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agosto 16, 2005

Individualismo e altruísmo

Ao largo de Albufeira incendiou-se um catamarã. Cerca de 90 pessoas foram resgatadas por particulares e por uma empresa de embarcações de recreio. O Estado tem poderosos meios (ou, mais rigorosamente, meios poderosamente pagos pela colectividade): Capitanias, polícia marítima, embarcações salva-vidas, helicópteros, bombeiros, etc.. Também tem um papel regulador: regulamentar as condições das embarcações e proceder às inspecções periódicas necessárias. Tudo falhou. Os meios públicos de salvamento não chegariam a tempo (o incêndio propagou-se com grande rapidez) e, segundo testemunhos (embora nestas ocorrências tais testemunhos possam não ser fiáveis), os meios próprios de salvamento não funcionaram, apesar das inspecções estarem em dia.

Em contrapartida, particulares, ricaços individualistas, puseram os motores dos seus “sinais exteriores de riqueza” a funcionar, e demandaram o barco em chamas para tentar salvar os passageiros. Inclusive uma empresa, cujo único interesse é, como nos é asseverado pelos predicantes miserabilistas, a obtenção do lucro mais desenfreado, colaborou no salvamento. Toda esta gente acorreu a salvar o seu semelhante, sem pensar em qualquer recompensa, em qualquer retorno, para além da satisfação moral de ter ajudado o próximo.

Individualismo, em economia e em política, não é sinónimo de egoísmo, nem se opõe ao altruísmo. Apenas se opõe ao colectivismo. O individualismo é perfeitamente compatível com o altruísmo. Aquelas pessoas, que arriscaram os seus “sinais exteriores de riqueza”, e a empresa de embarcações de recreio, que arriscou os meios humanos e materiais que tinha, naquele instante supremo em que estavam vidas em jogo, puseram o interesse do seu semelhante acima dos prejuízos que a sua acção de resgate poderia comportar. Puseram o seu altruísmo acima de interesses financeiros. Na contabilização do benefício social que tiveram, a satisfação de salvarem, ou ajudarem a salvar, a vida do seu semelhante sobrelevou o risco de eventuais prejuízos. Provavelmente nem sequer pensaram nisso.

E como eram individualistas, nem o facto do acidente ocorrer à hora do almoço teve qualquer impacte. O altruísmo não faz pausas para almoço.

Nem tudo foi incipiente nos meios colectivos, pagos por nós (e pelos particulares que procederam ao resgate) – a Marinha teve um papel de relevo: procedeu à remoção dos destroços para evitar colisões futuras.

Ah! O capitão de porto da Capitania de Portimão tomou uma decisão importante: interditou a praia da Galé a banhos.

E as autoridades marítimas irão agora proceder àquilo em que os nossos serviços se especializaram: a autópsia do incidente.

Publicado por Joana às agosto 16, 2005 06:24 PM

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Comentários

"Em contrapartida, particulares, ricaços individualistas, puseram os motores dos seus “sinais exteriores de riqueza” a funcionar, e demandaram o barco em chamas para tentar salvar os passageiros. Inclusive uma empresa, cujo único interesse é, como nos é asseverado pelos predicantes miserabilistas, a obtenção do lucro mais desenfreado, colaborou no salvamento. Toda esta gente acorreu a salvar o seu semelhante, sem pensar em qualquer recompensa, em qualquer retorno, para além da satisfação moral de ter ajudado o próximo."

Ainda bem que foi assim. É nestas irracionalidades económicas que eu tenho esperança, sempre fica bonito de contar.

Publicado por: pyrenaica às agosto 16, 2005 06:34 PM

Há aqui dois erros mas a verdade é que não se pode ser sublime sempre e algum dia tinha que ser.

Primeiro; funcionou a Nossa Senhora dos Navegantes a que todo o bom marinheiro se encomenda.
Segundo, no mar são todos iguais, são apenas marinheiros e “aye aye sir” ninguém discute ordens ou deveres.

O fulano da capitania está em terra e portanto não conta.

Aproveito para lembrar o saudoso Eric Tabarly que após feitos inimagináveis para o género humano, desapareceu de um maneira tão mesquinha, que até dói.

Nota: No mar, eu, só até aos joelhos.

Publicado por: carlos alberto às agosto 16, 2005 07:02 PM

O interessante nesta história é que ninguém imagina a quantidade de tempo, papéis, burocracias, vistorias, inspecções pelas quais o catamarã teve que passar para ter o certificado de navegabilidade.

Contudo, engana-se redondamente quem pensar que esses procedimentos kafkianos servem efectivamente para assegurar que a embarcação é segura: não servem. A sua única função é dar trabalho aos senhores e senhoras do IPTM, que fazem toneladas de exigências completamente absurdas e inúteis - e não se preocupam a fazer exigências sensatas, nem muito menos controlam a sua aplicação.

Há anos trabalhei num catamaran (à vela e muito mais pequeno do que este) que vinha de França perfeitamente equipado para a luta contra incêndios - pelo menos a crer nas autoriddes francesas. Em Portugal (Portimão, mais concretamente) os 11 extintores que o barco tinha, estrategicamente colocados, não eram suficientes: o IPTM exigiu uma bomba de água salgada e uma mangueira. Instalámos as ditas, mas como não havia escapes adaptados, pusémos outro escape - e depois inutilizámos a bomba, porque o escape que instalámos podia provocar um incêndio se ela fosse posta a trabalhar. Isto não impediu, naturalmente, que o IPTM certificasse a instalação - nem me impediu a mim de verificar religiosamente as datas de validade dos extintores, muito mais adaptados àquele barco.

O problema é que tanta burocacia obriga as pessoas a mentir e a enganar a lei - e nunca se sabe onde passa a fronteira entre o cumprimentos das normas de segurança e o cumprimento das normas legais.

Publicado por: Luis Serpa às agosto 16, 2005 07:05 PM

PS - Carlos Alberto: refuto categoricamente a ideia que o Tabarly moreu de uma forma mesquinha. Morreu porque preferiu correr um risco cujas consequências ele conhecia melhor que ninguém. Morreu livre, como sempre viveu.

Publicado por: Luis Serpa às agosto 16, 2005 07:08 PM

Publicado por: Luis Serpa às agosto 16, 2005 07:08 PM

Tanto quanto sei, morreu por ter por um mísero segundo descurado a regra elementar de estar amarrado quando procedia a uma operação elementar.

É isto que eu chamo mesquinho ( a forma como o Destino o chamou)

Publicado por: carlos alberto às agosto 16, 2005 07:34 PM

Luis Serpa às agosto 16, 2005 07:05 PM:
Provavelmente tem razão sobre essa burocracia estúpida que leva a que as pessoas as contornem usando de subterfúgios, ou subornando os fiscais.

Publicado por: fbmatos às agosto 16, 2005 07:45 PM

carlos alberto às agosto 16, 2005 07:02 PM:
Mas quem os salvou não foram marinheiros, foram turistas que tinham barcos de recreio à mão de semear.

Publicado por: fbmatos às agosto 16, 2005 07:49 PM

Ó gente, mas afinal o que é que foi essa operação de um segundo em que o Eric Tabarly descurou a regra elementar de estar amarrado ?

Publicado por: asdrubal às agosto 16, 2005 08:05 PM

Os turistas continuam a gostar dos cruzeiros. A TVI entrevistou-os e ficou surpreendida com o facto das notícias que transmitiu não terem aterrorizado os turistas.
Provavelmente confiam na malta que tem barcos de recreio para os salvarem se for preciso.

Publicado por: AJ Nunes às agosto 16, 2005 09:17 PM

O Director da TVI está a estudar como dar as notícias de forma ainda mais aterrorizante.

Publicado por: AJ Nunes às agosto 16, 2005 09:20 PM

Brigado.
«La mer n'est pas méchante ; la mer est source de vie» (Jacqueline Tabarly)

Publicado por: asdrubal às agosto 16, 2005 09:21 PM

Só mesmo a Joana, para tentar fazer deste episódio trágico-marítimo uma cena da luta de classes na baixa-mar...

Só lhe faltou dizer que, nas operações de ajuda, ao lado dos 'sinais exteriores de riqueza' dos ricaços, não se vislumbrou o iate de nenhum funcionário público, o que é um sinal do mais hediondo egoísmo que caracteriza a classe...

Isto deve ser truque para aumentar o valor das blogshares:

http://blogshares.com/blogs.php?blog=http://semiramis.weblog.com.pt%2F

# : - ))

Publicado por: (M) às agosto 16, 2005 09:48 PM

Publicado por: asdrubal às agosto 16, 2005 08:05 PM

Aqui está:

http://www.ybw.com/auto/newsdesk/19980514131724ywlnews.html

Mais uma vez se prova que há duas maneiras de fazer as coisas:
Uma bem, outra mal.

Publicado por: carlos alberto às agosto 16, 2005 10:12 PM

no mar quem nao prestar socorro está a cometer um crime , em terra tambem é assim , mas no mar o ser humano é muito mais humano e a lei muito mais exacta e compreencivel ,logo aplicavel com mais rapidez e justica .

tenho barco á 15 anos , deixei de o usar por me ser muito dificil pagar todos os anos : licenca de balizagem , seguro do barco , seguro do atrelado , selo do barco , cotas do clube naval , recarga de extintor , sinais luminosos inspecçoes , manutencao , renovacao da carta de marinheiro .......... enfim 500 euros por ano , por um barco de 4 metros que apenas vai meia duzia de vezes á água é muito . para cumulo o porto de pesca onde custumo por o barco na água , esta completamente destruido (ericeira ) caso o mar "vire" um passeio tranforma-se rapidamente numa aventura muito perigosa .

Publicado por: jojo às agosto 16, 2005 10:24 PM

Joana,
só para minha cultura geral :
o catamarã pertencia ao Estado ( esse monstro desgraçado que só nos traz arrelias ! ) ou era pertença de alguma "mão invisivel" ? ... só por curiosidade e para perceber as suas preocupações e para entender porque é que ficou tão zangada com o que não funcionou do lado dos meios colectivos pagos por nós.

Publicado por: zippiz às agosto 16, 2005 10:26 PM

O país está desorganizado. O caso apresentado pelo Luís Serpa (agosto 16, 2005 07:05 PM) é típico da burocracia estúpida que nos (des)governa.

Publicado por: Bsotto às agosto 16, 2005 10:57 PM

zippiz às agosto 16, 2005 10:26 PM: não percebo a sua pergunta. Se você caisse ao mar, não ficava arreliado por os "meios colectivos de salvamento" não aparecerem?

Publicado por: Bsotto às agosto 16, 2005 11:03 PM

Joana às agosto 16, 2005 06:24 PM

Quando se pensa que a Joana está a moderar-se...Zás!
Eis que ela, de ironia em riste, nos pespega com a história trágico-marítima da praia da Galé, aproveitando para zurzir nos seus ódios de estimação.

Quem são os "predicantes miserabilistas" que a colocam neste frenesim? Ou terá a Joana os seus próprios moinhos da Mancha?

E depois, propõe à concessão da Ordem Militar da Torre e Espada, o individualismo travestido de altruísmo. E eu concordo.
Já agora: que tal a Ordem do Mérito Agrícola, Comercial e Industrial, para a economia liberal? Fica a sugestão...

É que, de facto, não é qualquer ser humano que, podendo poupar uns cêntimos de gasolina da sua moto de água ou do seu barquito, se dá ao trabalho (e à despesa) de salvar vidas humanas, em vez de a tudo assistir através dos reflexos do sol na garrafa de gin...

Valha-nos que, se o mercado estiver a funcionar, aquela empresa não deverá ter clientes no próximo século, o que acaba por ser mais eficaz que qualquer merda de vistoria que as autoridades possam ter feito ao barco.

Publicado por: Vítor às agosto 16, 2005 11:14 PM

Publicado por: Bsotto às agosto 16, 2005 11:03 PM

Obrigado pela sua tentativa de "esclarecimento" mas Joana percebeu a pergunta e vai responder !

Publicado por: zippiz às agosto 16, 2005 11:15 PM

Bsotto, a pergunta foi :
o catamarã pertencia ao Estado ou era pertença de alguma "mão invisivel" ?

Publicado por: zippiz às agosto 16, 2005 11:18 PM

(M) às agosto 16, 2005 09:48 PM:
Ter um barco de recreio custa, em si, caro; muito caro, quando comparado com a utilização que tem; e estupidamente caro, quando comparado com as chatices que dá.
É preciso ter dinheiro e muito gosto por aquilo (e morar ou ter casa junto de um ancoradouro) ou ter muito dinheiro, para ter pessoal permanente que trate das chatices.
Não é desporto que esteja ao alcance de trabalhadores por conta de outrem, a menos que sejam quadros muito bem pagos e tenham muito gosto por aquilo. Provavelmente poderá haver funcionários públicos nestas circunstâncias, alguns boys ligados aos aparelhos partidários. Mas mesmo neste caso seriam “ricaços” só que não teriam obtido riqueza pela sua habilidade económica, mas pela sua habilidade política.

Publicado por: Joana às agosto 16, 2005 11:45 PM

E que é isso do valor das blogshares? Com o GPRS não vou abrir esse site (isto come bytes com grande voracidade), mas quando chegar a Lisboa vou ver.
Isso cheira-me a jogo americano, que só serve para eles se divertirem.

Publicado por: Joana às agosto 16, 2005 11:49 PM

jojo às agosto 16, 2005 10:24 PM:
Se você frequenta a Ericeira, então tem a oportunidade de questionar o Mário Lino sobre a Ota. Ele costuma ir para lá. Mais o Presidente da Consulmar, a tal firma a quem foi adjudicado o estudo de hidrologia.

Publicado por: Joana às agosto 16, 2005 11:52 PM

Até neste simples incidente se vêm as palas que as pessoas põe nos olhos para recusar ver o que todos sabem: que a administração publica portuguesa não funciona e apenas cria burocratas que nos parasitam a todos, e que como alguns dos comentaristas daqui, inventam mil razões para explicar que o rei afinal não vai nu.
As vistorias a que uma embarcação está sujeita são um filme kafkiano, com o resultado que se viu, mas outros exemplos existem e são aos milhares, todos os dias.
Nenhum funcionário será responsabilizado porque são todos inimputáveis tais como foram inimputáveis os funcionários que se arrastaram na lama da tragédia vivida por Maria Filomena Mónica com um menor em risco, descrita nos jornais, e aceite pela sociedade como se fosse "normal". Vivemos acorrentados sob o jugo dos 700.000 super-portugueses que nos regulam a vida.
Esta sociedade está podre. Cega e podre. Tão ou mais podre que a sociedade que caiu com o 25 de Abril.

Publicado por: Joao P às agosto 16, 2005 11:54 PM

Vítor às agosto 16, 2005 11:14 PM:
Que frenesim? Apenas citei um uma ocorrência que contraria as prédicas dos moralistas da política miserabilista.
Quanto às condecorações, julgo que nenhum pensou nisso.
A menos que constituissem uma banda e promovessem um concerto de solidariedade com os povos de África e para arranjar fundos para aumentar as contas bancárias os ditadores africanos.
Nessa circunstância teriam o Sampaio.

Publicado por: Joana às agosto 16, 2005 11:59 PM

zippiz às agosto 16, 2005 11:18 PM.
Francamente não percebo a pergunta sobre se "o catamarã pertencia ao Estado ou era pertença de alguma "mão invisivel" ?" Que eu saiba a Mão Invisível não é uma pessoa singular ou colectiva. Por outro lado o que está em questão é o acidente em si, e não quem era o proprietário do barco.
Se está a insinuar que o barco não tinha as condições adequadas, sugiro-lhe que leia os comentários de pessoas que lidaram com estes assuntos e tire as conclusões.

Publicado por: Joana às agosto 17, 2005 12:05 AM

É incrível como - mesmo com todas as razões de queixa que os que PAGAM impostos têm da Administ.Pública - se transforma um acidente/incidente num meio de transporte PRIVADO em mais uma rábula dos "neoconserv" contra o Estado ( que eles detestam mas acham que devia ter evitado o incêndio no barco PRIVADO !)

Publicado por: zippiz às agosto 17, 2005 12:10 AM

um pouco de decoro ajudava a disfarçar melhor os ódios de estimação.

Publicado por: zippiz às agosto 17, 2005 12:18 AM

'accidente', acontecimento repentino, fortuito e desgradável....já pensaram que o incêndio não passou disso?
Os acidentes acontecem...infelizmente mesmo que as embarcações tenham as inspecções em dia e sejam muito rigorosas. Mesmo que a tripulação seja encartada, capaz e expeiente. Mesmo que o país onde o acidente ocorra seja uma pátria de gente séria, educada e respeitadora das normas...torna-se isto um caso??


Publicado por: Jeremias às agosto 17, 2005 12:28 AM

Joao P às agosto 16, 2005 11:54 PM:
Está enganado. Os funcionários públicos já não são inimputáveis. Há um parecer da procuradoria que quando actos administrativos prejudicam um cidadão, os agentes administrativos são responsáveis e podem responder por isso.
Agora quando eles se limitam a cumprirem regulamentos estúpidos, os culpados são quem os criou. E aí já não há responsabilidades. Os políticos são inimputáveis.

Publicado por: Ramiro às agosto 17, 2005 12:45 AM

As capitanias devem ser dos sítios onde a corrupção é maior. Têm um grande poder e usam-no discricionariamente. As complicações burocráticas que introduzem são um convite ao suborno e à corrupção.

Publicado por: Ramiro às agosto 17, 2005 12:48 AM

zippiz às agosto 17, 2005 12:10 AM:
Quem é que disse que "acham que devia ter evitado o incêndio no barco PRIVADO !)"?

Ninguém. Você está a ver mosquitos na Lua. Mesmo no post está escrito:
"Os meios públicos de salvamento não chegariam a tempo (o incêndio propagou-se com grande rapidez)". Portanto, nem sequer se culpam os meios públicos pelo atraso

A única acusação que li nos comentários foi sobre a burocracia, mas era de gente que viveu os problemas.

Quanto à frase "evitado o incêndio no barco PRIVADO", julgo que você não se apercebeu da enormidade que escreveu. Então as forças marítimas e de segurança não são para proteger todos? Como era PRIVADO, deixa arder?

Publicado por: Ramiro às agosto 17, 2005 12:56 AM

Então e a origem do incêndio? A bela sardinhada
nas brasas?

Publicado por: Ana Correia às agosto 17, 2005 01:09 AM

Publicado por: Ramiro às agosto 17, 2005 12:56 AM

Eu sei o que escrevi e acho que as forças marítimas e de segurança são para proteger todos; não posso é estar de acordo com quem a todo o momento massacra o Estado e as funções sociais e públicas deste e depois grita por socorro do Estado - como fazem os nossos liberais de última hora , ao mesmo tempo que rasgam largos elogios aos “sinais exteriores de riqueza”. O post de Joana não é novo neste tipo de hipócrisia.

Publicado por: zippiz às agosto 17, 2005 01:14 AM

Sininho! :)

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 01:16 AM

Bem, espero que esta galinha dê bué de ovos de ouro para o país...
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 01:20 AM

And the wheel is going around and around...

Ui, o Dow Jones a fechar no vermelho:

http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?section_id=4&id_news=55763

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 01:22 AM

Lembram-se da canção do fim do dr. Strangelove?

We'll meet again
d'ont know how
d'ont know when...

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 01:25 AM

«acho que as forças marítimas e de segurança são para proteger todos». Com a excepção dos submarinos, digo eu.

Publicado por: asdrubal às agosto 17, 2005 01:26 AM

d'ont, I'm sorry je parle mieux le français.

Uma amiga minha budista contou-me uma história uma vez para mostrar a "impermanência" das coisas, já não sei se era metáfora ou real, mas era assim: tod@s ric@s e bonit@s na maior, num yatão, vai um desafio de quem salta primeiro e tudo a rir, saltam todos! Ninguém se lembrou de descer a escada de salvação. Buenas noches.

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 01:31 AM

Publicado por: zippiz às agosto 17, 2005 12:10 AM

O incêndio não existiu.
O Senhor Comandante das Praias declara hoje que o barco não tinha cozinha e só estava autorizado a fazer churrascos em....terra.

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 03:32 AM

Pode ler aqui

http://jn.sapo.pt/2005/08/17/pais/catamara_tinha_licenca_para_refeicoe.html

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 03:37 AM

Se por acaso alguém teimar em que houve mesmo um incêndio, pode sempre chamar-se a Andringa.

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 03:39 AM

carlos alberto às agosto 17, 2005 03:39 AM:
Como é que os responsáveis pela vistoria afirmam que o catamarã não tinha cozinha e há testemunhos que dizem que o fogo começou na cozinha??
Alguém está a mentir

Publicado por: Diana às agosto 17, 2005 08:39 AM

"o barco só estava autorizado a fazer churrascos em....terra"??
Isso é absurdo. Todos nós podemos fazer churrascos em terra (em sítios que não incomodem). Só o barco é que não podia ... a menos que fosse anfíbio.

Publicado por: Diana às agosto 17, 2005 08:41 AM

carlos alberto às agosto 17, 2005 03:39 AM:
Também acho que isto é tarefa para especialistas em manipulação de factos, como a Andringa.

Publicado por: Diana às agosto 17, 2005 08:44 AM

Uma cozinha é, é sabido, fácil de escamotear. Estou mesmo a ver o filme: o mauzão proprietário, invisível todo ele, ansioso por lucros mesmo que (ou sobretudo) obtidos à custa dos seus clientes (ele também ganha dinheiro com os testamentos, presumo) esconde a cozinha cada vez que a vistoria é feita (uma vez por ano). Os dedicados funcionários públicos - presumo que do IPTM - coitados, que fazem a dita vistoria não podem, portanto, aperceber-se de que alguma coisa está mal. E não podem, claro, exigir os meios de salvamento adequados.

Para aquele catamarã exigiram provavelmente portas de tempo (salto os pormenores técnicos), ou (como me fizeram a mim) que se condenassem escotilhas de socorro, exigiram 20 marinheiros onde um era suficiente, exigiram equipamento de navegação apropriado para ir ao Cabo Horn no inverno austral, exigiram planos dos encanamentos de água doce, salgada e salobra, exigiram estudos de estabilidade estática e dinâmica, exigiram bombas de água salgada, bombas de carnaval, bombas de artificio, bombas de gasolina e bombas mediáticas, mas - coitados! - não viram que o armador tinha instalado uma cozinha e que não tinha meios adequados de luta contra incêndios nessa área.

Não quero com isto desculpar o armador - a culpa, e a esponsabilidade, são primeiro dele. Mas a verdade é que o Estado tem uma função a cumprir e não a cumpre.

PS - Para quem seja tentado ver aqui sinais de corrupção: ela já existiu em grande nos organismos públicos ligados à segurança marítima. Hoje (se bem que não tenha desaparecido completamente) é mais sofisticada: os funcionários dos organismos públicos ligados à segurança marítima fazem sociedades com consultores externos. Quando se pretende homologar uma embarcação, face à nossa "manifesta incapacidade para fazer face às exigências do organismo" (a frase é citada, verbatim, do que me disse um dos responsáveis de um dos organismos públicos ligados à segurança marítima), somos aconselhados a dirigirmo-nos a essas sociedades para que elas nos "ajudem". Cllaro que quanto maiores e mais absurdas forem as exigências, maiores e mais interessantes são as remunerações das ditas sociedades.

Antigamente, essas empresas eram, naturalmente, mais do que escondidas. Hoje, a pessoa que contratei para me "ajudar" numa operação em que estou envolvido é familiar próximo - simples e fortuita coincidência - de uma das funcionárias envolvidas no processo.

Alguém falou em latino-americanização? É um neologismo horrível.

Publicado por: Luis Serpa às agosto 17, 2005 09:33 AM

À att. do Carlos Alberto e da Diana

Para vos situar:
Não conheço a Diana Andringa de lado nenhum e não gosto do corte de cabelo que a Sra usa.
Não sou simpatizante do Bloco.

Mas não posso deixar de registar a V. lata descomunal. Dava para rir se não fosse triste perceber que a V. única preocupação é passar ao lado dos factos.

Curiosamente, de quando em vez, por estranho que vos pareça, as pessoas de esquerda também dizem umas verdades. Aliás, segundo ouvi dizer (talvez seja boato) o facto de se ser de esquerda ou de direita, é pouco relevante para a matéria em questão.

Ganhem juízo e algum respeito pelos outros.

Publicado por: Vítor às agosto 17, 2005 09:34 AM

Publicado por: Joana às agosto 16, 2005 11:59 PM

Joana:
o seu post é, na minha opinião, não uma citação de "uma ocorrência que contraria as prédicas dos moralistas da política miserabilista", mas um exercício da mais pura demagogia.

Demagogia que encontra paralelo nesses tais apóstolos do ódio ao mercado e à globalização. Nos tais para quem um rico não pode ser uma pessoa de bem. Nos tais que querem uma sociedade igualitária e não uma sociedade justa. Nos tais que entendem que se o Estado faz mal, os privados farão pior.

Publicado por: Vítor às agosto 17, 2005 09:51 AM

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 01:31 AM

A história não tem muita lógica, o que prova que o budismo já não tem os seguidores que merece... Na verdade esses yachs de ricaços têm tripulação.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 17, 2005 10:02 AM

Publicado por: Vítor às agosto 17, 2005 09:34 AM

Pois olhe eu até gosto da Senhora.

Reconheço-lhe uma isenção que se todos tivéssemos a vida seguiria mais normal.
Lembra-se daquele programa que ela conduzia na retepe-dois em que os convidados chegavam a tamborilar com os dedos nervosamente na mesa na ânsia de aduzirem mais um ponto além do que o vizinho, ooops! correligionário tinha dito?

E aquela história de filmar o Inteligente dizendo-lhe que era para um estudo sociológico e que só ia passar em tertúlias muito especiais.

E quando estava no Sindicato dos …. Bem esta não conta porque são todos iguais.

E o estar desempregada e ainda ter tempo para aquelas garraiadas em vez de andar á procura de emprego.

Bom, mas a questão é:
A sua interessante observação referia-se ao facto antigo ou duvidou que eu não duvido que a dita cuja pode fazer uma interpretação diferente daquilo que os olhos vêm?

Afinal não é Ela do bloco?

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 10:29 AM

Sabe, os novos seguidores do bloco que começaram a aparecer mal fizeram quatro deputados, e quem tem quatro pode via a ter quarenta, fazem-me lembrar um filme muito curioso.
Confira em

http://www.imdb.com/title/tt0096256/

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 10:35 AM

Vítor às agosto 17, 2005 09:51 AM

"...Nos tais para quem um rico não pode ser uma pessoa de bem..."

"É mais facil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus", é uma conhecida tirada de um "apóstolo do ódio ao mercado e à globalização"...

Ninguém diz que um rico não pode ser pessoa de bem, mas se o for - e agir como tal - provavelmente não será rico muito mais tempo. Se todos conhecessem um pouco melhor a doutrina social da Igreja talvez já não tivessem a tentação de considerar "apóstolos do ódio" todos aqueles que não acreditam na bondade intrínseca das doutrinas liberais. É facil acusar de esquerdismo radical, cripto-comunismo, etc., todos aqueles que constatam a desigualdade e injustiça que resulta da aplicação cega de uma liberdade duvidosa. Duvidosa porque no campo da luta económica os fracos não têm a mesma liberdade que os fortes. O que é reconhecido até no campo desportivo, quando se dividem os boxeurs e os judocas em categorias de acordo com o seu peso. Mais difícil é analisar, de mente aberta, as críticas que de tantos quadrantes se fazem ao capitalismo liberal.

Publicado por: Albatroz às agosto 17, 2005 10:36 AM

É mais facil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus", é uma conhecida tirada de um "apóstolo do ódio ao mercado e à globalização.

A citação é correcta, mas poucas pessoas sabem que esse 'camelo' se refere ao cabo de amarração de uma embarcação (até vem a propósito...) e não ao homógrafo (e homófono) animal pelo que o problema se resume ao tamanho do buraco e da própria agulha.

Publicado por: Pedro Oliveira às agosto 17, 2005 10:46 AM

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=188065

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 11:12 AM

Vocês neoliberais estão sempre a dar na função pública. Lá nas capitanias não sei, acredito que haja esquemas, claro, mas em regra em muitos sítios ser f. p. é horrível, com uma hierarquia caprichosa e mesquinha, classificações internas, responder às coisa antes do fim do prazo por causa dos deferimentos tácitos, mau ambiente de trabalho, etc. Coitados e vocês sempre a dar-lhe. Ser professor de liceu hoje em dia deve ser uma autêntica depressão, entalado entre os pais e os alunos e ainda os colegas...

Que tristezaandarmos sempre a zurzir-nos uns aos outros. O António Guterres identificou e bem "a inveja" como o pior pecado dos portugueses. Eu que nunca tinha pensado nisso, desde o Seven que fiquei muito atento ao diagnóstico dos pecados e das virtudes (virtude vem de virtus - força) que se lhe opõem. Contra a inveja, liberalidade!

Não querem mudar de pecado só para variar? Eu proponho o orgulho para ver no que isto dá? (o antídoto é a humildade, mas isso já sabemos). A lição de D. Sebastião que aliáds já se aplicaria a D. Henrique a propósito de Tanger é: nunca vás contra o conselho dos amigos.

Voltando ao Seven, enquanto que a inveja conduziu o filme todo, o orgulho se bem me lembro era simbolizado por uma mulher rica e supostamente bela, que o outro tinha desfigurado, atado na cama, e deixado com a alternativa dos comprimidos para dormir ou enfrentar a vida, na nova condição. Pois mas nós cá temos aquele recurso do "tudo..., quando a alma... pequena".

Mais de 28000 incêndios florestais este ano, fds!

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 11:34 AM

Ainda nem começou o “rigoroso inquérito” e já Mota Ribeiro muda de ideias.
Se calhar foi algum “consultor” que o acordou.

Do Público, não se coloca link porque aqueles forretas tem o jornal fechado a sete chaves.
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"""Estas sardinhadas a bordo são um dos atractivos dos programas oferecido pelas mais de uma dezena de empresas que promovem mini-cruzeiros na costa algarvia. Tal prática, diz o comandante do porto de Faro, "não é proibida, desde que haja uma correcta utilização do equipamento". Mota Ribeiro remeteu para os resultados do inquérito as explicações para as causas do acidente."""

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Ó tempo ó (de)mores
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A primeira embarcação militar a chegar ao local foi uma lancha de intervenção rápida da Brigada Fiscal (BF). Num primeiro momento, os militares ainda tentaram apagar o fogo, mas recuaram ao verificar que a fibra do catamarã ardia de forma explosiva. Em vez disso, optaram por estabelecer um perímetro de segurança na zona e acompanharam de perto as operações de salvamento, feitas unicamente por embarcações particulares.
O primeiro pedido de auxílio foi feito às 12h30, através de VHF dos tripulantes para os nadadores-salvadores. Pediam extintores. A lancha da BF chegou dez minutos depois, vinda de Vilamoura. Os bombeiros de Albufeira, num semi-rígido, ocorreram ao naufrágio pelas 13h15. Só 25 minutos depois (13h40) a Polícia Marítima respondeu à chamada, com o salva-vidas sediado em Ferragudo. Mais tarde, às 13h50, aproximou-se a Polícia Marítima de Albufeira, noutro semi-rígido. Por fim, chegou também ao local, às 17h35, a fragata João Belo, tendo ainda sido utilizado o helicóptero do Serviço Nacional de Bombeiros, mas apenas em reconhecimento.
O comandante do porto de Portimão, confrontado com a lenta resposta da Marinha, respondeu: "Chegámos dentro dos padrões que estão estabelecidos", lembrando que o salva-vidas mais próximo se encontrava a 11 milhas.

Agora adeus.
Vou almoçar, em terra.

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 12:00 PM

Bom e também se calhar andamos por cá muito apertados, ainda por cima todos encostadinhos ao mar... De facto absorvemos e assim era justo 1 milhão de retornados e lá se conseguiu.

Mas cá dentro juntem a sinistralidade nas estradas e os fogos florestais e dá terrorismo permanente.

Aquilo no berço da covilização vai dar uma coisa terrível , mas a meu ver, inevitável. Semiramis, oremos pela sua terra e pelo mundo.

Mãe África está doente mas eu cheira-me que os portugueses vão reanimar aquilo. Eu cá por mim vou tentar construir um dipolo Africa-Portugal, que eu gosto da miscigenação (é assim que se escreve, lembro-me de ter estado num museu, seria Recife, seria Salvador, onde vi isso).

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 12:03 PM

nota: eu queria dizer "não sei se é assim que se escreve".

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 12:04 PM

Fui ver ao Google, está certo.

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 12:06 PM

A primeira embarcação "pública" a chegar ao local foi uma lancha de intervenção rápida da Brigada Fiscal. Disseram que "tentaram apagar o fogo, mas como a fibra do catamarã ardia de forma explosiva ... optaram por estabelecer um perímetro de segurança e acompanharem as operações de salvamento feitas unicamente por embarcações particulares".
Ou seja, como a coisa era explosiva deixaram a tarefa a cargo dos particulares!!! E ficaram a ver!!!
Olha se não houvesse particulares nas imediações.

Publicado por: Hector às agosto 17, 2005 12:17 PM

É óbvio que não aconteceu acidente algum e tratou-se de uma encenação para fazer propaganda ao capitalsimo desenfreado, tentando-lhe dar um rosto mais humano.

Publicado por: Mario às agosto 17, 2005 01:56 PM

Há alguns comentários que revelam uma total falta de senso. Muitos deles nem devem ter lido o post até ao fim. Leram em diagonal qualquer coisa a defender o individualismo e ficaram enraivecidos

Publicado por: AJ Nunes às agosto 17, 2005 02:15 PM

zippiz às agosto 17, 2005 01:14 AM:
Parece-me que a audição excessiva das homilías do predicante Louçã, e do disco de vinil riscado do M Portas, está a dificultar-lhe o entendimento. Você ou não leu o que escrevi ou não percebeu.

Publicado por: Joana às agosto 17, 2005 03:59 PM

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 12:03 PM

Esta é uma das falácias mais reproduzidas em Portugal e todos sabemos muito bem por quem e porquê.
Portugal não absorveu milhão nenhum de retornados e aliás nem o podia fazer pois nessa altura não existia Estado e o estado em que se vivia era o de sítio.

Acontece que quem absorveu esse milhão foram numa primeira fase as família que por cá tinham ficado, numa segunda fase eles próprios que na sua esmagadora maioria detinham uma educação e um poder empresarial mil vezes superior aos infelizes que por aqui tinham ficado.

A sua chegada, contrariados é certo e assim espero que não o esqueçam quando o pai da descolonização exemplar se apresentar a votos, modificou uma população rural que ainda vivia na Idade Média.

Ainda está para aparecer quem venha analisar em termos económicos e sociais o que foi o êxodo e subsequente impacto de todos nós (sim também o fui) no Portugal do Botas.

É natural que isto para si seja surpresa,
Ainda era muito novo e só tem acesso á versão oficial.

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 04:02 PM

Ou seja, como a coisa era explosiva deixaram a tarefa a cargo dos particulares!!! E ficaram a ver!!!
Olha se não houvesse particulares nas imediações.

(Hector às agosto 17, 2005 12:17 PM)

Este é um dos que apanhou demasiado sol na cabeça.
Não faz a mínima ideia do que é uma LVI e vem para aqui debitar umas tontarias. Se calhar queria que os seis militares da guarnição se atirassem ao mar para deixar espaço para os passageiros do catamarã.

Publicado por: Navegador às agosto 17, 2005 04:18 PM

Joana como é habitual começa por tentar tratar de um tema com alguma seriedade ,e descamba para o puro ódio de estimação ao Bloco, é pena, mas o que se pode fazer, quando a inteligência não dá para mais....

Penso que enquanto não houverem conclusões mais substanciais, pouco se pode dizer das causas deste estranho acidente e incêndio a bordo do catamarã.

Tambem eu já ouvi dizer que o barco não estava autorizado a fazer comida, que não tinha cozinha, que a sardinhada era ilegal, mas como , se um dos objectivos da viagem era a sardinhada a bordo....

Sabemos e quem passa pelo Algarve e não só, que autorizações dadas para determinado objectivo são fácilmente contornadas ,e quando dá bota, aqui-del-rei, que ninguem controlou, mas e os empresários , que como neste caso não terão sido rigorosos no cumprimento das normas de segurança, virão a ser penalizados....


Para terminar Joana, o Bloco como o PSD e o PP terão muita coisa para criticar, mas certamente não será o incêndio de um catamarã em Albufeira.

Publicado por: a.pacheco às agosto 17, 2005 04:33 PM

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 04:02 PM

Olha, olha... aí está a explicação para o ressabiamento do gajo.
Eu lembro-me muito bem do que foi a «absorção». Foi o estado (ou seja, eu e todos os outros que pagam impostos) gastar uma pipa de massa a pagar alojamentos e alimentação, a garantir emprego e a financiar os negócios de centenas de milhares de retornados.
Enquanto os infelizes que aqui tinham ficado, se queriam abrir um negócio, tinham que pedir um empréstimo à banca e pagar juros na ordem dos 30% (era o juro da época, para quem não saiba ou esteja esquecido), qualquer retornado recebia um financiamento a fundo perdido para montar o negócio.
A maior parte apareceu sem papéis e a reclamar um estatuto profissional que não tinha em Angola. São fulanos como este tal Carlos Alberto que anda aqui a escrever contra os funcionários públicos, mas foi a enxurrada de retornados que empolou o quadro de trabalhadores da função pública e, além do mais, barrou o acesso em muitos sectores aos infelizes que aqui tinham ficado.
Deixando de lado a da educação mil vezes superior (que deve ser para a gente se rir) é justo que se destaque o impacto económico da onda de retornados: desde a dinamização da vida social do Rossio ao desenvolvimento da indústria de falsicação de passaportes, sem esquecer o contrabando de diamantes e a introdução da honrosa actividade comercial que é o tráfico de droga.
É evidente que a maior parte dos retornados é gente de bem e fez por ganhar a vida honestamente. Agora não venham é espertalhuços como o citado armar-se em salvadores da Pátria e cuspir no prato depois de o terem lambido até às bordas.

Publicado por: Versão real às agosto 17, 2005 04:39 PM

Joana , nao sabia que podia pescar peixe tao graudo na ericeira :) . duvido muito que esses peixes usem as abandonadas praias ericeirenses , devem ser peixes de piscina , mesmo assim prometo andar atento ás marisqueiras ,nunca deixar o gravador de voz em casa...caso seja bem sucedido quando a joana vier á ericeira deixa-me pagar o melhor peixe grelhado do mundo ..hehe hehe brincadeira ,nao fui eu quem comecou :P

Publicado por: jojo às agosto 17, 2005 05:45 PM

Joana , nao sabia que podia pescar peixe tao graudo na ericeira :) . duvido muito que esses peixes usem as abandonadas praias ericeirenses , devem ser peixes de piscina , mesmo assim prometo andar atento ás marisqueiras ,nunca deixar o gravador de voz em casa...caso seja bem sucedido quando a joana vier á ericeira deixa-me pagar o melhor peixe grelhado do mundo ..hehe hehe brincadeira ,nao fui eu quem comecou :P

Publicado por: jojo às agosto 17, 2005 05:46 PM

Um grande amigo meu, comandante sénior da TAP, disse-me naqueles tempos quentes:

O Rossio não é Lisboa e Lisboa não é o País.

Cheguei com uma mão á frente e outra atrás, sendo que agora só mantenho uma em defesa e cada vez com mais cuidado.
Respondi a um anúncio de jornal e entre doze candidatos fui o escolhido... para lançar facturas numa Borroughs.

Posteriormente concorri com mais dezassete pessoas a um emprego nos CTT e fiquei em segundo lugar sendo que nos dez primeiros todos tinham vindo das "colónias".

Não recebi um tostão de ninguém e portanto pode dar como bem empregues os seus impostos.
Melhores cumprimentos.

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 05:46 PM

O senhor perdeu-se na máquina do tempo e confunde retornados com as levas de palop’s que os governos de esquerda sempre prontos a dar o que não é deles, e naquele caso particular o que é deles e com gosto, trouxeram para Portugal e beijam na boca.

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 05:51 PM

Veja lá, Albatroz, ao que tudo isto chegou e no que tudo isto persiste. Ao cabo de trinta anos. Não é preciso haver uma guerra civil. Basta pacientar.

Publicado por: asdrubal às agosto 17, 2005 06:22 PM

Olhem eu acho isto bonito:

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=188122

Quanto ao resto não sei se se poderia ter feito uma descolonização melhor, talvez, percebo que tenha havido muita gente traumatizada, conheci muitos e muitas histórias bem difíceis, esses ficaram com outra fibra, tenho pena que ainda hoje as feridas não estejam cicatrizadas para muitos. Para mim estão, tenho um grande orgulho em ser português, como já perceberam, foi lá fora que o ganhei, acho que nesta coisa terrível em que parou o mundo fomos dos mais decentes.

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 06:52 PM

Navegador às agosto 17, 2005 04:18 PM:
Li com atenção o que escreveu e ainda fico mais impressionada com a actuação dos proprietários das embarcações de recreio: chegarem ao catamarã e atirarem-se à água para dar espaço aos náufragos.
Obrigada pelo seu esclarecimento.

Publicado por: Joana às agosto 17, 2005 06:53 PM

carlos alberto às agosto 17, 2005 10:29 AM

apesar de tarde e a más horas:

O seu comentário e o da Diana, a que já me referi, sugerem que a Diana Andringa será uma especialista em deturpar factos (não, não se trata de falar, agora, em interpretações diferentes...).
Passo ao lado das suas dúvidas ("duvidou que eu não duvido que a dita cuja pode fazer uma interpretação diferente daquilo que os olhos vêm..."). Todos nós estamos permanentemente a fazer interpretações diferentes. Mesmo os jornalistas.

O que é lamentável (mas esta é a minha opinião) é que o nome desta senhora seja para aqui chamado a propósito de nada.
Imagino (e isto sou eu a imaginar) que terão sido sugestionados pelo "arrastão".
O que quer dizer? Que a Diana Andringa apagou o arrastão da face de Carcavelos e que seria capaz de apagar o fogo ao largo de Albufeira?

E depois pergunta se Ela não é do Bloco. O que é que isso tem que ver com as calças. Até podia ser do PP. Não é por isso que me merece menos credibilidade.

Publicado por: Vítor às agosto 17, 2005 06:57 PM

Há duas coisas que me entristecem, bem há mais uma mas essa não é por agora para aqui chamada.
A primeira é pessoas acreditarem que o BE é um partido democrático, quando fundado sobre as mais torpes ideologias e que não hesitaria um segundo em varrer para o caixote do lixo todas as liberdades se para tal tivesse poder
E
O aparecimento público de filiados, adeptos, simpatizantes do BE que antigamente se reclamavam da mais pura isenção na funções que tinham.
É o caso, entre outros.

E aqui acaba esta amena discussão pois conforme reparará mal um novo post da Joana aparece tem o mesmo efeito que o eucalipto sobre os outros.

Seca-os!!!

Publicado por: carlos alberto às agosto 17, 2005 07:18 PM

Sim, mas há sempre uns tojos e uma tal Ditricchia viscosa, creio, e às vezes umas urzes, e estevas que resistem, nas entre-linhas.

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 07:36 PM

asdrubal às agosto 17, 2005 06:22 PM

Guerra civil? Qual quê! Bastava chegar lá, fazer Buu!!!, e estava o assunto resolvido...

Publicado por: Albatroz às agosto 17, 2005 08:10 PM

Publicado por: Joana às agosto 17, 2005 06:53 PM

Verifico, não posso dizer que com surpresa, que a senhora também não faz a mínima ideia do que é uma LVI e do espaço livre que tem.
Transpondo o seu raciocínio para outras motorizações, conclui-se que também não faz a mínima ideia da diferença entre um carro de desporto de dois lugares e um furgon de passageiros

Publicado por: Navegador às agosto 17, 2005 08:47 PM

carlos alberto às agosto 17, 2005 05:46 PM:
O pouco desenvolvimento que Portugal teve nessa época deve-se ao esforço dos retornados que vinham com outra genica e mais qualificados, em média, dos que cá estavam, com mais expediente.
Quem diz o contrário são os invejosos que nunca arriscaram nada, que nunca quiseram sair da cepa torta.

Publicado por: AJ Nunes às agosto 17, 2005 10:03 PM

Eu também acho que os retornados deram exemplos de desenrascanço e dignidade na sobrevivência que enriqueceram o nosso património comum; e também as famílias que os acolheram, e também apoios do Estado, etc. Não foi perfeito mas lá se fez. Agora enquanto a sinistralidade nas estradas mantiver estas taxas e os fogos, é muito mau sinal.

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 11:09 PM

Por isso estou com uma fézada que é tempo de voltar a África e que se aliviarmos a pressão aqui as coisas também ficam melhores. Agora claro vamos andar com saudades, mas isso não há nada a fazer, é coisa dos portugueses.

Publicado por: pyrenaica às agosto 17, 2005 11:29 PM

Exacto

Publicado por: Nurcia às agosto 25, 2005 05:36 PM

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