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outubro 10, 2004

Portugal está Enfermo

Quando escrevi aqui, há dias, uns textos sobre o advento da República, não o fiz por uma mera intenção de recordar a efeméride. Fi-lo igualmente para recordar que em matéria política e social, quem semeia ventos colhe tempestades.

Tem sido repetido à exaustão que o regime emergente do 25 de Abril não deveria repetir os erros da 1ª República, pois esses erros haviam conduzido a um ambiente social que facilitou a instauração da ditadura. Este apelo continha, porém, um vício de análise profundo. A 1ª República foi vítima da crise social e de valores que ela própria perverteu durante as duas décadas que precederam a implantação da república. Como escrevi na altura, a 1ª República acabou por cair na armadilha que havia construído para os outros – a permanente chicana política, a difusão de boatos sem consistência com o intuito de enlamear as figuras publicas e a classe política em geral, a apologia da violência como arma política, a assimilação da conspiração e do terrorismo a valores respeitáveis e heróicos da luta política, a promoção dos autores de atentados e dos regicidas a heróis nacionais, exaltando a sua figura e organizando sessões e romarias em sua memória.

Um regime em que muitas das suas figuras emblemáticas ascenderam ao poder, lançando lama sobre a classe política anterior, ao tornarem-se poder, tornaram-se igualmente alvo da lama e do descrédito da classe política. Quando os valores de uma sociedade são degradados, essa degradação atinge também aqueles que a promoveram. Ficaram reféns do próprio aviltamento das instituições e valores que provocaram. A 1ª República caiu porque quando se implantou já continha em si o gérmen da sua liquidação. Só faltava saber se cairia às mãos dos republicanos moderados de Pimenta de Castro, do presidencialismo populista de Sidónio Pais, ou da ditadura do 28 de Maio. Quanto mais tarde fosse liquidada, maior seria a factura a cobrar.

Portugal vive, desde há vários anos, um clima de permanente chicana política cuja génese está na classe política e na comunicação social. São estatisticamente muito minoritários dentro da sociedade, mas apenas eles detêm a capacidade de falar e escrever publicamente. Somente alguns órgãos regionais e meia dúzia de sítios da net escapam a esta Gleichschaltung und Tarnung comunicacional, onde a comunicação social exerce um totalitarismo comunicacional dissimulado por constantes alertas sobre os perigos de um alegado controlo externo dos mídia. É o gatuno a simular a inocência, gritando «agarra que é ladrão!».

Portugal está doente e essa doença alastrou por todo o corpo social. A nossa juventude está a perder hábitos de trabalho e apenas alguns se empenham no estudo, apesar das dificuldades constituídas pelo contrapeso, cada vez maior, dos que vão para a escola apenas com intenções lúdicas. Alunos do Leste europeu, ao fim de 2 anos, são os melhores alunos das turmas e, frequentemente, os melhores alunos em Português, eles, que desembarcaram em Portugal não sabendo soletrar uma palavra da nossa língua materna.

Quando adultos reclamamos contra a situação social, exigimos reformas mas protestamos quando se tentam implementar essas reformas porque a sua concretização nos afecta directamente ou nos atinge em alguns interesses particulares. Consideramos excessiva a despesa do Estado, mas recusamos que a sua contenção seja feita através de um maior rigor no desempenho da função pública e da perda de algumas mordomias que desfrutamos. Criámos um monstro que consome a maior parte da riqueza que penosamente criamos e que não conseguimos reformar porque ele se recusa a tal e o lobby que o sustenta é mais poderoso que a nossa força para o mudar.

Há uma imunodeficiência adquirida pela nossa sociedade que a torna inerme perante esta enfermidade que a corrompe e avilta. E o alastramento dessa doença acelerou-se na última década pela emergência do BE na vida política portuguesa. Até aí tínhamos um partido anti-sistema que lutava por causas, com as quais podíamos não concordar, mas que eram causas sociais e políticas cuja sustentação era legítima. Mesmo quando utilizava métodos considerados malevolentes, havia limites que não ultrapassava. Porém o BE não é um partido de causas, mas um partido de casos. O BE vive da permanente chicana da vida política, sustenta-se do enxovalho contínuo da classe política a que ele finge não pertencer, medra na baixa intriga e nos processos de intenção, que em Portugal sempre fizeram a delícia de alguns extractos sociais urbanos que vivem na ociosidade, mesmo quando alegadamente trabalham.

E a lama e a imundície que o BE lança sobre a política e a sociedade são disseminadas profusamente através dos ventiladores de que dispõe na comunicação social. O BE tem na comunicação social um peso e uma influência completamente desproporcionados face à sua implantação social. E usa-os para degradar os já aviltados valores do país. Com que fins? Nem ele sabe. Os partidos radicais não têm estratégias de longo prazo, apenas tácticas imediatistas de intriga e envilecimento político. A longo prazo apenas perseguem quimeras. E quando as tácticas resultam e a sociedade é abalada nos seus fundamentos, são eles as primeiras vítimas do refluxo da maré.

E o BE fez escola. Basta lembrarmo-nos do terrorismo parlamentar do PS, da aliança Povo-RTP e dos prenúncios a PREC que ocorreram nos primeiros meses da actual legislatura.

Estou pouco preocupada que o BE, ou qualquer dos seus émulos, venha a ser essa vítima: quem semeia ventos colhe tempestades. Mas estou cada vez mais preocupada pela evolução da vida política, social e económica de Portugal, pelo aprofundar do nosso atraso e pela nossa manifesta incapacidade de sair da situação para onde temos sido arrastados, por nossa culpa, e na qual nos afundamos, cada vez mais. O país está doente e a parte sã do seu corpo não parece ter capacidade de regenerar o todo colectivo.

A questão já não é a de termos deixado de ver a luz ao fundo do túnel. O grave é que já não vemos a luz no topo do poço.

Publicado por Joana às outubro 10, 2004 07:51 PM

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Comentários

Não acho que deva "diabolizar-se" o BE.
A França do pós-guerra (a V República francesa) instituiu um sistema eleitoral maioritário, pelo menos até ao triunfo de Mitterand com o seu "programme commun". O sistema, e a sua estabilidade, permitiu-lhes as célebres "trinte glorieuses" numa época bem mais fácil do crescimento económico e do progresso ...

Publicado por: asdrubal às outubro 10, 2004 10:13 PM

jornal Público:

«... No conselho nacional do PSD de 3 de Setembro, o primeiro enquanto líder do partido e primeiro-ministro, Santana criticou, durante a sua intervenção, a comunicação social e anunciou que o Governo iria tomar medidas nesta área. Uma das críticas que fez, segundo relato da reunião que decorreu à porta fechada, foi considerar inaceitável que os órgãos de comunicação social dessem eco e tempo de antena ao Bloco de Esquerda muito superior à sua representatividade em termos eleitorais, em comparação com os outros partidos. Já nessa altura, o primeiro- ministro insistiu na necessidade de uma nova entidade reguladora da comunicação social mais actuante.»...

não é só a "assessora" da maioria que anda preocupada ; o nosso primeiro também acha o mesmo !
Cara Joana : e se os assessores de psl lhe dissessem para governar em vez de se preocupar 25 hora por dia com a imagem que passa na comunicação social !

é difícil , não é ? o homem é um incompetente e nunca pensou que o PR lhe oferecesse o poder numa bandeija.

Publicado por: zippiz às outubro 10, 2004 10:59 PM

bandeija não,
bandeja

Publicado por: zippiz às outubro 10, 2004 11:03 PM

zippiz: desculpe lá, mas se quer estabelecer um nexo de causalidade entre mim e o PSL no que se refere a esse assunto e dado que eu já me referi aqui diversas vezes a isto, de uma maneira ou de outra, então terá que me considerar não assessora do PSL, mas mentora!
Mentora é que me parece correcto.
Infelizmente tenho a dizer-lhe que neste campo o PSL é um péssimo aluno. Pelo menos não segue a maioria dos meus conselhos ou segue-os de uma forma canhestra.

Publicado por: Joana às outubro 10, 2004 11:21 PM

asdrubal em outubro 10, 2004 10:13 PM:
Não estou a diabolizar ninguém. Estou apenas a dar os nomes às coisas, pelo menos no meu entendimento.

E já que apontou o exemplo da V República francesa, como sabe, depois do Maio de 1968, com as revoltas estudantis e as greves de vários milhões de trabalhadores, as eleições realizadas semanas depois deram uma subida aos gaulistas. Às vezes o excesso de barulho serve para mascarar a menor implantação social.

Publicado por: Joana às outubro 10, 2004 11:26 PM

O país está doente , diz Joana , e a culpa é do BE !
À ganda BE !
A culpa não é de 29 anos de governos "Bloco-Centrais" , não.

A teoria da comunicação social "controlada" pela esquerda tem vários adeptos e um dos principais é JPPereira . Vejam lá a cena : um dos principais criticos do actual governo , na area do psd , está de acordo com joana , acerca da importância do BE nos media.
Aliás , a nomeação do actual director do DN só corrobora esta teoria ! E dá-se aqui de barato a empolgante carreira de LDelgado - devido aos seus méritos profissionais - DDigital/Lusa/PT .
Cara Joana , um pouco mais de seriedade .
Segundo o seu argumento, então, o parceiro mais pequeno da maioria anda a ser levado ao colo pela comunicação social . Sim , porque 8% de votos há cerca de 3 anos e os actuais 1,5% das sondagens , não merecem tanto prime-time !

Publicado por: zippiz às outubro 10, 2004 11:31 PM

zippiz em outubro 10, 2004 10:59 PM:
Não sei como se pode regular isso. Nos outros países as coisas não funcionam assim. Os jornais situam-se em diferentes quadrantes políticos, as suas opções políticas são do domínio público e como tentam ser objectivos dentro da leitura que fazem das coisas, são respeitados. Quando não são, os jornais deixam de se vender.

Cá os jornais fingem ser neutrais, mas não o são e cada jornalista, a partir de certo nível hierárquico julga-se uma vaca sagrada.

Publicado por: Joana às outubro 10, 2004 11:36 PM

zippiz em outubro 10, 2004 11:31 PM:
Eu escrevi que «o alastramento dessa doença acelerou-se na última década pela emergência do BE na vida política portuguesa». Não disse que a culpa era apenas do BE. Entre 1900 e 1926 a imprensa não fazia outra coisa senão atirar lama aos políticos e ainda não havia o BE.
Quando a Camioneta da Morte andava atrás dos chefes republicanos moderados para os assassinar, ia ao lado uma moto com sidecar com repórteres de um jornal. Foram esses repórteres que indicaram aos assassinos onde estava o Almirante Machado Santos porque o Dente d’Ouro estava equivocado.
Quer melhor imprensa que aquela, em 1921? Indica aos assassinos onde estão as potenciais vítimas para terem uma reportagem em directo e em 1ª mão!!

Publicado por: Joana às outubro 10, 2004 11:45 PM

Joana:
Concordo com a sua análise, mas...
Infelizmente o PS andou uns tempos um pouco a reboque desse terrorismo do BE (muito instigado pela comunicação social e, que ironia, pelo MRS, sempre a acusar o PS de deixar ao BE a liderança do oposição).
O PS, felizmente, parece que está a recuperar a serenidade. A julgar pela maneira, sóbria, como o Sócrates reagiu-e não foi a quente- a este recente pseudo-caso talvez haja uma luz algures não acha? (talvez só falte agora descobrir onde é que está o túnel...)

Publicado por: P Vieira às outubro 10, 2004 11:49 PM

joana,
até parece que os media são dirigidos pelos jornalistas (na verdadeira acepção da palavra).
De facto alguns directores são ou foram jornalistas mas , tenha dó...
O último exemplo (mau) deu-nos o Moniz da TVI !

Publicado por: zippiz às outubro 10, 2004 11:50 PM

P Vieira em outubro 10, 2004 11:49 PM:
Concordo consigo. Repare que eu me referi ao PS dos primeiros meses desta legislatura.
Todavia, eu não deposito assim tantas esperanças no Sócrates. Não por ele, mas pelo aparelho que o rodeia. É do piorio. É certo que o Sócrates é um tipo teimoso e não me parece que seja capaz de capitular imediatamente como fez o Guterres.
Ver-se-á.

Publicado por: Joana às outubro 10, 2004 11:57 PM

JOANA (a respeito de Sócrates):
mas há sempre Santana e Portas . Podemos todos dormir descansados...
e em última análise temos ainda JGama , esse peixe de águas profundas...

Publicado por: zippiz às outubro 11, 2004 12:01 AM

Visão apocalíptica, Joana, mas infelizmente é capaz de ter razão

Publicado por: Trofa às outubro 11, 2004 01:00 AM

Joana,
como pode ler abaixo há quem tenha opiniões diferentes...na blogsfera !

TANTA IRRESPONSABILIDADE...
Santana Lopes vai divulgar medidas de política económica pensadas em função da evolução da economia?

Não, Santana ainda há dois dias abandonava uma audiência com Jorge Sampaio dizia que ia governar o que significava que queria saber se podia aumentar as pensões ou descer os impostos; em menos de um dia Santana não só concluíu que ia baixar os impostos e aumentar as pensões, como ainda arranjou solução financeira para aumentar vencimentos; bastou um dia de "governação" para mandar a folga mais a produtividade às urtigas e decidiu tudo de uma penada, e ainda garante que os limites do Pacto de Estabilidade serão respeitados.


Temos ministro das Finanças?

Não, pela forma como a política económica é decidida em função dos interesses políticos de Santana Lopes não temos um ministro das Finanças. o que temos é um técnico oficial de contas de um comerciante caga-milhões. Ao ministro das Finanças de Portugal não cabe gerir as finanças do Estado, o seu papel é encontrar fundos para as medidas divulgadas por Santana Lopes e Paulo Portas. Este ministro das Finanças já não tem credibilidade junto do merceeiro da minha rua, quanto mais junto de organizações internacionais como o FMI, a OCDE ou o Banco Mundial, para não falar do próprio Conselho Ecofin.


Temos Governador do Banco de Portugal?

Temos, mas só a aprece quando não é convidado.


Temos Presidente da República?

Temos, foi ele que nomeou Pedro Santana Lopes primeiro-ministro de um país a norte do Zimbabwe.

Posted at 10/11/2004 12:26:12 am by Roncinante
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blog jumento

Publicado por: zippiz às outubro 11, 2004 01:11 AM

I wonder who is sick...

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 11, 2004 01:58 AM

Os meus sentimentos são muito semelhantes aos de Joana, embora eu me preocupe menos com a influência do BE. Aliás, o BE já é um partido situacionista a quem interessa a manutenção do que está.

A saída deste enorme buraco passa por se gerar um consenso sobre uma alternativa sistémica. O problema é as pessoas procurarem uma alternativa DENTRO do sistema, em vez de procurarem uma alternativa AO sistema. Como monárquico tradicionalista que sou tenderia a procurar uma saída por essas bandas, mas essa alternativa está impossibilitada pela insistência dos monárquicos em apresentarem ao País um Pretendente que obviamente não tem qualidades morais e intelectuais para assumir as responsabilidades de Rei. Uma Monarquia que fosse igual a esta República, apenas com um Rei incapaz no lugar de um Presidente pouco menos incapaz, não é obviamente solução. Talvez uma República presidencialista (o Presidente é chefe de governo) permitisse escapar ao domínio partidocrático, foco da actual corrupção. E um Parlamento com duas Câmaras - uma Câmara de Deputados, eleitos em círculos uninominais, e uma Câmara tipo Câmara Corporativa, mas eleita livremente pelos corpos e associações - que tivesse o exclusivo do poder legislativo, podia contribuir para um sistema mais funcional e menos oligárquico.

Mas ficaria o problema da qualidade das pessoas - ou da sua falta de qualidade -, fruto de um sistema educativo perverso. Teríamos de regressar a um sistema de exigência qualitativa apoiado em professores cuja carreira dependesse de resultados e não de antiguidade.

Nada disto é impossível, nem sequer particularmente dificil. Desde que saibamos o que queremos e estejamos dispostos a sacrificar algum socego para o conseguir.

Publicado por: Albatroz às outubro 11, 2004 09:21 AM

Tem toda a razão. O coro de mixordeiros é insuportável

Publicado por: Benquisto às outubro 11, 2004 10:01 AM

Albatroz em outubro 11, 2004 09:21 AM:
Eu não estou assustada com a importância do BE. Apenas sublinho que a sua emergência acelerou o vício da baixa intriga e da mesquinhez em que se espojam os meios de comunicação, nomeadamente os jornais.
A intriga e a boataria sempre foi um desporto nacional. Do ponto de vista dos nossos valores sociais é mais grave incentivar esse "desporto" que apresentar os "reality shows", por muito cretinos que estes sejam

Publicado por: Joana às outubro 11, 2004 10:20 AM

Adenda:
Não me parece que a solução tenha a ver com o regime. A monarquia em Portugal, tirando alguns abencerragens, não tem adeptos. Antes de 1910 os políticos monárquicos foram quase tão eficientes como os republicanos em lançar lama sobre a monarquia. O actual pretendente ao trono é um idiota.
Talvez com o agravar da crise e com Portugal ir ficando cada vez mais para trás, o povo tome consciência do que tem que ser feito, em vez de dar socos no ar.

Publicado por: Joana às outubro 11, 2004 10:27 AM

Já agora, Joana, o que é que tem de ser feito, na sua opinião?

Publicado por: Albatroz às outubro 11, 2004 10:31 AM

Nota: Eu não disse, nem julgo, que os meios de comunicação façam propaganda do BE, embora lhe dêem um relevo superior ao que ele representa. O que eu afirmei é que o clima de chicana política e de aviltamento da coisa pública em que o BE se especializou, tem acentuado essa tendência na comunicação social. O que me preocupa é esse clima de boataria, de processos de intenção, de baixa intriga e o seu reflexo na nossa vida social e política.

Publicado por: Joana às outubro 11, 2004 10:39 AM

Albatroz em outubro 11, 2004 10:31 AM:
Sobre o que eu penso que deve ser feito sobre matéria económica e melhoria do desempenho da função pública, já o tenho escrito aqui por diversas vezes.
Se me pergunta se é possível, na situação actual fazer essas reformas, respondo-lhe que duvido, ou mesmo que receio que seja impossível.
Existem no nosso país, talvez como refluxo da época da ditadura, uma série de mecanismos que se tornam num impasse a qualquer acção.
A constituição está armadilhada, o PR é de um partido oposto ao do governo, além do que não sabe o que quer.
Depois há a questão da intriga política e mesquinhez. Basta ver que, no próprio PSD, a intriga pessoal sobreleva o interesse nacional e o interesse do próprio partido.

Isto é como a reciclagem do lixo. Levaremos décadas a consegui-la fazer.

Publicado por: Joana às outubro 11, 2004 10:48 AM

Então, que fazer?...

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 11, 2004 11:02 AM

Por falar em que fazer. Já leram o artigo de hoje do J M Fernades no Público sobre o bloqueio.
Se perceberem alguma coisa digam-me.
Ele ainda está mais cofuso que o pessoal daqui.

Publicado por: fbmatos às outubro 11, 2004 11:11 AM

Joana,
O que eu gostaria de saber é a sua opinião quanto às mudanças sistémicas (presidencialismo, parlamentarismo, semi-presidencialismo, lei eleitoral, etc.) necessárias à nossa saída desta confusão.

Publicado por: Albatroz às outubro 11, 2004 11:26 AM

Onde é que isto vai parar?
Vai parar?
Quando?
Quando é que vamos puder saber o que realmente se passa? É que tenho a sensação que cada vez nós eleitores contamos menos...
Um abraço.

Publicado por: João da Cal às outubro 11, 2004 12:52 PM

fbmatos em outubro 11, 2004 11:11 AM

Ó fbmatos. agora percebo alguns dos seus posts: você é leitor do JM Fernandes!...

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 11, 2004 01:39 PM

Isto não pára. Tá completamente desgovernado!

Publicado por: Vítor Domingues às outubro 11, 2004 01:40 PM

Joana
Tem agora uma boa oportunidade de ser útil: explique lá ao pessoal a importância do Kydland e do Prescott.

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 11, 2004 01:42 PM

(M)arca Amarela em outubro 11, 2004 01:39 PM
Caríssimo MA, se você detectou isso, concluo que é igualmente um assíduo leitor do JM Fernandes

Publicado por: fbmatos às outubro 11, 2004 02:13 PM

Os jornalistas andam de cabeça perdida a ver se inventam coisas para aumentarem as audiências.

Publicado por: supico às outubro 11, 2004 04:17 PM

A comunicação social "mexe" com a esquerda.
Esta está radiante.
A corporação dos jornalistas mais antigos aliados às fornadas dos jornalistas marxistas saidos das nossas escolas têm criado um "melting pot"deveras generoso para com a sinistra.
Junta agora a JOANA esse grupelho denominado BE, para que o odor seja mais pestilento ainda.

Os comentários aqui expressos pelos "sinistros" revelam o incómodo causado às hostes.

A comunicação social actual é um "derivado" da golpada de Abril.Se anteriormente ela era repelente,a de agora degenerou num produto mafioso.

Sem ética nem moral,com jornalistas-terroristas a servi-la,com patrões mais interessados nos lucros do que na estabilidade do país,minha cara JOANA,deixai-os resvalar pelo plano inclinado da Primeira República.

A UE não permitirá uma ditadura,mas um regime musculado necessita-se para meter na "ordem" as diatribes dos servidores das vilanias e das infâmias.

Como diz o senhor da Madeira,venha a IV República,porque a de Abril soçobrou no pântano e a "choldra" não quer mesmo governar-se.

A velharia abrilista que entregue a alma ao Criador.

Portugal está farto dela.

Publicado por: ZEUS8441 às outubro 11, 2004 05:56 PM

Pois é, caro Albatroz, o "tiro ao Pretendente" depressa o transformou num «abencerragem».
Quanto ao sistema ... devemos levar décadas no fluxo, no defluxo e no refluxo. É o destino ...

Publicado por: asdrubal às outubro 11, 2004 05:58 PM

Caro Asdrubal,

Não creio que haja assim tão poucos monárquicos como a nossa amiga Joana sugere, mas, faltando a muitos a coragem para se livrarem de tão incómodo "Pretendente", é verdade que a maioria mantem a cabecinha bem baixa, para que as actuais circunstâncias do movimento monárquico não os façam parecer completamente patetas.

Publicado por: Albatroz às outubro 11, 2004 06:10 PM

Não me parece que a monarquia tenha adeptos significativos, mesmo entre os que estão fartos da III República

Publicado por: David às outubro 11, 2004 07:09 PM

fbmatos em outubro 11, 2004 02:13 PM

Eeeeeeuuuuu???!!! Livra! Conheço o exemplar demasiado bem para para perder tempo a lê-lo.

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 11, 2004 08:37 PM

Joanica,

E para quando um texto sobre o recente encontro sobre a "Ética Empresarial"?

Independentemente dos coxos de esquerda e de direita, uma coisa é certa: há luz para além dos coxos!

ps: "passsar por cima" deste encontro é "perder o combóio".... ou não acha?

pps: eu sei que "isto" será puxar pelas cabecinhas pensantes, mas, se não for isto, que nos resta? As "análises do economato"? As "teorias da conspiração"? O Milton Friedman e a sua maneira de olhar distante?

Publicado por: re-tombola às outubro 11, 2004 08:56 PM

Eu, caro Albatroz, não faço parte de nenhum partido, nem de nenhum movimento. Nunca fiz. Tenho a cabecinha bem levantada por esta banda. O que eu acho interessante na Monarquia, hoje, é o facto indiscutível de constituir um projecto institucional de re-equilíbrio da conflictualidade da república.
Pelo resto, o que eu sei é que António Sardinha ainda teve tempo de ver Sidónio Paes caminhar - hirto, como ele próprio descreve - para a morte. O Integralismo estava pois reservado para a perversão autoritária de Salazar. E continua, não continua ? Como é que pode não continuar ?

Publicado por: asdrubal às outubro 11, 2004 11:11 PM

Caro Asdrubal,
Não precisa de me convencer das vantagens teóricas da Monarquia. Mas, para que a teoria se materialize na prática, é preciso que a Monarquia o seja e não aspire a parecer-se com qualquer república. Os integralistas eram filhos da sua época, mas tiveram o mérito de propor qualquer coisa de coerente. Se tivessem alguma vez chegado ao poder teriam constatado que o seu sistema não funcionaria, mas o terem ousado distanciar-se da matriz oligárquica já foi muito bom. Se nós - monárquicos e republicanos - ousássemos romper de vez com a oligarquia e procurássemos construir a democracia sem partidos, talvez acabássemos por conseguir a quadratura do círculo. No que me diz respeito, que penso nisso há muitos anos, estou convencido de que é possível.

Publicado por: Albatroz às outubro 12, 2004 12:20 AM

Albatroz em outubro 12, 2004 12:20 AM

Nem Deus, nem chefe!
Nem mais...

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 12, 2004 11:24 AM

O BE não surgiu do nada. Ele é um filho legítimo, dilecto e conveniente, do Sistema.
Por isso é tão acarinhado...

Publicado por: Senaqueribe às outubro 12, 2004 02:24 PM

Albatroz em outubro 12, 2004 12:20 AM
Construir uma democracia sem partidos? As pessoas têm que estar organizadas para concorrerem a eleições. Essas organizações são os partidos, mesmo que as chamemos com outro nome.

Publicado por: vitapis às outubro 12, 2004 05:59 PM

Não fosse uma associação de ideias provocada pela nostalgia de Leo Ferré, o seu "Ni Dieu ni Maître" e "Avec le Temps", e eu não me tinha apercebido do «Ómega» de Joana :
- Albatroz escreve uma mensagem dia 12 de Outubro de 2004 às 12.20 AM.
- (M)arca Amarela responde-lhe ("Ni Dieu ni Maître") em 12 de Outubro de 2004 às ... 11.24 AM. Até parece o «gato de Shrödinger» ...

Publicado por: asdrubal às outubro 12, 2004 07:44 PM

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