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julho 04, 2005

A Veado dado … não se olha a fogo

Os incêndios mais devastadores são os que ocorrem nas áreas protegidas, entregues à intervenção estatal. Não é por acaso. O Estado não trata das suas matas porque é desleixado por hábitos seculares e porque está dominado pelas ideologias “fracturantes” da biodiversidade. Uma amiga da minha mãe ofereceu, há pouco mais de um ano, 3 veados à Tapada de Mafra, para substituir os que tinham sido vítimas do incêndio anterior. A burocracia estatal tornou essa oferta um martírio. Faço votos para que os animais não estejam a sofrer agora o martírio do inferno do desleixo estatal.

Publicado por Joana às julho 4, 2005 06:14 PM

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Comentários

Que bom coração e que bons samaritanos que são os Ricos!, e que útil é medirem tudo pelo dinheiro!, (assim certamente veados não hão-de faltar, por mais fogos que acendam para colher lucros).
Vejam lá se conseguem oferecer 2 milhões de pretos para repovoar a Angola desvastada pelas jogadas das Empresas Petrolíferas,,,

Publicado por: xatoo às julho 4, 2005 07:58 PM

Oferecer 2 milhões de pretos para serem outravez consumidos pelas jogadas corruptas do Eduardo dos Santos?

Publicado por: AJ Nunes às julho 4, 2005 08:24 PM

No que respeita aos incêndios em "áreas protegidas" julgo que o problema não estará nas "ideologias “fracturantes” da biodiversidade". Julgo que está nas ideologias fracturadas da nomeação dos responsáveis pela gestão das áreas protegidas e pela gestão da prevenção e combate a incêndios.

A este propósito lembro-me de o ex-Ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, dizer uma verdade de La Palice: a maioria dos bombeiros não tem formação adequada para combate a incêndios florestais.
Os "representantes" dos bombeiros quase o queimavam vivo.
Não se lembraram de lhe dizer que esta é uma grande verdade e que, sim senhor ministro, faça lá o favor de fazer com que os bombeiros recebam formação adequada para combate a incêndios.

A este propósito ainda, temos um general simpático (Ferreira do Amaral) à frente destas coisas (Autoridade Nacional para os Incêndios Florestais) e que se lixem os especialistas em fogos florestais que temos em Portugal (esses são uns académicos sebentos!).

A este propósito lembro a situação confrangedora que o Instituto da Conservação da Natureza tem vivido. Para além de estar na miséria, tiveram (os nosssos políticos) a ideia peregrina de sujeitar eleição dos directores das áreas protegidas ao aval das câmaras municipais. Queriam "uma participação conjugada das forças políticas locais".
Realmente, só à estalada...
E, depois, a culpa é dos ecologistas.


Publicado por: Vítor às julho 4, 2005 09:28 PM

Jardim rejeita imigrantes

O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse no domingo à noite que é contra a entrada de imigrantes na ilha. No encerramento dos festejos na localidade de Santana, Jardim fez questão de criticar a abertura de Portugal a chineses, indianos e cidadãos da Europa de Leste.

Depois de terminadas as festas «24 horas a bailar», Alberto João Jardim afirmou que «Portugal já está sujeito à concorrência de países fora da Europa». Na sua opinião, «os chineses estão a entrar por aí dentro, os indianos a entrar por aí dentro e os países de Leste a fazer concorrência a Portugal». Ao seu estilo, questionou ainda: «Está-me a fazer sinal aí porquê? Que estão chineses aí? É mesmo bom que eles vejam porque não os quero aqui.»

expressoonline

Publicado por: zippiz às julho 4, 2005 09:47 PM

PSD demarca-se de declarações de Jardim sobre chineses

O secretário-geral do PSD, Miguel Macedo, demarcou-se esta segunda-feira das declarações de Alberto João Jardim sobre a presença de chineses na Madeira, garantindo que a política de imigração do partido assenta na «generosidade no acolhimento».

diariodigital

Publicado por: zippiz às julho 4, 2005 09:58 PM

CDS-PP compreende preocupações de Alberto João Jardim
04.07.2005 - 21h35 Lusa


O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Melo, considerou hoje "um pouco excessivo" o comentário de Alberto João Jardim sobre os imigrantes chineses e indianos, mas manifestou "compreensão" quanto à preocupação do presidente do Governo Regional da Madeira com a concorrência dos produtos asiáticos

publicoonline

Publicado por: zippiz às julho 4, 2005 10:04 PM

Todos dizemos mal dele, mas ele está-se borrifando para nós.

Publicado por: fbmatos às julho 4, 2005 10:38 PM

O Instituto da Conservação da Natureza, para além de estar na miséria, tem deixado o país na mais completa miséria. Incêndios, o trabalho e o dinheiro que tem custado desclassificar as áres para os parques eólicos nas "zonas protegidas" que eles tinham criado por todo o país, etc., et..
Há duas etnias que a população rural não suporta: os ciganos e os técnicos do ICN.
Os ambientalistas nem os conhecem, pois só aparecem na TV, mas os técnicos do ICN vão às vezes ao campo e são odiados pelos agricultores.

Publicado por: Joana às julho 4, 2005 11:32 PM

Há ano e meio, uma engenheira do Instituto de Desenvolvimento Rural e Hidráulica (IDRHA), a quem eu, em conversa informal, tinha transmitido uma sugestão de um Director de um Parque Natural sobre turismo ecológico, foi liminar: Nem penses nisso. Se metemos gente do ambiente no processo, perdemos a confiança dos agricultores. Eles nem podem ouvir falar dessa gente.
O turismo ecológico em questão era a observação do voo dos pássaros. Não faço ideia se haveria clientela suficiente e se as receitas cobririam as despesas.

Publicado por: Joana às julho 4, 2005 11:43 PM

Publicado por: zippiz às julho 4, 2005 10:04 PM

Porque é que você não abre um blog para desenvolver essas ideias, enquanto aqui faria o favor de comentar o comentário?

Publicado por: Kamarada Lin Pin às julho 5, 2005 12:04 AM

Há veados azarados.

Publicado por: nuncio às julho 5, 2005 01:09 AM

zippiz em julho 4, 2005 10:04 PM:
Não o percebo. Então o seu partido, que anunciou a realização de um curso de "desobediência civil", acusa Alberto João Jardim de "cometer ilícito criminal"??

Publicado por: David às julho 5, 2005 01:20 AM

Incongruências ...

Publicado por: bsotto às julho 5, 2005 09:21 AM

"Os incêndios mais devastadores são os que ocorrem nas áreas protegidas"

Nunca vi nenhuma estatística ou estudo que sustentasse tal afirmação.

"O Estado não trata das suas matas"

Muitos particulares tratam bem mal das suas. Duvido que o Estado seja pior do que a generalidade dos particulares.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 5, 2005 09:35 AM

Estatísticas também não tenho visto. Só tenho visto na TV: Sintra Cascais, Arrábida, Mafra, Odelouca, São Mamede, etc., etc.

Publicado por: Rui Sá às julho 5, 2005 01:19 PM

O de Sintra Cascais parou, "milagrosamente", à beira das propriedades do Champalimaud. Porque seria?

Publicado por: Rui Sá às julho 5, 2005 01:20 PM


A Política mais Liberal em Portugal sobre a propriedade e sobre as Florestas, LEVOU À QUEIMA TOTAL DO PAÍS.

Para aqueles que tinham medo da política de "terra queimada" é no mínimo Cómica a situação que tanto defendem e que depois de aplicada na Prática, AINDA TÊM A LATA DE VIR CRITICAR O ESTADO !
" Os incêndios mais devastadores são os que ocorrem nas áreas protegidas, entregues à intervenção estatal. "

Mais uma bicada desnecessária no Estado !

1º- Se for verdade que actualmente, só já ardem áreas protegidas pelo Estado, É APENAS PORQUE JÁ SÃO AS ÚLTIMAS QUE FALTA ARDER.

2º- QUEM TEM OU MELHOR TINHA ÁREAS COM ARVOREDO, NÃO TRATA DELAS, PORQUE SÓ LHE DÁ PREJUÍZO !
E curiosamente está no seu Direito Liberal de as não tratar. Pois a terra pertence-lhe e pode até impedir alguns patetas que o desejassem fazer, para bem público (é evidente que esses patetas, não aparecem ).

3º- A questão e que é grave, pois corremos o Sério Risco de Vivermos numa País Desértico, é deveras quase insolucionável, à luz DAS TEORIAS LIBERAIS !

A saber:
a) o País já está despovoado em 2 terço na Longitudinal Interior.
b) A população não pára, ou de emigrar ou de correr para o litoral.

c) Se a propriedade é de cada um, afinal de quem é a responsabilidade de limpeza das Matas ?
Dos proprrietários ? a que título ?
O proprietário terá que investir do seu próprio bolso, para o bem comum ?

Respondam se Fazem Favor, senhores Liberais, com propostas concretas !!!

Publicado por: Templário às julho 5, 2005 03:35 PM

Os incêndios nas áreas protegidas de Cascais, Sintra, Arrábida e Odelouca foram provocados por operários e funcionários públicos que pretendem construir terceiras habitações de luxo em zonas privilegiadas.

Também acho que os governos deviam ser julgados por não terem plantado árvores incombustíveis nos parques naturais.

A propósito, que partidos é que têm estado no poder nos últimos vinte anos e não tomaram medidas eficazes para evitar os incêndios?

Aposto que foram os comunistas, macomunados com os sindicatos.

Publicado por: Iluminado às julho 5, 2005 03:44 PM

Templário às julho 5, 2005 03:35 PM

O Templário tem razão.

O problema crucial das matas portuguesas é que, no regime de minifúndio prevalecente, e sem qualquer organização e associativismo dos agricultores, elas não são rentáveis. Não dão lucro. E, como não dão lucro, os proprietários não cuidam delas. E, como não cuidam delas, o mato cresce. E, com o mato crescido, mais ano menos ano elas tornam-se pasto das chamas.

Isto é um problema que nenhum liberalismo pode resolver.

A solução para as matas portuguesas passa necessariamente (mas não apenas) por uma gestão integrada, que permita ultrapassar o problema da pequeníssima dimensão de muitas propriedades e que permita florestar de uma forma racional (introduzindo espécies folhosas, corta-fogos, caminhos florestais, etc) e que permita limpar a mata de uma forma economicamente rentável (com recurso a ruminantes e/ou aproveitando os resíduos florestais para biomassa).

O liberalismo (a floresta portuguesa pertence em 97% a privados, ao contrário de outros países europeus, nos quais a floresta pertence largamente ao Estado), conjugado com o regime de herança (divisão equalitária da propriedade por entre todos os filhos do falecido), conduziram-nos a este desastre.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 5, 2005 03:53 PM

É falso que 97% da floresta portuguesa pertence a privados. Basta ver que mais de 30% são áreas classificadas:REN, Natura, Corinne, etc., sem falar dos Parques Naturais. Mesmo aqueles que têm propriedades nas zonas classificadas não podem mexer nelas sem autorização.
Há ano e meio estive na zona de São Mamede e pessoal de lá estava revoltadíssimo porque tinham querido limpar as matas e os técnicos do Estado não tinham deixado.
Isto era o que eles diziam. Não sei que técnicos do Estado eram esses.

Publicado por: V Forte às julho 5, 2005 04:04 PM

V Forte às julho 5, 2005 04:04 PM

V Forte...você não mede as palavras... é falso ?

áreas classificadas ? e depois ? deixaram de ser propriedade privada por terem sido classificadas? essa é boa...

Não fuja ao problema, eu nem preciso de dados nenhuns, para concluir que o desastre que aconteceu em Portugal, se deveu apenas a uma lei:

- a propriedade é minha e cresce o mato que eu desejar ! Depois se o meu mato arder, e pegar fogo à sua linda Floresta, problema seu, ou melhor, problema de todos nós que ficamos sem ela !!!

Se as notícias/dados deste verão concluírem que 80% da floresta que ardeu era do Estado, apenas podemos concluir que ERA O QUE RESTAVA, POIS DOS PARTICULARES JÁ ARDEU QUASE TUDO !!!


Publicado por: Templário às julho 5, 2005 05:01 PM

Um pequeno exemplo de área classificada:

Costa Vocentina

Propriedade de ? Centenas ou milhares de proprietários !!!

Publicado por: Templário às julho 5, 2005 05:17 PM

Costa Vicentina ! (zona de Vila Nova Milfontes)

Publicado por: Templário às julho 5, 2005 05:18 PM

Quando alguém diz que nem precisa de dados nenhuns, é porque apenas diz o que gostaria que fosse, mas não é.

Publicado por: V Forte às julho 5, 2005 05:29 PM

V Forte às julho 5, 2005 05:29 PM

Dados para quê ? se a maioria não os sabe interpretar ? e os que sabem deturpam-nos a seu favor !?

Não precisa de dados quem conhece o País !

Quem sabe que o País tem milhões de proprietários Rurais, que deixaram ao abandono as suas terras, devido às Políticas dos Incompetentes dos Nossos Governantes, que só queriam construção civil para cobrarem as taxas milionárias sobre a Construção.

Agora Têm o País que Construíram com tanta labuta e que se resume a:
- Cidade de Lisboa e arredores
- Cidade de Paris e arredores
- Cidade do Porto e arredores

Portanto Portugal é constituídos por 2 cidades no seu território e por uma cidade estrangeira - Paris - !!

Portanto senhores Liberais, apresentem lá as vossas soluções (SEM A INTERVENÇÃO DO ESTADO) para este problema TIPICAMENTE LIBERAL !

vÁ...APRESENTEM...OU FALAM, FALAM, FALAM, E NÃO RESOLVEM NADA ?

Publicado por: Templário às julho 5, 2005 06:27 PM

Um funcionário público ausenta-se (das 6.30h às 22.30h) para trabalhar e, ainda sem jantar, pasma com o que lê.

Admiro os posts da Joana sobre Economia, porque, goste-se ou não, concorde-se ou não com a interpretação dos dados e com o mecanismo de indução, percebe-se que há ali alguma substância.
Mas vir falar de ciganos e técnicos do ICN ("dessa gente"), de agricultores, etc. e tal, revela algum desvario. Às vezes dou comigo a pensar se não haverá mais que uma Joana.

Respeito pelo trabalho de todos é o que se exige.

Só uma achega:
Vivi a minha infância paredes meias com uma Mata Nacional gerida pelo Estado. De Setembro a Março, era (e é) autorizada a recolha de matos e o abate de espécies invasoras como a mimosa, no perímetro da Mata, sob controlo dos Guardas Florestais. Nunca aí houve um incêndio. Entretanto, porque a actividade agrícola, em particular a pecuária, entrou em declínio, a recolha de matos é feita com menor frequência.
Agora, começa a ser comum a adjudicação dos serviços de desbaste e limpeza das matas a empresas especializadas.

É um exemplo de como o Estado gere a sua floresta.
Obviamente também existem maus exemplos. Aguardo que os detractores profissionais do Estado os refiram (e não apenas opiniões...)

Publicado por: Vítor às julho 5, 2005 10:22 PM

Publicado por: Kamarada Lin Pin às julho 5, 2005 12:04 AM
Publicado por: David às julho 5, 2005 01:20 AM
Publicado por: bsotto às julho 5, 2005 09:21 AM

... E qual foi a parte do discurso de AJJ que não gostaram !?

Publicado por: zippiz às julho 5, 2005 10:26 PM

Eu só me admirei que um partido que organiza workshops para ensinar a desobediência civil e a trocar as voltas à bófia, depois fala de "ilícitos criminais".
Se o zippiz não acha estranho, lá sabe

Publicado por: David às julho 5, 2005 11:08 PM

Vítor às julho 5, 2005 10:22 PM:
Julgo que você nunca viveu ou permaneceu longos períodos em zonas rurais. Há uma grande desconfiança perante os ciganos, refiro-me aos que mantêm uma vida nómada. Assim que aparecem nas imediações de uma povoação, toda a gente passa palavra para alertar para se ter cuidado, fechar bem portas e janelas, etc.
Julgo que isto resulta de más experiências passadas e não de discursos populistas ou xenófobos.
E contrariar administrativamente as populações normalmente dá maus resultados: lembre-se de um ex-governador civil de Braga.

Publicado por: Joana às julho 5, 2005 11:19 PM

Vítor: A opinião dos tais veados pode servir de testemunho?
(se ainda estiverem vivos)

Publicado por: Coruja às julho 5, 2005 11:34 PM

Isso que a Joana está a dizer é o que acontece nos meios rurais. Não resulta de propaganda, resulta de uma experiência secular. E não se combate dizendo que são xenófobos. É com calma e com o concurso dos próprios ciganos, porque estes ao fecharem-se pioram o problema

Publicado por: Rui Sá às julho 6, 2005 01:18 AM

A Joana tem absoluta razão no que se refere aos ciganos.
O comportamento social decorre das «más experiências», mais do que das boas, já que a tendência do pensamento colectivo é para conservar na memória o perigo da ameaça.
Veja-se, por exemplo, a atitude tradicional em relação aos espanhóis, consubstanciada em ditos populares como «De Espanha nem bom vento nem bom casamento».
Este juizo generalizado sobre os ciganos não invalida que haja relações normais e de proximidade com alguns ciganos, mesmo no seio de populações onde impere a desconfiança em relação a grupos nómadas de passagem.
As «más experiências» estão, também, a alimentar um sentimento de rejeição em relação a determinadas categorias de negros – os que integram os bandos suburbanos – que facilmente resvala para o racismo.
Um video que circula na internet trata a história do chamado «arrastão» como uma inventona jornalística e esmera-se em branquear o papel dos bandos negros.
Esquecem os autores do documentário que a ideia do «arrastão» só se desenvolveu e foi aceite porque existem experiências anteriores que o tornam plausível.
Aliás, a demonstração de que o «arrastão» não existiu é tão bem fundamentada como a notícia sobre a existência do fenómeno.
Um mal endémico da sociedade portuguesa (por acaso bem patente na discussão deste post sobre os incêndios florestais) é a tomada de posições com base em simpatias e ideias feitas, quando não em resultado de emprenhamento pelos ouvidos.
Toda a gente se pronuncia sobre todas as coisas, mas na maior parte dos casos não existe um conhecimento mínimo da realidade. Ninguém procura conhecer os factos e proceder a análises racionais.
O resultado só pode ser uma girândola de disparates, como, por exemplo, a maioria absoluta que foi dada ao sr. Sócrates.

Em tempo – Como muito bem sabem os leitores da Joana, aos ciganos, espanhõis e pretos há que acrescentar os funcionários públicos...

Publicado por: (M) às julho 6, 2005 10:07 AM

Joana às julho 5, 2005 11:19 PM

Mas, eu falo de alhos e vem falar de bugalhos.
É preciso ter uma lata...
Eu não vim defender os ciganos; vim insurgir-me contra o ataque que fez aos técnicos do ICN e a ignorância que demonstrou neste V. post.

Conheço bem os agricultores. Sou filho deles e, por formação e profissão, contacto frequentemente com eles.

"Julgo que você nunca viveu ou permaneceu longos períodos em zonas rurais"
Pois não, foram só os primeiros 22 anos vividos numa aldeia com 80 habitantes, dos quais 90% (incluindo os meus pais) são agricultores.

Os meninos andam andam a ver muitos desenhos animados....

Publicado por: Vítor às julho 6, 2005 10:24 AM

(M): Há uma diferença entre ciganos e funcionários públicos para a gente do campo. Os ciganos roubavam as galinhas. O camponês levava uma galinha ao manga de alpaca para ele resolver um problema administrativo inventado por esse mesmo funcionário.
É a diferença entre roubo e extorsão.

Publicado por: Rui Sá às julho 6, 2005 10:26 AM

(M) às julho 6, 2005 10:07 AM

" Um mal endémico da sociedade portuguesa (por acaso bem patente na discussão deste post sobre os incêndios florestais) é a tomada de posições com base em simpatias e ideias feitas, quando não em resultado de emprenhamento pelos ouvidos."

Tem Toda a Razão !

Por aqui deixei o Grande Repto ao Liberais :
Se a Propriedade privada rural é 95% dos privados, como resolvem eles os Incêndios sem a intervenção Estatal ?

Respondam SFF.

Por este caso, se vê que a Teoria Liberal é a teoria da "Terra queimada" quer na Floresta. quer na Economia com as Empresas !

A Joana já escreveu mais de 1000 vezes neste site, que não quer o Estado a meter-se nas coisas dos privados, ora como faria a sra Ministra Joana Liberal ?
Deixaria arder, claro !

Publicado por: Templário às julho 6, 2005 10:46 AM

Os neo-liberais são os «ayatolhah» da economia.
Estão a transformar os seus postulados teóricos em dogmas religiosos.
São marxistas de direita.

# : - ))

Publicado por: (M) às julho 6, 2005 11:36 AM

(M) em julho 6, 2005 11:36 AM: Até agora os neo-liberais ainda não criaram campos de concentração, não chacinaram um único adversário político e não criaram regimes de partido único.
Portanto há uma diferença, e não é pequena.
Pelo menos até agora.

Publicado por: Hector às julho 6, 2005 12:42 PM

Ainda gostava de saber o que são "neo-liberais".
E, já agora, são "neo" a que propósito? Quem eram (são?) os liberais?
É que o discurso de alguns dos apelidados neo-liberais, de "neo" não tem nada. É requentado.

Entre os ditos neo-liberais vejo também alguns que praticam, simplesmente, o bom-senso, dizem coisas com lógica. É preciso não os confundir.

Os do discurso requentado e que falam porque ouviram dizer, andam lá só para atrapalhar. Devia ter um rótulo com os dizeres "imitação rasca de liberal".

E, francamente, esta coisa de neo-liberais, esquerdalha, marxistas, etc., é uma questão de ódios, não de razões.

Publicado por: Vítor às julho 6, 2005 12:54 PM

(M) às julho 6, 2005 11:36 AM:
Será que noto um menor apreço pelo marxismo?

Publicado por: Joana às julho 6, 2005 12:55 PM

Vítor às julho 6, 2005 10:24 AM:
Desculpe, pois julguei que havia ficado incomodado por eu me referir aos ciganos.
Se é em relação ao ICN, não retiro nem uma virgula do que escrevi.

Publicado por: Joana às julho 6, 2005 12:56 PM

Vítor às julho 6, 2005 12:54 PM:
Chama-se neoliberalismo à retoma das teses da escola clássica inglesa (liberalismo) de Adam Smith e outros, levada a cabo por Hayek, von Mises e mais recentemente pela Escola de Chicago.
Hayek escreveu o "Caminho da Servidão" no fim da 2ª Guerra, mas permaneceu ignorado, até ao colapso das receitas keynesianas e ao aparecimento de fenómenos inexplicáveis no quadro dessa análise, como a "stagflation".
A partir daí, Hayek tornou-se um guru e inspirou Thatcher e Reagan nas políticas económicas.
Mas permaneceu sempre maldito entre os politicamente correctos, que preferem a traquilidade cinzenta e sem horizontes do Estado protector.

Publicado por: Joana às julho 6, 2005 01:06 PM

Joana às julho 6, 2005 12:55 PM
Não pertenço a essa escola dos que querem que os outros digam o que não querem dizer. É livre, tal como eu, de pensar e dizer. E ainda bem.
Estou consigo - também não vou retirar uma vírgula.

Joana às julho 6, 2005 12:56 PM
Agradeço o seu esclarecimento. Nessa matéria, sou um leigo. Procurarei informar-me da doutrina.

Publicado por: Vítor às julho 6, 2005 02:29 PM

"a ideia do «arrastão» só se desenvolveu e foi aceite porque existem experiências anteriores que o tornam plausível"

A ideia do arrastão tal como nos foi apresentada pelos media foi, desde o princípio, muito pouco plausível.

- Como se organiza 500 pessoas para fazer um arrastão? Organizar 5 pessoas é fácil, 50 é difícil, 500 é virtualmente impossível.

- Há um roubo em grande escala e não aparece ninguém a queixar-se de ter sido roubado? Nas televisões não se viu uma única pessoa a dizer "roubaram-me isto e aquilo". É crível que tanta gente tenha sido roubada e que ninguém dê a cara a queixar-se? Que ninguém diga exatamente o que foi roubado, e de que forma?

- Uma única fotografia é apresentada como prova do arrastão. Numa época em que imensa gente tem máquina fotográfica no telemóvel (ou fora dele), uma única fotografia é produzida. Nela vêem-se apenas pessoas a correr de forma desencontrada. Não se vê ninguém a ser roubado.

- Onde é que os ladrões todos do arrastão se iriam esconder? A praia de Carcavelos fica ao pé de uma mata. Os ladrões esconderam-se no meio do maquis? Fugiram de combóio, lado a lado com aqueles que tinham roubado, correndo o risco de serem reconhecidos?

Em suma, era evidente, desde o primeiro momento, para quem quer que tivesse um pouco de senso na cabeça, que essa história do arrastão era muito estranha.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 6, 2005 03:15 PM

O que é estranho em relação aos incêndios é não existirem meios aéreos próprios tendo em conta que isto acontece todos os anos

Publicado por: Braveman às julho 6, 2005 04:18 PM

Hector às julho 6, 2005 12:42 PM

"Até agora os neo-liberais ainda não criaram campos de concentração, não chacinaram um único adversário político e não criaram regimes de partido único."

Guantânamo é o quê ? Sabe que a União Europeia pede que se acabe com aquele campo de concentração ?

E Saddam ? Só não o chacinaram porque lhes convinha este folclore ! Veja que aos filhos de Saddam rejugiados numa vivenda, foram mesmo chacinados apesar de estarem cercados.

Bem mas estes eram adversários políticos de peso, pois aqueles que não têm peso, nem chegam aos ouvidos da opinião pública !

E Bin Laden é procurado vivo ou morto, em prol do quê ? das torres ? contem histórias da carochinha a outros... que estas já são velhas !


Publicado por: Templário às julho 6, 2005 11:14 PM

Luís Lavoura às julho 6, 2005 03:15 PM

Meu caro
você devia fazer menos horas extraordinárias neste blog. Assim talvez fosse menos precipitado e percebesse o que os outros escrevem.
Como pode (re)ler na frase que cita, o que eu escrevi foi que há experiências anteriores que tornaram plausível para um grande número de pessoas a notícia do arrastão.
Você gasta-se em argumentos a desmontar as notícias das TVs e dos jornais, como se eu me tivesse pronunciado sobre elas, ou sobre o próprio alegado eventual ou imaginado arrastão.
A verdade é que — e isso não se atreverá você a negar — dezenas de milhares de pessoas dos concelhos de Oeiras, Cascais e Sintra ACREDITARAM que o arrastão existiu, porque a sua EXPERIÊNCIA e CONHECIMENTO DIRECTO do comportamento de alguns marginais nas áreas daqueles concelhos tornam PLAUSÍVEL a IDEIA de um arrastão.
Como exercício de estilo, poderia entreter-me a desmontar a sua argumentação em defesa da tese do «não arrastão» [sem que isto significasse uma adesão à tese contrária], mas, com toda a sinceridade, tenho mais que fazer do que perder tempo com exercícios de estilo.

Publicado por: (M) às julho 7, 2005 05:12 AM

(M), eu percebi perfeitamente a sua afirmação, e não pretendi contrariá-la ou infirmá-la. Só disse que a notícia do arrastão não era plausível para qualquer pessoa minimamente crítica e minimamente inteligente. O facto de ela ter sido plausível para muita gente radica no facto de a maioria das pessoas não serem críticas nem inteligentes.

Para que a notícia de um arrastão seja plausível não basta, com efeito, que se saiba que há muitos negros mal-comportados. Eu no dia do arrastão estive na praia do Tamariz, e verifiquei de forma muito concreta que alguns jovens negros nessa praia se comportavam de forma incorreta. Mas esse facto não torna a notícia plausível e credível para uma pessoa minimamente crítica e inteligente.

Publicado por: Luís Lavoura às julho 7, 2005 11:16 AM

E afinal, os veados? Sobreviveram?

Publicado por: Susana às julho 12, 2005 06:56 PM

.

Publicado por: Nurcia às agosto 6, 2005 06:22 PM

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