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dezembro 25, 2005

Investigação Natalícia

O Natal sempre me intrigou. Nos primeiros tempos a explicação era simples: Tratava-se de um velhinho barbudo ajoujado a um saco de presentes que descia por uma chaminé, pela calada da noite, e nos enchia os sapatinhos de prendas. As minhas dúvidas começaram quando me apercebi da largura da chaminé. Nem o Pai Natal passaria ali, a menos que fosse um anãozinho, quanto mais o saco e as barbas. As renas também não eram convincentes. Como conseguiriam sobreviver ao tráfego da 2ª Circular e chegar à nossa casa? A partir daí, ano após ano, fui aprofundando as minhas pesquisas sobre esta matéria. Não recorri à net, descredibilizada pelo erro da Wikipedia, nem aos livros, descredibilizados entre os viciados na net. Resolvi investigar in loco.

Fiz as malas, e mesmo sem esperar pelo subsídio do Plano Tecnológico, muni-me de um portátil, mas sem GPRS para evitar cair na tentação da net, e iniciei a minha jornada de investigação. Deve começar-se pelo princípio. Dirigi-me ao cume do Ararat, onde a tradição coloca a “aterragem” da arca de Noé e segui as pisadas daquele patriarca que, felizmente para nós, foi um proeminente especialista em previsões meteorológicas e na protecção da biodiversidade.

Durante horas vagabundeei rumo ao sul, pelas montanhas da Assíria, seguindo a peugada de Cam, filho de Noé. Foi uma investigação arriscada, em vista da instabilidade que reina na região. Seguindo um vale profundo, cavado por um caudaloso afluente do Tigre, dei por mim diante das ruínas de um casebre de adobe ladeado por duas árvores seculares, mais tristes que plantas crescidas na fenda de um sepulcro, erguendo a sua rama rala e sem flor. E na sombra ténue do crepúsculo, emergiam duas velhinhas descalças, desgrenhadas, com rasgões de luto nas túnicas pobres, mais velhas que as árvores seculares, mais arruinadas que o casebre de adobe, hirtas, de cabelos desmanchados, alastrados até ao chão, numa neve inesperada. Um cão, que farejava entre as ruínas, uivava sinistramente. … Enfim, o cenário ideal para veicular tradições milenares. Nem Spielberg teria concebido um cenário melhor.

Foi aí que uma das anciãs, cabeça mais lívida que o mármore, por entre os cabelos emaranhados que o suor empastara e os olhos esmoreciam, sumidos, apagados, me informou penosamente que, de acordo com as tradições daquela aldeia e de todo o Crescente Fértil, aliás coincidentes com as da Bíblia, Cam, filho de Noé, havia tido um filho chamado Cush que desposara Semiramis. Cush e Semiramis tiveram então um filho chamado Nimrod (também conhecido por Ninus). Depois da morte de seu pai, Nimrod casara com a mãe e tornara-se um rei poderoso. Nimrod fora o construtor de diversas cidades (como Nínive) e da Torre de Babel (a Semiramis também foi atribuída a construção dos jardins suspensos da Babilónia). Enfim, gente pouco conveniente, viciada em investimentos públicos e em extorquir o dinheiro dos contribuintes.

Continuando a sua narração, a anciã, por entre sons sibilados, inevitáveis face à sua idade avançada e à ausência de recursos odontológicos na região, foi acrescentando que quando Nimrod foi morto, Semiramis proclamara que Nimrod tinha subido ao céu. Mais tarde, a patrocinadora deste blog, após alguns desregramentos domésticos que a decência e os bons costumes me impedem de revelar, tivera um filho, ilegítimo, concebido “sem pecado” (como Jesus), a quem chamara Tamuz, também conhecido por Baal. Para evitar falatórios, Semiramis pôs a correr que ele era Nimrod reencarnado. Quando Tamuz morreu, num acidente de caça, Semiramis igualmente proclamou que aquele havia subido aos céus e se tornara Deus. A sinceridade que a anciã punha nas suas palavras era garante seguro da veracidade da história. Nem por um momento tive dúvidas. Aquela história era credível. Tão credível como uma promessa de Sócrates.

A mãe, Semiramis, era figurada como A Rainha dos Céus com o filho, Tamuz, nos braços. Várias religiões antigas contam este facto. Os nomes podem variar mas a história é a mesma. Esta religião, começada com Semiramis, tornou-se mãe de todas as religiões do mundo oriental. Numerosos monumentos babilónicos mostram a deusa-mãe Semiramis com o filho nos braços. O culto desta figura (mãe e filho) disseminou-se, sob diversos nomes, por todo o mundo antigo. Semiramis e Tamuz, Isis e Hórus, Maria e Jesus.

O filho era exibido apenas como uma criança nos braços da mãe, enquanto que os artistas se empenhavam em favorecer a imagem da mãe, tentando mostrar a beleza exótica atribuída a Semiramis durante a sua vida. Beleza, força, sabedoria, orgulho indomável, resolução inquebrantável e voluptuosidade eram os seus atributos principais. Por exemplo, Catarina II da Rússia, talvez menos pela sua energia política que pela sua vida íntima, turbulenta e lasciva, foi rotulada como a Semiramis do Norte.

Foi então que veio a revelação que eu esperava, tremendo de emoção e de frio, que esta época torna as montanhas da Assíria um local inóspito e gelado. O 25 de Dezembro era celebrado como nascimento de Tamuz! Na antiguidade caldaica, 25 de Dezembro era conhecido pelo dia da criança, o dia do nascimento de Tamuz, o deus do sol. A noite anterior era a “noite da mãe”, em honra de Semiramis, hoje “véspera de Natal” e o Natal seria pois o dia do filho da mãe.

Continuando a ouvir o sussurro sibilado das velhinhas (não haveria um protésico na região?), soube que o nome Semiramis é a forma helenizada do nome sumério "Sammur-amat", ou "dádiva do mar." Também era conhecida por Ishtar que deu a palavra "Easter" (Páscoa) e Este (onde nasce o Sol). Os ritos da Primavera, 9 meses antes do nascimento do Sol do Inverno, foram os precursores da Páscoa cristã. Os Romanos chamavam-na Astarte e os Fenícios usavam Asher. Aquelas velhinhas tinham mais ciência sobre esta matéria que a Filomena Mónica sobre o D. Pedro V.

Em Israel era conhecida por Ashtaroth. A religião judaica, muito circunspecta e pouco dada a tratos de carnes, votava um ódio de morte à religião criada por Semiramis. Ao longo da sua história milenar centenas de vezes o povo de Israel caiu nas tentações idólatras atraído pelo suave e lascivo perfume da religião de Semiramis. E como é doce cair em tentações ... se foi para isso que elas foram concebidas!

Deixei as anciãs no seu tugúrio, após lhes ter dado um óbulo modesto, mas que as comoveu de satisfação (alguns dólares fazem jeito naquela terra de escassez e miséria), pensando na linha contínua que une a nossa história às remotas tradições daquelas terras.

A gestação do cristianismo foi um fenómeno longo no tempo e no espaço. Se os seus ensinamentos morais eram a resposta que os deserdados pretendiam face à crise social e de valores do mundo antigo, o seu ritual e os aspectos lúdicos da sua liturgia entroncam nas religiões do médio oriente, transplantadas para Roma após as conquistas.

Os Romans tinham a "Festa da Saturnalia" em honra de Saturno. Este festival era celebrado entre 17 e 23 de Dezembro. Nos últimos dois dias trocavam-se presentes em honra de Saturno. Em 25 de Dezembro era a celebração do nascimento do sol invencível (Natalis Solis Invicti). Posteriormente, à medida que as tradições romanas iam sendo suplantadas pelas tradições orientais importadas, os maiores festejos realizavam-se em honra do deus Mitra, cujo nascimento se comemorava a 25 de Dezembro. O culto de Mitra, o deus do sol, da luz e da rectidão, penetrou em Roma no 1º século AC. Mitra era o correspondente iraniano do babilónico Tamuz.

A data entrou no calendário civil romano em 274, quando o Imperador Aureliano declarou aquele dia o maior feriado em Roma. A data assinalava a festa mitraista do Natalis Solis Invicti. Com a quantidade enorme de feriados que então havia em Roma, ser considerado o maior feriado era uma proeza notável.

Aureliano ao acabar com a insurreição de Palmira e do Oriente e trazer a sua rainha Zenóbia para Roma, enterrou, em contrapartida e definitivamente, as tradições romanas do culto da família e das virtudes que haviam feito a grandeza da república, mas que foram perdendo influência à medida que o poder de Roma se estendia ao mundo conhecido. E ao ter destruído Palmira, permitiu que Volney, 15 séculos depois, invocasse aquelas ruínas (Je vous salue, ruines solitaires, tombeaux saints, murs silencieux!) para início das suas belíssimas meditações sobre a condição humana e a origem e o destino das sociedades, dos governos e das leis.

A escolha do dia 25 de Dezembro como data de comemoração do nascimento de Cristo nada teve, portanto, de arbitrária. Ao colocar, de uma vez por todas, o nascimento de Cristo a meio das antiquíssimas festividades pagãs do solstício do Inverno, a Igreja Cristã tinha a esperança de as absorver e de as converter, o que veio efectivamente a acontecer. Mas se a Igreja ganhou ao transformar aquela festividade na comemoração mais importante da liturgia cristã, teve que aceitar a aculturação resultante da importação de muitos símbolos das religiões antigas.

Foi assim que no século IV, o 25 de Dezembro passou a ser a festa do "Dies Natalis Domini", por decreto papal. A partir daí não há dúvidas e a história está tranquila.

E assim terminei a minha investigação e regressei a penates. E enquanto crepitava a lareira no conchego do lar, fui pensando no fio oculto que nos liga ao início da história da humanidade. Quando se fala da tradição judaico-cristã da nossa cultura eu penso menos nessa tradição como fé religiosa do que como matriz cultural. A gestação do cristianismo durou vários séculos num meio político que o hostilizava. A religião cristã acabou por incorporar na sua liturgia imensos símbolos das religiões que a precederam – a Virgem e o menino, o Natal, a Páscoa, o halo que se perfila por detrás da cabeça de Cristo (posteriormente alargado às representações dos santos), que representa uma reminiscência simbólica do sol invencível, etc..

O Natal, assim como outros eventos da liturgia cristã, começou há muitos milénios, no seio das primeiras religiões do médio oriente, ligado ao culto solar sob diversas formas e sentimentos. Continuou, adaptando-se ao sabor das alterações políticas e religiosas, incorporando ou rejeitando símbolos e conceitos, mas comemorando sempre o 25 de Dezembro e a sua véspera.

Publicado por Joana às dezembro 25, 2005 11:14 PM

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Comentários

E aí galera ?

Ouço, solar, do album " all star's" ,que trompete ...
porraaa.. que somm.. Miles...sim senhor...


Publicado por: Caboclo Capitoba às dezembro 26, 2005 12:35 AM

Excelente artigo!
Aprendi imenso :)

Publicado por: Alfredo às dezembro 26, 2005 12:55 AM

Acontece que Cush que desposara Semiramis , era muito safado e traía a esposa entre os sucessivos abrir e fechar de olhos .
Com a conversa fiada da torre de babel ia-se babando com brasileiras de todas as cores e idades....rss( acima de 18 e abaixo de 70)kákáká...
Acontece que no dia do pico do frio e não estando a esposa em casa ... ele se agarra à neguinha mais próxima .
Lambuzando-se cada vez mais ...e fazendo uma inveja doida ainda que imprópria , ele decide comemorar de forma diferente o dia mais frio, proclamando o "menino" ..que era "tão necessário"..enternecendo fatalmente a mulherada... que àquela data começou a prostrar-se a seus pés ...Claro que Cush não sendo peco e percebendo que a mulherada tb o que que queria era um escoramento ..destou a dar presentes a todas ... .
Entretanto .. claro .. já lá vão milénios ..o homem foi ficando velho.. cabelos e barbas brancas e com o problema de próstata que teve ( porra .. este tema o " Walkin'" é demais ...) entrou na fas e " big car ... small dick..." vai daí é presentes para a galera toda ... é que o lema de Cush é , enquanto houver língua e dedo ..não há mulher que meta medo.......há quem diga que a explicação para a evolução é a ... rsss.... como chamam por aqui ...." a perseguida".... mais conhecida por " xéreca"....

Publicado por: Caboclo Capiroba às dezembro 26, 2005 01:15 AM

Está interessante, mas custa a perceber onde acaba a parte séria e começa o humor

Publicado por: soromenho às dezembro 26, 2005 01:23 AM

Está interessante, mas custa a perceber onde acaba a parte séria e começa o humor

Publicado por: soromenho às dezembro 26, 2005 01:23 AM

Errei na tecla ...
Em todo o caso é de alguém que trata a história por tu.

Publicado por: soromenho às dezembro 26, 2005 01:25 AM

Bem bonito, Joana! Mas olhe que no meu livro de mitos (se quiser vou buscar a referência) a história de Semiramis é algo diferente,,, termina em fuga, escorraçada pelo filho Nínias, koisa que ela já sabia desde o oráculo, mas acaba bem, voa feita pomba para o céu.

Publicado por: py às dezembro 26, 2005 10:24 AM

Py, julgas que sabes mais que as velhinhas da Assíria?

Publicado por: Coruja às dezembro 26, 2005 10:32 AM

Elas até sabem mais que a M F Mónica!

Publicado por: Coruja às dezembro 26, 2005 10:33 AM

Parabéns.

É um artigo sério, bem feito e bem fundamentado que é raro encontrar neste espaço da blogoesfera.

A correcção/ outra versão dada pelo comentário de "py" não altera substancialmente o conteudo, o que importa é a relação do natal com as tradições antigas.

Publicado por: João Norte às dezembro 26, 2005 10:44 AM

Hum. Estive a phroneticar,,, e se calhar Joana é daí que vem a figuração do Espírito Santo... Boa Joana!, os milagres fikam facilitados

Publicado por: py às dezembro 26, 2005 10:52 AM

Com o que então, o Natal é o dia do filho da mãe?

Publicado por: Diana às dezembro 26, 2005 12:37 PM

um primo pá Joana

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e1/Brueghel-tower-of-babel.jpg

Publicado por: py às dezembro 26, 2005 01:24 PM

Falaram no meu nome ?
Alguém me chamou ?

Onde estou ?

Publicado por: Cush às dezembro 26, 2005 02:47 PM

Boas festas , e que em 2006 continue com este magnifico blog .

Publicado por: jojo às dezembro 26, 2005 03:39 PM

Excelente texto

Publicado por: Gustavo às dezembro 27, 2005 01:06 AM

Falta dizer que uma religião (o cristianismo) formada desta maneira, ao longo de muitos séculos e pela agregação sincrética de elementos de muitas origens, não tem qualquer credibilidade.

O cristianismo mais não é do que a adaptação da religião judaica, monoteista, ao mundo panteista greco-romano.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 27, 2005 11:12 AM

Discordo frontalmente que se possa dizer de qualquer religião que "não tem qualquer credibilidade". Acho essa idéia de uma arrogância infantil para com a História e a evolução da humanidade.

Que todas poderão ter problemas de consistência interna e externa já é outra história, aliás sempre renovada,

Publicado por: py às dezembro 27, 2005 11:30 AM

Eu acredito no Menino Jesus

Publicado por: Coruja às dezembro 27, 2005 11:37 AM

Eu costumo dizer, como hipótese académica, que um ateu não acredita até, por exemplo, deparar cara a cara com Deus num episódio fugaz e irrepetível. Depois, por muito que diga que Deus afinal existe, é ele que não tem credibilidade para os outros ateus (e pouca para os crentes).

Credibilidade é uma palavra perigosa.

No entanto, já que o Lavoura levou para aí, acho que é evidente que a apropriação da festa do Natal pela igreja foi propositada. A própria igreja o diz. Quanto à coerência interna de tal atitude, isso é para obcecados com sistemas filosóficos.

Publicado por: J P Castro às dezembro 27, 2005 01:21 PM

Por exemplo, eu posso dizer que vi Deus entre estas dois comentários e vocês acreditariam ?

Publicado por: J P Castro às dezembro 27, 2005 01:54 PM

plim

eu vi, juro que vi, uma capicua

Publicado por: J P Castro às dezembro 27, 2005 01:58 PM

:) estas?

Publicado por: py às dezembro 27, 2005 02:06 PM

J P Castro às dezembro 27, 2005 01:21 PM

A igreja diz (admite) que se apropriou da festa do 25 de Dezembro para celebrar o nascimento de Jesus. O que não diz (admite) é que elevou o seu profeta à categoria de Deus. e a mãe do profeta à categoria de santa, para imitar, simultaneamente, o mito oriental de Semiramis e a mitologia greco-romana dos deuses filhos de deuses.

No judaismo (como no islamismo) os profetas são homens como os outros e Deus é uma entidade única e incorpórea, que não é pai nem filho de nada, nem tem diferentes formas de ser. Sob este ponto de vista, o cristianismo não pode deixar de ser considerado como uma bastardização da religião original, feita com o objetivo de a tornar atraente a pessoas habituadas a certas mitologias.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 27, 2005 02:33 PM

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 27, 2005 11:12 AM

Então segundo o Lavoura, Jesus Cristo foi o Criador do benchmarking!

Ó Lavoura põe-te fino e vê lá se não escreves mais aleivosias , senão sou obrigado a correr contigo deste blog como já fiz com o Caboclo . Tamos falados ?

Publicado por: Cush às dezembro 27, 2005 06:00 PM

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=207646

Publicado por: py às dezembro 27, 2005 09:46 PM

O que acho piada no Lavoura é o ar doutoral com que fala de coisas que não percebe.

Publicado por: AJ Nunes às dezembro 27, 2005 10:47 PM

Luís Lavoura às dezembro 27, 2005 02:33 PM

Dizer que o cristianismo foi proposto com esse objectivo é o mesmo que dizer que o bosão de Higgs foi proposto para tornar atraente a física de partículas a pessoas habituadas a outras teorias.

Logo, Higgs não tem credibilidade ?

(nota: não sou físico, por isso não faço ideia do disparate que acabei de dizer)

Publicado por: J P Castro às dezembro 27, 2005 10:49 PM

Sim: o artigo da Joana está bom, e os comentário adicionais do Luís Lavoura são a cereja em cima do bolo.

O Natal bem explicadito :)

Publicado por: Alfredo às dezembro 28, 2005 02:42 AM

AJ Nunes às dezembro 27, 2005 10:47 PM

E Você, percebe?

Se perceber, explique sff.

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 28, 2005 11:06 AM

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 27, 2005 02:33 PM

"A igreja diz (admite) que se apropriou da festa do 25 de Dezembro para celebrar o nascimento de Jesus."

Infelismente isso não é verdade...a Igreja no sentido de comunidade dos crentes nem tem conhecimento dessa realidade...e os padres só o admitem (essas e outras verdades) num ambiente privado e amigável.
Para mim as religiões são "realidades" bem humanas que têm a sua origem na incapacidade (desespero)do homem aceitar a sua morte...aliás não percebo como um psicólogo ou um conhecedor da antiguidade pré-clássica (fundamentos das religiões)pode ser seguidor de qualquer religião sendo intlectualmente honesto...

Publicado por: amsf às dezembro 28, 2005 11:40 AM

amsf às dezembro 28, 2005 11:40 AM

"as religiões são "realidades" bem humanas que têm a sua origem na incapacidade (desespero)do homem aceitar a sua morte"

A sua morte e, em geral, a sua insegurança e a sua falta de controle sobre o seu destino. É por isso que a Igreja católica é adversária de coisas como o controle da natalidade, a eutanásia e a clonagem: porque essas técnicas aumentam o controle do Homem sobre a sua própria vida, diminuem-lhe a insegurança e a imponderabilidade, e tornam-lhe por esse facto a religião psicologicamente menos necessaŕia. É também por isso que em todas as sociedades modernas (os EUA são a exceção que, digamos, confirma a regra) as religiões estão em decadência: porque o maior controle do Homem sobre o seu destino as torna, pura e simplesmente, supérfluas.

Freud disse que "quando um viandante canta no escuro, nega o seu temor, mas nem por isso vê mais claro".

Publicado por: Luís Lavoura às dezembro 28, 2005 11:58 AM

As religiões estão em decadência? Lamento mas os neo-positivistas é que estão... moribundos.

Noosfera

Anaxágoras

Publicado por: py às dezembro 28, 2005 12:17 PM

Na Europa as igrejas tradicionais estão em decadência, é certo, mas não é tão certo que o fenómeno religioso o esteja, com as seitas, a paixão pelo oculto e pelo exoterismo, e o pós-modernismo a florescerem...

Depois das enormes conquistas da ciência, que vieram trazer aos homens muito maior controlo sobre o seu destino, e que deram um gigantesco abanão no poder que as Igrejas detinham, o fenómeno religioso parece estar a tomar novas formas. As pessoas ainda continuam a sentir-se muito inseguras, indefesas e ignorantes, por isso a religião ainda vai ter um papel muito importante nas sociedades nos próximos séculos.

Publicado por: Alfredo às dezembro 28, 2005 04:01 PM

Por que aprofundar tão teóricamente um assunto tão simples?
Papai Noel não passa do "FRETEIRO" dos comerciantes. Então, basta estudar a história do comércio no mundo. Que tal voltarmos aos FENÍCIOS que dominando o Mediterrâneo, criavam mentiras de monstros marinhos, sereiais, para que os demais povos não se atrevessem de largar-se ao mar por medo, preservando assim aos Fenicios o monopólio do comércio maritimo? Não lembra um tal de BUSH e seus comparsas europeus, que ao falar de qualquer um com Turbante-no deserto, ser um TERRORISTA e assim, ñós não nos atrevemos a explorar o petróleo dos Arabes e outras riquezas, preservando assim o monopólio para eles? Sim, natal é amor, amor Cristão. Socialismo no qual dividimos tudo, não só o pão, mas também o trabalho e o esforço, diminuindo as carências e os esforços de todos.
Acabemos com a retórica e vamos direto na RAIZ DOS PROBLEMAS, vamos DIRETO NA VEIA, assim, atingimos o SANGUE QUE É ONDE SE ENCONTRA A VIDA de qualquer coisa (inclusive das mentiras seculares).

Publicado por: ROBERTO BASILIO LEAL às dezembro 29, 2005 02:35 PM

é um assunto que não me diz absoltamente nada.

Publicado por: candida às janeiro 2, 2006 10:41 PM

Pois claro

Publicado por: Coruja às janeiro 6, 2006 12:51 AM

Pois claro

Publicado por: Coruja às janeiro 6, 2006 12:51 AM

Pois claro

Publicado por: Coruja às janeiro 6, 2006 12:52 AM

Pois claro

Publicado por: Coruja às janeiro 6, 2006 12:52 AM

Pois claro

Publicado por: Coruja às janeiro 6, 2006 12:52 AM

Pois claro

Publicado por: Coruja às janeiro 6, 2006 12:52 AM

kpk

Publicado por: Coruja às janeiro 6, 2006 12:53 AM

kpk

Publicado por: Coruja às janeiro 6, 2006 12:53 AM

Excelentes observações... há anos estudo, sempre que possível o nascimento da Igreja Romana e seu "casamento" com os costumes pagãos dos povos do Império Romano, visando, em interesse político a formação de uma Igreja Universal para o império. Na verdade, o próprio termo Católico representa isso (Universal). A idéia era a criação de uma religião que possuísse um pouquinhos das crenças de muitas outras religiões (para agradar a todos) e assim, pela fé, unir um império que pela sua grandeza sempre esteve a cair por si próprio. Mas deve-se salientar que apenas o nascimento da Igreja de Roma e não o cristianismo, estão ligados aos costumes e símbolos pagãos de Mitra, Tamuz, Eostre, Osíris e Ísis e Horus, além de outros costumes ligados as paganismo. Gostaria de discutir a história da cristianismo para uma troca sadia de conhecimento, passando o que já estudei e aprendendo sobre o que ainda não vi... aguardo contato!

Publicado por: Dyego às janeiro 31, 2006 11:43 PM

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