpart in the eurozone.

Although the US has been running ever larger current account deficits, America continues to receive more in interest and dividend payments than it sends out to foreign investors. The income surplus was $4bn in the first quarter. This has been falling and is likely to turn negative soon.

The dollar has been recovering from its low at the start of the year. But many economists believe that the ballooning current account deficit will eventually put renewed pressure on the currency.

Copyright 2005 Financial Times

Dólar cai, mais exportações menos compras... pffft

Publicado por: lucklucky às julho 1, 2005 07:06 PM

O euro continua a cair face ao dólar. Hoje veio abaixo dos 1,2 US$

Publicado por: Sa Chico às julho 1, 2005 07:13 PM

Wishful thinking: o desporto preferido dos buxecos...
Tanto a Europa como a Asia sobreviverão sempre ao colapso dos EEUU PORQUE PRODUZEM BENS TRANSACCIONÁVEIS, o verdadeiro e imperecível valor...
A Europa que verá o euro substituir o dólar como moeda de pagamentos internacionais (com as rendas que isso permite...), e que já é o maior exportador mundial, sairá altamente beneficiada. É certo que os asiáticos perderão mais, porque têm investido mais nos EEUU. Mas continuarão a trabalhar e compensarão os prejuízos. Agora quem não trabalha (EEUU) e só importa bens feitos pelos outros... é um bluff (a tal bolha...) e quando fizer pum, ninguém lhe pode valer...

E que os EEUU vão levar na bolha, lá isso ninguém duvida... De resto, convenhamos, andam mesmo a pedi-las...

Publicado por: EUROLIBERAL às julho 1, 2005 07:15 PM

Hehe continuas a contruir castelos no ar e a sonhar com Airbus e Tgvs...


U.S. direct investment abroad rises -OECD

Reuters
Thursday, June 23, 2005; 5:55 AM

PARIS (Reuters) - U.S. direct investment abroad hit a record $252 billion in 2004, driven by rising corporate merger and acquisition activity, which picked up more generally last year and continues to do so in 2005, the OECD said on Thursday.

Overall trends in investment marked a "return to normal" in the Organization for Economic Cooperation and Development's 30 mainly wealthy industrialized nations, with a continuation of net outflows.

U.S. outflows in foreign direct investment hit $252 billion versus $141 billion in 2003 while inward investment rose to $107 billion from a historically low $67 billion in 2003, the OECD said.

France and Germany both registered sharp decreases in inward investment which the OECD said in a report were largely due to repayments of inter-company loans that shifted money abroad.

Regarding the surges in inward and outward U.S. investment, the OECD said developments last year partly reflected weakness in the dollar but also a spending spurred by U.S. companies.

Five of the largest cross-border merger or acquisition deals involved U.S. companies as buyers, it said, highlighting a broad pickup in mergers and acquisitions involving companies from the OECD's 30 members, mainly wealthy industrialized countries.

"On present trends, both inward and outward FDI in OECD countries could increase by 10-15 per cent in 2005, OECD estimates suggest," it said.

In France, inward investment almost halved, to $24 billion from $43 billion, while in Germany, foreign investors actually withdrew about $39 billion from the country, more than wiping out the $27 billion that flowed in 2003.

"In terms of inward FDI, 2004 brought a 'return to normal' in the sense that the United States regained the role as the world's principal destination for direct investment it has played for most of the last two decades," the OECD said.

"The position of the United States as a provider of outward FDI was even stronger," it said.

Britain, Canada and some continental European countries "held up well," it said, while Japan's situation was little changed.

Inward investment flows to the OECD area were the lowest in seven years at $407 billion but still better than much of the 1990s, the OECD said, noting that sliding inflows had initially been U.S.-induced but were now due to continental Europe.

Investors are increasingly attracted to economies such as China, not part of the OECD club.

"Given their present high rates of economic growth, many of the more populous developing economies hold prospects of becoming far larger within the next one or two decades and international businesses are increasingly betting on this outcome," the OECD said.

The end to international trade quotas that permitted a surge in Chinese textiles exports since Jan. 1 had encouraged further investment of that kind, the OECD report said.

Publicado por: lucklucky às julho 1, 2005 07:30 PM

Eu acho que o pior erro é fingir que está tudo bem, quando não está.
Esse tipo de discurso de glorificar uma Europa que devia pensar em melhorar o que está mal, só serve os americanos.

Publicado por: AJ Nunes às julho 1, 2005 07:53 PM

Caro Pedro Oliveira:

Obrigado pelo link. Fiquei a saber o que já tinha obrigação de saber antes, isto é: que nos EUA, e presumivelmente também na Europa, a taxa de desemprego se mede, não em percentagem da população, mas em percentagem da população activa.

O que se mede em relação à po+pulação em geral é a taxa de participação na força de trabalho.

Da população activa não fazem parte os reformados, as crianças, os militares, nem os presos. Logo, se reformarmos um empregado estamos a aumentar a taxa de desemprego, porque mantivemos o número de desempregados mas baixámos número de empregados; enquanto se aprisionarmos um desempregado estamos a baixar a taxa de desemprego, porque retirámos um desempregado ao total mantendo o número de empregados.

Daqui se deduz a receita para diminuir drasticamente a taxa de desemprego em Portugal: aumentar para níveis americanos as penas de prisão para pequenos crimes, geralmente cometidos por desempregados; re-instituir o serviço militar obrigatório, para ambos os sexos; proibir o trabalho de menores de 25 anos; dimunuir para os 55 anos a idade da reforma.

Teremos assim muito menos gente a trabalhar - mas a que houver estará empregada a 100%!

Publicado por: Zé Luiz às julho 1, 2005 08:18 PM

Tem a certeza?

Publicado por: Surpreso às julho 2, 2005 01:01 AM

Claro que tenho a certeza. Se pegarmos em todos os desempregados e os transformarmos em reclusos, militares, reformados e menores, a taxa de desemprego passa a ser de 0% - e isto sem ser preciso criar um único emprego que seja.

Os métodos europeus para obter este efeito - prolongar a escolaridade e antecipar as reformas - saem muito mais caros que o método americano - encher as prisões. Sempre pragmáticos, estes americanos!

Publicado por: Zé Luiz às julho 2, 2005 12:50 PM

O crime nos EUA tem vindo a descer desde os anos 70. O ano passado foi o ano com mais baixa taxa. Na Europa tem vindo a subir na generalidade dos países.
Em alguns já é superior aos EUA excepto nos assassínios.

Publicado por: lucklucky às julho 2, 2005 01:06 PM

O EuroLiberal e o Luís têm razão numa coisa: a Europa é a maior potência exportadora do mundo com um saldo comercial muito positivo e os EUA importam muito mais do que aquilo que exportam.

Por muito que todos ridiculzrizem as opiniões do EuroLiberal e do Luís, ninguém se pronuncia sobre estes factos.

É ÓBVIO que a situação dos EUA não é sustentável. E o facto disso já ter sido notado várias vezes (as tais 30000000 previsões) não diminui a veraciade. Imaginem uma empresa que TODOS os anos tem prejuízo, mas vai sempre pedindo dinheiro emprestado. Quando os credores hesitam em emprestar, eles dizem "Meu amigo, já há 15 anos que estão sempre a dizer que nossa empresa não tem futuro, estão sempre a prever a nossa falência, e nós aqui continuamos!!!"

Sei lá quantas vezes é que se previu o fim de outras bolhas especulativas? Alguém pode ter notado que aquilo era sustentável muito antes de ter rebentado, mas os "espertos" sempre diziam, "epá! Já nos vieram com essa conversa umas 10 ou 30 vezes e isso nunca aconteceu!"

Publicado por: Alfredo às julho 2, 2005 01:36 PM

A China está agora a mudar muitas das suas reservas para outras moedas que não o dolar. Isso pode ser bom para a Europa: se o dolar descer face ao Euro o petroleo que ainda consumimos ficará mais barato (ou serão atenuados futuros crescimentos no seu preço...) e a economia europeia beneficiará disso.

Mas a ortodixia não permite estas observações: a Europa é a desgraça, a Airbus é um delírio e os EUA não estão a ter um comportamento desesperado. E o Euro está abaixo dos 1.20, que vergonha! Nem importa que já tenha valido cerca de 0.8 dolares.

Publicado por: Alfredo às julho 2, 2005 02:54 PM

luckylucky:

O crime nos EUA tem vindo a descer nos centros das cidades. Nos subúrbios e nas zonas rurais tem aumentado. Assim diluído torna-se menos visível, o que é óptimo para efeitos de propaganda.

Mas é sempre possível encher as prisões mesmo que o crime não aumente: basta alargar as penas. E é sempre possível criminalizar condutas que anteriormente não constituiam crime.

A este respeito tenho uma sugestão a fazer. Trata-se duma medida com o mais impecável pedigree anglo-saxónico e estou certo que os liberais deste forum a acolherão com entusiasmo: trata-se de criminalizar a insolvência.

Um cidadão suspeito de não ter meios para se sustentar a si e à sua família será levado a tribunal e, se este crime se provar, será internado numa instituição penal privada. Estas instituições serão operadas por empresas que alugarão o trabalho dos detidos. Para manter baixo o custo deste trabalho, e para assegurar o carácter punitivo das instituições, reduzir-se-ão ao mínimo as condições de conforto e alimentação.

Esta injecção de trabalho barato na economia levará, por acção da concorrência, a que também desça o custo da mão de obra livre, tornando assim as empresas mais competitivas.

Publicado por: Zé Luiz às julho 2, 2005 04:28 PM

"O crime nos EUA tem vindo a descer nos centros das cidades. Nos subúrbios e nas zonas rurais tem aumentado. "

Não são esses os dados que existem isto é de 2002:

WASHINGTON (AP) -- Violent and property crimes dipped in 2002 to their lowest levels since records started being compiled 30 years ago, and have dropped more than 50 percent in the last decade, the Justice Department reported Sunday.

The annual survey by the Bureau of Justice Statistics identified about 23 million crime victims last year, down slightly from the year before and far below the 44 million recorded when studies began in 1973.

The rate of violent crimes -- rapes, robberies and assaults -- was about 23 victims for every 1,000 U.S. residents 12 or older last year. That compares with 25 victims per 1,000 in 2001 and 50 in 1993.

For property crimes such as burglary and car theft, the rate was 159 crimes per 1,000 last year, down from 167 the previous year and 319 in 1993.

The study examined property and violent crimes except murder, which is measured separately by the FBI. Preliminary FBI statistics for 2002 released in June -- based on reports from police across the country -- reported a 0.8 percentage point rise in the murder rate compared with 2001.

The Justice Department survey, however, found continuing decreases in every major property and violent crime, crossing all household income, racial and ethnic lines. Crime is down in cities, suburbs and rural areas.

Attorney General John Ashcroft credited citizens for being more willing to report crimes and said the numbers are a tribute to the work of police, prosecutors and judges across the country.

"But lower crime rates must not lead to complacency," Ashcroft said. "We must continue our vigilance and renew our firm commitment to protect all Americans, bringing swift and certain justice to all those who would inflict pain and harm."

Experts say a number of factors have driven the crime rate down, including a more mature, less violent illegal drug trade, a drop in gang membership and even improved home locks and alarms that deter would-be burglars.

Even so, the continuing drop in crime surprises some.

"Everyone thought the numbers would bottom out and then go back up, but it hasn't happened," said James Lynch, law professor at the American University Center for Justice, Law and Society.

Some criminologists think tougher prison sentences and more prisons are key factors, because they take more criminals off the streets longer. The Justice Department reported last week that at the end of 2001, more than 5.6 million adults -- one in every 37 U.S. adults -- were either in state or federal prison or had done prison time during their lives.

Others say that theory is refuted by the government's own data. The Justice Policy Institute, a research group that favors alternatives to prison, pointed out that regions with higher prison expansion rates, such as the South and West, experienced more murders in 2002.

"We need to separate political rhetoric from sound crime and corrections policy," said Vincent Schiraldi, executive director of the institute.

The Justice Department figures on nonfatal crimes for 2002 are based on interviews of a nationally representative sample of 76,050 U.S. residents 12 or above. The previously released FBI Uniform Crime Reports, which also showed an overall drop in crime in 2002, is based on crimes reported to state and local police nationwide.

Some highlights from the new Justice Department report:

-- From 2001 to 2002, the number of robberies fell by a remarkable 19 percent, from 630,690 to 512,490, and is down 63 percent from 1993 to 2002.

-- Households with an annual income of $50,000 or more saw larger drops in property crimes than those with lower incomes from 1993 to 2002. Property crimes have dropped 52 percent over that span in rural and suburban areas and 48 percent in cities.

-- Households with annual incomes of $7,500 or less were far more likely to be involved in both violent and property crimes in 2002. For instance, there were about 52 burglaries per 1,000 households at that income level, compared with 32 per 1,000 for those earning between $7,500 and $14,999.

-- Men are more likely to be crime victims than women, blacks more likely than whites or Hispanics and people below age 24 more than those who are older.

-- Urban residents were victims of violent crime more often in 2002, at 33 crimes for every 1,000 residents. That compares with 20 crimes per 1,000 residents in the suburbs and 17 crimes per 1,000 people in rural areas.

-- Women and girls were most often victimized in 2002 by someone they knew, while men and boys had a greater chance of being victimized by a stranger. Of the female victims, 40 percent of offenders were described friends or acquaintances, 20 percent as intimate partners and seven percent as another relative.


Assim diluído torna-se menos visível, o que é óptimo para efeitos de propaganda."

"Visível" eu estou a falar de dados...


Publicado por: lucklucky às julho 2, 2005 06:06 PM

Zé Luiz às julho 2, 2005 12:50 PM: A necessidade obsessiva de dizer mal do Estados Unidos, leva a dizer coisas absolutamente insensatas.
A menos que seja humor.

Publicado por: soromenho às julho 2, 2005 07:12 PM

É humor.

Publicado por: bsotto às julho 2, 2005 09:47 PM

luckylucky:
Mesmo eu acreditasse nos números produzidos por uma organização chefiada pelo sr. John Ashcroft - o que está longe de ser o caso - teríamos que:

1. «The study examined property and violent crimes except murder».

2. O relatório não tem em conta os crimes cometidos no interior das prisões.

3. De 2002 a 2005 já passaram dois anos e meio.

4. Mesmo que o número de crimes esteja a diminuir nos EUA, isso não significa que a população prisional esteja a diminuir - pelo contrário: a fazer fé no texto que você cita, está a aumentar.

5. O meu argumento inicial era sobre a taxa de encarceramento, e não sobre a taxa de criminalidade. Os seus «dados» são irrelevantes para esta questão.

Publicado por: Zé Luiz às julho 2, 2005 10:07 PM

bsotto:
É humor, com efeito. Por enquanto...

Publicado por: Zé Luiz às julho 3, 2005 12:02 AM

Parece que tens um desconhecimento muito profundo de como os EUA funcionam, assumes que Ashcroft é criminoso até prova em contrário mas dando isso de barato achas que é possível falsificar os dados de milhares de condados, cidades num país onde existe milhares de instituições privadas de esquerda e direita que se dedicam a analisar o próprio país? Achas que o Partido Democrata é apenas uma figura de corpo presente?
O argumento da esquerda Americana é que o preservativo e o aborto foram as razões que baixaram o crime , hehe estranho como tal não tenha funcionado na Europa onde ainda há menos nascimentos e o crime aumentou. Na Direita é o aumento das penas e de pessoas presas (uma vez que há uma alta taxa de crimes que são repetidos sempre pelos mesmos), a instituição das 3 ofensas=cadeia, o aumento do porte de arma em civis. Note-se que o crime nos EUA é inferior ao Canadá por exemplo.

Os assassínios tem vindo a descer mas não continuadamente. De 2000 a 2003 houve um pequeno aumento e em 2004 desceu outra vez. Nos anos 70 havia mais de 10 por 100000 habit. neste momento anda nos 5. Note-se que alguns assassínios não estão necessáriamente ligados "ao mundo do crime" podem ser passionais.

5. certo mas tu argumentaste sobre o crime também.

Publicado por: lucklucky às julho 3, 2005 07:42 AM

Uma a uma, as falácias construídas por aqueles que nos andaram a aldrabar nos últimos 40 anos vão caindo.

Publicado por: fbmatos às julho 3, 2005 01:37 PM

O EuroLiberal e o Luís têm razão numa coisa: a Europa é a maior potência exportadora do mundo com um saldo comercial muito positivo e os EUA importam muito mais do que aquilo que exportam.

Por muito que todos ridiculzrizem as opiniões do EuroLiberal e do Luís, ninguém se pronuncia sobre estes factos.

É ÓBVIO que a situação dos EUA não é sustentável. E o facto disso já ter sido notado várias vezes (as tais 30000000 previsões) não diminui a veraciade. Imaginem uma empresa que TODOS os anos tem prejuízo, mas vai sempre pedindo dinheiro emprestado. Quando os credores hesitam em emprestar, eles dizem "Meu amigo, já há 15 anos que estão sempre a dizer que nossa empresa não tem futuro, estão sempre a prever a nossa falência, e nós aqui continuamos!!!"

Sei lá quantas vezes é que se previu o fim de outras bolhas especulativas? Alguém pode ter notado que aquilo era sustentável muito antes de ter rebentado, mas os "espertos" sempre diziam, "epá! Já nos vieram com essa conversa umas 10 ou 30 vezes e isso nunca aconteceu!"

Publicado por: Alfredo às julho 3, 2005 05:52 PM

Estás a falhar numa coisa como sabes que quem "empresta" (não é só empréstimos é participação em empresas por via de fundos de pensão acções,obrigações etc.) não está ganhar o seu? ou a ter lucro? Se todos os investidores de uma empresa(principalemte sem muito património e capital próprio) se retirassem por magia iria á falência mesmo que estivessem a dar lucro, caso ninguém tivesse dinheiro para cobrir.

Publicado por: lucklucky às julho 3, 2005 09:54 PM

Eu dei DOIS exemplos (e só um deles envolvia empréstimo) de como o facto de serem feitos muitos "avisos" de que algo não é sustentável e ainda nenhum ter sido confirmado queira dizer que devemos desvalorizar os avisos.

Se os EUA importam MUITO mais do que aquilo que exportam há mais de 20 anos é óbvio que o seu modelo não é sustentável e que grandes alterações se perfilam no horizonte.

Publicado por: Alfredo às julho 4, 2005 05:21 AM

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