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janeiro 23, 2006

Os Loucos do Pireu

Ou as Ilusões da Vitória

Escreve a Arte da Fuga sobre a derrota de «Mário Soares e a geração de socialistas dona de Abril. Acabou-se uma era. Acabou-se o direito de propriedade sobre a história». Provavelmente muitos outros pensarão assim. Desenganem-se. A esquerda é como o louco do Pireu, na Atenas clássica, que se reclamava dono do porto e de todas as embarcações que o demandavam. Não importava que só tivesse um pardieiro para se acolher, porquanto aquela posse ilusória valia mais para ele, que todo o tesouro da Anfictionia. A esquerda reclama-se dona da História, dos destinos da humanidade, da emancipação dos deserdados. Pode ser derrotada pela História, podem os destinos da humanidade inflectirem por um caminho oposto, pode criar sociedades que transformem todos os cidadãos em deserdados … a esquerda portar-se-á sempre como o louco do Pireu.

Basta observar a campanha de Manuel Alegre. Alegre apropriou-se, ao longo da campanha, de todos os vultos de interesse histórico. Evocou, em panegíricos solenes, todas a figuras conhecidas desde a extrema-esquerda até ao centro-esquerda; visitou e recolheu-se comovido, perante as campas dos ilustres antepassados, pois enquanto alguns candidatos preferiam o bulício das feiras, Alegre elegeu a paz dos sepulcros e o diálogo com os nossos egrégios avós. Na falta de apoio partidário, Alegre apropriou-se de tudo: República; 25 de Abril; Cidadania; Grupos de Cidadãs e Cidadãos (pois quê, todos??); Democracia; Esquerda; Extrema-Esquerda; Centro-Esquerda; Pátria; Poesia; Língua Portuguesa; Literatura; … e mais que a falta de tempo não me permite enumerar. Se a campanha tivesse durado mais alguns dias, tê-lo-íamos visto a recitar uma ode ditirâmbica frente ao túmulo de Afonso Henriques.

E sucedeu o mesmo, mutatis mutandis, com os restantes candidatos de esquerda. Talvez de uma forma menos notória, mas apenas porque eram candidaturas partidárias.

Aliás, toda a esquerda se comporta assim, tenha as derrotas que tiver, e, mesmo quando ganhe, seja obrigada a inflectir por vias contrárias àquelas que tem inscritas no seu código genético. E, no caso de vitória, se seguiu a via que está inscrita no seu código genético, continua imperturbável na sua tranquilidade de proprietária da História, quando anos depois se verificar que tornou uma população que aspirava à emancipação social, num conjunto informe de deserdados em desespero.

Publicado por Joana às janeiro 23, 2006 02:47 PM

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Comentários

Apropriar-se de mortos é uma prática recorrente e costumeira dos seres humanos. Não só da esquerda. Tanto na vida política como na vida pessoal e familiar.

A direita portuguesa, por exemplo, reza missas por Sá Carneiro, enquanto a francesa louva de Gaulle.

A Joana, já terá ido visitar o túmulo de Adam Smith. Ou o de George Washington.

Cada um encontra na História as figuras e as citações que mais lhe convem.

Publicado por: Luís Lavoura às janeiro 23, 2006 03:37 PM

a dona do blogue "pirou-se" de vez:
Alegre é um homem do aparelho do Partido dito Socialista que conviveu pacatamente com o sistema clientelar da partidocracia durante mais de 30 anos. Estar a sugerir que o home é de esquerda só pode resultar da má-fé habitual da escrevinhadora reaccionária, para desviar as atenções do que é a Esquerda.
Aliás, para quem tem a distinta lata de parir um presidente baseado numa campanha de mentiras e omissões e de o arvorar em "presidente de todos os portugueses" nada é de estranhar. Ele será presidente de todos os portugueses iliteratos e de cidadania indiferenciada. O home não é meu presidente, minha senhora!

Publicado por: xatoo às janeiro 23, 2006 03:52 PM

Confesso que fico um bocado baralhado com os pensadores para os quais a esquerda umas vezes existe e outras não.
Além disso, a própria definição de esquerda também é muito flexível na cabeça destes pensadores.
Por acaso nunca vi «a esquerda» (tentando adivinhar o que Joana quer dizer com isso)reclamar-se «dona da História» (tentando igualmente adivinhar o que Joana quer dizer com isso).
Quanto aos fabricantes de deserdados (admitindo, para facilidade de argumentação, que o que Joana diz é verdade), há que reconhecer que, nessa indústria, a esquerda não passa de uma pequena empresa, incapaz de fazer sombra aos empórios da direita.
A longa falange da direita tem trinta séculos de prática e de exercício do poder. A esquerda, coitada, tem, a bem dizer, dois séculozitos de experiência.
Apesar de tão jovem, a esquerda conseguiu abolir a escravatura, pôr as mulheres e os pobres a votar, democratizar a educação e a saúde, moralizar um pouco as relações de trabalho e garantir a independência dos povos colonizados.
É compreensível, pois, que a direita não goste da esquerda, assim como a esquerda não goste da direita.
Seja como for, nem vale a pena perder tempo com a direita que aparece, agora, a reclamar a propriedade do 25 de Abril.
Que sentido fará esta discussão daqui por dois séculos?

Publicado por: (M) às janeiro 23, 2006 04:09 PM

xatoo às janeiro 23, 2006 03:52 PM

Já nem me lembro de quem inventou esse disparate do "presidente de todos os portugueses". O Presidente da República é, como se está mesmo a ver, presidente da República Portuguesa; não é presidente de portugueses nenhuns, mas sim, apenas e tão-somente da República Portuguesa.

Os portugueses querem-se pessoas livres, não precisam de nenhum presidente que mande neles.

Publicado por: Luís Lavoura às janeiro 23, 2006 04:20 PM

Bem fez Cavaco Silva, que durante toda a campanha apena disse 3 frases lapidares que vão ficar na História pelos séculos dos séculos: "-Grândola, vila morena!", "-Viva Portugal!" e "-Obrigado, portugueses".
Safou-se!...

Publicado por: Senaquerib às janeiro 23, 2006 04:31 PM

Bem fez Cavaco Silva, que durante toda a campanha apenas disse 3 frases lapidares que vão ficar na História pelos séculos dos séculos: "-Grândola, vila morena!", "-Viva Portugal!" e "-Obrigado, portugueses!".
Safou-se!...

Publicado por: Senaquerib às janeiro 23, 2006 04:32 PM

É curioso que os mesmso que discordam deste post da Joana são aqueles que se indignaram por Cavaco cantar "Grândola, vila morena".

É óbvio que não adianta explicar que estão em contradição.

Publicado por: Mário às janeiro 23, 2006 04:51 PM

Caro Luís Lavoura:

Descobri esta senhora que escreve sobre a globalização, já encomendei um livro que publicou em Dezembro de 2005 "How we compete: What companies around the world are doing to make it in today's global economy".

Tomo a liberdade de lhe chamar a atenção para este texto... todos os pais, todos os profs, deveriam ser capazes de traduzir este artigo para uma linguagem básica, para uma linguagem simples que as nossas crianças pudessem compreender, como medida preventiva ou terapêutica... como se faz, mostrando aos jovens consumidores, ou aos jovens alcoólicos os cadáveres das vítimas de overdose ou de acidentes de viação.
Está em http://web.mit.edu/polisci/research/berger/Future_of_Work1.pdf

Publicado por: diogenes às janeiro 23, 2006 04:51 PM

Julguei que esquerda e direita só existissem há 200 anos e que tinham nascido em simultâneo.

Publicado por: Rui Sá às janeiro 23, 2006 05:00 PM

Querem ver que a república é mesmo o busto de bronze do Parlamento ?

Publicado por: asdrubal às janeiro 23, 2006 05:01 PM

diogenes às janeiro 23, 2006 04:51 PM

!!! De que está Você a falar? Não escrevi livro nenhum com tal título.

Publicado por: Luís Lavoura às janeiro 23, 2006 05:06 PM

Publicado por: Mário às janeiro 23, 2006 04:51 PM

Parece que quem se indignou foi o povo de Grândola.
Pela minha parte não me indignei nada. Eu e um grupo de amigos rimos a bandeiras (vermelhas, naturalmente) despregadas.
Até apostámos entre nós sobre o dia em que o Cavaco iria cantar a Internacional...
Mais duas semanas a cair nas sondagens e ele até cantaria o Avante Camarada.

Publicado por: (M) às janeiro 23, 2006 05:08 PM

Publicado por: Rui Sá às janeiro 23, 2006 05:00 PM

Julgou mal. Aquilo a que você se refere não foi o nascimento da esquerda e da direita, foi a invenção de uma taxonomia política.

Mas é compreensível a sua confusão. Ela nasce da tal flexibilidade a que me referi na definição dos conceitos de esquerda e direita.

Se falarmos de poder e classes talvez nos entendamos melhor.

Publicado por: (M) às janeiro 23, 2006 05:17 PM

Marxismo, doutrina simplória para simplórios...

Publicado por: Pedro Oliveira às janeiro 23, 2006 06:04 PM

mas a Joana anda há 2 anos a dizer-nos que não existe esquerda (às vezes ao fim de semana diz-nos que também não existe direita) e agora "amanda-nos" com este lenço de assoar?

Publicado por: zippiz às janeiro 23, 2006 06:11 PM

eu gosto muito é da alegria dos jovens turcos liberais por verem em Belém um Eanes à civil!

Publicado por: zippiz às janeiro 23, 2006 06:13 PM

Publicado por: Pedro Oliveira às janeiro 23, 2006 06:04 PM

Para a próxima tens que gastar mais duas horas a espremer as meninges porque só com uma não te sai lá grande coisa do bestunto

Publicado por: (M) às janeiro 23, 2006 06:54 PM

Bla, Bla. Que não cante já a Direita de galo, que se Cavaco ganhou foi porque escondeu os seus apoios na Direita (o "outro partido", lembram-se?) e porque desviou para a Esquerda o seu discurso de modo a cativar neste sector os preciosos 10/20% de votos que precisava para ser eleito.

Este cavaco que elegeram é um Cavaco de Centro-Esquerda... Logo a vitória da Direita, se o é, é apenas porque esta se travestiu em... Centro-Esquerda.

Publicado por: Rui Martins às janeiro 23, 2006 06:58 PM

Entre a ilusão da apropriação da história (e do bem, em sentido lato) por essa esquerda (histórica?) a que se refere a Joana, em tom demasiado abrangente, e a ilusão de existir e representar alguém ou alguma coisa, da direita liberal (bufa?), confesso que:
- a primeira nos entristece como um idoso que já foi respeitado e, agora, desfia repetitivamente histórias do passado;
- a segunda diverte-nos, no seu frenesim catatónico e ufano, a roçar a idiotia.

Mas, claro, isso é passado. A Joana não se distraia. Ou correrá o risco de ter que inventar mais esquerdas para zurzir(que é como quem diz: veja lá não fique a bater em mortos).
O que temos agora é uma sociedade politicamente inculta, que vê os nossos representantes pelas lentes baças do preconceito e do ajuste de contas com o passado.

Não é o fim da história.
É apenas o fim do episódio.

Publicado por: Vítor às janeiro 23, 2006 07:00 PM

O que é mais engraçado, aqui, é a claque «esquerda» a insistir que ganhou, mesmo perdendo... A democracia é assim, pessoal, umas ganham-se, outras perdem-se... E não fiquem preocupados que esse papão da «direita» só existe nessas cabecinhas tontas. A «direita» portuguesa, com a excepção de meia-dúzia de salazaristas orfãos, não é como a «esquerda» mais radical: não existe qualquer perigo, que, ao ganharem umas eleições, essas sejam as últimas. Já não punha as mãos no lume pela «esquerda» de Jerónimo de Sousa ou de Francisco Louçã.

Publicado por: Pedro Oliveira às janeiro 23, 2006 07:03 PM

Publicado por: Pedro Oliveira às janeiro 23, 2006 07:03 PM

Não. O que é de facto engraçado é aparecer um lunático a ver coisas que ninguém escreveu.
Onde é que está «a claque «esquerda» a insistir que ganhou...»?

Pelo contrário, o que aqui já se tem dito muitas vezes é que a direita está no poder em Portugal há trinta anos...

Ou agora querem convencer-me de que o engº. Sócrates é de esquerda?

Para evitar mais afirmações balofas, reproduzo o comentário que deixei em post anterior:

===> Parece que só o sr. Mário Soares e a sua senhora dona lady é que ainda não tinham percebido que o soarismo já não existia.
O sr. engenheiro Sócrates, por exemplo, sabia. A prova é que escolheu o sr. Soares para candidato do PS porque a última coisa que queria era ter um Presidente de, digamos, esquerda a moer-lhe o juizo de cada vez que ele quiser aplicar a sua política económica e, digamos, social.

Publicado por: (M) às janeiro 23, 2006 07:24 PM

haha! "Apesar de tão jovem, a esquerda conseguiu abolir a escravatura"

Vai ler História. Foram economistas mais ou menos liberais que defenderam o fim da escravatura enquanto "Humanistas" e "Cultos" homens de letras ex: Dickens defendiam a continuação da escravatura.

Publicado por: lucklucky às janeiro 23, 2006 07:53 PM

Adam Smith:

Wealth of Nations
"From the experience of all ages and nations, I believe, that the work done by free men comes cheaper in the end than the work performed by slaves. Whatever work he does, beyond what is sufficient to purchase his own maintenance, can be squeezed out of him by violence only, and not by any interest of his own."

Theory of Moral Sentiments
"to reduce them [people] into the vilest of all states, that of domestic slavery, and to sell them, man, woman, and child, like so many herds of cattle, to the highest bidder in the market."


Publicado por: lucklucky às janeiro 23, 2006 08:10 PM

tenham dó deles, hoje é o dia dos "Pedros Oliveiras"!

Publicado por: zippiz às janeiro 23, 2006 08:11 PM

Sugiro à Joana a leitura atenta deste gráfico:

http://img363.imageshack.us/img363/2030/salafararios6kw.jpg

O déficit orçamental, escondido durante uma semana, devido às eleições, foi acima dos 7% do PIB, sem receitas extraordinárias. Sem contar com os outros subsectores do Estado. Ver DGO.

Isto depois do aumento dos impostos.

posted by anti-comuna

Publicado por: anti-comuna às janeiro 23, 2006 08:28 PM

Em tempos costumava afirmar que a principal diferença entre a direita e a esquerda era que a direita era pessimista e a esquerda era optimista. Hoje, perante o esboroar da capacidade de reflexão da direita, prefiro dizer que a esquerda se preocupa com as pessoas e a direita se preocupa com a criação de riqueza (sem se preocupar minimamente com a sua distribuição). É claro que ser da esquerda não é garantia de defender políticas acertadas, mas é reconfortante saber que a esquerda autêntica, mesmo quando se engana o faz com a melhor das intenções. A direita nem sequer se preocupa com fazer de conta que as suas intenções são altruistas. As suas políticas destinam-se apenas a favorecer uma minoria, embora a direita nada tenha a obstar se, por mero acaso, essas políticas beneficiarem toda a gente. Quem acha que pode beneficiar com as políticas da direita intitula-se de direita. Os outros têm de ser de esquerda para manterem a esperança de sobreviverem.

Publicado por: Albatroz às janeiro 23, 2006 08:52 PM

A direita cria riqueza e a esquerda distribui?
Então unamos a direita com a esquerda e teremos um mundo perfeito!


Já está?

Publicado por: Senaquerib às janeiro 23, 2006 09:15 PM

O pior é que a direita quer apropriar-se de toda a riqueza para fins produtivos, não deixando praticamente nada para distribuir...

Publicado por: Albatroz às janeiro 23, 2006 09:18 PM

Ó Louco Lucas, não devias meter-te em cavalarias altas.
Isto do saber é uma chatice — exige leituras, estudo e conhecimento interdisciplinar.
Não basta ler umas coisas na net à pressa, ou uns artiguinhos ligeiros que tratam das coisas en passant.
Vê-se que queres dizer alguma coisa, mas não sabes bem o quê. Imagina que até chamas «economista mais ou menos liberal» a Adam Smith...
É verdade, o avôzinho dessa fauna que circula por aí também perorou sobre a escravatura. Só que numa perspectiva completamente diferente da dos abolicionistas. Enquanto estes combatiam a escravatura por a considerarem incompatível com a dignidade da condição humana, os teus «economistas mais ou menos liberais», com Adam Smith à cabeça, diziam que a escravatura não tinha vantagens porque um homem livre produzia mais que um escravo. Era uma perspectiva meramente economicista. Nada que reflectisse preocupações com a pessoa. Nada a que não estejamos habituados hoje.

Quem conhece alguma coisa sobre a luta pela abolição da escravatura, sabe que os primeiros a levantar a voz em Inglaterra foram os Quaker, por a considerarem um pecado. Isso passou-se aí por meados do século XVIII. Vieram depois os activistas do grupo «The Saints», chefiados pelo parlamentar Willliam Wilberforce (se me enganei no apelido é porque a PDI não perdoa), que conseguiram a aprovação da primeira lei que interditava o tráfico de escravos.

Em França, foi a Revolução Francesa que aboliu a escravatura nas colónias por violar os Direitos do Homem. Antes disso, vários filósofos franceses, como Montesquieu ou Rousseau, condenaram a escravatura e fundamentaram teoricamente a sua abolição. Se quiseres adquirir alguns conhecimentos, podes ler o Contrato Social. Atenção que o livro não trata de acordos colectivos de trabalho ou de contratos a prazo...

No Brasil, foram os negros os primeiros a lutar pela abolição, mas o grande impulso veio de movimentos revolucionários como a Inconfidência Mineira, à cabeça dos quais estiveram políticos e intelectuais.

Outra prevenção: se te aparecerem referências a «liberais» que, nos séculos XVIII e XIX, combateram a escravatura, não concluas, apressadamente, que se trata de patronos da Joana. Nessa altura o qualificativo liberal era usado com alguma liberalidade e no caso em apreço referia-se, também, aos libertários, já que a Maçonaria esteve na primeira linha do combate contra a escravatura.

Fico-me por aqui porque não quero abusar mais da paciência dos outros visitantes, nem eu tenho paciência para mais.
Espero que te sirvam de alguma coisa os conhecimentos que acabaste de adquirir.
Resta-me aconselhar-te a ires tratar da higiene corporal do Ran Tan Plan, que é a mesma coisa que dizer: Ó Lucas, vai dar banho ao cão.

Publicado por: (M) às janeiro 23, 2006 09:26 PM

O Louco Lucas tem alguma coisa a ver com o louco de Pireu?

Publicado por: Senaquerib às janeiro 23, 2006 10:15 PM

Publicado por: anti-comuna às janeiro 23, 2006 08:28 PM

sãos uns conspirativos estes ps´s!

Publicado por: zippiz às janeiro 23, 2006 10:32 PM

Onde é que está «a claque «esquerda» a insistir que ganhou...»?

Ficou toda na televisão? No Super-Mário? No Causa Nossa? Quem sabe?...

É claro que ser da esquerda não é garantia de defender políticas acertadas, mas é reconfortante saber que a esquerda autêntica, mesmo quando se engana o faz com a melhor das intenções.

Tenho a certeza que esses belos pensamentos reconfortaram muito os hóspedes do Gulag stalinista e dos Killing Fields de Pol-Pot. É pena, pena, é mesmo pena que a esquerda se engane tanto...

Publicado por: Pedro Oliveira às janeiro 23, 2006 11:06 PM

Já se percebeu, quanto à claque, que é uma noção muito elástica...

Quanto aos enganos, temos que reconhecer que a direita engana-se menos — só alberga os bacteriologicamente puros. Para os outros inventa-se sempre um Tarrafal qualquer, um forte de Peniche, sei lá... tá a ver?

Publicado por: (M) às janeiro 23, 2006 11:12 PM

Pedro Oliveira às janeiro 23, 2006 11:06 PM

Quando se fala de esquerda há logo quem refira o Goulag e Pol Pot. Será que acham que essa esquerda patológica é que é a verdadeira esquerda? Quando se fala de direita, deveremos portanto referir logo Adolf Hitler e o holocausto? Será que a honestidade intelectual tem de estar ausente dos debates ideológicos? E não valeria a pena reflectir no facto de que o regime mais mortífero da actualidade, e um dos mais repressivos (Guantanamo, Patriot Act, etc.) é o regime americano, da boa direita neo-liberal?

Publicado por: Albatroz às janeiro 23, 2006 11:53 PM

Albatroz: Na sua ânsia de defender o indefensável, você perdeu o sentido das proporções. Não oram só os Gulags e Pol Pot. Em todos os sítios em que os regimes socialistas chegaram ao poder (não me refiro ao socialismo democrático) houve genocídios. Em alguns, mais sortudos, apenas a eliminação física dos rivais e adversários ... mas com carácter de permanência ... à medida que iam aparecendo.

Publicado por: soromenho às janeiro 24, 2006 12:01 AM

Albatroz, não fale em neo-liberal, senão eles abespinham-se logo.

Publicado por: Senaquerib às janeiro 24, 2006 12:04 AM

Genocídios é comigo. Como 2 ou 3 logo ao pequeno almoço.

Publicado por: Senaquerib às janeiro 24, 2006 12:07 AM

Antes de se deitar, o Albatroz deve ir vasculhar debaixo da cama com medo que esteja lá algum neo-liberal.

Publicado por: AJ Nunes às janeiro 24, 2006 12:09 AM

O Soromenho está é com medo que o obriguem a limpar a neve das ruas de Moscovo.
Uiii, o frio que faz por lá!...

Publicado por: Senaquerib às janeiro 24, 2006 12:10 AM

Com tanta neve não admira que haja geocídios.

Publicado por: V Forte às janeiro 24, 2006 12:43 AM

Albatroz sabes o que é que ZI quer dizer em NAZI?

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(M) és um pateta nem sequer lês o que eu cito.

Willberforce era um Cristão evangélico.

Tens aqui 6 páginas de introdução..."Free Market VS "humanistas" http://www.econlib.org/library/Columns/LevyPeartdismal.html

Confesso que não percebi a referência á Joana, que raio é que interessa se o Sr. Adão é referencia para ela ou não?

Publicado por: lucklucky às janeiro 24, 2006 12:57 AM

O Soromenho deve é dar graças a Deus por não ter nascido na Esparta antiga. Eram capazes de o matar à nascença

Publicado por: (M) às janeiro 24, 2006 01:00 AM

soromenho às janeiro 24, 2006 12:01 AM

"Em todos os sítios em que os regimes socialistas chegaram ao poder (não me refiro ao socialismo democrático) houve genocídios."

E quem lhe disse que eu defendo regimes socialistas totalitários? E se fôssemos fazer uma pequena digressão pela América Latina, pelas inúmeras ditaduras militares, de direita, que por lá houve, víamos o quê? Que eu saiba os actuais regimes de esquerda na América Latina (com excepção de Cuba) não prenderam nem mataram ninguém. Refiro-me à Venezuela, à Argentina, ao Brasil, ao Uruguai e agora à Bolívia. Mas desde o Chile de Pinochet até aos facínoras do El Salvador e das Honduras, passando pela Argentina da ditadura militar, pelo Paraguai de Stroessner, pelo Brasil da ditadura militar, etc., só vi mortos, polícias políticas e repressão. Ou não será?... Qualquer pessoa sabe que pode haver ditaduras tanto à direita como à esquerda. O que eu afirmava é que a esquerda não totalitária preocupa-se com as pessoas, e a direita não totalitária preocupa-se apenas em produzir riqueza para alguns. Um rico preferirá um regime de direita, um pobre preferirá um regime de esquerda. Por razões óbvias...

Publicado por: Albatroz às janeiro 24, 2006 01:03 AM

Essa comparação está bem conseguida.

Publicado por: Bsotto às janeiro 24, 2006 01:04 AM

Na Esparta antiga não liam blogs

Publicado por: vitapis às janeiro 24, 2006 01:06 AM

Se lessem iam todos à vida. Talvez escapasse o (M). Eles gostavam de totalitaristas ariscos

Publicado por: vitapis às janeiro 24, 2006 01:08 AM

Publicado por: lucklucky às janeiro 24, 2006 12:57 AM

Ó Lucas, tem juizo. Ainda não se tinha inventado a internet já eu tinha horas de estudo de História que davam para tirar o brevet.
Vai estudando, vai, que só te faz bem.

Quanto ao que escrevo e não percebes, paciência. I say it only once.

Publicado por: (M) às janeiro 24, 2006 04:25 AM

Albatroz às janeiro 23, 2006 08:52 PM

"embora a direita nada tenha a obstar se, por mero acaso, essas políticas beneficiarem toda a gente"

Isto não é bem assim. Para muita gente, o privilégio é tão ou mais importante do que a riqueza propriamente dita. Ou seja, é essencial manter a estrutura de poder, de superioridade. Por exemplo, os latifundiários alentejanos combateram qualquer possibilidade de desenvolvimento industrial no Alentejo, por considerarem que tal iria contra o seu poder e privilégio.

Publicado por: Luís Lavoura às janeiro 24, 2006 09:46 AM

Aliás, creio que em boa parte o sub-desenvolvimento da América Latina se deve ao facto de, durante séculos, as elites dessa região terem preferido a manutenção da estrutura de poder e privilégio ao desenvolvimento da economia. As elites dessa região preferiam ter uma sociedade pobre mas na qual as diferenças sociais fossem bem marcadas, a uma sociedade rica mas mais igualitária.

Publicado por: Luís Lavoura às janeiro 24, 2006 09:55 AM

O problema da América Latina, como de muitas regiões subdesenvolvidas é a ausência de uma classe média forte.
A base da democracia é uma classe média forte e activa. Onde ela existe, há democracia. Onde não existe, não há ou, quando se julga que há, é uma democracia frágil, facilmente dominada pelo populismo demagógico

Publicado por: Rui Sá às janeiro 24, 2006 10:52 AM

Uma Nação sem memória, tranforma-se num povo errante !!!

Veja-se o caso dos ciganos...

E tal como já referiram vários comentadores a krida direita até já santificou o Sá Carneiro e mais não fez (igreja) porque o rapaz teve a ousadia de viver "em pecado" com a sua amante. Se não fosse esta ousadia, hoje já seriam conhecidos os Milagres do Dr. Sá Carneiro !

Publicado por: Templário às janeiro 24, 2006 11:51 AM

Rui Sá às janeiro 24, 2006 10:52 AM

Com a destruição da nossa classe média, é para onde caminhamos, para o populismo demagógico.

Agora é o prof. Cavaco que reincarnando D. Sebastião nos vai salvar de todas as aflições !

Publicado por: Templário às janeiro 24, 2006 11:55 AM

Mas a destruição da nossa classe média está a ser feita através dos impostos, para sustentar o Estado improdutivo.

Publicado por: Lopes às janeiro 24, 2006 02:30 PM

Já só te resta esses tiros de pólvora seca Orlick!? foi rápido!

Publicado por: lucklucky às janeiro 24, 2006 04:16 PM

Excelente texto

Publicado por: Saavedra às janeiro 24, 2006 08:53 PM

.....passando pela Argentina da ditadura militar, pelo Paraguai de Stroessner, pelo Brasil da ditadura militar, etc., só vi mortos, polícias políticas e repressão...
Publicado por: Albatroz às janeiro 24, 2006 01:03 AM

Ó meu lindo( nos olhos ) e desajeitado ( a aterrar )Albatroz ... não te esqueças tb de citar os milhares de mortos e feridos deixados no rasto da nossa descolonização Soarista ....ou achas que ele é inocente ?Ou és tu inocente ?...repara .. pode até ser..

Publicado por: Cush às janeiro 26, 2006 01:52 AM

Cushinho,
Em 1974 e 1975 estava eu no terreno, em Angola, a bater-me contra essa famosa descolonização soarista, tendo-me arriscado a ser morto ou a ir bater com os ossos nas prisões do MFA/MPLA. O que só não aconteceu porque eles não se lembraram de me ir procurar onde eu estava... Não sei onde o Cushinho estava, por essa altura, mas eu não preciso que me digam o que foi essa exemplar descolonização. Só não vejo o que isso tem a haver com a situação na América Latina, e com as responsabilidades da direita oligárquica na miséria e opressão dos povos latino-americanos.

Publicado por: Albatroz às janeiro 27, 2006 05:20 PM

Louca do Pireu é ela

Publicado por: Cisco Kid às fevereiro 5, 2006 01:02 AM

Louca do Pireu é ela

Publicado por: Cisco Kid às fevereiro 5, 2006 01:03 AM

Louca do Pireu é ela

Publicado por: Cisco Kid às fevereiro 5, 2006 01:03 AM

Louca do Pireu é ela

Publicado por: Cisco Kid às fevereiro 5, 2006 01:04 AM

Louca do Pireu é ela

Publicado por: Cisco Kid às fevereiro 5, 2006 01:04 AM

Louca do Pireu é ela

Publicado por: Cisco Kid às fevereiro 5, 2006 01:04 AM

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