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novembro 10, 2005

Tiro no Pé

Falemos claro: o OE 2006 é um orçamento que assenta em hipóteses frágeis que dificilmente se irão realizar, como, por exemplo, nas previsões sobre a variação das exportações (+ 5,7%), quando em 2005 a variação das exportações foi de + 1,2%. Não aproveita a possibilidade de haver uma forte corrente na opinião pública favorável a cortes na Despesa e de os sindicatos do sector público estarem isolados perante a sociedade civil. E continua a ter a vertigem da receita, aumentando o ónus fiscal e diminuindo a nossa competitividade por via disso. Finalmente o Governo não promete reduzir o défice de 6,2% para 4,8%, mas sim de 6,2% para 5,9%, porquanto as privatizações concorrem com 1,1% do PIB.

Falemos ainda mais claro: se neste OE a contracção na Despesa é mínima, nos governos de Durão Barroso e de Santana Lopes ela não existiu. Esses governos congelavam vencimentos e cortavam na Despesa e esta subia sempre. E para manterem o défice no patamar fatídico dos 3% recorreram a aumentos de impostos e às receitas extraordinárias. Portanto, Marques Mendes pisava um terreno muito pouco sólido quando atacou o OE 2006 pela via do aumento de impostos e da baixa contenção da Despesa. Pois se o governo de que Marques Mendes fazia parte teve que aumentar os impostos e nem sequer conseguiu conter a Despesa Pública de uma forma sustentável!

Por isso, Sócrates estava à vontade para afirmar que "Pela primeira vez nos últimos anos a despesa desce", o que constituía uma crítica à actuação dos anteriores governos e, igualmente, de Marques Mendes.

O que Marques Mendes deveria ter dito era: Meus senhores, vocês têm uma situação mais favorável que aquela com que nos confrontámos; como vocês não estão na oposição, a capacidade de protesto social é quase nula; a UE deu-vos uma moratória a que nós não tivemos direito, portanto seria de exigir que vocês fizessem melhor que nós. Ora isto é insuficiente. E deveria assinalar as fragilidades do OE que podem comprometer os valores dos principais parâmetros.

Em vez disso envolveu-se em questões menores e arriscadas para ele, trouxe à colação a questão das SCUT’s que é uma questão insolúvel, como eu aqui já frisei diversas vezes, enganou-se nos números (o que poderá ser um bom prenúncio para ele, atendendo ao precedente Guterres), falou da OTA e do TGV(*) como projectos faraónicos inventados por este governo, quando são projectos que todos os últimos governos têm trazido ao colo e inscrito as respectivas verbas nos seus orçamentos, etc.

Finalmente, o PSD não pode, numa primeira leitura, declarar que o OE 2006 é "globalmente positivo" para agora, durante o debate final, o considerar "globalmente negativo" e votar contra. Houve alguma coisa referente ao OE 2006 que mudou entretanto? Que eu saiba não. Marques Mendes prestou-se, desnecessariamente ao remoque de Sócrates "Os senhores é que são globalmente inconstantes". Enfim … um desastre.


(*) Insisto novamente em que a questão OTA é totalmente diferente da do TGV. A OTA é uma solução que atenta contra as preferências dos utentes, que não vai ter a procura que esperam, e onde há soluções alternativas mais económicas e mais satisfatórias para os utentes. O TGV (refiro-me à ligação Lisboa-Badajoz) desde que seja projectado como deve ser, pode ser um factor estruturante muito importante para o nosso país. O TGV Lisboa-Porto é desnecessário porque se o Alfa funcionasse como deveria, a diferença de tempos de percurso seria cerca de meia hora, o que não tem significado.

Sobre estas questões, ler:
Consenso Orçamental

Fragilidades do OE 2006

Benefício ou Prejuízo da Dúvida

A Vertigem da Receita

Ou consultar, no arquivo ao lado a secção Economia Portuguesa

Publicado por Joana às novembro 10, 2005 06:45 PM

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Comentários

Não percebo nada de economia, o que aliás seria um bom trunfo para me candidatar a um lugar no Governo, e portanto acho que o post está muito bem escrito e adiante.
Agora é preciso cuidado quando se fala da Ota e do TGV.
Como sabe, e se não sabe pode visitar
http://ablasfemia.blogspot.com/2005/11/choque-tecnolgico.html
O Governo já tem os estudos e prepara-se para os divulgar tendo para isso os interessados que se munirem de um PC com o programa Nero para efectuar a respectiva cópia e analisar calmamente em casa.
Devem levar os CD’s virgens que o tempo não está para despesas públicas.

Publicado por: Técnico em Locomoções (pela UCLA) às novembro 10, 2005 08:38 PM

...«os sindicatos do sector público estarem isolados perante a sociedade civil»...

Se os trabalhadores da Função Pública são 700 mil, como aqui tem sido repetido até à exaustão, e se considerarmos uma média de cinco pessoas por família de cada funcionário (o que até nem é muito, se pensarmos em cônjuge, filhos, sogros, cunhados,etc), então trata-se de um isolamento muito povoado...

Publicado por: (M) às novembro 10, 2005 09:17 PM

O próximo post de Joana é sobre o "favor" que o BCP pretende fazer ao Estado com a transferência do fundo de pensões dos trabalhadores do grupo para a SSocial.

Nos comentários a esse post vamos ler a indignação dos nosso liberais/radicais sobre a incapacidade do sector privado conseguir gerir um fundo de pensões.

Também vamos ler com curiosidade a opinião dos anti-Monstro sobre o "grande " negócio que o Estado vai aceitar fazer para baixar o déficit em 3% do PIB !

Por último Joana vai-nos informar, do alto da sua cátedra, que as tendências liberais , nomeadamente nos EUA, vão no sentido de as empresas privadas gerirem o seu core business e deixarem para o Estado - que os nossos liberais odeiam - as actividades marginais, que por acaso até dão prejuízo!

Publicado por: zippiz às novembro 10, 2005 09:21 PM

«O TGV Lisboa-Porto é desnecessário porque se o Alfa funcionasse como deveria, a diferença de tempos de percurso seria cerca de meia hora, o que não tem significado.»

Dizer isso é dizer pouco, porque a diferença dos custos de operação dos Alfa e do TGV é brutal.
Mesmo em relação à diferença no tempo de percurso, não sei se chegará a meia-hora, tendo em contas as numerosas (para um TGV) paragens previstas.
Meter um TGV entre Lisboa e Porto com paragens na Ota, em Fátima, em Coimbra, etc, equivale a meter um Concorde entre Lisboa e Paris que fizesse escala em Badajoz, Madrid e Bordéus...

Publicado por: (M) às novembro 10, 2005 09:24 PM

zippiz às novembro 10, 2005 09:21 PM

E esse fundo de pensões tem fundo? Talvez seja como o dos CTT...

Publicado por: Vítor às novembro 10, 2005 09:31 PM

eu com a Ota andava a pensar olha que se lixe não vou a todas, pensava eu, até que de repente me pisaram os calinhos: vão mais de 5000 sobreiros à vida! Ora como era suposto eu poder estar a entrar em dormência, estou a ficar ligeiramente irritado: Engº Sócrates pondere lá o karma dos sobreiros, é um conselho de carvalho

Publicado por: pyrenaica às novembro 10, 2005 09:41 PM

Joana e em relação às galinhas dos ovos de ouro estive a pensar: eu continuo a prescindir voluntariamente da canja com os ovinhos todos, mas exige-se que as galinhas ponham ovos de ouro, pois klaro! Ou não merecem o nome...

Publicado por: py às novembro 10, 2005 09:43 PM

Ajuda americana à Russia na 2ª Grande Guerra:
Beginning in the summer of 1941, the United States contributed the following materials to the USSR: 2,680,000 tons of steel 170,400 tons of aluminum 29,400 tons of tin 240,000 tons of copper, 330,000 telephone sets and some one million miles of cable 2,000 radar sets 5,000 radio receivers 900,000 tons of projectiles and explosives 3,786,000 tires 49,000 tons of leather 18 million pairs of shoes more than six million tons of provisions three million tons of gasoline 900,000 tons of chemical products and 700,000 trucks. Much of this was delivered to factories for the manufacture of sheet aluminum, rubber and pipelines Most of the aid the United States offered went to the USSR as one can see by the number of supplies sent. World War II was one of the most devastating wars in the history of the world yet it brought out the best in people. People helped other people. The help came from home where millions of women worked in factories to produce aid for Americans and others. Help also came from the battlefield where one American may have offered a Russian a smoke to calm his nerves or the help may have come from the shoes a poor little Russian girl received so her feet wouldn't freeze. Help came from all over but most of it was from the United States in the form of supplies to help armies win the war. At the end of the war, the U.S. is estimated to have spent $341 billion, including $50 billion for lend-lease supplies, of which $31 billion went to Britain, $11 billion to the USSR, $5 billion to China, and $3 billion to 35 other countries.

The United States helped Great Britain a great deal but the amount given does not compare to the aid that the USSR received. Great Britain received 7,411 aircraft, 5,128 tanks, 4,932 antitank weapons, 4,005 machine guns, 9 torpedo boats, 4 submarines, and 14 minesweepers. Great Britain's aid was in the thousands but the USSR's was in the millions. Beginning in the summer of 1941, the United States contributed the following materials to the USSR: 2,680,000 tons of steel 170,400 tons of aluminum 29,400 tons of tin 240,000 tons of copper, 330,000 telephone sets and some one million miles of cable 2,000 radar sets 5,000 radio receivers 900,000 tons of projectiles and explosives 3,786,000 tires 49,000 tons of leather 18 million pairs of shoes more than six million tons of provisions three million tons of gasoline 900,000 tons of chemical products and 700,000 trucks. Much of this was delivered to factories for the manufacture of sheet aluminum, rubber and pipelines Most of the aid the United States offered went to the USSR as one can see by the number of supplies sent.

Publicado por: joao P às novembro 10, 2005 09:44 PM

A total of 4,159,117 long tons of Russian-aid cargo was shipped from the Western Hemisphere to all Persian Gulf ports between November 1941 and May 1945; but this was only a fraction of the traffic handled by British and American agencies in the area during that period. Supplies and equipment destined for the Soviets came also from Great Britain, Africa, and India; aircraft were flown in for delivery to the Russians; and over half a million long tons of petroleum products originating in Iran were carried north to Soviet receiving points. In addition to all this were the supplies to maintain the British and American forces in the area, and to support large numbers of Polish refugees, British and American civilian agencies, and the Iranian and Iraqi civilian economies. All told, about 7,900,000 long. tons of imports were discharged at Persian Gulf ports between 1941 and 1945. Of this amount 3,900,815 long tons, 90 percent of it destined for the USSR, were discharged at ports operated by the U.S. Army. British and American agencies together, between 1942 and 1945, delivered to the Soviets 5,149,376 long tons of which the Americans accounted for 4,417,243 long tons. The figures show that, although the British and Americans handled approximately equal tonnages, the bulk of Russian-aid tonnage was delivered by the Americans. It has been estimated that American deliveries through the Persian Corridor to the USSR were sufficient, by U.S. Army standards, to maintain sixty combat divisions in the line.4

Publicado por: Joao P às novembro 10, 2005 09:52 PM

American aircraft were delivered to the USSR over three routes: by flight to Fairbanks, Alaska, where they were taken onward by Soviet pilots; by ship to Archangel and Murmansk, while those beleaguered ports were practicable for convoys; and by flight and ship to the Persian Gulf, the only all-year route. Of the 14,834 American aircraft made available to the Soviet Union under lend-lease, slightly less than one third, or 4,874, were delivered via the Persian Gulf, of which 995 were flown in and 3,879 were shipped

Publicado por: Joao P às novembro 10, 2005 09:53 PM

É com profunda tristeza que me despeço, provisoriamente, de todos vós.
Arranjei emprego!
Vou para consultor na óptica do adquirente de subsídios estatais.
Podem contactar-me em:

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=180602&idselect=90&idCanal=90&p=94

Adeus, até ao meu regresso.

Publicado por: 39 ladrões e Eu às novembro 10, 2005 10:01 PM

E já agora quantos milhões terão sido pagos à Universidade Católica? Houve uma altura que me lembro que era 1 milhão de contos por ano...

Publicado por: py às novembro 10, 2005 10:11 PM

Não estou a perceber lá muito bem o que é que o OE 2006 tem a ver com a ajuda americana à Rússia na 2ª Grande Guerra.
Mas alguma coisa deve ter, de contrário não merecia uns lençois aqui na cama.

Publicado por: Senaquerib às novembro 10, 2005 10:49 PM


py, olha voltei.

embora não concorde com os subsídios ao ensino superior (a não ser numa lógica de compensar os custos da concorrência desleal do Estado através das universidades públicas) e muito menos com o facto da Católica receber mais subsídios do que as outras privadas, há uma diferença fundamental que é a da utilidade pública de uma universidade e a de uma fundação nos moldes daquela.

Quando chegamos ao ponto de subsidiar fundações ou de, como hoje se soube, o Estado financiar as autarquias paralelamente com contrato-programas "à la carte" e conforme o freguês na cadeira da freguesia, estamos a lidar com um saco azul que já só é azul, pois de tão roto já não se pode chamar saco.

Aliás, o melhor contraponto a este caso da fundação Soares é tentar encontrar outras na mesma situação, de outras àreas políticas. Aposto que até o Cavaco já foi consultor de algumas...

Publicado por: J P Castro às novembro 10, 2005 10:54 PM

Os subsídios ao ensino privado FAZEM sentido (por incrível que pareça), por uma questão muito simples:

Um aluno que vá para o privado, não impõe o seu custo ao estado no ensino público. No entanto, os pais desse aluno não deixam de descontar para suster o sistema.

Como tal, ou esses pais deveriam ver a fatia do seu dinheiro dedicada ao ensino público devolvida, ou essa fatia deveria poder ser canalizada para a entidade privada que está a formar o seu filho.

Tal como é hoje, a fatia canalizada para as entidades privadas é inferior, e portanto quem usa o ensino privado está efectivamente a ser descriminado pelo Estado.

Publicado por: Incognitus às novembro 10, 2005 11:06 PM

"por incrível que pareça"

o que é mais incrível é a lata dos liberais a atirarem-se ao Estado e, simultaneamente, a sentarem-se à mesa do Orçamento!

Publicado por: zippiz às novembro 10, 2005 11:19 PM

Com certeza que não é a mesma coisa subsidiar uma universidade ou uma fundação, mas há que não esquecer o polvo que a Católica foi ou ainda é, em termos de dinheiros públicos. Só para não esquecer.

Quanto às fundações desempenham um lugar importante no acervo do futuro, não haja dúvidas. Se são melhor ou pior geridas já é outra coisa, mas pressupor que atribuir dinheiros públicos a uma Fundação é um roubo é, para mim, mesquinhez.

Isto é interessante:

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=201051

Publicado por: py às novembro 10, 2005 11:20 PM

O que é incrível é uma pessoa ser tão estúpida que não vê que alguém que usa o ensino privado está a pagar o ensino dos seus filhos duas vezes,e que fale de "lata" perante essa realidade objectiva.

Publicado por: Incognitus às novembro 10, 2005 11:22 PM

lucky:

escusas de por esses lençóis que eu não leio pá, ainda ando a tentar perceber em que números é que me posso fiar mais-ou-menos das contas de Portugal, quanto mais agora por-me a olhar para números de guerra... ran-tan-plan

Publicado por: py às novembro 10, 2005 11:28 PM

Publicado por: Incognitus às novembro 10, 2005 11:22 PM

Ficou nervoso? E era preciso passar ao insulto - que normalmente é o argumento dos sem-argumento?
Pensei que por serem "liberais" tivessem tomado chá em pequeninos. Mas não; é tudo muito mais pimba do que os cromos do "até a barraca abana" !

Publicado por: zippiz às novembro 10, 2005 11:31 PM

Estes rapazes que bebem tudo o que lhes metem no copo são uns cómicos. Depois aparecem com relambórios cuja origem não identificam.
Quem estiver interessado que vá estudar o que foi a pretensa ajuda americana à URSS. Mas só para se ter uma ideia do que representam os números constantes do lençol fica uma observação.

O joãozinho fala em 14 mil aviões cedidos em regime de lend-lease (generosa «ajuda»), embora sem mencionar o tipo e o modelo de aviões. Acontece que durante a guerra as perdas da força aérea soviética foram superiores a cem mil aeronaves. Se não tivesse sido a ajuda americana os russos estavam feitos, como se vê.

Aconselho os mais curiosos e interessados nestas coisas a recolherem informação sobre as inovações introduzidas pelos soviéticos nos sistemas de armamentos, dos caças aos T-54, que lhes permitiram vitórias decisivas como a de Kursk, que foi a maior batalha de tanques da história e onde não entrou nem um parafuso americano.

Na minha opinião, as verdadeiras estatísticas da Segunda Guerra Mundial e aquelas que mostram quem, de facto, se sacrificou pela liberdade são estas:

Mortos militares:

EUA (405.000) - Reino Unido (272.000) - França (210.000) - Alemanha (5.500.000) - URSS (10.000.000)

Mortos civis:

EUA (8000) - Reino Unido (93.500) - França (350.000) - Japão (700.000) - Alemanha (2.100.000) - URSS (12.600.000)

________________________________________

Era fácil citar um comboio de historiadores soviéticos para desmistificar a tese da «ajuda americana». Apenas para os que se deram ao trabalho de ler o entulho em inglês atrás despejado, aqui fica uma visão diferente, insuspeita e identificada:

http://www.bbc.co.uk/history/war/wwtwo/soviet_german_war_01.shtml

Publicado por: (M) às novembro 10, 2005 11:34 PM

O chá é um costume dos liberais britânicos introduzido na ilha por uma emigrante portuguesa, fugida ao excesso de Estado.

Publicado por: Joana às novembro 10, 2005 11:36 PM

(M) às novembro 10, 2005 11:34 PM:
Note que há muitos equipamentos e materiais necessários para fazer a guerra, para além dos que descreveu. E aí as remessas dos americanos foram fundamentais. Por exemplo os camiões de transporte que permitiram a campanha "na lama" na Ucrânia, a seguir a Kursk. Sem eles a frente oriental ter-se-ia atrasado 5 ou 6 meses.

Publicado por: Joana às novembro 10, 2005 11:42 PM

A URSS não se "sacrificou pela liberdade". Sacrificou-se pela independência nacional e depois pelo trinufo da sua fé na sociedade socialista. Um país que termina a guerra ocupando e escravizando outros dificilmente poderá ser qualificado de lutar pela liberdade.
Actualmente, desde há uns 15 anos, quando se conhecem, sem margem para dúvidas, os protocolos secretos do pacto germano-soviético, tem que se reconhecer que eram dois horrores. Sucedeu que, pelo evoluir dos acontecimentos, um desses horrores acabou por ser aliado dos ocidentais.

Publicado por: Joana às novembro 10, 2005 11:49 PM


py, não é mesquinhez: é dor de bolso.

Hoje em dia gosto de saber que os meus impostos vão para fins claros e bem definidos. Ora, as fundações foram feitas para serem bem geridas, pois só assim atraíam capitais privados para os seus fins filantrópicos. Repara, privados, com direito a desconto nos impostos ao abrigo de um mecenato qualquer. Os juízes da boa gestão da fundação e da sua utilidade pública eram pessoas com consciência no uso do que têm no seu bolso.

Quando elas começam a ser subsidiadas pelo Estado, tudo isto fica confuso. Quem dá às Fundações não usa o seu dinheiro mas o dos contribuintes, sem que estes possam "julgar" a utilidade da fundação.

Pode parecer mesquinhez mas, caramba, gostaria de poder ser mesquinho e não posso porque lhe chamam impostos. Ainda se lhe pudesse chamar doações...

Quanto à Católica, a particularidade dos polvos é juntarem a inteligência à extrema maleabilidade. Ou seja, se fosse católica... não era polvo.

Publicado por: J P Castro às novembro 10, 2005 11:50 PM

Incognitus às novembro 10, 2005 11:06 PM

A coisa não é assim tão linear. Essas simplificações são demasiado...simplistas!

V. pode verberar o Estado-social (?) e os impostos que acha demasiado pesados e mal empregues. V. está no seu direito e, em parte, até estamos de acordo.
Pode defender uma mudança de paradigma económico.
Pode também defender uma redefinição das funções do Estado.
Mas (e isto não chega a um conselho; é só uma opinião) deve também perceber:
- o que é um imposto, qual a sua génese (histórica) e qual a sua função;
- que defender o reembolso de parcelas de imposto, por não se usufruir de um serviço público é acabar com o imposto;
- que, objectivamente, V. não pode esperar pagar impostos para depois receber o equivalente, por exemplo, em educação dos filhos. Isso seria criar um fundo pessoal e não pagar um imposto.

Publicado por: Vítor às novembro 10, 2005 11:51 PM


Mas disso de polvos estamos nós cheios... E aquela frase "o polvo é quem mais ordenha" faz-me ter pesadelos de um polvo a tentar mexer numa vaca... E dor de bolso.

Publicado por: J P Castro às novembro 10, 2005 11:55 PM

Por falar na Católica, há um inquérito a decorrer sobre o fenómeno dos blogs em Portugal. O endereço é:

http://www.luscofusco.net/blogues/

Publicado por: Joana às novembro 10, 2005 11:57 PM

E ficamos a saber que os ingleses bebericam o chá como consequência indirecta do excesso de Estado. Ora aí está algo de positivo!

Coitada da Catarina liberal(?) - fugiu do excesso de Estado e saiu-lhe na rifa um marido excessivo...

Publicado por: Vítor às novembro 10, 2005 11:58 PM

Incognitus às novembro 10, 2005 11:06 PM:
Você tem razão em termos éticos. Sucede que o imposto não pressupõe uma relação sinalagmática.
Por exemplo, você paga para a defesa, independente de achar se deveríamos ter ou não forças armadas. Há determinadas funções do Estado, normalmente as ligadas à soberania em que não há relação sinalagmática.
Há outra onde poderia haver e há países onde elas existem, pelo menos parcialmente, como no caso dos vouchers para a educação.

Sucede todavia que a educação e a saúde são funções onde a igualdade de oportunidades é importante, por uma questão de justiça e coesão sociais. Assim sendo há uma redistribuição de recursos. Portanto, os mais favorecidos acabam por pagar proporcionalmente mais que os menos favorecidos.

No nosso país toda esta questão está subvertida pela completa ineficiência do ensino e do SNS, que consomem como se fossem topo de gama e prestam serviços péssimos.

Publicado por: Joana às novembro 11, 2005 12:05 AM

Joana: Catarina de Bragança não fugiu ao excesso de Estado. Dizia-se que vivia triste naquelas paisagens húmidas e frias e daí um chá para aquecer. Catarina de Bragança foi negociada como convinha a uma menina do seu status, uma princesa de Portugal: como negócio de Estado. Levou no seu dote muita coisa mas a jóia da coroa, como assim se veio a revelar, era Bombaim.

Publicado por: py às novembro 11, 2005 12:06 AM

Eu sei que é difícil perceber, mas às vezes falo a sério e outras brinco. Deixo isso à vossa perspicácia

Publicado por: Joana às novembro 11, 2005 12:08 AM

Já Maria de Portugal, filha de Manuel o Venturoso, a princesa mais rica da cristandade do seu tempo, nem podia casar, por razões de Estado, porque o seu dote potencial fazia perigar a potência de Portugal. Fundou a primeira universidade para mulheres. Ostentava no toucado a cruz de diamantes das princesas de Portugal, que a Juana também veio a usar...

Publicado por: py às novembro 11, 2005 12:09 AM

Não é nada difícil, Joana.
Mas podemos também entrar na brincadeira. Ou não?!

Publicado por: Vítor às novembro 11, 2005 12:13 AM

Joana às novembro 11, 2005 12:08 AM

Difícil de perceber?
Naaaaaaa...

Publicado por: (M) às novembro 11, 2005 12:14 AM

(M), fiquei com um .doc com a marca do Doutor Septimus, não imaginava que tal me acontecesse, com o seu último comentário sobre os números de guerra, que fiz copy e paste. Assim já tenho guardadinho aqueles terríveis números que nunca consigo fixar, da orgia ariana (?) Ainda hoje não sei se essa coisa tremenda não poderá ter sido um epifenómeno dum bum populacional..., claro que é uma interpretação malthusiana

Publicado por: py às novembro 11, 2005 12:24 AM

Joana às novembro 10, 2005 11:49 PM

Essa é, naturalmente, a sua opinião.
Eu faço sempre questão de distinguir entre estados e nações, povos e governos, indivíduos e instituições.
Contrariamente à sua opinião, eu penso que os 25 milhões de soviéticos que morreram na guerra morreram pela liberdade e não para escravizar quem quer que fosse.
Aliás, naquele caso, independência nacional e liberdade eram sinónimos.

Agradeço-lhe o seu cuidado em me fazer notar «que há muitos equipamentos e materiais necessários para fazer a guerra, para além dos que» descrevi, mas devo lembrar-lhe que, nesse domínio, quem está em posição de ensinar sou eu, quanto mais não seja porque fiz uma guerra e você, presumo, não deve saber distinguir uma metralhadora ligeira de uma pesada.

Não estou minimamente interessado em iniciar aqui uma polémica sobre a Segunda Guerra Mundial. Não tenho lá grande queda para autópsias e o meu tempo é demasiado precioso para isso. Quem estiver interessado em conhecer os factos não terá grande dificuldade em os encontrar. Desde que assuma o espírito do historiador, claro. Se for para reforçar os preconceitos, basta ler as edições do Reader's Digest.

Publicado por: (M) às novembro 11, 2005 01:52 AM

"lucky:
escusas de por esses lençóis que eu não leio pá"

Não fui eu que postei aqueles dados.

25 milhões de Soviéticos morreram por causa de Hitler e por causa de Estaline e dos seus generais
os usarem como carne para canhão.
A guerra não foi de liberdade foi de vingança e conquista nenhum Russo protestou pelas centenas de milhar de alemães, polacos, hungaros, Romenos, Italianos que foram para aos campos de concentração da Sibéria e que poucos lá voltaram
Também se estiveram nas tintas quando mataram os 20000 oficiais e soldados polacos na floresta em Kaytin.

"http://www.bbc.co.uk/history/war/wwtwo/soviet_german_war_02.shtml

O Prof. de História Moderna Richard Overy é capaz de falar da chegada de Hitler ao poder, da surpresa de Estaline, mas não não fala do Pacto entre Molotov-Ribbentrop da partilha da Polonia, nem sequer no fuzilamento do corpo de oficiais Russos em purgas antes da Guerra. Também não fala da importancia da rede de espionagem Soviética.

No entanto tem ainda estes parágrafos

"Above all, Soviet tactics in 1941-2 were extremely wasteful of manpower." (continuaram até ao fim a maior perca de homens no início deveu-se ao cerco de exércitos inteiros )

"Without Lend-Lease aid, however, from the United States and Britain, both of whom supplied a high proportion of food and raw materials for the Soviet war effort, the high output of weapons would still not have been possible."

"during the two central years of the war before American and British economic power was fully exerted"

Não é verdade a ajuda americana foi essencial a partir de 42(e até 43 44) quando muitas fábricas foram destruídas na ofensiva de Verão na Ucrania e a produção russa ainda não tinha descolado. No ataque a sul em 42 a Alemanha destruiu a maior parte das fábricas de explosivos russas.

"and tank units were better organised - thanks to the introduction of radios"

advinha donde vieram

"The Red Army was fortunate that in 1942 Stalin finally decided to play a less prominent role in defence planning and discovered in a young Russian general, Georgi Zhukov"

Foi um carniceiro mas disse isto em 1961

"Speaking about our readiness for war from the point of view of the economy and economics, one cannot be silent about such a factor as the subsequent help from the Allies. First of all, certainly, from the American side, because in that respect the English helped us minimally. In an analysis of all facets of the war, one must not leave this out of one's reckoning. We would have been in a serious condition without American gunpowder, and could not have turned out the quantity of ammunition which we needed. Without American `Studebekkers' [sic], we could have dragged our artillery nowhere. Yes, in general, to a considerable degree they provided our front transport. The output of special steel, necessary for the most diverse necessities of war, were also connected to a series of American deliveries."

Publicado por: lucklucky às novembro 11, 2005 03:01 AM

Joana, já existe redistribuição quando alguém de maiores rendimentos paga os impostos.

Além de que a parcela que o Estado suporta do ensino privado é inferior ao custo por aluno suportado no ensino público, pelo que aí também existe redistribuição.

O que eu defendia, era que É defensável que o Estado financie e parte o ensino privado, devido ao facto de que um aluno que esteja no privado não está no público, aliviando portanto os custos do ensino público.

Em todo o caso, mais desejável ainda seria que TODO o ensino fosse privado, e que se usasse o esquema do "Cheque ensino".

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 08:48 AM

"haver uma forte corrente na opinião pública favorável a cortes na Despesa"

Onde vê a Joana essa corrente? Na opinião publicada nos jornais? Ou nos blogues? Qualquer das duas é pouco representativa da opinião pública total.

Em princípio, não duvido, muita opinião pública é favorável a cortes na Despesa... mas deixa de ser favorável quando esses cortes a afetam. Ora, não duvide a Joana, quaisquer cortes na Despesa afetarão negativamente muito boa gente. Desde pais que vêem a escola dos filhos a não sofrer obras até empreiteiros que não têm encomendas de estradas para construir, passando por atores de teatro no desemprego.

Os cortes na Despesa são muito bons, desde que só afetem os outros.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 11, 2005 09:46 AM

J P Castro às novembro 10, 2005 10:54 PM

As universidades estatais fazem concorrência desleal às privadas? Essa é boa! Repare: as universidades estatais já existiam ANTES das privadas, logo, se estas estão a sofrer concorrência desleal, é porque querem!

Então o Estado possuía universidades. Vieram privados que fundaram universidades privadas, e agora queixam-se que o Estado devia extinguir (ou deixar de apoiar financeiramente) as suas, porque elas lhes estão a fazer concorrência desleal. Isto tem algum sentido???

Se não gostam da concorrência desleal das universidades estatais, então extingam eles as suas universidades privadas!

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 11, 2005 09:56 AM

Em certa medida diminuir o Estado neste momento pode já ser anti-democrático.

Gostava de ver um estudo sobre a % de dependentes do Estado que votam, e a mesma % nos não dependentes do Estado.

Não me admirava que a % da população dependente, ponderada pela % que vota, já constituísse a maioria.

Porém, conceptualmente ser a maioria não lhe dá o direito de roubar terceiros.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 09:57 AM

Joana às novembro 10, 2005 11:36 PM

Que eu saiba, Catarina de Bragança não foi para Inglaterra como emigrante a fugir ao excesso de Estado. Foi antes colocada em Inglaterra para servir na cama a um rei inglês. Estava em serviço de Estado.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 11, 2005 10:00 AM

uma

Publicado por: py às novembro 11, 2005 10:01 AM

Luís Lavoura às novembro 11, 2005 10:00 AM: Acho que não. Segundo parece o rei tinha então um "room service" muito bem provido nessas prestações de serviços.

Publicado por: Joana às novembro 11, 2005 10:37 AM

Joana às novembro 11, 2005 10:37 AM

Acredito.

Sabe, perto de minha casa fica o Paço da Rainha. Era o palácio onde vivia a rainha D. Amélia. Nesses tempos, mais civilizados que os atuais, as rainhas viviam em saudável separação dos reis. Nada de dormir na mesma cama, essa falta de higiene toda. Cada um na sua casa, que isso é que é independência pessoal. Quando as pessoas se querem, visitam-se.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 11, 2005 10:42 AM

Os alunos entram no ensino superior público por CONCURSO PÚBLICO, ou seja: em igualdade de oportunidades, aqueles que foram mais competentes (a estudar, aprender, raciocinar, etc...) têm mais probabilidades de entrar onde querem entrar: aqueles que mais mereceram e que em melhores condições estão de fazer bom uso da aprendisagem que se segue.

Os alunos entram no ensino privado porque pagam, pouco importando as suas aptidões, capacidades e mérito.

É portanto um verdadeiro disparate financiar o ensino privado, alocando recursos que deveriam servir para funcionar o ensino público, onde estuda quem merece.

Publicado por: Alfredo às novembro 11, 2005 10:44 AM

Alfredo às novembro 11, 2005 10:44 AM

Esse argumento é razoável e verdadeiro.

Penso, no entanto, que essa avaliação do mérito, e esse concurso público, deveriam proseguir DURANTE o estudo universitário. Aquilo que se passa é que, uma vez entrado no ensino superior estatal, um indivíduo pode lá permanecer muito tempo com falta de aproveitamento, e o Estado continua a pagar-lhe os estudos. Na minha ideia, não deveria haver propinas para qualquer cadeira da primeira vez que um indivíduo a tentasse fazer; a partir daí, em tentativas subsequentes, deveria haver propinas crescentes.

O meu pai, quando frequentou a universidade, sabia que, se chumbasse uma cadeira, seria imediatamente chamado para a tropa.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 11, 2005 10:54 AM

Estás portanto a dizer que se um pai tiver um filho que não tem o mérito de entrar numa escola superior pública, deve financiar o filho de outra pessoa que tem esse mérito, e deve dizer ao seu para "ir à vida", ou alternativamente pagar a dobrar?

Para mim esse conceito é um roubo puro e simples. E imagino que a qualquer pessoa a quem fosse colocada a hipótese individualmente de financiar o seu filho ou o de outro, reagiria da mesma forma. Pelo que o Estado não tem legitimidade para proceder de forma diferente.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 11:08 AM

O ensino superior até poderia ser totalmente privado E PAGO. E quem o quisesse frequentar incorreria em empréstimos (e não bolsas). Assim, só o usaria quem visse a possibilidade de um retorno económico, e não existiriam mais os problemas de que o Luis fala.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 11:09 AM

É preciso entender um problema presente com o Estado. O Estado, para além da sua função reguladora das relações entre os cidadãos, tem uma função redistributiva.

Essa função redistributiva deve servir para providenciar aos que têm muito pouco, seja porque razão for, uma rede de segurança.

A função redistributiva fica completamente virada ao avesso, quando taxamos quem tem menos (em média) para providenciar serviços ou bens aos quais quem paga impostos não tem acesso.

Por isso é que é ridículo uma pessoa poupar e andar com um carro antigo, e pagar impostos para que o Estado esbanje em frotas de automóveis novos.

Por isso é que é ridículo uma pessoa poupar e pagar impostos, e não dar uma educação ao seu filho, para que o Estado envie o filho de outra pessoa, talvez até com posses, para uma educação subsidiada.

E por aí em diante. Nunca deveria o Estado funcionar como um Robin Hood ao contrário, e no entanto neste momento a remuneração média da Função pública é (bastante) superior à remuneração média do sector privado. Ou seja, os que ganham menos pagam impostos para subsidiar os que ganham mais.

Tudo isto é surreal, e no entanto tem defensore, como aqui vemos.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 11:21 AM

Incognitus às novembro 11, 2005 11:09 AM

Você vê no ensino superior (e porque não no restante ensino?) uma função meramente económica. Segundo o seu ponto de vista, o ensino superior só serve para que quem o frequenta enriqueça. Não tem outras funções intelectuais ou culturais, aparentemente. No seu mecanismo, as pessoas frequentariam o ensino superior apenas com o objetivo de mais tarde ganharem muito dinheiro.

Essa ideia dos empréstimos faz com que as pessoas comecem a sua vida já endividadas. Pra um americano, é uma boa ideia: os americanos vivem toda a sua vida a crédito. Também é uma boa ideia para boa parte dos camponeses do Bangladesh, que vivem toda a sua vida na servidão do crédito. Faz aliás lembrar o conceito de Mao Zedong, segundo o qual os camponeses chineses se esmifravam para que um só chinês pudesse estudar na universidade, pelo que todos que tinham um curso superior deveriam passar depois o resto das suas vidas a trabalhar na China para pagar de volta a sua dívida.

Já agora, pergunto: porque é que só aplica essas suas ideias ao ensino superior, e não as estende a todos os graus de ensino? Será porque só o ensino superior privado é que está em maus lençóis economicamente, enquanto que as escolas e colégios privados estão de excelente saúde?

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 11, 2005 11:56 AM

O facto é este: o ensino NÃO-superior privado está em Portugal de excelente saúde. Não se queixa da concorrência desleal do Estado. Não tem falta de alunos. Não precisa de vouchers para nada.

As universidade privadas estão à rasca pela simples razão de que não conseguiram criar cursos de boa qualidade, com mérito capaz de atrair estudantes. Ao contrário dos colégios privados, que são procurados, apesar do seu alto preço, porque as pessoas acham que eles têm boa qualidade, as universidades privadas não são procuradas pela boa qualidade dos seus cursos, mas apenas se e quando as universidades estatais não têm vagas.

Esse é que é o problema das universidades privadas. Virem queixar-se da concorrência desleal do Estado, é atirarem-nos areia para os olhos. Os colégios privados também sofrem "concorrência desleal" do Estado, e não se queixam.

Publicado por: Luís Lavoura às novembro 11, 2005 12:02 PM

Incognitus às novembro 11, 2005 11:21 AM

Lá está V. a demagogicar...
Então eu, pomposamente apelidado de Técnico Superior Principal, ando aqui tão descansadinho a levar os meus mil e duzentos euritos para casa e V. vem para aqui fazer ondas.
Esteja caladinho, pá. Ainda descobrem que ando a roubar-vos e acabo linchado ao sair da repartição...

Publicado por: Vítor às novembro 11, 2005 12:05 PM

Aplico a ideia ao ensino superior porque todos têm direito a uma educação base. O Ensino superior já não é uma educação base.

Para o resto do ensino, embora defenda que deveria ser totalmente privado, defendo a ideia do "cheque ensino".

Quanto ao ensino superior também ter funções culturais, a cultura autogera-se e não necessita de subsídios. Se a cultura não tem valor económico, então a cultura não tem valor (porque o valor que algo possui está na proporção directa daquilo a que uma pessoa está preparada a prescindir para continuar/obter o algo).

Quando ao valor intelectual, idem. Se não tem valor económico, não tem valor intelectual. Se alguém acha que algo tem valor intelectual mas nenhum terceiro está diposto a pagar por esse algo (ou seja, ninguém reconhece o valor), então esse algo só tem valor sentimental no máximo.

Note que isto não é a minha opinião, isto é a realidade. Eu por exemplo acho que os quadros do Van Gogh não valem nada, mas se alguém paga, é porque valem. A minha opinião é irrelevante quanto ao valor, compreende? E tal como a minha é irrelevante, a sua ou de outro iluminado qualquer TAMBÉM é irrelevante.

A única opinião que conta, sobre o valor de algo, é a de quem está a prescindir de uma coisa para ter outra.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 12:07 PM

Vitor, se te consideras mal remunerado, e se achas que o teu valor é superior, posso perguntar-te porque é que não mudas para o sector privado?

Ou será que afinal não estás mal remunerado, e pelo contrário o teu lugar até seria cobiçado por outros se colocado a concurso?

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 12:09 PM

Claro, imagino que para ti o lugar ser colocado a concurso seja uma heresia.

Afinal o lugar é TEU. O lugar não é uma posição paga pelos cidadãos para lhes prestares um determinado serviço. Os cidadãos devem pagar e calar. O lugar está tomado e a sua posse é inalienável. Os cidadãos devem ser forçados a pagar, dê por onde der.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 12:18 PM

Sr. Incognitus

V. anda a tirar conclusões precipitadas (se é que podemos designar de conclusões aquilo que V. escreve; há quem ache que não passa de uma melopeia disparatada).

Começa por falar de cultura e valor económico de uma forma que o coloca entre os mais insígnes ensaístas do "Correio de Vimioso".

Depois, como V. percebe de tudo, fala da minha remuneração e da disponibilidade do meu cargo. Acaso percebeu que eu estaria a ironizar com o seu discurso de Estado e Robin Hood?
Ainda assim, contrariando a sua tese, informo-o de que o meu lugar estará, brevemente, à disposição de quem faça melhor.
Os Serviços vão mandar abrir um concurso para o preenchimento da vaga. Resumidamente, consistirá em elaborar um comentário, pautado pelo humor "non-sense", sobre um tema do qual não se perceba um chavo (difícil portanto). Mas V. terá grandes hipóteses, se entender candidatar-se, a mandar-me para o desemprego...

Publicado por: Vítor às novembro 11, 2005 02:26 PM

Discurso interessante o seu, infelizmente desprovido de argumentos.

Se acha que o que escrevo são disparates, convinha argumentar.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 02:28 PM

Incognitus às novembro 11, 2005 02:28 PM

Argumentar? Consigo? V. deve estar a brincar...

Publicado por: Vítor às novembro 11, 2005 02:44 PM

Então ignore-me, porque eu também tenho pouca paciência para anormais que reagem como o senhor.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 02:47 PM

Eu não tenho argumentos para manter uma discussão consigo.
Mas, como sou anormal, não consigo deixar de me rir desalmadamente com o que V. tem escrito neste blogue.

PS: Senhor escreve-se com letra maiúscula.

Publicado por: Vítor às novembro 11, 2005 02:50 PM

QUero lá saber como se escreve senhor. Eu nem sequer gosto do facto de existir um "tu" e um "você".

Se se tem fartado de rir problema seu. Existe quem goste das minhas opiniões, existe quem não goste.

Só o chamei de anormal porque reage aos posts com insultos, em vez de contra-argumentar.

Estive a reler o meu tópico sobre o valor da cultura, e pode não ter ficado claro, porém. Eu não digo que a cultura não tem valor, eu digo que apenas terceiros podem apurar isso, e não eu, você ou outro iluminado qualquer. Só quem está pronto a dispender tempo, esforço ou dinheiro é que determina o valor de algo cultural ou intelectual.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 02:53 PM

Em todo o caso peço desculpa se me exaltei, mas também não gostei da sua forma de reagir. O que é tanto mais chato quanto tudo parece ter partido de um mal entendido (o seu post sobre ser funcionário público era uma ironia).

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 03:02 PM

Vá, não se zangue.
Só lhe quis dizer que V. (ou tu, como queiras)escreve com demasiada ligeireza, fazendo afirmações categóricas sobre coisas que, aparentemente, desconhece.
Essa do "valor intelectual" é um exemplo. Os considerandos sobre a questão do ensino público e privado são outro exemplo.
Eu sou dos interessados em que, de uma vez por todas, os padrões de rigor e exigência cheguem a toda a administração pública. E defendo obviamente, na maioria das situações, o fim do "emprego para a vida".
Mas espanta-me que, hoje em dia, qualquer pessoa sem conhecimento do que se passa na administração pública, se ponha a tecer considerandos e a fazer afirmações categóricas.

Publicado por: Vítor às novembro 11, 2005 03:10 PM

Vitor, não é preciso ter conhecimento específico dos assuntos para saber que existem coisas que podem ser concebidas de outra forma totalmente diferente (pelo que se torna irrelevante conhecer como estão organizadas agora).

É por existir um apego tão grande a "como se faz agora", que cada um de nós carrega 10 cartões diferentes, que quando muda de morada ninguém actualiza todos os seus documentos, que quando compra uma casa gasta uma % em custos de transacção e tudo demora dias, semanas, meses.

Acontece que com conhecimentos de outras áreas, e SEM saber como estão exactamente organizadas essas, sabe que é perfeitamente possível termos um único cartão, um único registo centralizado da morada, e uma casa se poderia transaccionar em segundos e com um costo de 10 ou 20 Euros.

O mesmo se pode aplicar ao ensino e a muitas outras áreas.

Por exemplo, a justiça que todos sabemos funciona mal, mas não conhecemos o funcionamento em detalhe. Cerca de 80% dos casos da justiça - sem os conhecer - poderiam ser resolvidos em "real time". Portugal poderia ter a Justiça mais avançada do planeta se quisesse. O que necessitava era de redesenhar a totalidade do sistema "from the ground up".

É por isso que podemos comentar o funcionamento de sistemas que não conhecemos em detalhe: porque alguns desses sistemas funcionam tão longe do óptimo, que é desnecessário qualquer conhecimento do seu funcionamento para os criticar.

Faz-me lembrar em bolsa o caso da Corvis (e muitas outras empresas), Eu não necessitaria de saber nada de Fibra òptica, ou sequer de avaliação de empresas, para lhe dizer que essa empresa cairia. Porquê? Porque ela valia o mesmo que a General Motors ainda antes de fazer a primeira venda, e as probabilidades de isso vir a justificar-se eram - portanto - ínfimas. Compreende? Quando uma coisa se afasta o suficiente dum modelo óptimo, torna-se desnecessário o conhecimento detalhado da coisa para a comentar.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 03:21 PM

Aliás, diria que confiar a reforma de todos estes sectores (educação, justiça, estado) a quem neles labora, é garantir que nunca nenhuma reforma funcionará.

Uma reforma a sério implica destruir postos de trabalho no sector reformado. Qualquer sistema mais eficiente empregará menos pessoas. É impossível pedir-se a um ou vários membros de uma corporação para desenharem tal solução.

A evolução no sector privado promove-se pela destruição. É isso que falta no sector público. A produtividade no sector privado aumenta, porque cada vez maior produção é efectuada por menos trabalhadores.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 03:35 PM

Eh pá um tipo vai tratar de umas coisas e vocês quase se pegam, o que vale é que como bons tugas, já passou.

Incognitus um dis destes discutimos sobre o valor das coisas e os valores. Ainda ando a preparar-me. Só lhe digo que o oxigénio que você respira neste momento em que me lê, tem um valor económico nulo, porque não é escasso, e se as plantas entrassem em greve eu gostava de ver em 3 minutos qual era o valor que lhe atribuia. O mercado é míope. Mas é bom que exista. a miopia é corrigida pelo menos em parte, pela regulação ética que incorpora o contrato intergeracional e a noção de fiduciário.

"Quando ao valor intelectual, idem. Se não tem valor económico, não tem valor intelectual. Se alguém acha que algo tem valor intelectual mas nenhum terceiro está diposto a pagar por esse algo (ou seja, ninguém reconhece o valor), então esse algo só tem valor sentimental no máximo."

Pois, o Modigliani morreu na miséria nas ruas, tuberculoso e alcóolico. Hoje qualquer seu esboço vale milhões.

Publicado por: py às novembro 11, 2005 04:02 PM

Exacto, só hoje há quem esteja disposto a pagar, só hoje tem valor.

Por cada Modigliani a quem isso sucedeu (os esboços agora valerem milhões), possivelmente dezenas de milhares de Modigliani's morreram cujos esboços hoje valem zero. Na altura, sem conesguirmos identificar o Modigliani a quem isso sucederia, o valor esperado dos esboços continuaria a ser muito baixo mesmo que SOUBESSEMOS que os desenhos de um deles iriam valer milhões (quanto muito, compraria esboços a todos os que visse, só que teria que pagar muito pouco a cada se existissem muitos a esboçar ...).

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 04:10 PM

Plantas em greve? E à 6ª feira?

Publicado por: Coruja às novembro 11, 2005 04:12 PM

E se fizessem greve, quem morria primeiro: elas ou nós?

Publicado por: Coruja às novembro 11, 2005 04:13 PM

Se as plantas fizessem greve, a solução provavelmente passaria por:
1) Impor serviços mínimos às ditas;
2) Os trabalhadores do Estado comprometer-se-iam a fazer menos exercício de futuro.
3) Para compensar a falta de oxigénio, os trabalhadores fora do estado deveriam respirar só em dias alternados. Temos que apertar o cinto.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 04:17 PM

Entretanto, promover-se-ia a construção de uma fábrica gigantesca de electrólise na Ota, que custaria o abastecimento de vários anos de oxigénio, e para garantir a viabilidade económica da dita, cortar-se-ia a totalidade do pinhal de Leiria.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 04:20 PM

pronto Incognitus já vi que tens tudo pensado até com um plano quinquenal e tudo... tá a gente conversa um dia a sério que eu hoje já estou meio-ko, mas afirmo-te que o leit motiv é que a mão invisível é míope, só vê o que está à frente dos olhos.

Por exemplo, por isso há tantos fogos em Portugal.

Publicado por: py às novembro 11, 2005 04:36 PM

py, há tantos fogos em Portugal porque não existe benefício económico em existirem menos fogos em Portugal.

Se bem que sempre existiram alguns fogos, talvez por predisposição natural (tu saberás melhor), desconfio de que quando a resina dos pinheiros era aproveitada estes ardiam menos (não obstante a dita arder bem).

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 04:41 PM

rapaz eu estou com os olhos a fechar, estou a carburar desde as 6h30, vou morfar, mas há tantos fogos em Portugal porque a ganância ou a avidez, como preferires, das pessoas,(o uq eu acho que é basicamente ignorância - a tal miopia) faz com que nem pensem nos netos... O mais pateta disto tudo é que eu que nem tive filhos (que eu saiba), é que ando para aqui preocupado a arder com isso, em vez de negociar o meu silêncio a troco de uns milhões... Mas não, tou apaixonado pelo Dragão - ele que me coma se for o caso, que os outros não deixo.

Publicado por: py às novembro 11, 2005 04:49 PM

Eu, pelo contrário, acho que é a falta de ganância, que faz as coisas arder.

As pessoas estão-se basicamente a borrifar para que arda ou não, isso não é ganância e avidez, é falta dela.

Se as pessoas tivessem algo a ganhar em que não ardesse, se tivessem um motivo para ser gananciosas, ardia menos.

Por isso é que disse desconfiar daquilo com a resina, mas tu deves saber melhor.

Também se costumava dizer que a floresta da Portucel ardia menos, mas tu saberás melhor. Obviamente a Portucel se investe nessa floresta, tem interesse, tem ganância, em que não arda.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 05:01 PM

Incognitus às novembro 11, 2005 03:21 PM

Eu bem digo que estou (e estarei) falho de argumentos para discutir contigo. Sugiro que penses melhor antes de escrever desalmadamente.
Ou então faz como te der na veneta - afinal isto é só um blogue e não nos conhecemos de lado nenhum.

Mas deixa-me recorrer a uma comparação, para comentar o teu comentário:
Bem podes dizer, não sendo especialista, o seguinte:
- aquele tipo tem uma fractura exposta.
Mas duvido que, não sendo cirurgião, consigas fazer alguma coisa para resolver o problema.

Publicado por: Vítor às novembro 11, 2005 05:32 PM

Eu consigo. Chamo o 112.

Publicado por: Coruja às novembro 11, 2005 05:38 PM

Mas eu tenho uma qualificação muito elevada

Publicado por: Coruja às novembro 11, 2005 05:40 PM

Obviamente, o que eu disse não se aplica a tudo.

Aplica-se a casos que por extremos se tornam óbvios.

Se o teu exemplo fosse que a pessoa tinha um dedo e uma perna partidos, e a qual deveríamos dedicar a atenção, já não seria necessário um cirurgião para responder.

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 06:24 PM

E de qualquer forma, perante ideias disparatadas o melhor é sempre dizer "isso não podia ser porque ..."

Repara por exemplo na ideia da transmissão de casas. Eu digo que era exequível que a dita acontecesse em segundos e sem qualquer tipo de escritura (isto a pronto, a crédito os timings estariam dependentes da capacidade de resposta das instituições de crédito, mas a transacção em si continuaria a acontecer em segundos).

Publicado por: Incognitus às novembro 11, 2005 06:28 PM

Bem, o Lavoura e o Incognitus pegaram no assunto das universidades de uma forma que eu vejo-me obrigado a esclarecer a origem do meu comentário inicial:

eu estava simplesmente a dizer que UM dos motivos aceitáveis para subsidiar universidades privadas é reconhecer-lhes a utilidade pública e assegurar compensação para uma concorrência com entidades públicas, em que ficam sempre a perder se o mercado se tornar escasso.

Isto porque se deve partir do princípio que, nessa situação, estamos perante uma situação de quase-monopólio ou concorrência desleal. E que até os que não ganham concursos públicos de acesso devem ter direito a uma alternativa paga em condições razoáveis (até porque através dos impostos contribuem para a educação dos que ganham acesso ao sector público).

Como vêem, não disse que deviam ser privadas todas as universidades nem que as privadas devessem ser subsidiadas na totalidade.

Aliás, uma discussão interessante seria discutir qual o critério fundamental para definir o subsídio por aluno a atribuir. Menos que na pública, decerto, mas concerteza uma percentagem (a definir) do custo médio de um aluno no superior público. E essa percentagem tinha que ter um limite superior e inferior que mantivessem a racionalidade do sistema.

Por racionalidade entendo: não haver alunos a fazerem cursos desnecessários (porque subsidiados demais) nem haver alunos que desistem de cursos essenciais (porque caros demais).

Uma ideia razoável para manter a tal racionalidade seria tornar todos esses subsídios mais generosos mas com uma parte maioritária na forma de empréstimo (a ser pago nos anos futuros, na totalidade). O mesmo que se devia fazer às propinas das públicas, aliás... Engordá-las, mas com um empréstimo possível conforme a natureza do curso.

E aquela de ir aumentando o valor a pagar à medida que se chumba é tão óbvia que nem comento.

Publicado por: J P Castro às novembro 11, 2005 11:46 PM

"Virem queixar-se da concorrência desleal do Estado, é atirarem-nos areia para os olhos. Os colégios privados também sofrem "concorrência desleal" do Estado, e não se queixam."

É evidente que é concorrência desleal uns são pagos e financiados pelos impostos outros são pagos pelos Clientes.
Se se instituisse cheques ensino como único meio de financiamento já havia mais escolha e descontando o Investimento estatal inicial.
Um colégio não é uma Universidade os investimentos são muito menores. Os Colégios tiveram tempo de construir uma reputação que só se consegue ao fim de várias décadas porque sempre existiram colégios privados.As Universidades foram sempre públicas.

Publicado por: lucklucky às novembro 12, 2005 08:27 AM

Se Portugal arde tanto, não é por considerações económicas, mas porque o estado não cumpre as suas obrigações básicas de garantir a segurança das propriedades e das pessoas (criando serviços de combate a incendiaos com qualidade e, principalmente, punindo devidamente que provoca os incêndios...).

Não são os particulares (por mais ou menos benefício económico que tirem das florestas) que tem a obrigação (e o direito legal!) de retirar da circulação os tarados incendiários que pululam por aí...
A floresta dá muito dinheiro ao país. As empresas de celulose, por exemplo, exportam centenas de milhões de euros por ano. A industria de móveis tambem (embora menos).
Mas nem as empresas de celulose (apesar dos investimento enormes que fazem) conseguem impedir as suas florestas de arder, neste contexto em que incendiar é (bem) aceite pelo poder político e legislativo.

Publicado por: Ming às novembro 12, 2005 02:54 PM

Ming vamos ser realistas. Não há só as histórias dos caçadores que por ficarem excluídos de uma zona associativa de caça lançam fogo (não é para mim, não é para ninguém) e também não são só os vizinhos alcoolizados que lançam fogo...

Quem enche os bolsos são os madeireiros, e outros negócios. Sabe que a madeira queimada é aproveitável? O proprietário fica desasado e vende barato...

Quanto a essa de vir culpar o Estado é muito engraçada (e olhe que eu trabalho a recibo verde): querem reduzir a despesa, reduzir os efectivos e depois a kulpa é deles!

É tão prático diabolizar os funcionários públicos. Pois.

Publicado por: py às novembro 12, 2005 03:34 PM

Janica,

Estes diálogos entre ti e o caramelo Incognitus davam um número de circo.
Que cromos.
Vou propô-los para o Museu Etnológico Nacional.
E ao papá e ao seu "access" também claro, o velho merece por ter produzido uma menina tão prendada como tu.
Mereces bem o dinheirinho que o CDS te paga.
Mais um grande bem-haja e continua a escrever aqui nesta coisa para os palermas que te idolatram.
Chega para ti, enches o ego, e chega para eles, compensam as frustrações.

Publicado por: Átila às novembro 12, 2005 07:02 PM

Teria acertado no pé?

Publicado por: Coruja às novembro 12, 2005 07:33 PM

Se acertou, é porque tem pontaria

Publicado por: Coruja às novembro 12, 2005 07:34 PM

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