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junho 19, 2005

O Novo Waterloo

Exactamente 190 anos depois, os franceses sofreram uma nova derrota decisiva. Foi nas imediações de Waterloo, 15 kms ao Norte, em Bruxelas. Há 190 anos eram comandados por Napoleão e tinham contra eles o pequeno exército de Wellington, que já incluía um corpo holandês, mas apoiado, nas imediações, pelos prussianos de Blücher e, mais longe, pelas restantes potências europeias que discutiam a paz em Viena. Agora eram comandados por Chirac e tinham um apoio impressionante – todas as potências que há 190 anos se opuseram a Napoleão (menos os holandeses, claro). A 18 de Junho de 2005, quem estava isolado era Tony Blair e quem desembocava na Estrada de Bruxelas não era Blücher, como em 18-06-1815, mas Schröder, que se vinha juntar a Chirac na “Belle Alliance”. Inútil … o quadrado de Blair era ainda mais coriáceo que o de Wellington.

Desta feita a manobra do flanqueamento e da ruptura das linhas mais vulneráveis do adversário foi conseguida, brilhantemente, por Blair. Tony Blair evitou, com habilidade, manter o velho hábito britânico de recusar discutir, liminarmente, o “cheque britânico”. De forma alguma ... o Reino Unido desiste desse reembolso, se a obsoleta PAC, que representa 40% dos fundos comunitários, e cujos beneficiários principais são os agricultores franceses, que votaram, em 70%, no Não, for eliminada e aqueles fundos forem desviados para a Europa do futuro: inovação, desenvolvimento tecnológico, investigação e desenvolvimento, etc..

Chirac chegou à cimeira como um vencedor antecipado. Saiu de lá como o defensor de uma Europa obsoleta, avessa à mudança e que apenas quer manter os “direitos adquiridos”. Perdeu, progressivamente, diversos apoios durante a cimeira – Suécia, Espanha, Finlândia, Itália e Dinamarca, para além da Holanda. Blair chegou à reunião isolado, mas soube conquistar aliados ao tornar-se o campeão da Europa da inovação, da aposta no conhecimento e na tecnologia e na recusa de continuar a sustentar os obsoletos agricultores franceses, que consomem a maior parte dos 40% do orçamento comunitário que se destina à PAC. O próprio Cohn-Bendit, o herói estudantil do Maio de 1968, declarou «Il n'y a aucune raison de remettre en cause le chèque britannique sans le faire pour la PAC»

E a derrota de Chirac e da França arcaizante poderá ser mais pesada se se confirmarem as previsões que indicam que Angela Merkel irá suceder a Schröder no próximo Outono. Na Estrada de Bruxelas o novo Blücher que se prefigura é a Dama de Ferro, Angela Merkel, e esse novo Blücher estará declaradamente do lado de Blair, ou pelo menos ao lado das propostas que Blair defendeu agora.

Quanto aos países que precisam desesperadamente de fundos, como Portugal, estiveram alheados destas questões metafísicas – o que eles queriam eram os fundos, quer pela anulação do “cheque britânico”, quer por outro qualquer meio. O resto eram bizarrias de gente rica. Basta ver as nossas TêVês que responsabilizaram ingleses e holandeses pela ausência de acordo, acusando-os de “egoístas” e fazendo coro com Chirac, Schröder e a presidência luxemburguesa, quando a realidade era muito mais complexa e contraditória com essa versão. Mas para os portugueses presentes a realidade era apenas o “vil metal” dos fundos. Estavam na cimeira como o pedinte à porta de um clube de milionários, à espera que eles saíssem contentes e lhe dessem uma esmola generosa. Como isso não aconteceu, ficaram aborrecidos com quem começou a zanga, sem se interessarem pelos fundamentos da questão. No fundo não passam de mendigos contumazes e irrelevantes.

O próprio Nicolas Sarkozy, com fortes possibilidades de suceder a Chirac e que tem, sobre este, a vantagem de ser geneticamente húngaro e economicamente liberal, está contra as políticas sociais defensivas, socialistas e chiraquianas, que falharam sucessivamente nas duas últimas décadas, que acumularam défices e que se traduziram num crescimento insignificante, declarou: «Le travail crée le travail. La vérité en France est que l'on manque de travail. Il faut arrêter de nous glorifier d'un modèle social qui fait que, depuis vingt ans, on a deux fois plus de chômeurs que les autres»

O que há de patético em tudo isto, é que esta manobra de Blair foi facilitada pelo Não francês (e holandês, igualmente). A maioria do Não francês, foi um Não arcaizante, de quem está contra qualquer mudança. Esqueceram-se que o mundo é feito de mudança. Os franceses, ao votarem Não, mandaram com tudo o que os incomodava ao ar. Estão a começar a apanhar com tudo em cima.

O Não francês foi o maior logro político dos últimos anos. Eu votaria Não no referendo, porque esta constituição favorecia as pretensões da França em cristalizar toda a política obsoleta da UE dos últimos anos. O meu Não equivaleria a um Sim francês, pois era um Não contra as pretensões hegemónicas da França. Eu votaria Não, entre outras razões, porque estou absolutamente contra os benefícios recebidos pelos agricultores franceses que, surpreendentemente, votaram 70% no Não.

Como eu escrevi em 30-05-2005, a França escreveu direito por linhas tortas. Ao exorcizarem, pelo Não, os seus temores face a um mundo em mutação, que não compreendiam, de que tinham medo e que não aceitavam, os franceses caíram na armadilha que julgavam montar à UE. A França fragilizou-se e permitiu que fossem postos em causa hábitos, com décadas, que a favoreciam. A França está a ser a primeira vítima do Não francês.

Publicado por Joana às junho 19, 2005 09:08 PM

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Comentários

Concordo a 100 % com o que dizes. Espero que os políticos portugueses do arco do poder, deixem de se comportar como pedintes, porque dos outros já se sabe que a irresponsabilidade nunca lhes permite ver nada que não esteja já formatado pela sua ideologia (protecção dos direitos sociais adquiridos e tretas do género) ...

Publicado por: bcool às junho 19, 2005 09:17 PM

Gostei do teu texto, deu-me ganas de abanar o nosso português com o habito de mendingo.Nós tambem temos produção só precisa que nós portugas valorizemos a nossa industria e manda-mos a tristeza e a resignação para o tal sitio.
Um abraço.
pr

Publicado por: pr às junho 19, 2005 09:29 PM

Excelente texto. Parabéns.

Publicado por: L M às junho 19, 2005 10:06 PM

E as melhoras do Rui

Publicado por: L M às junho 19, 2005 10:07 PM

Só faltou referir que Portugal já nada tem a beneficiar desta Europa. O nosso caminho tem de ser outro. Aquele que começa na lusofonia e acaba na Comunidade Iberoamericana. Portugal - tal como a Espanha - deviam abandonar a Europa política e aderir ao projecto iberoamericano. Ou será que se acha que a opção dos empresários portugueses pelo Brasil (e não pela Europa) é uma aberração?...

Publicado por: Albatroz às junho 19, 2005 10:34 PM

Excepcional este post. Tem lucidez, cultura simplicidade, todos os condimentos. É pena ficar circunscrito a este blog, apesar de ter bastante audiência.

Publicado por: Rui Pereira às junho 19, 2005 10:37 PM

Totalmente de acordo. O Chirac é insuportável. Não percebo a razão do apoio do Schroeder ao Chirac. Não me parece que seja do interesse da Alemanha

Publicado por: David às junho 19, 2005 11:48 PM

Em princípio o Schroeder deveria estar mais próximo do Blair em questões de política económica.

Publicado por: David às junho 19, 2005 11:51 PM

[Entre Parentesis]
.
Hoje, um barco de pesca espanhol oriundo das Canárias - onde consta que é frequente servir-se Mero nos restaurantes "chics" - tentou abalroar a barcaça civil portuguesa que procede à vigilância daquele santuário ecológico nacional. A barcaça teve de refugiar-se por entre as rochas de ilhotas adjacentes, imediatamente após ter tentado interpelar os pescadores.
A Armada Portuguesa, sediada na Madeira, parece que demora 6 a 8 horas a chegar às Desertas. E aprecia muito jogar às cartas no porto do Funchal.

Publicado por: asdrubal às junho 20, 2005 12:03 AM

O Blair obteve uma grande vitória. E a Europa terá a ganhar com essa vitória

Publicado por: Ant Curzio às junho 20, 2005 12:30 AM

Italian press slams 'lame duck' Chirac

ROME, June 17 (AFP) - Italian newspapers Friday laid into France's President Jacques Chirac, labelling him an obstacle to the course of the European Union and calling on Italy to swing over to Britain's vision of the future of the bloc.

The economic daily Il Sole 24 Ore, in a hard-hitting front-page editorial, called the French leader "the enemy of the EU," while Confindustria, organ of the Italian employers' federation, said Chirac should take the first step to get Europe out of its current deadlock, by resigning and vanishing from the political stage.

The left-wing La Repubblica said Chirac, who has failed to bounce back since French voters shocked him by rejecting the EU
constitution in a March 29 referendum he had called, was a beaten man.

"His weakness in France makes him a lame duck in Europe," the paper said, contrasting him with the right's rising star, Interior Minister Nicolas Sarkozy.

Renato Brunetta, an economic adviser to Italy's Prime Minister Silvio Berlusconi, told La Stampa daily that the French-German axis within Europe was now dead, adding, "Italy must support Tony Blair, the only one able to exercise leadership at present."

Other newspapers agreed, with Il Corriere della Sera saying that while France's interest in sustaining the Common Agricultural Policy was well known, "we, who are losing competitiveness in the markets, have other interests, other priorities to assert."

Publicado por: lucklucky às junho 20, 2005 01:45 AM

Olhe que Waterloo é a sul de Bruxelas.
É sempre a sul que há probemas!

Publicado por: carlos alberto às junho 20, 2005 07:14 AM

carlos alberto às junho 20, 2005 07:14 AM
Olhe que eu escrevi "Foi nas imediações de Waterloo, 15 kms ao Norte, em Bruxelas", ou seja, a 15 kms ao norte de Waterloo, em Bruxelas. Portanto, Bruxelas fica 15 kms a norte de Waterloo e este, obviamente, a sul de Bruxelas.
Eu estava a situar a "nova" batalha por referência à antiga.

Publicado por: Joana às junho 20, 2005 09:12 AM

O que o Tony Blair queria era continuar a receber o cheque. O resto foi tanga que andou a dar.
Mas que a estratégia foi habilidosa, isso foi.

Publicado por: vitapis às junho 20, 2005 10:00 AM

O Blair propôs a troca pela PAC. Se o Chirac tivesse aceite ela não recebia o cheque.
Provavelmente calculou que o Chirac, estúpido como é, nãp aceitasse

Publicado por: Ant Curzio às junho 20, 2005 10:16 AM

..... " geneticamente húngaro e economicamente liberal, está contra as políticas sociais defensivas, socialistas e chiraquianas, que falharam sucessivamente nas duas últimas décadas "


ehehehe como o Mundo mudou, noutros tempos Chirac era de Direita. Hoje aos olhos dos Liberais é Socialista....vai lá vai... com Raciocínios destes caminhamos a passos largos para o Nazismo !

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 10:20 AM

Penso que a estratégia de Blair era 'head I win, tail you lose': uma estratégia imbatível. Chirac, para (não) variar usou a sua arrogância para se meter num beco sem saída. Mas lá que continua a incomodar, não há dúvida.

Politicamente, Blair pode prescindir do cheque britânico com uma facilidade muito maior que Chirac da PAC. Principalmente agora, que a questão do Tratado Constituinte Europeu está completamente enterrado. Talvez Chirac pense em dedicar-se ao voodoo, e ressuscitar mortos... Será talvez bom que se lembre que os mortos voltam como zombies: aterrorizantes para alguns, não valem mais que uma boa gargalhada para outros.

Publicado por: Pedro Oliveira às junho 20, 2005 10:23 AM

Templário em junho 20, 2005 10:20 AM:
Importa-se de repetir?
O Tony Blair é socialista ou nazi?
Pelo seu raciocínio é nazi.

Publicado por: David às junho 20, 2005 10:26 AM

David às junho 20, 2005 10:26 AM

O Hitler também era socialias... Nacional Socialista como se deveria lembrar é que deu origem à expressão Nazi.

Portanto...se essas teorias vingarem...não duvide para lá caminharemos !

O tão apregoado emprego na Inglaterra,´são empregos de miséria que mal dão para comprar pão. Só o Snobismo Inglês é que alimenta essa gente, pois os Franceses prefirarão uma guerra Contra o Capital !

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 10:40 AM

E ainda bem que falaram dos Agricultores Franceses.
Para quem tem boa memória, devem recordar-se do ataque aos TIR Espanhois. Simplesmente barravam-lhes a estrada e viravam os camiões com mercadoria.

É assim que a guerra Europeia começará com as populações na Rua ao ataque e ao saque das mercadorias Estrangeiras. Veremos quem ganhará !

Os Portugas que se cuidem, como até compram as batatinhas...

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 10:47 AM

A Inglaterra era, há 20 anos, um país empobrecido e hoje é a economia mais pujante da UE (o que não é muito, mas é bastante)
Isso diz alguma coisa.

Publicado por: Hector às junho 20, 2005 10:47 AM

"os Franceses prefirarão uma guerra Contra o Capital"
Que a façam. A Thatcher dizia que sem ricos, os pobres ficam mais pobres, porque são os ricos que criam os empregos (e pagam ao Estado os empregos que este cria)

Publicado por: Hector às junho 20, 2005 10:50 AM

Hector a virtude deste Post está mais no seu Título - O Novo Waterloo - do que propriamente da abordagem da questão.

E se se lembra Waterloo era a batalha de vida ou morte mais para os Ingleses do que para os Franceses.

O que os Liberais entendem como inevitável, que todo o Mundo se submeta a suas teorias, é puro desconhecimento dos Povos Europeus e de suas Histórias.

E os Franceses são dos primeiros a dizê-lo, a França pertence aos Franceses !!!
Agora chamem-lhes Chauvinistas !
No Rossio eram uns 500 tugas a Gritar Portugal prós Portugueses, na França são já uns 60 milhões, eis a diferença !

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 11:01 AM

Waterloo para Napoleão, significava dominar a Europa com as suas Teorias, e perdeu ! Foram precisamente os Ingleses que naquela época, disseram, Não !
Hoje há de facto um novo Waterloo, nisso estou de acordo ! A História afinal repete-se... e curiosamente com os mesmos protagonistas !

Os tugas se tivessem tido uma guerra de 100 anos e outra de 30 anos perceberiam melhor o espírito de Chirac e dos Franceses.

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 11:10 AM

Napoleão ainda teve a desculpa do Grouchy se ter enganado. Chirac não. Chirac enganou-se na estratégia, na táctica e nos objectivos.

Publicado por: L M às junho 20, 2005 11:21 AM

Portugal teve a experiência com as depredações que os franceses cá fizeram. Morreram cerca de 200 mil civis às mãos dos franceses, ou devido a eles, como no caso do desastre da Ponte das Barcas.

Publicado por: L M às junho 20, 2005 11:24 AM

L M às junho 20, 2005 11:24 AM

Curiosamente não há um Francês que saiba das invasões a Portugal, mesmo entre os mais cultos !

Deduzo que excepto Historiadores de renome, ninguém em França o sabe, pois quando questionei uma prof. de história há 30 anos numa aula sobre Napoleão...ela avermelhou, ela encavacou-se, e percebia-se que eu lhe estava a colocar uma pergunta, que só os altos especialistas estariam à altura de responder.

Deste célebre episódio, que o testo várias vezes (quando apanho um francês) deduzi também com os meus 13 anos, que a História é-nos contada conforme certos interesses e há diversas visões para os mesmos factos.

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 11:58 AM

Apenas Thiers (Histoire du Consulat et de l'Empire) dá uma visão equilibrada das invasões francesas. Metade de um dos volumes é dedicada à 3ª invasão e às Linhas de Torres, qu ele trata com muito pormenor.
Custa a admitir aos franceses que uma parte significativa do exército de Wellington fosse constituída por portugueses. É sempre (ou quase) o "exército inglês"

Publicado por: Joana às junho 20, 2005 02:21 PM

Por exemplo, a batalha de Arapiles (perto de Salamanca) onde as tropas anglo-portuguesas de Wellington derrotaram os franceses comandados pelo Marechal Marmont (Massena havia entretanto pedido o comando) e iniciaram a liquidação do dispositivo militar francês na península, essas tropas saõ consideradas constituídas apenas por ingleses, quando mais de 1/3 eram portugueses.

Publicado por: Joana às junho 20, 2005 02:26 PM

Chirac está liquidado internamente e no exterior. Só Schroeder o ampara ainda, mas são um cego e um tetraplégico a atravessarem uma rua.

Publicado por: soromenho às junho 20, 2005 02:49 PM

O Assassinato de uma jovem inglesa, em que um dos suspeitos é um português, veio provar que uns 40 ans de União Europeia, não apagaram 1000 de lutas e guerras.

Já com Mourinho, mas a outro nível, se tinha dado semelhante luta. E não será por acaso, que se veneram por cá as suas atitudes arrogantes, desde que ele seja o Vendedor.

Há algo que me diz, que nem a melhor educação, apagará esta "competição" entre os povos Europeus, especialmente quando a economia não vai bem.

A "Arte" dos Liberais é saberem aproveitar estas lacunas !

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 03:18 PM

Prefirarão é do verbo prefirar não é?
E o que é prefirar?
Além de perceber nada de teoria económica chego à conclusão que não sei português.
Ainda bem que aqui venho!
Obrigado.

Publicado por: JMTeles da Silva às junho 20, 2005 03:23 PM

JMTeles da Silva às junho 20, 2005 03:23 PM

Os americanos inventaram uma novas lentes para óculos, para determinados indivíduos que não têm capacidade de distinguir as gralhas na net, (e que lhes podem causar, graves problemas cerebrais ).

Chamam-se lentilhas-netianas e poderá comprá-las em qualquer loja da Multiópticas perto de si.

Como vê o mercado responde sempre ....

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 03:34 PM

Há um gajo por aqui que devia ir passar umas férias à Cova da Moura, para ganhar experiência.

Publicado por: bsotto às junho 20, 2005 03:47 PM

bsotto às junho 20, 2005 03:47 PM

Não te preocupes nem tu nem a Joaninha, que os Gajos da Couva da Moura irão visitar-vos quando desejarem !


Publicado por: Templário às junho 20, 2005 03:50 PM

Houve alguém que enfiou a carapuça.

Publicado por: bsotto às junho 20, 2005 03:58 PM

bsotto às junho 20, 2005 03:58 PM

Nem para Bruxo serves, eu já estou na Cova da Moura, a organizar para os seus habitantes férias em:
- Cascais, Estoril, Carcavelos, Quinta do Lago, Vilamoura e outros locais interessantes.

- Estamos também aprendendo a falar educadamente para não darmos nas vistas...

- A maior dificuldade de momento é aprendermos a fazer o nó da gravata, porque andar de Mercedes e de BMW já sabemos !

Publicado por: Templário às junho 20, 2005 04:14 PM

Texto revelador de uma enorme lucidez e cultura. Pena que diversos comentários sejam doutra "civilização".

Publicado por: Susana às junho 20, 2005 07:16 PM

Se a vitória de Blair for o início de uma mudança da postura da Europa. Se conseguirmos uma Europa mais moderna e mais evoluida tecnologicamente, estaremos no bom caminho.

Publicado por: cosme às junho 20, 2005 07:45 PM

E parabéns pelo seu blog. É de muito nívwl

Publicado por: cosme às junho 20, 2005 07:47 PM

Gostei da análise e da comparação histórica. Também aposto no Blair

Publicado por: Luro às junho 20, 2005 09:58 PM

Publicado por: Joana às junho 20, 2005 09:12 AM

Tem razão, como de costume.
Na verdade é quase impossível encontrar um erro nos seus textos e ficou-me de emenda.
Agora vou passar a ler três vezes antes de abrir "o teclado", mas seja dito em abono da verdade que o seu português e assim a modos que para o rebuscado.

Entretanto, por uma curiosa coincidência, no domingo Diogo Queiroz de Andrade n' A Capital explora o mesmo tema (a batalha de Waterloo) e titula a crónica " Não há coincidências", o que demonstra que Rovert H. Hopcke estava certo quando escreveu “Não há acasos – A sincronicidade e as Histórias das Nossas Vidas”

Publicado por: carlos alberto às junho 21, 2005 07:40 AM

De facto, a frase que eu escrevi, numa leitura rápida, prestava-se a confusões.
Mas são os problemas da escrita rápida.

Publicado por: Joana às junho 21, 2005 08:59 AM

Patacoadas joaninas... A GB e o seu general Tony "Poodle" Blair estão a juntar lenha para se queimarem. Quanto a mim estão a pedir um valente pontapé no traseiro que os expulse de vez de uma EU onde só entraram para empatar e sabotar. A Grande Europa quer uma União política e não um mero mercado comum (no qual aliás, subsídios de coesão "federal" não fariam qualquer sentido), porque recusa, ao contrário da Blairdalhoca, ser um caniche dos EEUU. Urge uma clarificação sobre este ponto. E rápida. Quem quer continua, quem não quer fica. Simples.

Quanto ao modelo social europeu e ao liberalismo, só vejo aqui balelas. Nem a GB recusa assim tanto o modelo social europeu (de facto Blair tem-se aproximado imenso desse modelo do qual já está muito mais próximo que do modelo não-social americano, onde pura e simplesmente não há Walfare State, como no Continente não há ninguém (a não ser a esquerdalhada irresponsável e irrelevante) que não defenda uma profunda reforma e emagrecimento do modelo, mantendo embora a sua essência, que o faz tão admirado e invejado no mundo. E isto não por razões ideológicas (liberalismo) mas por meras razões de gestão ou de sustentabilidade. Logo, o modelo social europeu e o modelo inglês estão em rota de convergência. Aliás, os países nórdicos são aqueles em que a competetividade e o bom governo coexistem melhor com o modelo social mais abrangente. Deve ser esse o modelo a seguir. A divergência decisiva entre a Grande Europa (que, é certo, tem de momento fracos líderes...) e o caniche Blairdalhoca está pois na questão da aceitação ou recusa de uma União Política. E sobre isso, a maioria esmagadora dos europeus (a começar pelos de leste que se viram traídos pelo Caniche...) não tem dúvidas. A Europa deve ser uma Grande potência político-militar e não só económica.

Finalmente a Espanha votou contra a proposta de acordo, mas por razões contrárias às de Blair: porque os seus fundos passariam de 80 biliões para 4,5 no novo septanato. O que é justo porque hoje a Espanha é já um país rico e candidato aos G-8...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 21, 2005 09:47 AM

Chirac é um conservador anti-liberal, que disse que o liberalismo era pior que o comunismo.
Você é mesmo EUROLIBERAL, ou é EUROCONSERVADOR?

Publicado por: David às junho 21, 2005 10:04 AM

David: Os euroliberais estão esnmagadoramente (incluindo os ingleses) a favor da Grande Europa e da Constituição. A UMP de Chirac tem tendëncias diversas, incluindo a liberal. Os mais conservadores apoiaram o Não... e não me lembra dessa frase de Chirac...

Afinal foi a UE que eliminou todos os obstáculos às trocas e à concorrência na Europa...e um neo-proteccionismo nacionalista (le repli sur soi) só pode ser anti-liberal... o que liberais como a Joana parece não compreenderem...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 21, 2005 11:12 AM

O liberalismo de Chirac:
"Chirac défend une Europe «non libérale» (Figaro 15 avril 2005)
Selon lui, [Chirac] la Constitution européenne, élaborée par une Convention présidée par Valéry Giscard d'Estaing, est «la fille de la pensée française». Son inspiration est «essentiellement française» et elle répond à «une logique qui est justement non libérale». «Naturellement, elle ne conteste pas l'économie de marché», «mais face à une Europe économique, elle essaie d'instituer une Europe politique», a-t-il déclaré."

Publicado por: David às junho 21, 2005 12:56 PM

Bolas, David ! Onde é que essa declaração é anti-liberal ? Não vê que um político tem que fazer declarações para afastar medos irracionais ? É claro que a inspiração é liberal, e isto desde os anos 50. Mas liberal em sentido lato, e logo abrangente dos próprios socialistas. Hoje todos defendem a economia (liberal) de mercado... até os "comunistas" chineses (e com que eficácia...). Só que a esquerdalha estúpida gosta de acometer quixotescamente contra palavras (agora é o liberalismo...)e há que dar a volta a essa tendência. Agora se tomamos a palavra liberal em sentido estrito (uma corrente partidária) então a Constituição não é liberal, tal como não é socialista (como Blair diz...). Adapta-se a qualquer programa partidário, menos ao comunista, é claro... Você parece também querer arremeter contra palavras...

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 21, 2005 01:12 PM

Não percebo. Se é o próprio Chirac que propagandeia a Constituição dizendo que ela é "justamente não liberal" e você acga que não?

Publicado por: David às junho 21, 2005 01:51 PM

EUROLIBERAL às junho 21, 2005 01:12 PM

Estou em princípio de acordo consigo.
O problema actual é que as ondas Liberais Americanas que estão no Poder, querem um Liberalismo Selvagem, em que as Leis apenas beneficiem o poder do Capital.

Os EUA tiveram 11 anos de crescimento record com Clinton Liberal.

A questão na Europa é precisamente conjugar o Liberalismo (que a maioria aprova) com a RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS !

Ora...Liberais como a Joana, só nos fazem desconfiar das suas "boas" intenções, pois entendem que as Empresas não têm nenhuma responsabilidade social.


Publicado por: Templário às junho 21, 2005 02:11 PM

Entendamo-nos: a Constituição europeia é 100% liberal, no sentido de que defende a economia liberal de mercado (sentido lato). Não é liberal (sentido estrito)no sentido de que favorece uma certa corrente partidária mais ou menos libertária (o que a esquerdalhada quixotesca designa como neo-liberalismo), porque é compatível com qualquer programa de governo, mais à esquerda ou mais à direita, desde que este se baseie na economia de mercado livre: isto é, é compatível com todas as correntes programáticas com excepção das comunistas. Há que saber interpretar... Chirac na frase citada refere-se ao este segundo sentido (estrito) e tem razão.

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 21, 2005 02:37 PM

EUROLIBERAL às junho 21, 2005 02:37 PM

Percebi-o bem.

Mas gostava de saber a sua opinião, sobre a Ideóloga Liberal Convicta Dona Joana, uma vez que ela é contra a Constituição Europeia. Consegue explicar ?

Publicado por: Templário às junho 21, 2005 02:50 PM

Algum de você já leu a Constituição Europeia. A avaliar pelo que escrevem não me parece

Publicado por: Curioso às junho 21, 2005 02:51 PM

Pró Curioso

http://www.aprendereuropa.pt/page.aspx?idCat=533&idMasterCat=339&idContent=447

Publicado por: Templário às junho 21, 2005 03:15 PM

A Constituição dos Estados Unidos da América


Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, estabelecer a justiça, assegurar a tranqüilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América.


ARTIGO I (início da página)

Seção 1

Todos os poderes legislativos conferidos por esta Constituição serão confiados a um Congresso dos Estados Unidos, composto de um Senado e de uma Câmara de Representantes.


Há algum artigo, seccção, ou emenda na Constituição americana que proíba partidos Comunistas?

Porque são proíbidos os Partidos Comunistas nos EUA ?

Publicado por: Templário às junho 21, 2005 04:39 PM

Templário em junho 21, 2005 04:39 PM:
Você não sabe o que diz. Existe um Partido Comunista nos USA, veja: http://www.cpusa.org/
Durante o Mcarthismo foi perseguido. Mas também nessa época milhões de dissidentes foram executados na URSS e Europa de Leste e ninguém se ralou

Publicado por: David às junho 21, 2005 05:03 PM

David às junho 21, 2005 05:03 PM

Também existia o Luther King.

É.. o KKK também existia...ou será que ainda existe ?

Publicado por: Templário às junho 21, 2005 05:15 PM

Você acumula: não sabe o que diz e insiste em dizer o que não sabe

Publicado por: David às junho 21, 2005 05:21 PM

David às junho 21, 2005 05:21 PM

Por eu não saber o que digo, e dizer o que não sei, é que venho aqui para aprender com o David e outros acólitos.

Passados 2 anos destas aulas, continuamos na mesma, quanto a ideias o Nick David nada apresenta, apenas sabe dizer:
- Apoiado Joana, Post muito bom, que grande cultura e outras patétices.

Qualquer coisa vinda de si, nada. Deixe de ler jornais mentecaptos, fofoquices, saia à rua a tomar um café, sente-se tranquilo e observe o mundo à sua volta.

Publicado por: Templário às junho 21, 2005 05:31 PM

Schroeder adverte contra desmoronamento da União Europeia

O chanceler alemão, Gerhard Schroeder, advertiu esta terça-feira contra o risco de desmoronamento da União Europeia (UE) e contra a substituição do actual modelo social europeu por um modelo de cariz neo-liberal. «A Europa é a resposta à guerra, ao extermínio e aos desafios da globalização, e quem quiser destruir este modelo, por egoísmo nacional ou por motivos populistas, atenta contra as aspirações e direitos das gerações vindouras», disse o chefe do governo alemão, durante a apresentação de um livro, em Berlim.
Schroeder lembrou que a UE «atravessa uma crise muito grave» depois do duplo «não» da França e da Holanda nos referendos ao Tratado Constitucional Europeu, e do fracasso das negociações sobre o orçamento comunitário 2007-2013, no Conselho Europeu que se realizou em Bruxelas, entre 16 e 17 de Junho.

«No essencial, trata-se de saber qual é a Europa que queremos», disse o chanceler social-democrata, reafirmando que a UE deve ser uma união política e não apenas uma mera zona de comércio livre.

«Só assim poderemos enfrentar os desafios a nível nacional e internacional», sublinhou Schroeder, aproveitando a ocasião para criticar a oposição democrata-cristã (CDU/CSU) e a sua candidata a chanceler, Angela Merkel, que se pronunciou contra um alargamento «demasiado rápido» da UE.

«Os que entre nós falam de distensão interna, revelam a mesquinhez dos cobardes que se vergam logo que sentem os primeiros ventos contrários», disse Schroeder, cujas hipóteses de ser reeleito nas eleições gerais antecipadas de Setembro são remotas, a acreditar nas sondagens.

Publicado por: EUROLIBERAL às junho 21, 2005 05:49 PM

O Schroeder já está fora do prazo de validade e vai-se enterrar mais com o apoio ao pagamento da PAC cujos principais beneficiários são os franceses.

Publicado por: V Forte às junho 21, 2005 05:59 PM

A nossa TV deu inicialmente mais relevo à maldade do Blair, mas a imprensa estrangeira está a ser muito negativa contra Chirac.

Publicado por: Susana às junho 21, 2005 09:03 PM

Excelente, a analogia com o passado, a análise do presente. Mais um blog a visitar regularmente.

Publicado por: tina às junho 21, 2005 09:51 PM

Análise lúcida e sugestiva. Parabéns

Publicado por: Rebelo às junho 21, 2005 11:31 PM

Não vale a pena os media são um dos maiores factores de atraso do País, são Anti-inovação, Anti-capitalismo, Anti-economia e Pró-Estado, Pro-Política, Pró-Social.... e Pro-Futebol.

Publicado por: lucklucky às junho 22, 2005 12:21 AM

por: lucklucky às junho 22, 2005 12:21 AM

e Pro-Futebol....

Actividade económica do Futebol em Exportação, e consequentemente captação de divisas e de Euros, para pagar nossas batatinhas...

2004 - FC do Porto - Transferências : 70 milhões de euros
2004 - FC do Porto Percurso e conquista da Taça Campeões : 7 milhões de euros (mínimo)
2004 - Pagamento da FIFA à Federação Portuguesa de Futebol pelas fases, quartos de final, semi-final e pela final : 25 milhões de euros (salvo erro)

- Receitas para Portugal das transferências em salários de : Mourinho, Ronaldo, Tiago, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira : 8 milhões de euros

- Salários de - Figo, Boa Morte, Caneira, Rui Costa, F. Couto, F. Meira, Maniche, Costinha 10 milhões euros

2005 - Benfica e FC Porto taça Campeões : 5 milhões euros (mínimo)
2005 - Transferências do FC Porto (maniche, costinha) para Moscovo - 20 milhões euros

E falta ainda contabilizar muitas outras actividades relacionadas com o Futebol, desde a Restauração, Hotelaria, Turismo, enfim...

Excepto a Auto-Europa, qual é a actividade exportadora portuguesa que factura mais que o Futebol ?

Publicado por: Templário às junho 22, 2005 01:01 AM

Bem escrito e bem explorada a analogia entre 2 eventos que aconteceram no mesmo dia, afastados 190 anos.

Publicado por: Adalberto às junho 25, 2005 11:13 PM

Lixo

Publicado por: Cisco Kid às agosto 4, 2005 04:02 PM

Lixo

Publicado por: Cisco Kid às agosto 4, 2005 04:03 PM

Lixo

Publicado por: Cisco Kid às agosto 4, 2005 04:03 PM

Pois ...pois

Publicado por: sisifo às agosto 5, 2005 01:46 AM

.

Publicado por: sisifo às agosto 5, 2005 10:53 AM

Pois

Publicado por: Cisco Kid às agosto 6, 2005 03:34 PM

Esperemos que sim

Publicado por: Nurcia às agosto 6, 2005 11:18 PM

Esperemos

Publicado por: Nurcia às agosto 7, 2005 09:22 AM

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Publicado por: sisifo às agosto 7, 2005 05:39 PM

Veremos

Publicado por: Nurcia às agosto 10, 2005 07:29 AM

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Publicado por: bonus às agosto 20, 2005 11:45 AM

Era bom!

Publicado por: Nurcia às agosto 23, 2005 05:58 AM

Querias?

Publicado por: Cisco Kid às agosto 23, 2005 11:23 PM

Querias??

Publicado por: Cisco Kid às agosto 24, 2005 06:14 PM

Era bom

Publicado por: sisifo às agosto 28, 2005 06:51 AM

Lixo

Publicado por: Cisco Kid às agosto 30, 2005 06:30 AM

Querias!

Publicado por: Cisco Kid às agosto 30, 2005 05:03 PM

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Publicado por: sisifo às agosto 30, 2005 10:34 PM

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Publicado por: didi às setembro 2, 2005 10:15 AM

Pois

Publicado por: did às setembro 3, 2005 04:07 AM

Pois

Publicado por: Cisco Kid às setembro 4, 2005 09:19 AM

.

Publicado por: didi às setembro 5, 2005 02:18 AM

Pois!

Publicado por: didi às setembro 5, 2005 02:19 AM

Pois

Publicado por: didi às setembro 5, 2005 02:19 AM

Pois

Publicado por: didi às setembro 8, 2005 11:25 AM

Era bom!

Publicado por: didi às setembro 10, 2005 10:08 PM

Waterloo? Com este Napoleão?

Publicado por: béu-béu às setembro 14, 2005 06:16 AM

Vamos lá ver.

Publicado por: Surama às setembro 15, 2005 06:48 PM

Talvez ...

Publicado por: dutra às setembro 20, 2005 11:07 PM

Gosto desta análise

Publicado por: Surama às setembro 21, 2005 07:31 AM

Não tarda muito

Publicado por: Surama às setembro 22, 2005 03:04 AM

Não vai ser tão cedo

Publicado por: socratico às setembro 23, 2005 09:30 AM

No lo creo

Publicado por: red às setembro 25, 2005 03:52 AM

No lo creo

Publicado por: red às setembro 25, 2005 03:52 AM

Parece que não

Publicado por: didi às outubro 19, 2005 05:08 PM

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