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junho 20, 2005

Preparada para ir à Cova da Moura

Os preparativos estão adiantados. Uma comitiva com 500 pessoas, metade das quais seguranças experimentados e o resto pessoal da Comunicação Social, a melhoria do revestimento betuminoso do trajecto, contactos com o embaixador Onésimo Silveira (*) para apurar se haverá algum risco na visita, vestuário e calçado adquirido nos chineses e uma pulseira de missanga sem brilho.
Não levo nem telemóvel (porque quero usufruir a visita sem distracções), nem relógio (porque não quero que o factor tempo abrevie a visita).
(*) Fiquei entretanto confusa, sem saber se é Embaixador de Cabo Verde ou da República ImPopular da Cova da Moura

Publicado por Joana às junho 20, 2005 12:15 AM

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» Última Hora! from Último Reduto
A Joana está preparada para visitar a Cova da Moura.... [Ler...]

Recebido em junho 20, 2005 12:35 AM

Comentários

Joana e o seu lado mais ...negro !
Mas ninguém é perfeito/a !

Publicado por: zippiz às junho 20, 2005 01:00 AM

Mas o Sampaio também teve o lado mais negro?
Esta descrição da Joana foi o que o Sampaio fez.

Publicado por: V Forte às junho 20, 2005 01:19 AM

Não me admira que fosse assim que o staff de Sampaio organizasse a visita.
A brincar, a brincar.

Publicado por: Filipa Sequeira às junho 20, 2005 09:17 AM

Não há como a Joana para desbancar o politicamente correcto. Com graça.

Publicado por: Sa Chico às junho 20, 2005 11:12 AM

Na Cova da Moura vivem pessoas de bem (eu conheço uma pessoa que tentou ir à Cova da Moura por razões porfissionais, para tratar de uns papeis a uns africanos e chegado lá só teve tempo de entrar de novo no carro e fugir o mais rápido possível). Aliás da Cova da Moura nem sairam centenas de jovens para o arrastão de Carcavelos, até porque esse arrastão nunca existiu. Como explica Luis Osório, editor da Capital, só um racista poderá acreditar que o arrastão existiu.

Publicado por: The Studio às junho 20, 2005 01:33 PM

Se não existiu o arrastão, o melhor é retirar a segurança das praias. Para quê, se está tudo na maior?

Publicado por: Rave às junho 20, 2005 01:44 PM

Arrastão foi o que aconteceu aos desgraçados da Cova da Moura. Eu bem vi na TV centenas de tipos chefiados por um palonço com cabelo de cenoura, a arrastarem tudo.

Publicado por: Rave às junho 20, 2005 01:46 PM

Que maçada esta história da varicela. Eu que tencionava ir hoje com o Ferrari Testarossa à bênção papal.

Publicado por: Joana às junho 20, 2005 02:13 PM

Mas depois de ter lido o Osório, vou à Cova da Moura com ele (o Ferrari ... não o Osório ... aliás o único sítio onde levaria o Osório era ao Ecoponto)

Publicado por: Joana às junho 20, 2005 02:15 PM

Excelente post Joana! :)

Publicado por: Douglas P às junho 20, 2005 02:33 PM

Olhe que o Sampaio disse que aquilo lá, não é assim tão inseguro, não precisa de seguranças, vá só, e leve roupinha de marca e adornos, porque existe lá pessoal que gosta de fazer trocas!

Publicado por: miguel bettencourt às junho 20, 2005 03:26 PM

Temos um governo de parolos, um presidente parolo, e políticos parolos. Mas o assunto em questão é sério demais para que nos permitamos este género de chalaças. A pacificação da nossa sociedade e a integração dos imigrantes oriundos do antigo Ultramar é uma responsabilidade colectiva. É porque na nossa euforia liberal nos não preocupamos com a exclusão social que ocorrem incidentes como o do arrastão. Achamos que ter 10 ou 15% de excluídos é suportável, mas esquecemos que isso gera o desespero e a marginalidade. Se quisermos evitar que situações destas se tornem cada vez mais frequentes teremos de nos esforçar colectivamente para integrar estas pessoas. Precisamos de acabar com bairros segregados, precisamos de promover o sucesso escolar, precisamos de proporcionar formação profissional, precisamos de reconhecer a nacionalidade portuguesa aos filhos dos imigrantes, precisamos de aceitar sem preconceitos aqueles que nos procuram. Isto não é apenas uma tarefa para os políticos e governantes, mas para todos nós. Talvez não fizesse mal nenhum a Joana ir à Cova da Moura, desde que fosse com humildade e alguma vontade de se preocupar com a sorte desses membros da nossa comunidade.

Publicado por: Albatroz às junho 20, 2005 03:48 PM

Homessa. A minha loupa é toda de malca. A minha mulhel e os meus filhos cosem as malcas antes de as vendelmos

Publicado por: Lu Feng às junho 20, 2005 03:55 PM

"desbancar,com graça"
com graça?
Como o paradigma do mundo onde se costumavam movimentar com agilidade já não existe, os avatares pós-modernos do Zé Vilhena descambam para as charlas baratuchas, indiscutivelmente com muito menos talento porém, do que o original, porque no actual panorama já não existe só um Diabo mas sim uma multitude de diabinhos que não conseguem enxergar (é a fisica quântica estúpidos!)

Publicado por: xatoo às junho 20, 2005 04:26 PM

O bom escuteiro Albatroz não desiste de querer "ajudar" a velhinha a atravessar a rua.
É uma pena ela não estar interessada...

Publicado por: Senaqueribe às junho 20, 2005 04:42 PM

Senaqueribe às junho 20, 2005 04:42 PM

Ou a velhinha já nem acredita que a possam ajudar !

Esse descrédito..é devido ao bombardeamento mediático..cuja conclusão é sempre uma mistura judaico-cristã: - é a vida... cristo tb sofreu... temos que aguentar a sorte que Deus nos deu... e outras novas...os déficits, os Func. Publicos, os impostos, a educação, a saúde... etantas outras.

Valha-nos St. António !

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 04:49 PM

Senaqueribe

"O bom escuteiro Albatroz" viveu em Angola e no Brasil e não tem medo dos negros. Nem tem preconceitos raciais. Nem vive na ilusão de que podemos devolver ao remetente os imigrantes de origem africana. A nossa sociedade transformou-se, e se quisermos continuar a fazer de conta que isso não aconteceu vamos todos pagar um preço bem pesado. Portanto o melhor é deixarmo-nos de graçolas de mau gosto e começarmos a pensar em resolver um problema que é fundamentalmente de injustiça social. Também é um problema de polícia, mas apenas de forma secundária.

Publicado por: Albatroz às junho 20, 2005 05:00 PM

Senaqueribe

Já depois de escrever o meu anterior post fiquei a saber do seu passado angolano. Não leve portanto o que escrevi como uma acusação de racismo. Não o queria fazer e não o faço. Mas acho que tem de se explicar melhor...

Publicado por: Albatroz às junho 20, 2005 05:07 PM

Albatroz em junho 20, 2005 05:00 PM:
É um problema de injustiça social, mas também é um problema de polícia, e não de forma secundária.
O problema social vai levar anos a resolver, se o quiser fazer. Entretanto tem que resolver o problema de polícia
Mas não podemos ficar à espera e a sermos assaltados e agredidos enquanto não se resolve.

Publicado por: Hector às junho 20, 2005 05:17 PM

Os pretos que você conhece das ex-colónias são gente como você ou eu. O gueto da Cova da Moura são marginais. São marginais porque são marginais e não por serem pretos.
A deficiente aculturação, de que eles também têm bastante responsabilidade, faz com haja muito mais marginais pretos e ciganos que outros.

Publicado por: Hector às junho 20, 2005 05:20 PM

Um grupo de 100 brancos que ataque um grupo de 10 pretos é a mesma coisa que o um grupo de 100 pretos que ataque 10 brancos? Não! Não há diferença qualitativa! É precisamente a mesma coisa.
Mas como nós trataríamos o problema na comunicação social (maioritariamente caucasiana) ou nos "debates de café"?
- 100 brancos contra 10 pretos: "Racismo, xenofobia, nazis!, skinheads, extrema qualquer coisa!!"
- 100 pretos contra 10 brancos: "é de facto um problema social...são excluídos pela sociedade o que faz com que estes comportamentos se justifiquem...são pobres, carenciados,
deslocados...coitados..." (o exemplo serve também para outras "minorias")
A discriminação não começará aqui? Na abordagem diferente que se faz para um caso igual?

Publicado por: Jan às junho 20, 2005 05:25 PM

Para quando um artigo sobre isto?

"A título comparativo, o governador
do Banco de Portugal, Vítor
Constâncio, não só ganha mais do
que o Presidente da República, Jorge
Sampaio, como consegue bater o
homem forte da Reserva Federal
norte-americana, Alan Greenspan.
O senhor dos dólares ganha 146
mil euros anuais, enquanto Constâncio
arrecada 272 628 euros. Contas
redondas, o governador do
banco central, nomeado pelo governo
no ano de 2000, leva para casa
quase 3894 contos mensais.
O banco central, de resto, leva a
sério a qualidade de vida dos seus
servidores. Vítor Constâncio teve
direito a um BMW topo-de-gama
quando substituiu António de Sousa.
E até o motorista pessoal de
Constâncio teve direito a um Peugeot
206. É o único motorista do banco
com direito a viatura própria.
O recordista dos rendimentos
brutos do trabalho dependente no
Banco de Portugal é um dos administradores:
José Silveira Godinho.
Este antigo ministro da Administração
Interna reformou-se do Banco
de Portugal na categoria
profissional de “director” e acumula
o salário de 3911 contos
mensais com uma pensão anual de
139 550 euros.
Recebe a sua pensão do Fundo
de Pensões do Banco de Portugal, o
mesmo que ainda paga a pensão de
114 mil euros anuais ao ministro
das Finanças, Luís Campos e Cunha.
Vítor Rodrigues Pessoa é o nome
de um outro administrador do banco
central que ganha 276 983 euros
anuais, ou sensivelmente 3956 contos
por mês.Tem uma reforma adicional
de 39 101 euros anuais. A
pensão não é paga pelo Fundo de
Pensões do BdP, segundo conseguimos
saber.
Manuel Ramos Sebastião, outro
dos três administradores ganha 227
233 euros anuais, traduzidos em
3246 contos por mês. É o homem
com o pior dos salários entre os
cinco membros do conselho de
administração.
O vice-governador do BdP,António
Pereira Marta, é também um
reformado do mesmo banco desde
1996. Na sua declaração de rendimentos
não constam pensões recebidas,
mas é um facto que tem
direito à pensão do Fundo de
Pensões do BdP. António Marta ganha
244 174 euros por ano, perto
de 3488 contos por mês. Outro
vice-governador, José Martins de
Matos, ganha só 237 198 euros por
ano, ou 3488 contos mensais.Todos
têm direito a carro de alta cilindrada
e a motorista próprio.
Os complementos remunerativos. No
pacote de regalias dos membros do
conselho de administração está estabelecida,
desde 1998, uma reforma
milionária do Fundo de Pensões do
Banco de Portugal, estabelecida num
regime especial: o chamado Plano
III. Só para quem ainda não recebe
pensão e consiga terminar um mandato
mandato
de cinco anos. Geralmente, os
administradores fazem mais um ano
para aprovar as contas. Os cargos de
governador, vice-governador e administrador
do BdP são inamovíveis. E
basta terminar um mandato para ter
direito à pensão.

Vejam o resto em http://www.oindependente.pt/

Publicado por: Luís António Viriato às junho 20, 2005 05:26 PM

O Constâncio tem um cargo de mais reponsabilidade. Tem que fazer fretes ao governo.

Publicado por: V Forte às junho 20, 2005 05:34 PM

... pois é ! A procissão ainda nem está no adro. Vejamos:quando o presidente da República ,quer visitar um Bairro na periferia da Capital e questiona um embaixador de um País , se não vai haver sarilhos aquando da sua visita, (Expresso)
entendo, que estamos perante um País falhado e sem rumo.Os rombos na nau são tantos que já não é possível esconde-los. Até ir ao fundo.É que vai mesmo !
É triste . Não digam , depois,que vivemos na República das Bananas.
Vivemos, sim, numa REPÚBLICA DE BANANAS.
AZEDO

Publicado por: azedo às junho 20, 2005 05:34 PM

É de louvar este espírito samaritano do bom Albatroz, que deve ser descendente directo de Jesus Cristo. Talvez me pudesse responder a algumas questões que me parecem pouco claras no que defende:

1)Como se integram centenas de milhares de imigrantes (ou filhos de imigrantes) que não querem ser integrados?

2) Como se integram pessoas que o Estado nem sabe que se encontram em Portugal?

3) Como se integram bandos de jovens que com 10 anos de idade vagueiam pelas ruas de Lisboa às 3 da manhã?

4) Quais os custos em $$ dessas integrações?

5) Imaginando que conseguíamos integrar todos esses imigrantes, que fazer com as centenas de milhares que entretanto teriam entrado ilegalmente neste país de portas escancaradas?

6)Legalizar os imigrantes ilegais, além de ser contra a lei, não será um incentivo à imigração ilegal? E não será uma injustiça para as pessoas que pretendem imigrar para Portugal e que agem de acordo com a lei, que acabam por se ver preteridas em favor de quem violou as regras?

Publicado por: The Studio às junho 20, 2005 05:50 PM

Que exagero, Azedo. Devias viajar mais... Praticamente toda a Europa é assim. Vê lá na Holanda, se um realizador não foi baleado e degolado por um membro de uma minoria por motivos ideológicos - nem pelo menos para um corriqueiro assalto...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 20, 2005 05:55 PM

Essa diligência do Sampaio é a coisa mais vergonhosa que tenho visto.
Nunca pensei que os nossos governantes chegassem tão baixo.
Esse Sampaio é um palhaço, que foi à Cova da Moura dar força aos marginais.

Publicado por: Filipa Sequeira às junho 20, 2005 06:01 PM

AO HECTOR E JANE
Vocês tocam os dois no âmago do problema " preto e cigano" .
Também eu conheço o "preto" da Guiné.
Fui respeitado e respeitei. Não tenho nada a dizer.
No entanto, como miliciano, constatei que o Cabo Verdiano , na Guiné, era um racista nato. Perante os brancos e os nativos.Assunto que a nós militares não nos dizia respeito. As nossas preocupações eram outras.Mas não esqueci .
A aculturação é a principal dificuldade de integração. " os pretos e ciganos" fácilmente perdem a identidade. Sucede, depois, perderem
rápidamente a dignidade. A gravidade acontece, quando o País de acolhimento é laxista na lei e enferma de uma doença, que se
chama "igualitarismo de esquerda" com "multiculturalismo".
No "politicamente correcto" está lá tudo bem explicado.É deste "politicamente correcto" que os nossos politicos vivem .
Deixo a pergunta: quando trajava à civil, na Guiné, e um "preto" me chamava ... ó branco .Depois falava comigo .Estava perante um racista , por me chamar ... ó branco?
AZEDO

Publicado por: azedo às junho 20, 2005 06:13 PM

Há um crime que morrerá sem responsabilidades, como é costume em Portugal :
Esse, é o de os Governos portugueses terem permitido uma imigração maciça sem as condições mínimas prévias de uma integração com um módico de decência.
E mesmo agora acaba de descobrir-se no Consulado português de Luanda as falcatruas nessa matéria de quatro funcionários, entretanto suspensos.
Eu não acho que, quando for o caso, seja uma «ilusão» o repatriamento de marginais que recidivem, por muito humanistas que sejamos. Há portugueses de segunda geração nos USA que, por motivos criminais, são liminarmente repatriados e, para além de muitas vezes já não terem família em Portugal, nenhuma família, nem sequer português já sabem falar.
Além disso, os exemplos puros e duros, não são «um» dissuasor, são «o» dissuasor.

Publicado por: asdrubal às junho 20, 2005 06:29 PM

Se fosses à Cova da Moura eu é que sei o que te devriam fazer

Publicado por: Cisco Kid às junho 20, 2005 08:51 PM

Para ver se curavas essas reacices

Publicado por: Cisco Kid às junho 20, 2005 08:53 PM

Albatroz às junho 20, 2005 05:07 PM

Caro Albatroz: sei que está de boa fé e eu também. Por isso, peço-lhe que me desculpe alguns eventuais excessos da minha parte, que não são para o ofender, nem a ninguém.
Pede-me para me explicar melhor. Tarefa muito dificil, que está para além das minhas capacidades. Faço, por isso minha, com a devida vénia, a oportuna síntese de "Hector às junho 20, 2005 05:20 PM", destacando o que me parece mais importante:
" Os pretos que você conhece das ex-colónias são gente como você ou eu. O gueto da Cova da Moura são marginais. São marginais porque são marginais e não por serem pretos.
A deficiente aculturação, DE QUE ELES TAMBÉM TÊM BASTANTE RESPONSABILIDADE, faz com haja muito mais marginais pretos e ciganos que outros."

De facto, a resolução do problema exige vontade dos próprios, em primeiro lugar. Na ausência dessa vontade é um caso de polícia, simplesmente.


Publicado por: Senaqueribe às junho 20, 2005 10:09 PM

Senaqueribe e Albatroz:
O comportamento dos miúdos na escola é um bom exemplo. Pelo que tenho ouvido, em média, os alunos de Leste são os melhores, depois os indianos e portugueses, a seguir, bastante pior, os brasileiros, depois os PALOP's, que são uma desgraça, e finalmente os ciganos que só vão à escola o tempo suficiente para os pais receberem o Rnd. Ins. Social (Com os PALOPs também acontece isso, mas menos)

Publicado por: Diana às junho 20, 2005 10:33 PM

As assistentes sociais das escolas andam permanentemente atrás dos ciganos (às vezes com protecção da polícia) e dos PALOPs para ver se os miúdos vão à escola, embora isso sirva de pouco, pois eles não ligam nenhuma aos estudos

Publicado por: Diana às junho 20, 2005 10:35 PM

As informações que eu tenho, via minha mãe, vão mais ou menos no mesmo sentido das da Diana.
Os PALOPs e os ciganos ainda têm outra característica: estão-se sempre a vitimizar, a arranjar desculpas ou a atribuir aos outros as responsabilidades.
É claro que negros de famílias estabilizadas e vivendo cá há várias gerações têm comportamento semelhante ao nosso.

Publicado por: Joana às junho 20, 2005 10:59 PM

Os miúdos do Leste são muito cumpridores, assumem as suas responsabilidades, não se desculpam com ninguém, aliás, têm poucas razões porque ao fim de estarem cá há mais de um ano, estão geralmente entre os melhores das respectivas turmas.

Publicado por: Joana às junho 20, 2005 11:02 PM

Joana às junho 20, 2005 10:59 PM

"É claro que negros de famílias estabilizadas e vivendo cá há várias gerações têm comportamento semelhante ao nosso."

Isto é coisa que não existe. As famílias de origem africana negra estão todas em Portugal, no máximo, há 31 anos. Apesar disso a Joana está a dizer que o problema é de integração. Famílias integradas seriam muito semelhantes às nossas. Estou de acordo. Logo, o problema é integrar essas famílias. O que não pode ser conseguido nas circunstâncias em que a maioria vive. E dizer que muitos se não integram porque não querem não é verdade. A integração passa também pelo sentimento de que se não é rejeitado à partida. Para exigir um esforço de integração é preciso que os imigrantes de origem africana, sobretudo os jovens, sintam que essa integração é possível e é desejada por nós. E que gera resultados positivos. Eu sou pai de duas crianças adoptadas que vieram para minha casa com 7 e 8 anos de idade, oriundas de um meio muito problemático. A sua integração na nossa família passou por um enorme esforço da nossa parte, no campo afectivo. E só foi bem sucedida a partir do momento em que aquelas duas crianças sentiram que eram verdadeiramente desejadas e amadas. Salvaguardadas as diferenças não se pense que a integração desses jovens de famílias imigradas se pode fazer sem um grande esforço, também da nossa parte. Teria sido muito mais facil se não tivéssemos deixado as coisas chegar a este ponto de degradação. Ignorámos tempo demais um problema complicado e agora vai ser tudo muito mais dificil. Mas não é com moralismos algo hipócritas que lá chegamos. Dizer que estes imigrantes se não integram porque não querem, é o mesmo que dizer que os sem abrigo vivem na rua porque querem. É cómodo mas é falso. É apenas uma má desculpa para nada fazer.

Publicado por: Albatroz às junho 21, 2005 12:06 AM

Joana às junho 20, 2005 11:02 PM

Verdadíssima. E os miúdos «do Leste» são assim porque foram educados assim pelos pais. E os pais são igualmente assim.
O que é, obviamente, uma anormalidade, tendo em conta que os pais foram educados em países em que prevaleciam os valores comunistas.
Há coisas realmente inexplicáveis... Ou não?

Publicado por: (M) às junho 21, 2005 12:09 AM

Albatroz às junho 21, 2005 12:06 AM:
Há gente de cor que vive em Portugal há muitas décadas, ou mesmo séculos, pelo menos antes da descolonização. Eram muito menos, mas existiam cá.

Publicado por: Joana às junho 21, 2005 12:18 AM

(cont.)

O problema da integração dos jovens de famílias imigradas é sobretudo um problema de autoestima. E a sua autoestima é baixa porque estão sistematicamente a ouvir que são incapazes, porque o seu desempenho escolar é deficiente, porque não conseguem viver numa casa normal, porque não arranjam emprego. Se conseguirmos desenvolver a autoestima desses jovens - promovendo aquilo que fazem melhor, ajudando-os nos estudos, ajudando-os a adquirir competências que lhes permita a inserção no mercado de trabalho, mostrando-lhes casos de sucesso - teremos resolvido 90% do problema. Mas se acharmos que isso não nos compete, e que devem ser eles a fazer o esforço sozinhos, então estamos a caminhar para o desastre.

Publicado por: Albatroz às junho 21, 2005 12:20 AM

Albatroz em Junho 21, 2005 12:06 AM,
.
O maior, o genuínamente imenso respeito por si, pela sua família e pelos seus filhos adoptivos. Mas não compare o que é incomparável. Numa célula familiar pode haver - e nem sempre - milagres. Num mar de gente que há décadas vive em situação de exclusão e nas mais diversas marginalidades, não é possível recriar o esforço e a abnegação de uma família sem incorrer numa ilusão. Mas enfim, uma vez ainda por respeito pelo seu amor por África, cantemos todos o «Imagine». Quem sabe se Deus nos acode ?

Publicado por: asdrubal às junho 21, 2005 01:07 AM

asdrubal às junho 21, 2005 01:07 AM

Então que fazemos? Desistimos?...

Publicado por: Albatroz às junho 21, 2005 07:41 AM

Caro Albatroz :
Eu não conheço as peculiaridades culturais dos Africanos imigrados em Portugal e por isso posso laborar em erro. Mas na minha terra, curiosamente, também existe uma «Cova da Moura» - assim designada há muitas décadas - com problemas de exclusão e marginalidade agudíssimos e paredes meias com uma freguesia que conheceu Séculos da mais rude pobreza : Rabo de Peixe. Desde há pouco mais de uma década, com o envolvimento de todos ou de quase todos os Departamentos do Governo Regional, que a evolução daquelas gentes tem sido espetacular.
Quem sabe se o Governo da República não ganhava em estagiar na Região Autónoma para conhecer de perto os êxitos e também os fracassos da «Quebra de um Ciclo» ?
Entretanto, ontem mesmo - e isto só prova que não se pode trabalhar em cima de um vulcão em actividade - o «Correio da Manhã» noticiava mais um assalto "em grande" nos comboios da linha de Sintra, gerando o pânico entre os passageiros, etc, etc ...

Publicado por: asdrubal às junho 21, 2005 11:07 AM

Esqueci-me de dizer que, na minha opinião, não pode deixar de existir, numa primeira fase, um forte elemento dissuasor da violência e que esse, quanto a mim, passaria pelo repatriamento sempre que fosse esse o caso.

Publicado por: asdrubal às junho 21, 2005 11:16 AM

Se os américas repatriam os descendentes de açorianos, que já nem sabem falar português, não vejo porque não podemos fazer o mesmo

Publicado por: AJ Nunes às junho 21, 2005 11:25 AM

Isto é, vejo. Os américas têm autoridade e nós rastejamos perante as ex-colónias

Publicado por: AJ Nunes às junho 21, 2005 11:26 AM

AJ Nunes em Junho 21, 2005 11:26 AM,
.
E o pior, AJ Nunes, é que transportam consigo uma criminalidade nova, violenta, aprendida num meio cultural que até há uns anos atrás não tinha nada a ver connosco. E só são repatriados porque, as mais das vezes por simples desleixo, mantiveram a nacionalidade portuguesa. Podem colar-me as etiquetas que quiserem, mas é por essas e por outras que não concordo com nenhum "facilitismo" quanto à obtenção da nacionalidade portuguesa.

Publicado por: asdrubal às junho 21, 2005 12:02 PM

Boa tarde, sou filho de retornados (nome fabuloso dado aos portugueses que depois da forma vergonhosa como decorreu a descolonização tiveram de regressar à Europa). Já nasci em Portugal, e os meus pais chegaram cá sem rigorosamente nada excepto a sua vontade de lutar pela vida. Tive essa sorte. Hoje tenho curso superior de economia e estou a concluir o meu mestrado. A minha familia lutou pela INTEGRAÇÃO na sociedade e conseguiu-o.

mas também sei, por experiencias vividas por familiares, que o meio condiciona e muito essa integração. As familias que se concentraram em bairros de retornados mantiveram muitos dos seus costumes e tradições e a sociedade portuguesa é demasiado fechada e retrograda para os perceber ou aceitar. E isso meus caros, cria guettos culturais que associados a problemas económicos origina as Covas das Mouras, as Bela Vistas, os Vales da Amoreira, os Pica Paus, etc etc. Importante tb é perceber que se rebentasse uma guerra em Portugal nós iriamos ter os mesmos problemas que eles tiveram.

Outra coisa importante e que ninguém ainda mencionou, não são os imigrantes de 1ª geração que originam problemas. São os filhos deles. Os filhos dos ucranianos qd tiverem idade para perceber as injustiças vão ficar caladinhos e sossegados? Basta ver as notícias que já surgem. E basta ver os filhos dos imigrantes portugueses em França e a subcultura que desenvolvem. Sim, connosco acontece o mesmo, é natural que assim seja cqd somos minoria.

A maior aceitação que se faz dos povos de leste face a indianos, chineses, brasileiros e africanos é apenas e tão só devido a proximidade racial e cultural. Não estou a acusar ninguém de racismo, mas é inato ao ser humano aceitar melhor quem mais se parece consigo. porque é que normalmente um branco escolhe uma branca para casar e um indiano prefere as indianas?

pensem melhor sobre quais os verdadeiros motivos da não integração.

Publicado por: ???? às junho 21, 2005 02:44 PM


asdrubal às junho 21, 2005 11:16 AM
AJ Nunes às junho 21, 2005 11:25 AM

Afinal vocês os dois estão a exigir o que já existe ao tempo ?

Qualquer estrangeiro condenado em Portugal com pena maior, assim que terminar a pena é expulso do País.

Que mais desejam ?

Publicado por: Templário às junho 21, 2005 02:59 PM

"...repatriamento sempre que fosse esse o caso"

Para onde se "repatria" um jovem negro nascido em Portugal e que, por vezes, já tem a nacionalidade portuguesa?

Por mais voltas que queiremos dar a esta questão, ou nos esforçamos por integrar realmente esses jovens, ou vamos ter de viver com uma criminalidade crescente misturada de conflito racial. Pessoalmente prefiro os custos da integração. Mas também estou de acordo em que a repressão da criminalidade é um factor essencial na política de integração. Só que as duas coisas têm de ser feitas ao mesmo tempo.

Publicado por: Albatroz às junho 21, 2005 03:11 PM

Albatroz em Junho 21, 2005 03:11 PM,

... ao escrever «quando for caso disso» referia-me obviamente ao repatriamento de imigrantes com nacionalidade estrangeira e eventualmente envolvidos nestes actos de violência.
Caso se trate, exclusivamente, de portugueses de origem africana, é aplicar a lei ordinária, que, no último assalto em data na linha de Sintra, foi mandar dois matulões (dois!) de volta a casa com "termo de identidade e residência" ... este país é um Poema !

Publicado por: asdrubal às junho 21, 2005 03:39 PM

O problema é que esta gente ainda não meteu na cabeça que é preciso pôr mais gente na cadeia. Nos EUA só quando as parvoíces da "culpa da sociedade" acabaram e se enfrentou o problema de frente; "Dirty Harry" foi o alerta cinematográfico ...é aque criminalidade desceu para números nunca vistos (já vem a descer desde há + de 20 anos). Isso implicou ser mais duro, e a tendência é para cada vez mais haver Estados com livre porte de arma para cidadãos que cumprem a lei.

Publicado por: lucklucky às junho 22, 2005 11:07 AM

Infelizmente, o nosso governo quer parecer muito "bem" e só acaba por meter os pés pelas mãos.
Assim, deixa entrar toda a gente, sem lhe oferecer o mínimo de condições. Obviamente, eles viram-se como podem. Mas, como em tudo na vida, há maneiras e maneiras de virar a situação: há os que procuram emprego honestamente, e há os que decidem roubar e agredir.
Quanto a mim, a legalização e nacionalidade deveriam ser atribuidas somente a quem não tivesse cadastro. Tudo o resto, meus amigos, é dar meia voltinha e marchar para a procedência.
A violência não é por causa da exclusão: é a própria exclusão.
O Estado dá-lhes casas com rendas ridículas, todos os apoios e mais alguns. E depois, que qurem mais? Uma vivenda em Birre e um Testa Rossa à porta, não?

Publicado por: Jolina às junho 22, 2005 05:34 PM

Grande festa vai aqui... hoje em dia, é só dizer 'Cova da Moura' para que o cidadão salte logo com sua opinião em punho... eis-me aqui também a saltar. Curti o blogue, a joana tem sentido de humor (apesar de falar de 'gente de cor' - joana, é 'pretos' mesmo, não faz mal, é o que todos pensam quando me chamam 'de cor'), e sentido de humor é o que é preciso nestes tempos de profundo disparate social ... neste universo bloguístico cheio de putos assustados por dois ou três psicopatas que levaram com muita bola na cabeça nas bancadas dos jogos de futebol, ou apanharam raiva dos rottweilerzinhos de estimação... é inconcebível ser racista e português. é como aquela anedota do 'santana lopes' e 'competente' não pertencerem à mesma frase. quanto a xenofobia, ainda é mais monty python, risada total, com os milhões de portugueses pelo mundo fora... também acho que não se deve facilitar: assaltar é mau, matar é crime, a cova da moura é dominada pelo tráfico e os políticos sempre preferiram a cirurgia estética à cirurgia. mas a cova da moura tem para mais de seis mil almas, a grande maioria das quais não quer saber de crime, mas não consegue mais do que empregos de sobrevivência... sair para onde? e depois, brancos que me lêem, se virdes dois pretos na rua avançando na vossa direcção, não vos ocorre: 'assalto'? e agora, depois do arrastão e graças ao excelente trabalho de extremização rácica que a tvi vem a fazer desde há uns anos para cá? ora. o racismo começa sempre no medo. e o medo é um fungo. há que passar-lhe betadine em cima e pô-lo ao sol a secar. eu també estive na cova da moura, vestida normalmente, porém, várias vezes e pretendo lá voltar. conheço lá pessoas. e não é para comprar substâncias ilegais, ok?

Publicado por: SG Grande às junho 23, 2005 06:21 PM

Ah ganda SG Grande! É assim mesmo.

Publicado por: Dirceu às junho 23, 2005 06:34 PM

SG Grande às junho 23, 2005 06:21 PM:
Disse "de cor" porque me referia a negros e a mestiços. Aliás os critérios de fronteira entre branco e preto variam. Por exemplo, em Portugal há gente ligeiramente mulata que nós achamos que é branca, enquanto os americanos considerariam que era preta.

Publicado por: Joana às junho 23, 2005 07:00 PM

mt bem jolina,ate k enfim algm diz algo d bom e d jeito da cova..A cova da moura é um place especial,ode existem pessoas cm sentimentos e vidaS cheias de sonhos,é mt facil dizer k na cova so a marginais mas ja perg pk nos dos bairros tamos em desvantagem??? atao eu dou vos um pekeno exemplo..experimentem chegar a uma entrevista de emprego e dzer k moram na cova da moura,dps d tanta merda k a tv,radio e jornais diz..e vao ver o k rspondem :- AH NESTE MOMENTO NAO PRECISAMOS D NINGUEM!! Alem disso voces dvem pensar ko guito nasce do chao!! Tb a mt gente k n faz por ter uma vida melhor e n s esforçam e roubam por vicio e prazer, mas tb a gente cm eu k moro e smp morei em baIRRO,e mesmo assim trabalho,nao digo k nunca cometi loukuras,ja as cometi mas nao é por ser d bairro,foi pk kis..eu gosto da cova da moura e kem vive em bairro comprrende akilo k digo!! hasta

Publicado por: claudia às agosto 29, 2005 03:44 PM

mt bem jolina,ate k enfim algm diz algo d bom e d jeito da cova..A cova da moura é um place especial,ode existem pessoas cm sentimentos e vidaS cheias de sonhos,é mt facil dizer k na cova so a marginais mas ja perg pk nos dos bairros tamos em desvantagem??? atao eu dou vos um pekeno exemplo..experimentem chegar a uma entrevista de emprego e dzer k moram na cova da moura,dps d tanta merda k a tv,radio e jornais diz..e vao ver o k rspondem :- AH NESTE MOMENTO NAO PRECISAMOS D NINGUEM!! Alem disso voces dvem pensar ko guito nasce do chao!! Tb a mt gente k n faz por ter uma vida melhor e n s esforçam e roubam por vicio e prazer, mas tb a gente cm eu k moro e smp morei em baIRRO,e mesmo assim trabalho,nao digo k nunca cometi loukuras,ja as cometi mas nao é por ser d bairro,foi pk kis..eu gosto da cova da moura e kem vive em bairro comprrende akilo k digo!! hasta

Publicado por: claudia às agosto 29, 2005 03:45 PM

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