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junho 07, 2005

O Visconde Colado ao Meio

Ou o estranho caso do Freitas Séptico

Conta-se que numa horrenda batalha das inúmeras guerras balcânicas austro-turcas, um visconde foi fulminado por uma bala de canhão que o cindiu em duas metades rigorosamente iguais e simétricas. Ambas sobreviveram, mas tratadas em sítios diferentes e ignorando-se uma à outra. O visconde era um homem dotado de qualidades e defeitos, de uma mundividência multidimensional. Cada metade, porém, capturou uma parte unidimensional do visconde. Foi como o cátodo e o ânodo de uma experiência electroquímica. Freitas do Amaral, durante os anos de 1974/75 foi fulminado pelo PREC, que o fendeu em duas metades fisicamente simétricas e ideologicamente opostas. Contrariamente ao visconde, cujas metades se ignoraram mutuamente durante anos, ninguém notou nada no aspecto físico de Freitas, pois as duas metades foram imediatamente coladas. Infelizmente a informação deixou de circular entre elas, e cada metade passou a ter uma vida espiritual própria e oposta à outra, embora fisicamente ninguém se apercebesse do funesto acidente.

Uma das metades de Freitas entrou no governo de Balsemão como seu indomável suporte; a outra metade tirou o tapete debaixo dos pés de Balsemão e fez com que o partido, que a primeira metade chefiava, viesse aos trambolhões por aí abaixo, até se transformar no Partido do Táxi.

Uma das metades de Freitas andou em manifs radicais, acompanhando cartazes onde escorria sangue dos dentes de Bush, um émulo de Hitler, Salazar, Franco e Pinochet. A outra metade sucumbiu perante um arrepanhar de lábios de Gioconda Rice e foi a correr a Washington prostrar-se perante o “émulo de Hitler, Salazar, Franco e Pinochet”. A comunicação social bem agitava a nomeação do falcão Paul Wolfowitz para a presidência do Banco Mundial, por indicação de Bush , bem açulavam Freitas por causa da proposta de nomeação de John Bolton como embaixador junto das Nações Unidas … mas nada … era a outra metade e não havia comunicação entre as duas.

Relativamente ao Referendo europeu, a posição de Freitas (metade nº1) é clara e intransigente: «O referendo em Outubro é para manter». Todavia, quase em simultâneo, Freitas (metade nº2), numa conferência de imprensa conjunta com Joschka Fischer, garante: «Este tratado não funciona, vamos fazer outro».

O Visconde Cortado ao Meio rendeu celebridade a Italo Calvino. Freitas cindido e Colado ao Meio, o Freitas Séptico, está a deixar perplexos Portugal e o Mundo. Doravante, quem o ouve, ou quem se lhe dirige, ficará sempre na angustiante dúvida sobre qual a metade que é a sua interlocutora.

Sócrates terá que tomar uma decisão difícil. Mesmo tendo que recorrer a próteses ortopédicas, deverá evitar que as duas metades de Freitas andem pelos mesmos sítios dizendo coisas contraditórias entre si. Assim, de acordo com a sua estratégia política do dia, Sócrates deverá enviar apenas uma das metades de Freitas, com a respectiva prótese para o manter em equilíbrio estático e dinâmico, mantendo a outra a recato e convenientemente amordaçada. Se no dia seguinte a sua política for diferente (a política de Sócrates é de geometria variável) então enviará a outra metade, com a prótese simétrica, deixando a primeira manietada e amordaçada.

O Freitas, tal como se apresenta, com uma inesperada e falaz unidade física, é impraticável. As suas duas metades anulam-se mutuamente e criam situações embaraçosas … para os outros. Para o Freitas não, porque as duas metades, embora unidas fisicamente, têm um septo interno que não permite que a informação circule entre elas.

É o Freitas Séptico.


Nota: Ler sobre Freitas «Questão Inútil»

Publicado por Joana às junho 7, 2005 11:55 PM

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Comentários

Cá por mim acho que foi Joana quem sugeriu a Portas o envio da foto de FdoAamaral do Largo do Caldas para o Rato !

Publicado por: zippiz às junho 8, 2005 12:05 AM

No meu quintal tenho uma fossa séptica. Será que isso tem a ver com o Freitas?

Publicado por: Coruja às junho 8, 2005 12:46 AM

Isto é a descrição (quase) perfeita da "Ich Spaltung". Acho que nos devíamos concentrar na sexualidade proactiva do Professor para compreendermos o Devir de Portugal ...

Publicado por: asdrubal às junho 8, 2005 12:53 AM

Portugal está a devir?

Publicado por: Coruja às junho 8, 2005 12:55 AM

Julgava que a fossa cética (afinal é séptica) se chamasse assim porque nem queria acreditar na porcaria que lhe mandavam para dentro.

Publicado por: lopo dias às junho 8, 2005 09:17 AM

Peço desculpa por introduzir aqui um texto que não diz respeito ao tema apresentado, mas que é fundamental conhecer nos dias que correm. Trata-se de parte do resumo das discussões realizadas na reunião dos Bilderberg, este ano perto de Munique:

"The first day of secret meetings at Bilderberg 2005 was dominated by talk of EU referendum in France and whether Chirac can persuade France to vote Yes on May 29. A Yes vote, according to sources within Bilderberg would put a lot of pressure on Tony Blair to finally deliver Britain into the waiting arms of the New World Order through their own referendum on the treaty scheduled for 2006. Matthias Nass wondered out load that a No vote in France could undoubtedly cause political turmoil in Europe and overshadow Britain's six-month EU presidency starting on July 1. Bilderbergers, hope that Blair and Chirac, whose at times open animosity has spilled into a public arena on more than one occasion, can work together for mutual benefit and political survival. Another European Bilderberger added that both leaders must put behind them as quickly as possible all past disputes on such topics as Iraq, the liberalization of Europe´s economy and the future of budget rebate Britain receives from the EU and work towards complete European integration, which could desintigrate if France´s often "hard-headed and obstinate people", in the words of a British Bilderberger, do not do the right thing, meaning give up voluntarily their independence for the "greater good" of a Federal European super state!

A German Bilderberger insider said that France´s Yes vote is in trouble because of the "outsourcing of jobs. Jobs in Germany and France are going to Asia and Ukraine," [to take advantage of cheap labour.] Ukraine is one of the former Soviet republics that have been admitted to the European Union bringing the total membership to 25 nations. A German politician wondered out loud how Tony Blair shall go about convincing Britons to embrace the European Constitution when due to the outsourcing of jobs, both Germany and France are suffering a 10% unemployment while Britain is doing well economically."

Para quem quiser ler tudo - o que aconselho - é ir ao seguinte endereço:

http://www.counterpunch.org/estulin05272005.html

Publicado por: Albatroz às junho 8, 2005 09:22 AM

Outra citação, da mesma fonte, igualmente importante para se compreender o que se passa à nossa volta:

"European and American Bilderbergers realising the most urgent of needs to expand into developing markets in order to help sustain the illusion of endless growth have agreed to name Pascal Lamy, a French Socialist and a fanatical supporter of a European super state as the next WTO President. It will be remembered that Washington gave a conditional support to Lamy´s nomination in exchange to European support of Paul Wolfowitz as head of the World Bank. According to insider sources within the Bilderberger group, Lamy was chosen to help steer the global trading system through a time of rising protectionist sentiment in rich countries such as France and Germany, both reeling from high unemployment and reticent to increasingly muscular demands for market assess from emerging economies."

Publicado por: Albatroz às junho 8, 2005 09:29 AM

Uma última citação, para aguçar o apetite:

"An American Bilderberger expressed concern over the sky-rocketing price of oil. One oil industry insider at the meeting remarked that growth is not possible without energy and that according to all indicators, world's energy supply is coming to an end much faster than the world leaders have anticipated. According to sources, Bilderbergers estimate the extractable world's oil supply to be at a maximum of 35 years under current economic development and population. However, one of the representatives of an oil cartel remarked that we must factor into the equation, both the population explosion and economic growth and demand for oil in China and India. Under the revised conditions, there is apparently only enough oil to last for 20 years. No oil spells the end of the world's financial system. So much has already been acknowledged by The Wall Street Journal and the Financial Times, two periodicals who are regularly present at the annual Bilderberg conference.

Conclusion: Expect a severe downturn in the world's economy over the next two years as Bilderbergers try to safeguard the remaining oil supply by taking money out of people's hands. In a recession or, at worst, a depression, the population will be forced to dramatically cut down their spending habits, thus ensuring a longer supply of oil to the world's rich as they try to figure out what to do.

During the afternoon cocktail, European Bilderberger noted that there is no plausible alternative to hydrocarbon energy. One American insider stated that currently the world uses between four and six barrels of oil for every new barrel it finds and that the prospects for a short term break through are slim, at best.

Someone asked for an estimate to the world´s accessible conventional oil supply. The amount was quoted at approximately one trillion barrels. As a side note of interest, the planet consumes a billion barrels of oil every 11.5 days.

Another Bilderberger asked about hydrogen alternative to the oil supply. The US government official agreed gloomily that hydrogen salvation to the world´s eminent energy crisis is a fantasy."

Publicado por: Albatroz às junho 8, 2005 09:31 AM

O Coelhone e agora o Fossa, perdão, o Freitas Séptico, só grandes nomes da galeria política PS

Publicado por: David às junho 8, 2005 09:44 AM

Os participantes portugueses na reunião deste anos dos Bilderberg foram:

Francisco Pinto Balsemão
José Manuel Durão Barroso
António Guterres
Nuno Morais Sarmento

No ano passado foram:

Pedro Santana Lopes
José Sócrates

Alguém nota a coincidência da nossa participação com a tomada de funções importantes, a nível nacional e internacional? Que lugar estará reservado para Nuno Morais Sarmento?

Publicado por: Albatroz às junho 8, 2005 09:49 AM

Albatroz às junho 8, 2005 09:31 AM

Que eu saiba os encontros de Bilderberg são secretos. Pode-se pois questionar a veracidade destas descrições.

Em todo o caso, esta última descrição sobre a situação do petróleo a nível mundial é muito útil. Embora os funcionários da indústria petrolífera (por exemplo, da Partex Oil and Gas) prevejam o pico da produção mundial de petróleo para daqui a 20 ou mais anos, peritos independentes são mais de fiar: Colin Campbell prevê o pico para daqui a 3 ou 4 anos, Ali Samsam Bakhtiari diz que o pico será já no próximo ano.

E a partir daí será sempre a descer. Até porque o petróleo atua como segurador de todo o sistema financeiro mundial, sustentando as perspetivas de contínuo crescimento futuro. Sem petróleo, o crescimento futuro torna-se totalmente incerto, e o sistema de crédito (e o domínio do dólar) colapsa.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 09:51 AM

séptico
do Lat. septicu adj.,
que causa putrefacção ou contém germes patológicos.

Publicado por: Senaqueribe às junho 8, 2005 09:56 AM

septo

do Lat. septu

s. m.,
membrana divisória em sentido vertical;
tabique ou parede de várias naturezas que separa duas cavidades ou divide uma cavidade em câmaras.

Publicado por: Senaqueribe às junho 8, 2005 10:00 AM

O que é mais importante questionar não é a divisão de Freitas do Amaral em duas metades, se é que tal divisão existe, mas sim a razão pela qual a Joana (uma anónima, recordemos) tanto se abespinha com o facto, a ponto de lhe dedicar um post. É evidente que a maioria dos cidadãos se está perfeitamente marimbando para a eventual duplicidade política de Freitas - porque é que a Joana se preocupa com o caso, em vez de se preocupar, por exemplo, com a duplicidade política de Marcelo Rebelo de Sousa (que ora é comentador ora é político ora é candidato a candidato) ou com a duplicidade jornalística de Luís Delgado (que ora é jornalista ora é amigo de políticos ora é proprietário de órgãos de comunicação social ora é comissário estatal junto da Lusa) ou com a duplicidade de Francisco Pinto Balsemão (que ora é político ora é tycoon dos media) ou com muitas outras duplicidades?

Freitas do Amaral sempre se definiu, desde os tempos do PREC, como centrista. Ele tem pois, como ele mesmo diz, uma parte de direita e uma parte de esquerda. Assim era também Amaro da Costa, e assim se definiu o CDS original. Freitas é um católico claro e, como tal, segue as posições católicas, nomeadamente contra a guerra do Iraque (ao lado seja de quem fôr) e por uma doutrina social que não é capitalista nem é liberal. Eu, que não sou centrista nem sou católico, compreendo e respeito essas opções políticas. A Joana, por um qualquer motivo que eu suponho radique numa inveja ou num despeito, recusa compreender e aceitar essas opções.

A Joana, aparentemente, cai na dicotomia do "quem não é por nós, é contra nós". Ou se está numa metade, ou se está na outra. Não se pode estar ao centro.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 10:01 AM

"...Sem petróleo, o crescimento futuro torna-se totalmente incerto,...".

É verdade, mas seria catastrófico que o Homem não conseguisse descobrir, inventar, desenvolver outras fontes energéticas duradouras que possam substituir definitivamente as que não são renováveis, como é o caso do petróleo.
Mas parece-me que podemos ter esperança de que tal aconteça em tempo útil. Seria absurdo deixar acabar o petróleo sem arranjar alternativas.

Publicado por: Senaqueribe às junho 8, 2005 10:17 AM

Procurar alternativas não é procurar fantasias. É preciso pôr a massa cinzenta a trabalhar.

Publicado por: Senaqueribe às junho 8, 2005 10:21 AM

Para ser mais explícito, as únicas pessoas que se chateiam com a eventual duplicidade de Freitas são os membros do partido que ele fundou, os seus antigos camaradas políticos. Eles chateiam-se, tal como os PSDs se chatearam com Emídio Guerreiro e tal como os PCPs se chatearam com os seus inúmeros dissidentes. Todo o resto do pessoal é indiferente a essas divergências políticas. É normal que diversas pessoas tenham diversas opções políticas e que tomem diferentes posições perante uma qualquer circunstância concreta; só se chateia com tal facto quem esperaria fidelidade à linha partidária.

O que eu quero dizer, é que nada há a dizer sobre as posições de Freitas do Amaral. concordemos ou discordemos delas. O que é muito revelador, é o facto de a Joana se preocupar tanto com o homem.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 10:39 AM

"O que é mais importante questionar não é a divisão de Freitas do Amaral em duas metades..."
Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 10:01 AM


O Freitas tem responsabilidades de Estado, neste momento, que os outros dois não têm. Não percebo a que propósito é que esse argumento vem à baila.

Publicado por: JMTeles da Silva às junho 8, 2005 10:43 AM

Caro Luís Lacvoura, o seu argumento, desculpe que lhe diga, como habitualmente não segue o sentido do texto. No seu argumento o Luís apresenta a diversidade profissional de várias pessoas, não uma diversidade intelectual de alguém sobre um assunto específico. Neste caso, Freitas do Amaral, que é Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, logo com responsabilidades directas na posição portuguesa face ao tratado, diz uma coisa de manhã, outra à tarde e outra à noite. E isso é grave.

Além disso, essa invenção do centrismo puro é uma absoluta falácia - nem o CDS alguma foi cenrista ou teve uma base de apoio ao centro, nem Freitas do Amaral alguma vez o foi até ao seu último abandono da liderança do CDS. A partir daí, para melhor servir os seus interesses pessoais e o seu desmesurado ego, tornou-se centrista, o que pode ser confundido com oportunista, com a sua opinião a seguir o rumo das águas que lhe são mais favoráveis.

Todos temos o direito, diria mesmo o dever, de mudar de opinião quando chegamos à conclusão que as nossas ideias afinal estão erradas. O problema é que no caso do Prof. Amaral as ideias mudam a um ritmo horário, o que indiciam desde logo um prazo de validade excessivamente reduzido para serem tomadas a sério. Quando se é ministro, é grave.

Publicado por: Nuno Sousa às junho 8, 2005 11:23 AM

JMTeles da Silva às junho 8, 2005 10:43 AM
e
Nuno Sousa às junho 8, 2005 11:23 AM

O texto da Joana não faz referência às responsabilidades ministeriais de Freitas, nem separa as suas posições pessoais das posições que ele toma enquanto representante do governo português. O texto da Joana diz, basicamente, que Freitas tem duas opiniões diferentes.

Eu pessoalmente considero inapropriado que um ministro ande por aí a exprimir as suas opiniões pessoais. No entanto, temos que reconhecer que Freitas teve o cuidado de exprimir cuidadosamente que algumas posições deles eram pessoais, distintas e contraditórias com as posições do governo português.

Nuno Sousa diz que Freitas tem uma opinião de manhã e outra à tarde. Não é correto: Freitas numa ocasião exprime a sua posição pessoal, noutra exprime a posição do governo do qual faz parte. E tem o cuidado de separar claramente as opiniões.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 11:53 AM

As diferentes posturas de Freitas têm ainda outro análogo, que a Joana não foca: as posturas de Paulo Portas. Esse indivíduo, que numa existência passada encarnou como jornalista anti-corrupção e anti-sistema, foi, como político, primeiro um Paulinho das feiras, populista e anti-europeísta, depois um ministro responsável, de fato e gravata, muito europeísta.

A Joana critica Freitas, mas não critica Portas. Ela lá sabe porquê. Eu, como não sei quem ela é, só me posso deitar a adivinhar.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 12:00 PM

Muito bem tirado esse percurso do Paulo Portas, Luís. Ainda vamos ver o Francisco Loução a percorrer os mesmos caminhos... Já vai bem embalado: nas últimas legislativas já o vimos em Nazaré com a varinas. Para quando um banho de multidão no mercado do Bulhão?

Quanto a criticar Freitas, como é que tal critica é possível? Seria o mesmo que criticar o eixo da Terra, ou o Sol: não é Freitas o rigorosamente imutável, enquanto todo o mundo muda à sua volta? Não se criticam marcos geodésicos, afinal de contas, por muito erradamente que sejam as suas indicações.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 8, 2005 12:21 PM

Luís Lavoura: Os jornais de hoje também dedicam espaço sobre as confusões do Freitas. O Vitorino fala em ruído excessivo. Então este tema só é insignificante para este blog?

Publicado por: V Forte às junho 8, 2005 12:32 PM

Têm é inveja do Freitas por ele se ter toranad deesquerda.

Publicado por: Cisco Kid às junho 8, 2005 12:36 PM

V Forte às junho 8, 2005 12:32 PM

O António Vitorino é como o Marcelo Rebelo de Sousa: ele próprio é uma confusão, uma mistura entre político e comentador.

Faria melhor em manter-se calado, tal como Vital Moreira e os seus colegas do Causa Nossa, que gradualmente se foram calando desde que o PS subiu ao poleiro.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 12:55 PM

O Luís continua a contornar o assunto. Ser ministro não é entrar às 9 e sair às 5. Uma pessoa não faz intervalinhos do cargo a meio da manhã para comer uma sandocha ou mandar umas bocas pessoais sobre assuntos do Estado. Era a mesma coisa que o Ministro das Finanças dar uma entrevista e dizer: bom, na minha opinião pessoal, acho toda esta história do aumento dos impostos e das pseudo-reformas que ando a fazer um disparate que não leva a lado nenhum. Passado duas horas vem dizer: aquilo era a minha opinião pessol, mas enquanto membro do governo estou solidário e por isso a opinião do ministro é de que o aumento dos impostos e as pseudo-reformas são cruciais para o desenvolvimento económico do país. É um completo absurdo.

Quanto à comparação com Paulo Portas, ela é absolutamente irrelevante para o tema. É como alguém estar a dizer que o hitler era um monstro e vir outra pessoa dizer: olhe lá, mas o Estaline foi pior. Pois foi, mas isso torna o Hitler menos monstruoso? Claro que não.

Mas quanto ao Paulinho das Feiras, deixe-me dizer-lhe que, apesar de todas as críticas que lhe possamos fazer e de todos os defeitos e incoerências que tem, enquanto ministro o seu comportamento de Estado foi exemplar, e nunca tirou folgas para debitar opiniões pessoais acerca de matérias de defesa.

Nota adicional: que eu saiba, porque não sei quem é, não sou casado, junto, familiar, amigo ou sequer conhecido da Joana. Além disso, não tenho partido político e não voto habitualmente, excepto em referendos. Trabalho no sector privado. Só para que não se comecem a levantar questões de identidade que ofusquem o debate das ideias expressas.

Publicado por: Nuno Sousa às junho 8, 2005 01:12 PM

Nuno Sousa às junho 8, 2005 01:12 PM

Estou, como aliás já referi acima (Luís Lavoura às junho 8, 2005 11:53 AM), perfeitamente de acordo consigo em que Freitas do Amaral, enquanto ministro que atualmente é, não deveria debitar as suas opiniões pessoais em nenhuma ocasião pública. Isso presta-se a confusões e introduz instabilidade e insegurança no governo e na política do Estado.

Mas, repito, o texto da Joana não é sobre esta falta de sentido de Estado da parte de Freitas. É sobre a própria postura, a própria essência de Freitas. A Joana diz que Freitas tem uma opinião dupla, uma personalidade dupla, uma divisão entre duas partes dele mesmo. Isso é perfeitamente diferente de criticá-lo por, inapropriadamente, exprimir uma opinião que não e a do órgão do qual faz parte.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 01:30 PM

Luís Lavoura às junho 8, 2005 10:01 AM:
Nota algum abespinhanço?
Eu apenas fiz um exercício pseudo-literário sobre o estranho caso do Freitas, citando 3 exemplos.
Quanto à oportunidade do post, fi-lo ontem à noite e não tive ocasião de lhe pedir a sua opinião sobre o assunto. Peço-lhe sentidas desculpas.
Mas como hoje, os matutinos dedicam diversos textos sobre o assunto, parece-me que não terá sido de todo inoportuno.

Publicado por: Joana às junho 8, 2005 02:04 PM

Quanto à "própria essência de Freitas", lamento informar, mas só conheço alguns episódios da sua existência. Foi sobre essas pequenas misérias existeciais que me debrucei.
A "própria essência de Freitas" é um assunto metafísico que me escapa completamente.

Publicado por: Joana às junho 8, 2005 02:07 PM

Quanto à Nota do Nuno Sousa às junho 8, 2005 01:12 PM, informo que, dos comentadores habituais deste espaço, apenas o LL me conhece pessoalmente.

Publicado por: Joana às junho 8, 2005 02:09 PM

Mas no entanto, Joana, podemos colocar Freitas dentro de um alambique, colocar o alambique em lume brando, e destilar Freitas. Teremos assim 'a própria essência de Freitas' de uma forma bem física, sem quaisquer subtileza metafísicas, muito embora, mesmo sem realizar a experiência, pense essa essência deva ser similar à de qualquer outro homem.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 8, 2005 02:12 PM

Joana às junho 8, 2005 02:09 PM

"dos comentadores habituais deste espaço, apenas o LL me conhece pessoalmente"

E eu informo que não faço ideia quem a Joana seja embora, evidentemente, seja possível que a conheça pessoalmente - sob outro nome qualquer.

Em todo o caso, a Joana não pode dizer que não conhece pessoalmente mais nenhum dos comentadores habituais neste espaço - porque muitos deles são anónimos, tal como a Joana.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 8, 2005 02:40 PM

Boa ideia essa de destilar Freitas em lume brando! Afinal depois da afirmação do sapiente anónimo Bildeberger citado por Albatroz, que a Ucrania é um do 25 estados da comunidade europeia, a ideia nem é de todo disparatada!

Publicado por: Joao P às junho 8, 2005 02:43 PM

Desculpem, queria escrever L M e não LL. Que não haja confusões.
O L M que me desculpe.

Publicado por: Joana às junho 8, 2005 02:49 PM

Anda uma bloguista a tentar escrever um texto literário, e criticam-na por motivos políticos! Então a Arte não está acima da política? Ou ao lado?
Tá mal.

Publicado por: Rave às junho 8, 2005 03:09 PM

do Impertinencias (http://impertinencias.blogspot.com/)

o doutor Freitas, cujo carácter já estava moribundo, ficou agora cortado ao meio

Sem recuar mais no tempo, só este ano já perpetrei uma meia dúzia de tentativas de assassinamento de carácter do doutor Freitas do Amaral. Alguns exemplos dessas tentativas (infrutíferas por falta de objecto): aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

Por muito que me custe, tenho que reconhecer que nenhuma delas foi tão bem conseguida quanto O Visconde Colado ao Meio da Joana. Só à primeira vista isso pode surpreender: quem deixa Babilónia de tanga e é mulher para estas montarias, é certamente capaz de torrar a reputação de qualquer doutor Freitas.

Publicado por: soromenho às junho 8, 2005 03:13 PM

Mas no entanto, Joana, podemos colocar Freitas dentro de um alambique, colocar o alambique em lume brando, e destilar Freitas. Teremos assim 'a própria essência de Freitas' de uma forma bem física, sem quaisquer subtileza metafísicas, muito embora, mesmo sem realizar a experiência, pense essa essência deva ser similar à de qualquer outro homem.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 8, 2005 03:26 PM

O Luís Lavoura deve estar a estas horas a desancar a malta do Jornal de Notícias. Quase todos os artigos de opinião dizem o pior do Freitas. O SF diz que "Este ministro não é viável"

Publicado por: David às junho 8, 2005 03:38 PM

Descobri neste sistema de comentários que era imoral criticar Freitas.

Publicado por: Mário às junho 8, 2005 04:04 PM

Peço desculpas pelo comentário duplicado...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 8, 2005 04:16 PM

Um post e mais de meia centena de comentários sobre o Freitas do Amaral! Vão desculpar-me, mas isso é que é um bocado aberrante. Em que é que as opiniões do FA modificam a realidade e o futuro?

Mais valia lerem com atenção o que o Albatroz aqui trouxe.

(Meu caro Albatroz, o que por aí se diz é que o ex-boxeur pode vir a ser o chefe do PSD. Si non e vero...)

Publicado por: (M) às junho 8, 2005 04:17 PM

Sim, sim, ler com atenção os delírios do counterpunch.org... Muito importante. Se passarem por lá, entretenham-se com este artigo, em que um lunático activista que dá pelo nome Gary Corseri enumera 25 'motivos' para demitir o terrivel Bushitler...

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 8, 2005 04:50 PM

Um ministro pode ter, exprimir, e defender, ideias políticas pessoais contrárias às ideias oficiais do governo de que faz parte e continuar investido nas funções?
Claro que sim, claro que sim, mas só num país do 4º mundo!
Está tudo certo, pois!...

Publicado por: Senaqueribe às junho 8, 2005 09:28 PM

De facto, estes "posts" da Joana despertam-me a líbido centrista e benfiquista. Como sou benfiquista, tenho vindo a recomendar "rennies" aos meus amigos portistas e sportinguistas, para o tratamento da azia prolongada que teima em os atormentar. À Joana, que desfere pauladas a torto e a direito (no seu pleno direito) neste Governo, recomendo um pouco mais de ponderação e bom senso. O Dr. Freitas do Amaral não é, obviamente, insusceptível de crítica. É, "malgré tout", um dos políticos mais ilustres deste país. E não vem mal nenhum ao mundo, pelo facto de o MNE haver exprimido uma opinião pessoal. Não acha?

Publicado por: Vítor às junho 8, 2005 11:22 PM

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Publicado por: a.pacheco às junho 9, 2005 01:26 PM

Publicado por: a.pacheco às junho 9, 2005 01:26 PM

Meu grande maroto.
Quando publicares mais de vinte e cinco livros, como o João já fez, dou-te três....
...indulgências plenárias.

Publicado por: Deus - O Próprio às junho 9, 2005 03:11 PM

facto de o MNE haver exprimido uma opinião pessoal. Não acha?


Acho eu, sim senhor.

Se todos os Grandes Vultos em Grandes Lugares de Posição desatassem a dizer o que lhes vai na alma, já imaginou a confusão que era.

Por exemplo o Bush o que diria quando a meio da noite encontra a Arroz no meio de um corredor escuro.

Aaarrrrggghhhhhhhhhhhhhhhhhh !!!

Publicado por: carlos alberto às junho 9, 2005 03:15 PM

Os políticos ilustres avaliam-se pela coerência das posições e não por qualquer convenção

Publicado por: David às junho 9, 2005 04:51 PM

é interessante este caso das duas metades Joana e Luis Lavoura, cujo liberalismo já foi apenas um, mas que afinal não se conhecem,,,

Publicado por: xatoo às junho 9, 2005 05:23 PM

Duas metades??
Liberalismo do Luís Lavoura????
Você anda a ler este blog?

Publicado por: Joana às junho 9, 2005 08:15 PM

Então o João escreveu 23 livros......

Melhor seria ter escrito só um e ter pensado um pouco

Publicado por: a.pacheco às junho 10, 2005 05:15 AM

Quando escrever o seu primeiro, avise-me por favor.
Gosto de dar oportunidades a todos.

Publicado por: carlos alberto às junho 10, 2005 09:13 PM

O César das Neves quando escreve sobre economia é, às vezes, genial. Quando escreve sobre religião é intragável

Publicado por: soromenho às junho 11, 2005 12:33 AM

Vai-me desculpar

Mas de que oportunidades fala.....

Será que considera tão importante a sua opinião,que ache que ela venha a fazer lei sobre a qualidade daquilo que o sr joão escreve....

Lamento desapontá-lo, nem como economista nem muito menos como beato e fanático tenho qualquer consideração pelo dito senhor.

Julgo que ele faz parte de um lote de pessoas, que por razões que me ultrapassam, passaram a ser veneradas por certo lobby dos média, que os colocam num patamar muito acima daquilo que realmente valem.

Em bom português idolos com pés de barro

Mas como digo esta é a minha opinião, talvez porque tenha por hábito colocar a fasquia demasiado alta, outros serão menos exigentes.....

Publicado por: a.pacheco às junho 11, 2005 06:56 AM

A "projecção" que os media dão ao César das Neves não é nada em comparação com a projecção que dão às "figuras" da esquerda. Essas têm emprego garantido. Quando algum degraçado de direita aparece é a gritaria que "passaram a ser veneradas por certo lobby dos média, que os colocam num patamar muito acima daquilo que realmente valem.
Em bom português idolos com pés de barro"

Publicado por: A J Nunes às junho 11, 2005 08:40 AM

O Campos e Cunha também sofre desta deformação

Publicado por: bsotto às junho 22, 2005 10:43 AM

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Publicado por: Mort às junho 28, 2005 11:13 AM

O Freitas não tem esqueleto

Publicado por: Rui às julho 5, 2005 03:53 AM

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