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agosto 03, 2005

Tradeoffs Imperfeitos

O “Jaquinzinhos” anunciou o seu encerramento. A razão é evidente: no tradeoff entre a obrigação e o prazer de manter um blogue, jcd verificou que o segundo factor se tinha tornado manifestamente inferior.

Manter um blogue individual é complicado. Exige bastante, não tanto pelo tempo de escrita, como pelo esforço imaginativo na procura de um tema, mas também na busca do tipo de abordagem mais adequado. Normalmente as coisas fluem. Mas nem sempre. E então acontece a síndrome do Bey de Tunis. Estes são os custos de manter um blogue.

Qual a utilidade que se retira disto? No meu caso o prazer de comunicar, de intervir civicamente, de dizer coisas que, de outro modo, talvez não fossem ditas, ou, pelo menos, do modo como gostaria que fossem ditas, em suma, colaborar numa sociedade mais transparente e onde a informação circule melhor.

O problema é que nada na vida permanece constante. O que começa por puro prazer acaba por ganhar autonomia própria e erguer-se, ameaçadoramente, contra quem o criou, exigindo uma atenção diária, uma contínua busca pelo aperfeiçoamento, um permanente cuidado pela manutenção dos parâmetros mínimos de qualidade e rigor. Em certa altura, já não sou eu que sou dona do blogue … é o blogue que se assenhoreou de mim. Há prazer … mas também obrigação.

A questão agora é equilibrar ambos os pratos desta balança. Manter o prazer sem sentir o desprazer da obrigação. Eu tenho-o conseguido até hoje, umas vezes melhor, outras pior. Veremos por quanto tempo ainda.

Jcd achou que já não conseguia equilibrar os pratos. O custo de oportunidade da manutenção dos Jaquinzinhos tornou-se demasiado elevado. E tornou-se tanto mais elevado quanto mais elevados eram os parâmetros de qualidade a que ele nos ia habituando.

Espero que, com o mesmo formato, ou outro qualquer, sozinho ou em equipa, jcd volte às lides da blogosfera. A blogosfera sem ele ficaria mais pobre.

………….

E desculpa lá, ó jcd, este obituário, mas hoje não há mesmo nada: o nosso primeiro está num safari, no Quénia, na perseguição ao Elephas (loxodon) africanus, enquanto por cá, Mário Lino anda no encalço de Elefantes Brancos, Elephas Maximus Albinus. A isto se resume a nossa vida política – uma questão de elefantes: cinzentos, brancos ou cor-de-rosa.

Publicado por Joana às agosto 3, 2005 09:11 PM

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Comentários

Joana, deixo-lhe duas frases que já me saíaram várias vezes na rifa:

- Os deuses quando querem castigar-nos concedem-nos os nossos desejos (gregos)

- tudo o que temos nos prende (budistas)

Agora, aproveito para tirar uma dúvida já que me cheira que a Joana me apanhou em cheio com "as delícias de Cápua" (eu gosto de reconhecer quando me comem). Lembro-me quando andei lá a escarafunchar em Cartago que às tantas cocluí que aquilo era governado por um par de juízes - o juiz do mar e o juiz da terra - eleitos periodicamente pelos seus pares. Hanibal por exemplo foi do mar. Já não tenho a certeza é do nome: sufetas?

Publicado por: pyrenaica às agosto 3, 2005 10:53 PM

Foi uma perda, o fim dos Jaquinzinhos.

Publicado por: Absint às agosto 3, 2005 11:00 PM

Lendo esta triste notícia, lembrei-me de ir aqui a um livrinho procurar uma citação que se aplicasse a esta situação e parece-me que não é desajustado pensar como Sartre quando escreveu:

“Je déteste les victimes quand elles respectent leurs bourreaux”

É bem verdade que manter a excelência é sempre complicado, mas também não é preciso postar todos os dias e partir é desistir, é perder, é fazer perder, em suma é ser derrotado.

A não ser que, como prevejo no post anterior as pressões comecem a ser sentidas.
Afinal isto é um quintal tão pequenino…

Publicado por: carlos alberto às agosto 3, 2005 11:08 PM

carlos alberto às agosto 3, 2005 11:08 PM:
Não me parece. jcd trabalha no sector privado, não o julgo sujeito a pressões e o blog dele estava alojado no "blogspot", que tem o servidor no estrangeiro.
Eu já havia notado, de há uns meses para cá, que os posts apareciam a um ritmo menor.

Publicado por: Joana às agosto 3, 2005 11:33 PM

Também sou dessa opinião. Os posts com mais sumo, já só apareciam de vez em quando. O jcd devia andar farto.

Publicado por: Rave às agosto 3, 2005 11:45 PM

he'll be baack! (acho)

Publicado por: HFerreira às agosto 4, 2005 12:10 AM

Eu também estou convencido que volta. Poderá demorar alguns meses (poucos) para uma cura de repouso, mas volta.

Publicado por: David às agosto 4, 2005 12:22 AM

Era um dos meus blogs preferidos.

Publicado por: Ramiro às agosto 4, 2005 12:37 AM

Por cada blog liberal que cai, 1000 blogs conservadores se levantarão ou...as "leis de mercado" a funcionar !
essa solidariedade fica-lhe bem Joana mas as coisas vão evoluindo; veja o exemplo do Bernabé : caíu, mas a Terra continua a girar.

Publicado por: zippiz às agosto 4, 2005 12:46 AM

Leis do mercado? Os Jaquinzinhos vendiam alguma coisa? Nem podiam. Está proibido vender carapau de gato.

Publicado por: Coruja às agosto 4, 2005 12:58 AM

O que é preciso são blogs conversadores!

Publicado por: Coruja às agosto 4, 2005 01:00 AM

1000 blogs conservadores? Isso vai ser uma blogorreia!

Publicado por: c seixas às agosto 4, 2005 01:24 AM

Ou uma blogorrasca!

Publicado por: c seixas às agosto 4, 2005 01:24 AM

Possivelmente, mas assim como Joana conhecia o autor outros teriam também esse privilégio.
E trabalhar no sector privado nada prova pois todos estamos dependentes de algo ou alguém e é tão fácil aparecer um fulano a pedir a sicrano “dê-lhe lá uma palavrinha”.

Uma palavrinha faz milagres em Portugal.
Pode não ter sido o caso, mas á medida que os blogues se vão transformando em mais políticos escrevendo “coisas” que os jornais não podem ou não querem escrever, as palavrinhas vão aparecer.

Rima e pode vir a ser verdade.

Publicado por: carlos alberto às agosto 4, 2005 07:39 AM

É a lei da vida. Tudo o que nasce, morre

Publicado por: bsotto às agosto 4, 2005 09:01 AM

Pelo que tenho visto, a esperança de vida de um blog é de 2 anos.
O Semiramis ainda não fez 2 anos, pois não?

Publicado por: bsotto às agosto 4, 2005 09:03 AM

Trabalhar no setor privado não isenta de pressões do Estado.

Além de que o setor privado impõe as suas próprias pressões.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 4, 2005 09:38 AM

Mas se manter um blogue individual é complicado, não seria racional os bloguistas juntarem-se num blogue coletivo?

Por exemplo, a Joana e o jcd...

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 4, 2005 09:40 AM

Publicado por: bsotto às agosto 4, 2005 09:03 AM

A avaliar pelo arquivo, fará os 2 anos em Outubro. Mas espero que a Joana continue a postar...

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 4, 2005 09:40 AM

Parecem-me ambos demasiado individualistas para o fazerem. Principalmente a Joana

Publicado por: AJ Nunes às agosto 4, 2005 10:13 AM

Bem, isto é o que parece, mas quem vê blogs não vê corações

Publicado por: AJ Nunes às agosto 4, 2005 10:14 AM

Luís Lavoura em agosto 4, 2005 09:40 AM:
Parece-me que a mortalidade entre os blogs colectivos é maior. Zangam-se uns com os outros

Publicado por: Sa Chico às agosto 4, 2005 10:48 AM

Pressões? Que pressões?

Só as cervejinhas à pressão, na praia e este ano ainda mais fresquinhas. A Sagres baixou 3 graus a temperatura da imperial...

A análise da Joana (que não me conhece), está certa, como habitualmente. E ela sabe que também sentirá o ponto de inflexão no tradeoff obrigação/prazer, mais tarde ou mais cedo.

Acontece com todos. Quando há mais alguém para capitanear o barco, dá para sair e voltar. Quando somos navegadores solitários, a coisa é bem mais complicada...

jcd

Publicado por: jcd às agosto 4, 2005 10:51 AM

Afinal voltou ... por momentos.
A lógica do blog escapa ao mercado. O blogger assume obrigações, a título pessoal, sem ser remunerado.
Acho que este assunto merecia um debate

Publicado por: Rui Sá às agosto 4, 2005 11:05 AM

O hipertexto escapa a tudo, afinal tem n dimensões (quanto será o n?). Viva a liberdade.

Publicado por: pyrenaica às agosto 4, 2005 11:15 AM

Já que a Joana está, assumidamente, sem assunto (isto de o Sócrates ter ido para o Quénia trocou-lhe as voltas!), sugiro-lhe que faça aquilo que há algum tempo lhe pedi: que escreva aqui sobre a possibilidade de os impostos recaírem sobre os gastos de energia, água e matérias-primas, ou sobre a produção de resíduos, em vez de recaírem sobre o fator trabalho.

Já agora: no nome de uma espécie, a segunda palavra escreve-se sempre com letra pequena. Deve portanto ser Elephas albinus.

Publicado por: Luís Lavoura às agosto 4, 2005 11:17 AM

Rui Sá em agosto 4, 2005 11:05 AM:
O prazer de fazer uma coisa pode ser em si uma remuneração.

Publicado por: Filipa Sequeira às agosto 4, 2005 11:46 AM

Acho que uma remuneração não tem que ser obrigatoriamente em dinheiro

Publicado por: Filipa Sequeira às agosto 4, 2005 11:47 AM

Também é o problema de ser vítima do sucesso. Quem escreve e tem poucos leitores sente menos pressão em ir publicando. Eu que o diga :)

Publicado por: Mário às agosto 4, 2005 11:52 AM

A Joana deve estar farta de pensar quando é que faz sair um livro Semiramis e fica rica... E será que é melhor sair com o blogue aberto ou num enterro triunfal? Se calhar o melhor é nem uma coisa nem outra e seja libertária, não? Olhe que só passados 6 meses é que se vê o Karma inerente... Pela minha parte cedo os meus direitos de autor aos amantes da lusofonia, todos. A Joana depois logo vê.

Agora, trabalho: "No entanto, o desastre financeiro de uma dívida de guerra de cerca de 25 milhões de libras (quase o equivalente do PIB) e a galopante crise económica, com a incontrolável espiral dos preços e salários, que prejudicaria sobretudo as classes médias e os quadros superiores do funcionalismo público e das Forças Armadas, tornam a crise dificilmente gerível pelos sucessivos governos, obrigados a recorrer aos habituais expedientes do aumento da circulação fiduciária, que triplicam em pouco tempo a dívida flutuante e facilitam as manobras especulativas da alta finança."

António Reis, A crise da I Republica na sequência da Grande Guerra de 1914-1918, in Crises em Portugal nos Séculos XIX-XX (coord. Sérgio Campos Matos), Centro de História da UL, 2002, pag. 180

Dívida a quem? À GB.

Supostamente coberta em grande pelas reparações da Alemanha. Só que estas não chegaram. E a GB cobou a dívida. Com juros. A um aliado. Que tinha entrado na guerra mediante o seu pedido de apresamento da frota alemã. Março de 1916.

Em 1924 vão-se as reservas de prata do Banco de Portugal e que mais? Por exemplo sei que o Português, um diamante famoso, o maior diamante da Europa até à emergência dos Cullinan, aparece no mercado em Londres em 1924.

Quem fabricava as notas portuguesas era a Waterloo, debaixo das condições impostas pelo governo inglês, obviamente.

Entre nous Portugalois, nous avons ....

Felizmente o Alves Reis, provavelmente combinado com alguém que não é para saber, conseguiu converter o negócio no dobro da massa fiduciária, que enquanto entrou e saiu(?) deixou os ingleses banzados. Eheh, :)))

" Researchers have found that the best candidate for a theory of everything, the variant of string theory called M-theory, is self-consistent only if the universe has more than four dimensions of space and time - as many as seven more. One implication is that the constants we observe may not, in fact, be the truly fundamental ones. Those live in the full higher-dimensional space, and we see only their three-dimensional "shadows"". Inconstant Constants, Barrow & Webb, Scientific American, June 2005, pag. 33

Os portugueses têm no mundo de hoje uma enorme vantagem competitiva, para usar um termo economês que não me agrada mas enfim, que é gostarem de falar várias línguas.

Publicado por: pyrenaica às agosto 4, 2005 12:40 PM

Esqueci-me de dizer: portanto Platão está de regresso e em grande. A Republica..., O Banquete (Symposium)... e a alegoria da Caverna.

Publicado por: pyrenaica às agosto 4, 2005 12:42 PM

jcd às agosto 4, 2005 10:51 AM
Ser navegador solitário tem as suas vantagens. Permite traçar a rota e ter a inteira responsabilidade pela sorte do veleiro.
Não me estou a ver no meio do Atlântico, a discutir com a restante equipagem se seguir em frente, ou virar a bombordo ou estibordo.

A menos que se tratasse um veleiro atracado na marina, cujo único objectivo fosse ir lá de quando em vez, beber um refresco, sentir a brisa marítima e conversar sobre futilidades. A audiência está assegurada: ouvem-se uns aos outros.

Publicado por: Joana às agosto 4, 2005 12:47 PM

Quanto às cervejas ... é bebida que nunca tomo. Mas sou muito sensível à pressão da Feijoada (ou arroz) de Lingueirão no Pedro’s ou aos peixes grelhados no tipo do Assobio, junto ao Ginásio Clube (entrada leste de Tavira) ou aos restaurantes (alguns) das 4-Águas ... tudo acompanhado com um vinhito para potenciar o sabor ...
Sem falar da sardinha assada, bifes (barriga) de atum, pasteis de polvo (do Ideal), etc ... etc ...
E você vem-me falar da cerveja??

Publicado por: Joana às agosto 4, 2005 12:48 PM

Não sei a que propósito veio tudo isto ... Ah! ... são horas de almoço.

Publicado por: Joana às agosto 4, 2005 12:50 PM

Estes comentários estão-me a despertar o apetite.

Publicado por: Coruja às agosto 4, 2005 12:52 PM

Luís Lavoura às agosto 4, 2005 11:17 AM:
O Elephas Maximus Albinus foi inventado por mim. O elefante asiátio é Elephas maximus e eu acrescentei Albinus.
Portanto rege-se por uma lógica não biológica. Provavelmente não se rege por lógica nenhuma

Publicado por: Joana às agosto 4, 2005 12:57 PM

Lindo Joana, já começou a brincar com lógicas ilógicas. lembra-se do Dodo em Alice in Wonderland?

Agora coisas práticas: o Mayor de Londres pede a retirada das tropas do Iraque, o Blair anuncia já que não mais se recandidatará... Não sei se ele já percebeu que aquela estranha sensação no c* tem a ver com aquele sonho recorrente em que o Saddham lhe aparece façanhudo e barbudo, apesar dos Lexothans. Did you realize it, sir? Oh, so naif, c'est la vie...

Gandas cagões. Que vergonha. E sempre foram assim, não pensem que me enganam. Agora é que estão a vê-las não é? Vão-se meter nas terras dos outros e depois queixem-se.

Bom, é melhor ir apanhar sol.

Publicado por: pyrenaica às agosto 4, 2005 01:11 PM

pyrenaica às agosto 4, 2005 01:11 PM:
O Blair já afirmou durante as eleições que não se voltava a candidatar, apesar de continuar a ser popular.
Numa sondagem realizada entre líderes de opinião publicada na quarta-feira no Times, Tony Blair, aparece em segundo lugar da lista dos primeiros-ministros mais bem-sucedidos no após guerra, com 56% de entrevistados que o classificaram de «bastante bem-sucedido» e 27% que o consideram «muito bem-sucedido».
O 1º lugar foi ocupado pela Thatcher, com 55% como «muito bem-sucedida» e 35% como «bastante bem-sucedida»

Publicado por: David às agosto 4, 2005 02:12 PM

Esta coisa dos blogues fundamentalistas de Mercado falirem tem a ver com a falta de lata para defender o indefensável, não por falta de assunto.
Para nós os "conservadores" (é verdade!, o mundo tá de patas pró ar,,,eheh, cóf,cóf) que desejamos continuar a REVOLUCIONAR o mundo, não padecemos dessa maleita - basta-nos a inspiração legada por Walter Benjamim (para não dizerem que somos anti-americanos, cóf,cóf),,, quando dizia que "para qualquer projecto literário é apenas necessário dominar a arte da montagem (se calhar um pouco como se faz na 7ª Arte com as cenas filmadas), não precisamos de dizer nada!, mas apenas de mostrar o que acontece"
É o que eu tento fazer, e a esperança de vida do "xatoo" é grande,,,

Publicado por: xatoo às agosto 4, 2005 03:33 PM

Alguém falou em falta de assunto?

Publicado por: curioso às agosto 4, 2005 04:16 PM

A esperança de vida é definida a psteriori.
A priori só os que gostam de se iludirem acreditam na longevidade excessiva

Publicado por: fbmatos às agosto 4, 2005 04:24 PM

Parece que há quem não perceba que algo terminar não significa falhanço. Vivemos num país em que a defesa da liberdade é uma coisa politicamente incorrecta. Estamos rodeados pelos sacerdotas do cadeado mental.

Publicado por: Mário às agosto 4, 2005 04:30 PM

Pois, Mário. Há tipos que vivem mais de 90 anos e são uns falhados.
Mozart morreu com 35 ou 36 anos.

Publicado por: Valente às agosto 4, 2005 05:01 PM

Inside the museums, Infinity goes up on trial
Voices echo this is what salvation must be like after a while
But Mona Lisa musta had the highway blues
You can tell by the way she smiles
See the primitive wallflower freeze
When the jelly-faced women all sneeze
Hear the one with the mustache say, "Jeeze
I can't find my knees"
Oh, jewels and binoculars hang from the head of the mule
But these visions of Johanna, they make it all seem so cruel.

Bob Dylan

Publicado por: J.A. às agosto 4, 2005 05:17 PM

Já qu'isto está sem assunto, prégunto:

Quem era a Catherine do Parque?
O João Carlos Espada terá sido feito em Toledo?
O João Soares é alguma coisa ao falecido Villaret?
Quem convenceu Sócrates a desistir de Cavaco e apoiar Soares?
A como era a arroba de batatas do Major?
Onde anda o Paulo Portas?

Ficam aqui estas questões, assim a modos que "passatempo de praia".

Um destes dias envio as soluções anagramadas...

Publicado por: Malcriadão às agosto 4, 2005 07:35 PM

Eu não sei se vocês conseguem abrir isto, mas outra coisa não seria de esperar. Quem semeia ventos... E quem semeia tempestades?

http://online.expresso.clix.pt/1pagina/artigo.asp?id=24753091

Publicado por: pyrenaica às agosto 4, 2005 08:30 PM

Em Toledo? Por ser uma toledana?

Publicado por: bsotto às agosto 4, 2005 08:41 PM

pyrenaica às agosto 4, 2005 08:30 PM:
Há anos que eles lançam ultimatos.

Publicado por: bsotto às agosto 4, 2005 08:43 PM

A AlQaeda conta com a Jihad interna dos que são aliados, por acção ou omissão, dos fundamentalistas islâmicos

Publicado por: David às agosto 4, 2005 08:51 PM

bsotto às agosto 4, 2005 08:41 PM

É lá que são feitas as famosas espadas sem cérebro...

Publicado por: Malcriadão às agosto 4, 2005 09:25 PM

Uma semana depois de JM Fernandes ter escrito um editorial com o título "O mesmo de sempre" respondi-lhe com o artigo que se segue, que foi publicado no Público. Estávamos em 2002. Infelizmente acertei em cheio na previsão, só falta o grand finale. Quem me dera nunca ter tido razão para escrever isto:

O mesmo de sempre

No editorial de 20 de Setembro de 2002, o director do Público José Manuel Fernandes tomou partido inequívoco sobre a legitimação da iniciativa de agressão militar contra o Iraque. Finalizou o texto dizendo que “os mesmos de sempre estarão contra”. Como eu estou contra, venho dizer-lhe as minhas razões.

É triste ver a retórica “civilizada” que visa legitimar o ataque ao Iraque: Saddam Hussein é um mauzão que ameaça os vizinhos e toda a gente e como tal deve ser neutralizado, no mínimo. Como se os arsenais de armas de destruição maciça de Israel ou do Paquistão e, à cabeça, dos EUA, não fossem bem mais preocupantes… e actuantes. Ou ainda se invoca o argumento que no Iraque se vive uma ditadura, como se tal não fosse o caso na Arábia Saudita, por exemplo. O mais clarificador da hipocrisia da argumentação é que não são os vizinhos do Iraque a pedir uma intervenção, mas antes os soberanos EUA que imperialmente o decidem.

Porque a decisão está tomada, obviamente. No pensamento rasca da pragmática americana isto é assim: é preciso fazer guerra para animar a economia, controlar os recursos estratégicos, elevar a popularidade do presidente e consolidar o sentimento de identificação nacional; depois desta conclusão, há que escolher a vítima mais palatável para a opinião pública, construir o invólucro de legitimação retórica e sossegar, na contemplação narcísica de um grande espectáculo movido pela primeira potência mundial. Eu entendo o gozo masculino com um espectáculo de guerra.

Os actores principais do lado do mal do filme do princípio do novo milénio são, a meu ver, os srs Bush, Blair e Sharon ; ainda se perfilam no horizonte outros actores secundários, servis do lado do mal, entre os quais um chamado Durão Barroso. Porque a guerra é um mal e a iniciativa da agressão esclarece a responsabilidade dos agentes: está em curso a tecno-barbárie do novo milénio.

Contrariamente a José Manuel Fernandes penso que a agressão se fará sem a legitimação das Nações Unidas apenas com o apoio da Grã-Bretanha e da corrupta Europa mediterrânica e mais alguns. Honra seja feita à reserva francesa e à distância alemã. Eu que tenho orgulho lusitano, tenho agora que engolir esta vergonha. Mas ainda acrescento que no terrível espectáculo que vai vir, penso que se voltará o feitiço contra o feiticeiro.

Publicado por: pyrenaica às agosto 4, 2005 09:37 PM

E por algum acaso JMFernandes mudou de posição nestes últimos 3 anos ?
Não, bem pelo contrário; o homem tem-se conduzido tanto pela direita liberal e neoconservadora que nesta altura os editoriais do dito colocam um jornal dito de referência ao nível do mais reaccionário que se faz na Europa.

Publicado por: zippiz às agosto 4, 2005 10:10 PM

Ah e agora conto-vos uma história engraçada. Em timor conheci uma colega que tinha estado em Moçambique a fazer o estágio, um estudo econométrico sobre a produção de cocos, daqueles que vocxês gostam cheio de regressões lineares múltiplas e etc. Eu perguntei-lhe se ela tinha gostado e ela disse que sim, muito. E eu perguntei-lhe: olha lá e os portugueses são bem tratados? E ela respondeu que sim. E eu voltei a perguntar: mesmo apesar do colonialismo, etc?
E ela disse, olha vou contar-te uma história: uma vez perguntei a um velho negro se ele gostava dos portugueses e como era e ele respondeu que sim, que havia três espécies de pessoas no mundo, os brancos, os pretos e os portugueses. E ela perguntou: mas então os portugueses não são brancos?

E ele respondeu: sim, mas enquanto os brancos e os portugueses poem os pretos no mar, quando se estão afogar, só os portugueses vão lá buscar.

(não acrescentei nem um ponto à história que me foi contada. Até amanhã.)

Publicado por: pyrenaica às agosto 4, 2005 10:16 PM

Valente às agosto 4, 2005 05:01 PM disse que "Há tipos que vivem mais de 90 anos e são uns falhados.
Mozart morreu com 35 ou 36 anos",,, e como não concluiu, presumo que tenha sido tambem um "falhado". Haveria de vir quem fez dele um sucesso e lucrou com isso.
Efectivamente o conceito é definido por quem pretende julgar, um juizo de valor portanto. E no caso de quem julgou Mozart na época saiba-se que o preferido pelo Imperador na Corte foi sempre e de longe Salieri, que compunha musica erudita e não polkalhadas popularuchas,,,
um bom aviso portanto aos admiradores dos Bonos e afins, condecorados exaustivamente pelos Poderosos,,, eu se fosse a vosmecês punha-me já de orelhas no ar pra`óvir o Eminem, o Tomzé e o Zé Mário Branco

Publicado por: xatoo às agosto 4, 2005 10:17 PM

Xatoo, acabei de por lá um coiso para ti. Descobre. Olha lá, e os Thievery Corporation - the Mirror Conspiracy é muito bom? E Manu Chao? Té manhã.

Publicado por: pyrenaica às agosto 4, 2005 10:27 PM

Interessante essa história, pyrenaica.

Publicado por: Sa Chico às agosto 4, 2005 10:35 PM

pyrenaica às agosto 4, 2005 10:27 PM
e os motes musicais dos Sigur Rós,,, em que nós os ouvintes é que compomos (ou imaginamos)as letras,,,

Publicado por: xatoo às agosto 5, 2005 12:15 AM

"É triste ver a retórica “civilizada” que visa legitimar o ataque ao Iraque: Saddam Hussein é um mauzão que ameaça os vizinhos e toda a gente e como tal deve ser neutralizado, no mínimo. Como se os arsenais de armas de destruição maciça de Israel ou do Paquistão e, à cabeça, dos EUA, não fossem bem mais preocupantes…"

Haha! Israel é mais perigoso como? Já em 1973 teve os Árabes á porta...Confio mais nos Israelitas que nos Franceses. Paquistão há riscos. Mas nunca entraram em loucuras. Além disso terias de ler as queixas dos deputados paquistaneses no parlamento a protestarem contra supostas verificações feitas por americanos.

Saddam esteve sempre esteve fora dos padrões considerados "normais" para um ditador. Usava gás contra a própria população, tinha uma industria avançada de produção (note-se que todas as armas de destruição maciça foram fabricadas e de concepção iraquiana - com boa ajuda europeia- ao contrário das convencionais), colaboração com terrorismo. A reserva, proporção meswmo para os padrões locais era algo que faltava ao regime.

Mas o pior é que era imprevísivel.

Também não caiu bem ter oferecido asilo a Bin Laden...

"penso que a agressão se fará sem a legitimação das Nações Unidas"

É só uma das organisação mais corruptas da História, que tu valorizes a seu voto é indicativo.

Publicado por: lucklucky às agosto 5, 2005 01:18 PM

lucklucky às agosto 5, 2005 01:18 PM

Que mandes umas bojardas, tudo bem...

Mas se escrever mal doesse, não havia morfina que te salvasse...

Publicado por: Esquerdalhaço às agosto 5, 2005 02:25 PM

A culpa não é minha é do teclado ;o)

Publicado por: lucklucky às agosto 5, 2005 03:14 PM

Tá meu, estou a ficar cansado, o Saddam caiu porque indexou o petróleo ao euro, intolerável abrir o precedente para a indexação ao dólar que sempre tem vigorado. Como os EUA regulam a produção de dólares mantém o preço do petrókleo que consomem artificialmente baixo, tudo na maior, até um dia...

Publicado por: pyrenaica às agosto 5, 2005 06:56 PM

Era um grande blog, não desfazendo neste.

Publicado por: lopes às agosto 7, 2005 06:14 PM

Ele volta

Publicado por: Veter às setembro 9, 2005 09:43 AM

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