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outubro 11, 2005

Curiosidades Lisboetas

Houve em Lisboa um fenómeno interessante: A votação em Carmona Rodrigues foi muito superior à do PSD para a Assembleia Municipal e para as Assembleias de Freguesia. Tomando a votação para a AM como a votação mais “partidarizada”, numerosos votantes do PS (2.767), do PC (4.315), do BE (4.092), do PP (977) e do MRPP (924), votaram em Carmona Rodrigues para a Presidência da CML. Um em cada 8 votantes do PC e um em cada 6 votantes do BE votou Carmona. Este fenómeno é curioso pelas explicações que permite aduzir como causas, como pelo significado que tem. A diferença entre a votação para a Câmara e para as Assembleias de Freguesia ainda é mais significativa, mas aí há elementos locais que podem explicar o fenómeno. Em qualquer dos casos, em cada 3 votantes comunistas nas Assembleias de Freguesia, um votou Carmona Rodrigues!

Uma explicação linear seria considerar que os lisboetas foram seduzidos pela imagem de competência e pelo carisma de Carmona Rodrigues. Não me parece suficiente esta explicação. Carmona Rodrigues é tecnicamente competente, mas não sei se essa imagem foi muito evidente, nomeadamente se se tiver em conta a gestão autárquica anterior. Também não tem carisma político. A explicação mais lógica parece-me ser a de que o eleitorado lisboeta se mobilizou para barrar o caminho a MM Carrilho. MM Carrilho provoca um efeito de “pele de galinha” nos circunstantes. Ou mesmo urticária em algumas epidermes mais sensíveis. A capacidade de auto-dissuasão eleitoral daquele filósofo é aniquiladora.

Um dado muito curioso foi o facto de um em cada 6 votantes do BE ter votado em Carmona, em vez de ter votado no empata-obras, o advogado fracturante que é a “besta negra” de todas as entidades que pretendem lançar obras importantes (as que não são vultuosas não têm importância mediática e não são contestadas). Mesmo que se admita que parte do desvio dos votos fosse para evitar a eleição de Carrilho, é interessante verificar que uma parcela apreciável do eleitorado do BE não se deixou seduzir pelo fundamentalismo ambiental de Sá Fernandes. Isto apesar de Sá Fernandes ter considerado, em afirmações públicas, Carmona «pior» que Santana.

Finalmente, estas transferências de votos, pela sua escala, indiciam que os partidos são, cada vez menos, os “donos dos votos". O eleitorado lisboeta (como noutras autarquias) mostrou que quando vota, as suas convicções pessoais têm prevalência sobre as suas opções políticas. O anátema de mudar o voto da esquerda para a direita, ou vice-versa, já não colhe. Aliás, esquerda e direita têm-se progressivamente esvaziado de conteúdo. Arriscam-se a voltar a ter apenas um significado geométrico.

Adenda: Em Sintra houve uma situação com bastantes semelhanças, embora não tão evidente. Um em cada 5 votantes do PC e um em cada 4 votantes do BE votou em Fernando Seara. A votação do PS para a AM e para a Câmara foi praticamente igual. Portanto, também em Sintra o eleitorado do PC e do BE deu o seu voto útil a Fernando Seara, para evitar a eleição de João Soares. Este comportamento eleitoral deveria fazer reflectir aqueles que se comprazem em aritméticas eleitorais quando propõem alianças eleitorais ou entregar os seus votos a outrem. Os eleitores não são elementos inertes do conjunto dos números inteiros.

Em eleições, 5+5 podem ser 8, ou 12, ou sabe-se lá quanto. Raramente são 10.

Adenda 2: Em Oeiras sucedeu um fenómeno muito curioso. A luta renhida foi para a Presidência da Câmara, entre Isaltino e Teresa Zambujo e todos os outros partidos carrearam votos para essa disputa. Se considerarmos como o “eleitorado autárquico de ontem” os votantes para a Assembleia Municipal, o PS (2.899 – 19% do total), o PC (1.304 – 18%), o BE (1.659 – 31%) e o PP (635 – 37%) votaram ou no Isaltino (+ 2.661) ou na Teresa Zambujo (+ 3.383), ou seja, houve mais transferências de voto para o PSD que para o Isaltino, embora a diferença entre elas não fosse grande. PS, PC, BE e PP associaram-se, parcialmente, àquela refrega.

De notar que 31% dos votantes do BE (na AM) votaram, para a Câmara, quer no Isaltino, quer no PSD. No caso do PS ou PC foi perto de 20%, o que é muito significativo.

Publicado por Joana às outubro 11, 2005 05:59 PM

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Comentários

Hoje também estive a reparar nas votações de Lisboa. Concordo consigo Joana e acho muito salutar que os portugueses possam fazer escolhas múltiplas. ´

Em relação à minha cruz (aquele esgar que, se ganhador, me obrigará a emigrar) já estive hoje a fazer contas sobre os votos das a.m. no país, que são os mais fiáveis para calcular o potencial. Vá lá a esquerda junta ainda chega aos 52% sem contar com o MRPP.

Publicado por: pyrenaica às outubro 11, 2005 07:05 PM

acossada por uma comichão no cerebelo do tipo sindrome anti-BE-primária, a Joana converteu-se em comentadeira no blogue do Miguel Vale de Almeida, mas não quer que se saiba, pois não deixa o link para o Semiramis:

"Qual BE? Não há cá bloco de esquerda, o bloco é um: É o PSR e o Louçã. O resto perdeu-se na estória"
Joana | 10.11.05 - 4:40 pm | #

in:
http://valedealmeida.blogspot.com/

Publicado por: xatoo às outubro 11, 2005 07:20 PM

Crónica muito interessante que complementa com algarismos aquilo que JMF escreveu no editorial de hoje.
Dizia ele:

“O caso de Lisboa é especialmente significativo. Carmona Rodrigues teve cerca de mais 12 mil votos do que a lista do PSD à assembleia municipal, o que quer dizer que um em cada dez eleitores seus escolheu outro partido, quando se tratou de eleger os deputados municipais. Apenas um quarto desses votos a mais vieram de eleitores do PS desagradados com Carrilho: os outros vieram de eleitores comunistas, bloquistas e até do MRPP, partido que perdeu quase um quarto dos seus eleitores entre a votação para assembleia e a votação para a câmara. Só há uma explicação para este fenómeno: muitos lisboetas de esquerda ou mesmo de extrema-esquerda preferiram votar em Carmona a correr o risco de ver Carrilho na presidência do município, fenómeno que também afectou a votação para o executivo municipal na lista do CDS.
Em Sintra, mesmo sem atingir as mesmas proporções, João Soares também "conseguiu" que uma parte do eleitorado da esquerda votasse em Seara, a começar por uma fatia dos eleitores do PS. Já no Porto, quando comparamos as votações para a câmara e para a assembleia municipal, verificamos que Francisco Assis não provocou a mesma reacção de rejeição no eleitorado, já que a sua candidatura dividiu com a de Rui Rio o "voto útil" de uma parte dos eleitores dos partidos mais pequenos.”

Concordo com ambos os dois.

Publicado por: Clara P. Correia às outubro 11, 2005 07:31 PM

xatoo às outubro 11, 2005 07:20 PM:
Há mais Joanas na terra.

Publicado por: Joana às outubro 11, 2005 07:50 PM

Clara P. Correia: Pelas minhas contas não me parece que em Sintra tenha havido transferência de votos entre o PS e a coligação do Seara. Isso deve ter sido engano do JMF

Publicado por: Joana às outubro 11, 2005 07:52 PM

Aliás, o PS, em Sintra, teve mais 400 votos para a Câmara do que para a AM. É um nº muito pequeno, para ser significativo.
Em contrapartida, o PS teve mais cerca de 3 mil votos para as Freguesias do que para a Câmara, mas isso deve-se a factores locais.
A comparação deve ser com a votação da AM, que é a que tem menor peso das individualidades e maior dos partidos.

Publicado por: Joana às outubro 11, 2005 07:57 PM

É interessante a percentagem de eleitores do PC e do Bloco que votaram no PSD ou na coligação de direita em Sintra

Publicado por: fbmatos às outubro 11, 2005 08:56 PM

Publicado por: Joana às outubro 11, 2005 07:50 PM

e as coincidências de Joanas que não gostam do BE - estão no seu direito - também existem muitas.

Publicado por: zippiz às outubro 11, 2005 10:02 PM

Joana, as suas contas não batem certo. Senão vejamos os resultados para a CM, Ass. Municipal (AM) e Ass. Freguesia (AF) dos 5 partidos:
- o PSD teve respectivamente: 119.837 (CM), 107.917 (AM) e 102.618 (AF);
- o PS teve 75.022 (CM), 77.789 (AM) e 79.944 (AF);
- a CDU teve 32.254 (CM), 36.589 (AM) e 46.046 (AF),
- o BE teve 22.342 (CM), 26.434 (AM) e 21.979 (AF)
- o CDS teve 16.723 (CM), 17.700 (AM) e 17.183 (AF).

1 – Nas 3 eleições o PSD teve de facto mais votos na CM;

2 – Tiveram mais votos para a AM do que para a CM: PS, CDU; BE e CDS;

3 – Só tiveram menos votos para a AF do que para a CM o PSD e o BE;

4 – Mas se compararmos as votações de 9 Out com as de 20 Fev, constatamos que só o PSD e a CDU aumentaram a votação em 9 de Out:
- o PSD teve mais 32.432 votos (CM); mais 20.512 (AM) e mais 15.213 (AF):
- a CDU teve mais 3.294 votos (CM); mais 7.629 (AM) e mais 17.086 (AF);

5 – Isto é, se a CDU em Lisboa nas autárquicas teve mais votos do que em 20 Fev, nunca o eleitorado da CDU poderia ter passado para o eleitorado de qualquer outro partido. A inversa é que é verdadeira.

6 – O PSD só conseguiu recuperar parte do eleitorado perdido pelo PS+BE+CDS. Se considerarmos as perdas para a CM verifica-se que totalizam 103.145 votos, assim distribuídos:
- o PS perdeu 74.476 votos:
- o BE perdeu 8.309 votos;
- o CDS perdeu 20.360 votos

7 – Isto é dos 103.145 votos perdidos pelo PS, BE e CDS o PSD só conseguiu recuperar pouco mais de 1/3, isto é 32.432, mas nenhum destes votos ganhos pelo PSD é dos comunistas pois eles próprios tiveram aumentos em relação a 20 de Fevereiro que chegaram a mais de 17 mil votos.

Publicado por: Margarida às outubro 11, 2005 10:09 PM

Margarida:
Eu apenas comparei as transferências de voto nas eleições de ontem. Para isso consideri que o eleitorado autárquico, ontem, dos diversos partidos, correspondia aos votos para a Assembleia Municipal, onde o efeito das individualidades é menor (ele é maior quer na Câmara, quer nas Juntas de Freguesia), e depois comparei as transferências de votos.

Não comparei com as eleições anteriores, visto as legislativas terem características diferentes e visarem outros objectivos. Ou seja, não comparei o "eleitorado autárquico" com o "eleitorado legislativo"

Isto não invalida que não haja efeitos colaterais, votos de protesto, etc.

Publicado por: Joana às outubro 11, 2005 10:20 PM

Joana às outubro 11, 2005 07:50 PM
"Há mais joanas na terra"
pois há!, isso é tão certo como dizia a sua comentadeira anterior:
Clara P. Correia às outubro 11, 2005 07:31 PM
"concordo com ambas as duas"

Publicado por: xatoo às outubro 11, 2005 10:31 PM

primeiro concordo com uma,

Publicado por: xatoo às outubro 11, 2005 10:33 PM

depois concordo com a outra,

Publicado por: xatoo às outubro 11, 2005 10:33 PM

depois concordo com ambas

Publicado por: xatoo às outubro 11, 2005 10:34 PM

e por fim "concordo com ambas as duas"

Publicado por: xatoo às outubro 11, 2005 10:34 PM

uma ventoinha não espalharia tanta eloquência de forma tão subtil

Publicado por: xatoo às outubro 11, 2005 10:36 PM

Em Oeiras sucedeu um fenómeno muito interessante. A luta renhida foi para a presidência da Câmara e todos os outros partidos carrearam votos para essa disputa. Se considerarmos como o “eleitorado autárquico de ontem” os votantes para a Assembleia Municipal, o PS (2.899 - 19%), o PC (1.304 – 18%), o BE (1.659 – 31%) e o PP (635 – 37%) votaram ou no Isaltino (2.661) ou na Teresa Zambujo (3.383), ou seja, houve mais transferências de voto para o PSD que para o Isaltino, embora a diferença não fosse grande.
De notar que 31% dos votantes do BE (da AM) votaram, para a Câmara, quer no Isaltino, quer no PSD. No caso do PS ou PC foi perto de 20%, o que é muito significativo.

Publicado por: Joana às outubro 11, 2005 10:36 PM

Em Cascais houve um fenómeno semelhante ao de Sintra, mas em escala menor.
Entretanto vou colocar o parágrafo sobre Oeiras no post

Publicado por: Joana às outubro 11, 2005 10:40 PM

..."Finalmente, estas transferências de votos, pela sua escala, indiciam que os partidos são, cada vez menos, os “donos dos votos"...

Curioso que hoje no forum da TSF se discutia se deviam ser "autorizadas" as candidaturas independentes, sem partido, para "evitar" a eleição dos agora chamados candidatos-bandidos. Acho esta discussão fantástica e apropriada ao estado nazi (ou comunista), mas totalmente descabida no meu país (pensava eu). Afinal poderá não haver vida fora dos partidos?

Publicado por: Joao P às outubro 11, 2005 11:05 PM

João P: Sabe que não é inocente a discussão das candidaturas dos independentes e quem veio defender esta proibição foi, há duas semanas, e a título pessoal o Coordenador do PS Jorge Coelho, num debate na SIC-Notícias. Em resposta, o Dias Loureiro, disse que ia pensar nisso e Jorge Cordeiro, o representante do PCP disse que não via objecção à presente lei que as autoriza.

Acho portanto dum profundo mau-gosto (pelo menos), a alusão que faz a comunismo igual a nazismo e neste caso concreto, perfeitamente desapropriado. Ou estaria a pensar no Jorge Coelho quando há 20 anos atraz militava na UDP que se considerava "comunista"?

Publicado por: Margarida às outubro 11, 2005 11:16 PM

Margarida, quando me referi a nazi ou comunista estava-me a referir a dois tipos de estados totalitários que consideravam que o individuo só existia quando "enquadrado" numa organização qualquer, corporação ou partido. Não é esse modelo de estado que temos na Europa, nem o que eu quero para mim e para os meus filhos. Não me preocupa o que pensam o Dias Loureiro ou o Jorge Coelho. Para ser franco estou-me mesmo nas tintas para o pensamento desses dois senhores, sobre esse e outros assuntos. Não preciso de farois nem de balizas.
É PROFUNDAMENTE ERRADO E REVELA UM ESPÍRITO TOTALITÁRIO, FASCISTA E POLICIAL, pensar que os os partidos podem ter o monopólio da vida política.
É PROFUNDAMENTE ERRADO E REVELA UM ESPÍRITO TOTALITÁRIO, FASCISTA E POLICIAL, pensar que os partidos podem assegurar a bondade dos cidadãos que nos vão governar.
Não fiz nenhuma alusão que o comunismo seja igual ao nazismo. Fiz essa afirmação, que aliás é partilhada por milhões e milhões que sofreram, e sofrem ainda,desses dois males na pele.

Publicado por: Joao P às outubro 11, 2005 11:35 PM

Joana
Continuo a dizer que não faz sentido as comparações que faz. Se só tivermos em conta as três votações de 9 Out constata-se que onde o PSD teve mais votos foi na votação para a CM; o PS e a CDU na votação para as AF e o BE e o CDS nas votações para a AM.

Se comparar estas votações de 9 Out/2005 com as autárquicas de 2001, verificará que o mesmíssimo padrão se mantém, isto é, PS e CDU fazem o pleno nas AF, o PSD na CM e o BE e CDS na AM.

Publicado por: Margarida às outubro 11, 2005 11:35 PM

Não fiz nenhuma alusão que o comunismo seja igual ao nazismo.

O João P não faz, mas faço eu. Aliás, o comunismo não é igual ao nazismo, consegue a proeza de ser ainda pior, o que, temos que convir, não é fácil.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 11, 2005 11:43 PM

fdx, isto é mesmo malta da pesada!

Publicado por: zippiz às outubro 11, 2005 11:50 PM

Estes números são muito interessantes e desmistificam as veleidades dos aparelhos partidários.

Publicado por: AJ Nunes às outubro 11, 2005 11:58 PM

E se eles forem para a frente com essa ideia perversa justicialista, vou-me rir se Soares for impedido de concorrer por ter sido acusado de violar a lei eleitoral

Publicado por: AJ Nunes às outubro 12, 2005 12:00 AM

Publicado por: zippiz às outubro 11, 2005 11:50 PM

Ora explica lá as diferenças entre a pureza racial e a ditadura do proletariado... para quem fica com a ponta mais curta da corda, claro.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 12:03 AM

Ambos querem construir o Homem Novo.
É claro que isso tem que passar pela destruição do Homem Antigo.

Publicado por: Hector às outubro 12, 2005 12:08 AM

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 12:03 AM

embora não tivessemos sido apresentados não me vou irritar por me tratar por tu...
mas não percebi a sua dúvida e se Vc pode ajudar explicando a sua experiência pratica de vivência no nazismo e no comunismo, eu agradeço porque só vivi experiências de ditadura fascista antes de 1974 e de Liberdade depois disso.

Publicado por: zippiz às outubro 12, 2005 12:11 AM

Isto está mau:
"As 6,4 toneladas de haxixe apreendidas sexta-feira em Tavira chegaram à Ilha de Tavira (Algarve) provenientes de Marrocos e foram depois transportadas para a costa portuguesa em carrinhos de mão pelos canais da Ria Formosa."
Em carrinhos de mão? Vejam como o preço dos combustíveis está a dar cabo de uma das nossas indústrias!

Publicado por: Ricardo às outubro 12, 2005 12:20 AM

A crise dos combustíveis está mesmo má.

Publicado por: Sa Chico às outubro 12, 2005 12:27 AM

Foram mais de 7 kms à unha. Devia ser subsidiado o gasóleo

Publicado por: Sa Chico às outubro 12, 2005 12:28 AM

Não há direito.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 12:30 AM

Publicado por: Hector às outubro 12, 2005 12:08 AM

Isso são as semelhanças.

Publicado por: zippiz às outubro 12, 2005 12:11 AM

Ainda bem, porque trato toda a gente por tu... Quanto ao comunismo e ao nazismo, é só fazer as contas: em quantidade de vitimas de limpeza racial ou social, o totalitarismo de esquerda (comunismo) dá uma cabazada ao totalitarismo de direita (podes somar aos puristas da raça as suas variantes corporativas latino-tropicais, até te dou isso de barato). Talvez por azares da geografia, quem sabe?...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 12:41 AM

Publicado por: Hector às outubro 12, 2005 12:08 AM

Não senhor!
Eles querem é construi a Nova Sociedade e para isso tem que destruir o Homem...
e as Mulheres e as Crianças que pensem diferente.

Trust me.

Publicado por: Pol Pot às outubro 12, 2005 12:57 AM

Ainda ninguém descobriu as diferenças?

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 12:59 AM

Eu coloco ao Pedro Oliveira exactamente a mesma questão do zippix: "a sua experiência pratica de vivência no nazismo e no comunismo", mas sem as generalidades propagandísticas e infundadas do costume.

Publicado por: Margarida às outubro 12, 2005 01:06 AM

Que saiba, não é necessária experiência de vivência sob ditaduras para as recusar.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 01:16 AM

A Margarida pode explicar a 'sua experiência prática de vivência da morte' para justificar o seu desejo - sem dúvida racional, bem fundado e aceitável - de se manter viva, está bem? Mas, claro, sem as generalidades propagandísticas e infundadas do costume: afinal de contas apenas lideres religiosos devidamente desmascarados relataram as delícias e tormentos que esperam as nossas pecadoras almas...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 01:30 AM

Aposto que o Pedro Oliveira tem a cabeça rapada. Senão por fora, pelo menos por dentro...

Publicado por: Apostador às outubro 12, 2005 02:40 AM

Parece que há umas demonstrações que concluem que «a inversa também é verdadeira».
Não se percebe o que leva a Joana a concluir — dos dados que apresentou — que houve uma transferência de votos do PCP e BE para o PSD.
Há uma tese que pode ser tão verdadeira quanto essa:
O eleitorado natural do PSD votou no seu candidato à presidência da Câmara, mas quando se tratou de votar para a AM ou para as AF uma parte do eleitorado do PSD votou em em candidaturas de esquerda, quer devido ao fenómeno de proximidade, quer por força de uma experiência positiva anterior. É possível aduzir outros argumentos.

A teoria e a prática ensinam que as transferências de voto não são uma coisa linear. Geralmente há transferências múltiplas.
Exemplifico: Se um determinado partido A soma, de um acto eleitoral para outro, mais 100 votos e de outros dois partidos (B e C) um perde 70 e o outro 30, não se pode concluir automaticamente que o partido B perdeu 70 votos para o partido A e o partido C perdeu 30 votos para o partido A.
Pode muito bem acontecer que os 30 do partido C tenham ido para B e que B tenha perdido 100 para A.
Outras combinações são possíveis.

Em casos como o de Sintra, não sei onde está o espanto de haver um desvio de votos da CDU para o candidato do PSD à presidência da Câmara. É sabido que a CDU e o PSD têm cooperado em Sintra e que o cabeça de lista da CDU é vereador efectivo e responsável por diversos serviços municipais. Com as sondagens e as TVs a apregoarem um «empate técnico» entre PSD e PS, não será compreensível que uma parte do eleitorado comunista tenha querido evitar uma vitória de João Soares?

Finalmente, não percebo a insistência da Joana naquilo a que chama a «desobediência» do eleitorado, como se tivesse descoberto a pólvora.

Primeiro, é justamente a transferência de votos que explica a alternância governativa, tida como um valor da democracia. E as transferências de votos deram-se no passado a uma escala muito maior que a actual. Não há nada de novo, pois,

Segundo, as suas afirmações de que o eleitorado «mostrou que, quando vota, as suas convicções pessoais têm prevalência sobre as suas opções políticas» e de que «o anátema de mudar o voto da esquerda para a direita, ou vice-versa, já não colhe» são um bocado para o absurdo.
É-me difícil imaginar alguém que tenha opções políticas diversas das suas convicções pessoais. Não vejo, por outro lado, sobre quem pode recair algum anátema por ter mudado de voto, já que o voto é secreto. E é secreto precisamente para impedir esses «anátemas».

A verdade, como já escrevi em comentário a outro post, é que desde há mais de vinte anos que a votação para as autarquias se despolitizou. As escolhas são determinadas mais pelo conhecimento que as populações têm das pessoas envolvidas e pelo trabalho realizado do que pela cor política. O que não falta são exemplos.

Não se trata, portanto, de um fenómeno novo, nem ele tem alguma coisa de extraordinário.

________________

Nota final em extra-texto: não sei como é que 5+5 podem ser 8 ou 12, seja em eleições ou no que for. Se esse for o resultado é porque um dos cincos é um 7 ou um 3. Ou, inclusive, são ambos 4 ou 6. Transpondo para a lógica eleitoral, isso acontece, por exemplo, com João Soares, que pensa que é um 5 e não passa de um 3 muito ranhoso. É evidente que, assim, as contas têm que sair furadas.

Publicado por: (M) às outubro 12, 2005 03:39 AM

Eu bem dizia que os tugas são muito expertos e por isso é que eu gosto deles. Está para aqui tudo a phroneticar sem limites...

PS estou preocupado é que dê uma de Evita sem homem à FF; é que tirando a própria, só a Faye Dunaway é que se aguenta no número. E Isabelita também não dá, que é um remake muito soft. Faço votos que os juízes apertem com ela.

Publicado por: pyrenaica às outubro 12, 2005 09:33 AM

O efeito que a Joana apresenta pode ser facilmente explicado se postularmos que, na eleição para a Câmara Municipal, uma parte significativa dos eleitores não considera que está a escolher OS VEREADORES (isto é, um órgão coletivo), mas sim que está a escolher O PRESIDENTE da Câmara (isto é, uma pessoa única).

Nestas circunstâncias, esses eleitores tendem a tomar a atitude dos eleitores em sistemas de círculos uninominais: consideram apenas as duas pessoas que têm mais hipóteses de arrebatar o lugar, e votam naquela de quem desgostam menos.

É verosímil que muitos eleitores do PCP, BE e MRPP considerem que Carmona é menos mau do que Carrilho. Como o voto autárquico é pouco politizado - há pouco lugar a escolhas ideológicas numa Câmara Municipal - os eleitores perguntam-se a si mesmos: "Quem é melhor gestor e tem ideias mais práticas, Carmona ou Carrilho?", e a resposta mais verosímil parece-lhes a primeira.

A mesma hipótese explica o efeito que eu apresentei nos comentários ontem: o facto de a grande maioria das Câmaras Municipais no país terem sido ganhas por maioria absoluta. O que acontece é que as pessoas não estão a votar no PARTIDO de que mais gostam, mas sim na PESSOA que, das duas que têm algumas hipóteses, consideram ser menos má em termos de gestão e de ideias práticas.

Ou seja, há um perceção de que a Câmara Municipal é um "círculo uninominal" - embora na verdade se trate de um órgão coletivo, a vereação.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 12, 2005 09:34 AM

uma capicua pela manhã...tirori

Publicado por: py às outubro 12, 2005 09:36 AM

Convido a Joana a dar uma olhada aos resultados em Salvaterra de Magos, onde poderá provavelmente (eu não os vi) apreciar transferências maciças de voto dos outros partidos para o BE quando se trata de eleger a Câmara Municipal. E digo-lhe mais: no dia em que a Ana Cristina Ribeiro abandone a corrida, o voto no BE para a Câmara Municipal de Salvaterra cai a pique, mesmo que todos os outros vereadores do BE lá permaneçam. O que se passa é que as pessoas, quando votam para a Câmara, não estão a votar num PARTIDO, nem mesmo num COLETIVO de vereadores, mas sim numa PESSOA.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 12, 2005 09:38 AM

Na minha opinião, nas eleições autárquicas, o voto que expressa mais a opção partidária é o voto para a Assembleia Municipal. É evidente que também este pode estar "contaminado" pelo voto para a Câmara, mas será sempre o que exprime mais de perto as opções partidárias do eleitor naquele acto eleitoral.
Foi a partir deste raciocínio que eu elaborei o post

Publicado por: Joana às outubro 12, 2005 10:11 AM

Também acho que o elemento de comparação de referência deve ser o voto para as Assembleias Municipais. Os outros, para as Câmaras ou Freguesias, sofrem do efeito da personalidade dos candidatos.

Publicado por: Ramiro às outubro 12, 2005 10:44 AM

Ramiro às outubro 12, 2005 10:44 AM

No caso específico de Lisboa a personalidade dos candidatos às juntas de freguesia é quase irrelevante. Em freguesias muito pequenas (as da Baixa lisboeta) acontece frequentemente que os candidatos apresentados pelos partidos nem sequer são habitantes dessa freguesia. Em freguesias muito grandes (as do norte da cidade) as pessoas não se conhecem pessoalmente. Só em freguesias médias, como aquela em que eu vivo, é que os candidatos podem ser pessoas efetivamente conhecidas pelos habitantes da freguesia. E mesmo aí... Eu não faço ideia de quem eram os candidatos à minha junta de freguesia. Mesmo que me dissessem os nomes, dificilmente os conheceria pessoalmente.

Em Lisboa as pessoas muitas vezes nem se identificam com a freguesia em que vivem. Eu, por exemplo, vivo na freguesia do Coração de Jesus, mas identifico-me muito mais com a da Pena. Os equipamentos públicos que a minha mulher e eu utilizamos situam-se todos na freguesia da Pena.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 12, 2005 11:17 AM

Eu acho que está certo que houve trasnferência de votos, em Oeiras, para PSD e Isaltino. Porém deve ter havido transferência de votos entre PSD e Isaltino. Por exemplo, se muitos PSD da AM votaram Isaltino para a Câmara, então podemos concluir que a transferência de votos do PS, PC, etc, foram essencialmente contra Isaltino.

Publicado por: vitapis às outubro 12, 2005 11:17 AM

A maior parte dos habitantes das freguesias de Benfica e de São Domingos de Benfica não faz a mais pálida ideia de onde se situa a fronteira entre elas. A Joana sabe?

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 12, 2005 11:19 AM

A minha conclusão anterior baseia-se em que a transferência maior foi do PSD (AM) para Isaltino (CM). Se for ao contrário, então a mobilização do eleitorado de esquerda foi para dar a vitória ao Isaltino.
Esta questão teria interesse em ser analisada. Mas para isso era preciso conhecer bem os meandros de Oeiras.

Publicado por: vitapis às outubro 12, 2005 11:20 AM

Conclusão, sempre é melhor concordar com ambas as duas do que concordar com ambas as três (ou quatro, ou cinco...).

Publicado por: Senaqueribe às outubro 12, 2005 11:29 AM

Nas freguesias de Lisboa acontecem até incongruências interessantes. Por exemplo, Benfica é geralmente identificada como sendo uma região de gente relativamente abastada. Mas a freguesia de Benfica inclui também um bairro - o bairro da Boavista - situado nos confins de Monsanto e habitado por gente muito pobre, em boa parte ciganos. A maior parte dos habitantes da freguesia do Benfica não faz ideia de que esse bairro faz parte da sua freguesia e, se pusesse os pés nesse bairro, ficaria horrorizada e fugiria de lá o mais depressa que pudesse.

O bairro da Boavista adquiriu certa notoriedade por ser nele que nasceu o futebolista Maniche, uma das estrelas (agora bastante empalidecida) da seleção nacional.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 12, 2005 11:30 AM

Luis Lavoura: Claro que sei que o Bairro da Boavista faz parte de Benfica. Na minha escola andavam miúdos da Boavista.
S. Domingos de Benfica começa no "Califa". Desde que sei o que são freguesias que conheço essa fronteira.

Publicado por: Joana às outubro 12, 2005 11:42 AM

Eu sei os limites da freguesia do Castelo. Pimba!

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 11:52 AM

Ainda bem que a Joana sabe onde fica a fronteira da sua freguesia. Mas olhe que já conheci bastantes habitantes dela que nao sabem...

E ainda bem que na sua escola andavam miúdos da Boavista. Vejo que andou numa escola pública... uma opção curiosa para quem passa a vida a dizer que os serviços públicos só servem para quem não tem dinheiro para os pagar privados...

Olhe, o "Califa", nem sei onde fique. Eu não conheço Benfica. É sítio onde raríssimas vezes ponho os pés. E não tenho pena!

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 12, 2005 12:21 PM

Mas é preciso saber os limites das frequesias? Não basta cada eleitor saber em que freguesia está?

Publicado por: Mário às outubro 12, 2005 12:40 PM

Já aqui escrevi, por várias vezes, que eu e todos os meus irmãos andámos em escolas e universidades públicas.
O Califa é um restaurante-pastelaria com muitas tradições. Para quem desce a Estrada de Benfica, está no primeiro edifício, à direita, a seguir à 2ª Circular.
Nos inícios do mês, os ciganos vão levantar o RSI ao Banco defronte e depois fazem almoçaradas no Califa. É outro motivo de atracção.

Publicado por: Joana às outubro 12, 2005 12:52 PM

Não vem a Benfica? Então nunca veio ao Colombo ou ao Fonte Nova?

Publicado por: Joana às outubro 12, 2005 12:53 PM

Ó Joana! O Luis Lavoura? De certeza que só faz compras no comércio tradicional...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 01:28 PM

Não é RSI, acho que é RIS, o antigo RMG.

Publicado por: Carlos às outubro 12, 2005 02:02 PM

Joana às outubro 12, 2005 12:53 PM

Ao Fonte Nova nunca fui. Ao Colombo só fui 4 vezes na vida, mas em duas delas fiquei à porta (uma vez a distribuir panfletos da Quercus, a outra a recolher assinaturas para o referendo do aborto) e das outras duas não comprei nada.

Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 01:28 PM

Os produtos alimentares compro-os na Bioccop, uma cooperativa de produtos biológicos situada no Figo Maduro. Outros produtos, compro-os aqui e ali, conforme. Nunca em hipermercados, que não frequento. Não gosto do ambiente nem do conceito.

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 12, 2005 02:12 PM

É bom saber que a política de reinserção social dos ciganos está a dar frutos.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 02:13 PM

Não vi e não gostei...

Publicado por: Mário às outubro 12, 2005 02:38 PM

Isto hoje é só números.
Conclusão: os políticos são uns grandes algarismos!
Só não há expoentes...

Publicado por: Senaqueribe às outubro 12, 2005 02:51 PM

Conclusões:
- Existem maçãs biológicas e maçãs não biológicas (devem ser produzidas na Auto-Europa...).
- Os hipermercados não vendem maçãs biológicas.

Publicado por: Senaqueribe às outubro 12, 2005 02:59 PM

Também há maçãs zoológicas - as que têm bicho

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 03:13 PM

Se Carrilho tivesse ficado em casa, calado, e deixado a Bárbara fazer campanha, talvez tivesse melhor resultado

Publicado por: Nurcia às outubro 12, 2005 03:53 PM

Publicado por: Luís Lavoura às outubro 12, 2005 11:30 AM

Você hoje desceu, aliás nunca tinha subido, mil pontos na minha escala.
Deve ser um dos dez lisboetas que não sabe onde é o Califa.
Deve ser um dos cinco lisboetas que não sabe que o Bairro da Boavista agora é mais conhecido por lá viver o Nélinho ( do Benfica) a quem mataram o filho na Conde de Almoster.
Deve ser um dos três lisboetas que nunca foi visitar a antiga Escola do Magistério, um edifício magnífico.
Deve ser um dos mil lisboetas que nunca passou ao pé do Palácio Fronteira, que nunca visitou a Biblioteca Republica Resistência, o Bairro Grandela, que não sabem que um dos bairros de Lisboa (onde moro) todas as ruas têm nomes de heróis (recentes) do Ultramar, que não conhece a ex-Fábrica Simões, o novo David da Buraca.

Visite-nos!
Nós agradecemos.

Publicado por: Marilú que ataca na Luciano Cordeiro às outubro 12, 2005 04:18 PM

Marilú: O Palácio Fronteira e o Bairro Grandela são em S. Domingos de Benfica.
No fundo é tudo Benfica ...

Publicado por: David às outubro 12, 2005 04:26 PM

Há quem coma produtos biologicos e depois há aquelas rações da Nasa que parecem pasta dos dentes.

Publicado por: Mário às outubro 12, 2005 04:30 PM

Nunca em hipermercados, que não frequento. Não gosto do ambiente nem do conceito.

Imagino que o ambiente deve ser demasiado popular para alguém com valores tão elevados.

Os produtos alimentares compro-os na Bioccop, uma cooperativa de produtos biológicos situada no Figo Maduro.

Nem sabia que existiam produtos alimentares não biológicos, mas sei que algumas mentes perturbadas pensam que existem diferenças significativas entre, por exemplo, azoto 'natural' presente na urina dos animais, e o que se encontra no nitrato de amónia ensacado na Solvay. Só não esperava que uma mente supostamente cientifica sofresse das mesmas perturbações. Enfim, cada dia uma surpresa...

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 04:37 PM

Sobre as autárquicas, soberba intervenção

http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2005/10/follow-up.html

Publicado por: Alta Autoridade Para Fomentar Concorrência às outubro 12, 2005 04:42 PM

Se vivesse nesses concelhos transmontanos, veria como é difícil juntar freguesias. Isso é um raciocínio de um citadino que vê números, mas não vê pessoas, serranias, acessos difíceis e vivências de séculos.

Publicado por: Transmontano às outubro 12, 2005 04:49 PM

Publicado por: David às outubro 12, 2005 04:26 PM

É verdade.
Breve vamos anexar essa freguesia.
Temos muita coisa linda aqui.
Primeiro é a terra natal de Lobo Antunes, parece-me.
Depois a Mata de Benfica o Parque Silva Porto o bairro de Santa Cruz a Galeria de Arte do Fonte Nova.

Também atendo numa casa muito discreta ao pé da Igreja.
Completissíma, sem pressas.
Visitem-me!

Publicado por: Marilú às outubro 12, 2005 04:49 PM

Se vivesse nesses concelhos transmontanos, veria como é difícil juntar freguesias. Isso é um raciocínio de um citadino que vê números, mas não vê pessoas, serranias, acessos difíceis e vivências de séculos.

Publicado por: Transmontano às outubro 12, 2005 04:50 PM

Vocês deviam comer rações de combate

Publicado por: Joana às outubro 12, 2005 04:52 PM

Eu então do Califa só me lembro dos palmiers cobertos...

Publicado por: py às outubro 12, 2005 05:33 PM

Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 04:37 PM

Não conheço o Luís Lavoura de lado nenhum nem faço, habitualmente, o papel de advogado voluntarista.
Mas, é curioso como alguém que resolve dizer que não frequenta hipermercados e que adquire produtos biológicos, é acusado de possuir complexos de superioridade e "perturbações" mentais.
Então o Luís Lavoura não é livre de consumir o que quer e frequentar os locais que bem entende?

E diz-se, o Pedro Oliveira, um libertário...

Publicado por: Vítor às outubro 12, 2005 05:36 PM

Claro que é. Até pode ir ao Elefante Branco

Publicado por: Carlos às outubro 12, 2005 05:39 PM

Marilú às outubro 12, 2005 04:49 PM
Arrebenta!
deixa-te de merdas, senão ainda pensam que sou eu que venho para aqui com brincadeiras anti-intelectuais.
Eu compreendo-te!, quando atacava no Partido tambem passava a vida nesta lufa lufa, mas agora estou por conta própria, a propósito,queres fazer uma vaquinha?

Publicado por: Fátima Felgueiras às outubro 12, 2005 05:53 PM

o Luis Lavoura e um pão!

Publicado por: Fátima Felgueiras às outubro 12, 2005 05:56 PM

o Luis Lavoura é um pão!

Publicado por: Fátima Felgueiras às outubro 12, 2005 05:57 PM

Publicado por: Fátima Felgueiras às outubro 12, 2005 05:53 PM

Não!
Também sou loira oxigenada.
Também tenho o dom da palavra, oops! da boca.
Também tenho padrinhos; o Macedo que gosta muito de ir ao Ti Alice e quando vou com ele é sempre uma açorda de marisco bem aviada.
Também tenho um saquinho cor-de-rosa onde eles põem as alianças antes, para não me arranharem.
Então para que é que eu ia querer concorrência?

Só me falta é um bom advogado.
Emprestas-mo para lhe fazer a folha?

Publicado por: Marilú às outubro 12, 2005 06:07 PM

Passemos a coisas sérias.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 06:13 PM

Ninguém se quer pronunciar sobre o Esaltado?

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 06:14 PM

Ou sobre o Soares Pé na Argola?

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 06:15 PM

entretanto lembrei-me dos Pingos de Tocha do Vává, será que era o Vává na Av. de Roma ao pé do arco? Há que anos que não mamo um pingo de tocha, ficava todo besuntado...

Publicado por: py às outubro 12, 2005 06:15 PM

Ou sobre o (Des)Carrilho(u) ?

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 06:16 PM

Os pingos de tocha não queimam? Tenho visto faquires fazerem isso.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 06:18 PM

(desculpem lá mas ainda ando nisto do backup, os filmes e os livros acho que já está)

Publicado por: py às outubro 12, 2005 06:19 PM

Nunca comeste um pingo de tocha corujinha? É muito perigoso, ficamos a escorrer pior que mel

Publicado por: py às outubro 12, 2005 06:21 PM

Então o Luís Lavoura não é livre de consumir o que quer e frequentar os locais que bem entende?

Que saiba, a critica não impede ninguém de actuar como lhe pareça melhor. Também já a mim me chamaram fássista e cabeça rapada. Não estou de acordo, mas isso não impede ninguém de expressar essas opiniões.

Publicado por: Pedro Oliveira às outubro 12, 2005 06:26 PM

Não como doces. Só os biológicos. O mel a sair dos favos, produzido por abelhas que só colhem pólen de flores de agricultura biológica e livres do efeito do dióxido de carbono.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 06:27 PM

Eu também sou muito parco em doces. Mas de vez em quando, lá mais para o Inverno sou capaz de mamar um pão-de-ló Ti Piedade inteirinho numa noite. Arrependo-me sempre. E não resisto a repetir. Mas agora ando a tentar a via do meio...

Publicado por: py às outubro 12, 2005 06:55 PM

e a conclusão é a seguinte: comer meio pão-de-ló Ti Piedade é melhor para a sede, mas sonha-se durante toda a noite com o outro meio.

Publicado por: py às outubro 12, 2005 06:59 PM

...não vá ter ficado tudo a augar e isto encravado... c'rujinha vou basar, jantar fora + reunião (bah!), papa tudo... Eu venho cá fazer um plim antes do ó-ó

Publicado por: py às outubro 12, 2005 07:37 PM

py & coruja,
não fosse a vossa boa disposição e isto, por estas horas, ficava uma seca com os "libertários" !

Publicado por: zippiz às outubro 12, 2005 07:42 PM

Ficamos a saber, finalmente, que este blog serve mesmo de terapia para alguns...

Publicado por: Mario às outubro 12, 2005 08:27 PM

Só a massa que eu tenho poupado no psicanalista.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 08:34 PM

Desde que faço capicuas nunca mais precisei de nenhuma sessão.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 08:35 PM

eu também acho que, por vezes, ler Joana e logo de seguida 2-3 reaças, gera muitas descompensações.

Publicado por: zippiz às outubro 12, 2005 09:16 PM

Reaças são os que reagem contra. Por exemplo, os sindicatos.

Publicado por: Sa Chico às outubro 12, 2005 09:27 PM

Cuidado: os palmiers cobertos do Califa podem não ser biológicos.
E o pão-de-ló da Ti Piedade também não.
É preciso investigar.

Publicado por: Senaqueribe às outubro 12, 2005 09:34 PM

sim caro Chico ... não vou contrariá-lo nem sequer colocar-me no mesmo plano discursivo. Acabo de ver o Açoreano fazer o 42º golo pela selecção e tenho as quotas do sindicato em dia.

Publicado por: zippiz às outubro 12, 2005 09:40 PM

Asseguro que os palmiers cobertos do Califa são biológicos: já vi baratas a passarem-lhes por cima.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 11:10 PM

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 11:10 PM

Signori, barata em bolo do Califa é fake ser de meu filme

http://imdb.com/title/tt0084865/

barata aqui em Holly ser muito cara e magra.
Scene filmado no typical café.

Publicado por: Blake Eduardo às outubro 12, 2005 11:20 PM

Há um casal, amigo da minha mãe, que tem uma quinta, julgo que em Tremês, onde se dedica à agricultura biológica. São ambos professores. Ele está de baixa há 3 ou 4 anos, por problemas psíquicos. Não sei se tal se deve à docência, se à agricultura biológica.

Publicado por: Joana às outubro 12, 2005 11:22 PM

Os meus pais também se dedicam à agricultura biológica. Julgo que não era essa a intenção. Todavia, como não percebem nada de agricultura, nem de adubos, nem de pesticidas, deixam que a natureza siga o seu curso. Passam por lá semanalmente ou quinzenalmente, dão uns passeios e observam a obra admirável da natureza.
E nós também.

Publicado por: Joana às outubro 12, 2005 11:27 PM

É essa a nossa actividade agrícola

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 11:31 PM

Observar a obra admirável da natureza.

Publicado por: Coruja às outubro 12, 2005 11:32 PM

Se não fosse essa acção da natureza, não sei como estaria a nossa agricultura.

Publicado por: lopes às outubro 13, 2005 01:41 PM

Estas comparações são interessantes e deixam dúvidas sobre se os partidos não andam iludidos no que respeita às presidenciais

Publicado por: Valente às outubro 13, 2005 04:05 PM

Só um tonto acredita nessas teorias das transferências.

Publicado por: Cisco Kid às outubro 13, 2005 07:06 PM

Joana às outubro 12, 2005 11:27 PM

Isso não é agricultura biológica: é agricultura contemplativa...

Publicado por: (M) às outubro 14, 2005 01:59 AM

Cisco Kid: Pois então há muitos tontos

Publicado por: bsotto às outubro 14, 2005 09:29 AM

Parece que a Joana acha um fenómeno do Entroncamento no facto de eleitores à esquerda do PS votarem expressamente CONTRA Carrilho. Mas porquê? É apenas um sinal de inteligência: combater aquele que seria o pior presidente de Câmara de Lisboa que imaginar se possa! Quem tenha uma visão lúcida do desastre que foi o consulado Carrilho no Ministério da Cultura não alimenta absolutamente dúvida nenhuma sobre isto.

Publicado por: duarte às outubro 14, 2005 11:25 AM

Para mim, a culpa de candidatos como o Carrilho, é da comunicação social que temos.
Nele, a sede de protagonismo e a vacuidade das suas propostas, só têm paralelo num qualquer circo de província. No fundo, politica e propagandisticamente, Carrilho era gémeo do Avelino Torres, apenas com sapatos de camurça e uma mulher mais vistosa. Em público, não conseguiu esconder o seu mau feitio, o seu horror à populaça e a falta de paciência para ouvir os pontos de vista dos outros. Quando iniciou o célebre debate da SIC Notícias com o Engº Carmona, afirmou logo que um candidato a uma eleição pública tem que estar preparado para ouvir coisas desagradáveis. Minutos depois quando o outro lhe falou da casa de banho da Ajuda, passou-se...e no fim, foi o que se viu.
Há imagens que ficarão ma mente dos portugueses...como o Dr. Soares na Marinha Grande (o que o Dr. Rui Rio tentou agora reeditar), o Dr. Cavaco a cuspir bolo-rei, o Engº Guterres a dizer que o país estava um pântano,e agora, o Dr.Carrilho a virar costas à mão estendida.
A promoção de candidatos como o Dr. Carrilho só são possíveis com a comunicação social indígena (comprometida, irresponsável e pirotécnica), que entre a paga e a esperança de favores, dá cobertura a uma pessoa que quando viu o barco socialista a aproximar-se do tal pântano, logo o abandonou para o criticar no Diário de Notícias da forma que já todos esqueçeram.
Como disse o professôr Beleza, teria tido mais votos se durante a campanha tivesse ficado fechado em casa e mandado para a rua a Bárbara e o Dinis. Certamente que esta comunicação social lhe teria dado mais cobertura.
Naturalmente, só quem não quizer ver é que não aceitará o que a teoria da Joana explicitou. Contudo, não me espanta, pois ainda há quem ache que a Bárbara fica muito bem nas fotografias e nas televisões e...

Publicado por: saloio às outubro 14, 2005 03:34 PM

Não queria fazer flooding

Publicado por: Coruja às outubro 14, 2005 11:38 PM

Mas como o py está nos braços do Morfeu

Publicado por: Coruja às outubro 14, 2005 11:39 PM

Faço esta

Publicado por: Coruja às outubro 14, 2005 11:39 PM

c'rujinha, essa do flooding é a do tampax xxl que o xatoo tinha avisado?

Publicado por: py às outubro 15, 2005 09:08 AM

não sei se aquelas pernas e c* cabelud@s em que eu estive enroscado seriam do Morfeu ou de alguém ... mas nunca mais apareceram, agora ando mais imaterial nas nuvens

Publicado por: py às outubro 15, 2005 09:11 AM

e ainda, se não me dizes o que é Gegenstandstheorie, concluo que não és meu amigo e que minha amiga afinal é a Filipa que já me disse o que era ersatz! Hum

PS volto hoje de manhã ao M Militar com a minha namoriscada nº 1 que ando apaixonado pelo Dragão

Publicado por: py às outubro 15, 2005 09:17 AM

É a teoria do objecto. Resta saber qual é o objecto.

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 09:20 AM

Uns posts atrás, um Daniel disse que ou eu estava a fazer flooding ou era parvo

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 09:21 AM

Escolhi o flooding ...

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 09:22 AM

agora tenho de ir para o dragão, quanto ao resto vamos flying por aí...não? (esse Daniel estava impressionado com os efeitos do katrina).

Quando voltar vou ver como é que encaixa a teoria com o objecto, 'brigad@

Publicado por: py às outubro 15, 2005 10:01 AM

Dragão? Tão longe!

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 05:09 PM

Quanto ao objecto, pode ser o "objecto" filosófico

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 05:10 PM

Ou algo mais prosaico, como uma daquelas coisas que se compram nas sex-shop

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 05:12 PM

Mas nesse caso seria Gegenstandspraxis

Publicado por: Coruja às outubro 15, 2005 05:12 PM

c'rujinha já cheguei! mas estou arrebentado, esteve agora cá um desses "amigos" sempre enrascados que disse que estou a ficar gasto, imagina! Quanto a ti ficas a saber que gosto aleph0 mais de pindéricos simpáticos do que ricos gordos, que esses gosto é que me desapareçam da vista. Além de que já aprendi um bocadinho de alemão contigo :-)

Publicado por: py às outubro 15, 2005 05:59 PM

ali no gegen o objecto é filosófico mas só amanhã de manhã é que vou perceber alguma coisa

Publicado por: py às outubro 15, 2005 06:01 PM

... e iniciada nos começos do século (XX) por Meinong a Gegenstandstheorie.

pá, isto tem de acabar num primo! Capicua, está muito longe, náo?

Publicado por: py às outubro 16, 2005 01:11 PM

«...Deste modo passando a considerar duas ordenações unitárias distintas ainda que compenetradas, a teoria do "objecto" alargou a própria noção de realidade. As "coisas" não são apenas; valem também. Sem dúvida não está aqui a novidade. A consciência do valor não é de hoje: é contemporânea da consciência dos "objectos"... Ao lado do mundo do ser, depara-se-nos o mundo do valer - regiões de uma só "realidade". O que é de hoje, sim, é a teoria geral axiológica.»

Progresso: história breve de uma idéia, Vasco de magalhães-Vilhena, Editorial Caminho, 1979, Lisboa, pag. 195

PS mas acho que isto era antes da Revolução Digital: regiões de uma só realidade hoje?

Publicado por: py às outubro 16, 2005 01:21 PM

só se for uma hiper_realidade?

Publicado por: py às outubro 16, 2005 01:23 PM

longe?

Publicado por: Coruja às outubro 16, 2005 01:45 PM

longe?

Publicado por: Coruja às outubro 16, 2005 01:45 PM

longe?

Publicado por: Coruja às outubro 16, 2005 01:45 PM

Já está!

Publicado por: Coruja às outubro 16, 2005 01:46 PM

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