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junho 12, 2005

37º 08’N 07º 36’W

Ou Reflexões pré-estivais

1 – Bizantinices:
O debate escrito entre Bagão Félix e Vítor Constâncio foi uma bizantinice. Em primeiro lugar, ambos têm razão; em segundo lugar, já ninguém se interessa pela autópsia de défices passados. Há alguns, poucos, que apenas estão interessados em resolver os défices futuros, e outros, muitos, que apenas estão interessados em tentar que os défices não lhes digam respeito e lhes passem ao largo.

É evidente que Bagão Félix tem razão em tudo o que escreve sobre as condições em que foi elaborado o OE2005, não apenas pelo desfasamento temporal (Setembro e Outubro de 2004 contra Abril de 2005), como quanto à política de cativação de verbas (táctica que tem sido usada como pressão sobre os ministérios “despesistas”), como ainda quanto ao desfasamento político (o OE 2005 foi feito tendo subjacente uma dada política, e a sua reavaliação foi feita tendo em conta outras opções políticas em alguns itens).

Também é óbvio que Vítor Constâncio tem razão: a reavaliação do OE2005 foi feita de forma tecnicamente correcta (embora o ter ido às centésimas se prestar ao ridículo) e será o que aconteceria, com as actuais previsões (corrigidas face ao que eram 6 meses antes) e opções políticas, se nada se fizer para corrigir. Aliás Vítor Constâncio teve o cuidado de sublinhar que a sua previsão “não era incondicional” e “será seguramente invalidada”.

O que envenenou a questão foi a reavaliação do OE2005 ter sido apresentada no meio de um encenação monumental, destinada a permitir a Sócrates dramatizar a situação financeira (que conhecia), derrogar as suas promessas eleitorais (feitas com conhecimento da situação financeira) e atirar as culpas para os outros. Sócrates utilizou o adereço fornecido por Constâncio na sua rábula. O adereço prestava-se a isso, mas Vítor Constâncio teve o cuidado de o condimentar com algumas frases, tecnicamente inatacáveis, que lhe permitiriam alegar a mais completa neutralidade perante o aproveitamento político posterior. Assim, Vítor Constâncio continuaria a ser o técnico acima de qualquer suspeita, deixando as rábulas para os políticos “abaixo de qualquer suspeita”, como Cravinho, que acorreu com uma conferência de imprensa que julgava ser incendiária, mas que resultou absolutamente inútil face ao rigor mortis adiantado da questão, e que foi relegada para 4º ou 5º plano pela comunicação social.

Mas tendo embora Bagão Félix e Vítor Constâncio razão, saem ambos feridos desta questão: Bagão Félix é o responsável por um OE que passará à História como não credível e Vítor Constâncio é responsável por ter participado (por acção ou omissão) numa rábula que teve muito de política e nada de técnica. E ambos por esta polémica inútil.

2 – Morreu o “Companheiro” Vasco.
É normal que um vulto que desempenhou um importante papel na História fique amarrado às convicções que estiveram na base desse desempenho. Não é pois de estranhar que Vasco Gonçalves continuasse amarrado às suas convicções e a pensar que as decisões que tomou em 1974/75 eram as que melhor serviam os portugueses e a sua prosperidade. Mas o problema maior de Vasco Gonçalves não foi o de não perceber que a política que implementou das “nacionalizações aos repelões”, a proteger por uma Constituição blindada feita sob a tutela do MFA, levaria Portugal à ruína em vez de o levar aos “amanhãs que cantam”; o problema maior foi o de nunca ter percebido que não tinha base social (e militar) de apoio, e a dramatizar uma Teoria da Conspiração para descrever o seu crescente isolamento, clamando contra a “baixa política” do “Documento dos nove”, contra a informação, que se estaria a tornar “fascizante”, apesar de ela estar então maioritariamente controlada pelo PC, e contra a oposição às suas ideias, pois essa oposição tinha semelhanças com as “situações pré-fascistas” da Europa entre as duas guerras. A dramatização do chavão “não há 3ª via entre o socialismo (leia-se comunismo) e o fascismo” não é compaginável com o epíteto de lutador pela liberdade que lhe é dado por alguma esquerda.

Há todavia algo que se lhe deve reconhecer para além da coerência ideológica: era um homem intrinsecamente honesto. Nomeadamente quando comparado com os outros protagonistas da época: Otelo, Cunhal, Soares, etc. Todavia a honestidade, quando acompanhada por uma certeza inabalável nas convicções políticas, pode servir de caução aos maiores desmandos perpetrados por sequazes. Felizmente para o país, Vasco Gonçalves foi destituído antes que tal pudesse acontecer.

Viveu exilado no seu azedume; as críticas à sua política eram apenas mentiras e calúnias; os seus colegas de armas, que se lhe opuseram, traíram-no vítimas de vacilações pequeno-burguesas. Morreu zangado com a História.

Publicado por Joana às junho 12, 2005 10:10 PM

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Comentários

Olá!
Na ronda habitual pelos meus blogues preferidos, aproveito pra lhe desejar um bom fim de semana.

Aquele abração do
Zecatelhado

Publicado por: zecatelhado às junho 12, 2005 11:13 PM

Está no Algarve? Com essas coordenadas?

Publicado por: Rui às junho 13, 2005 12:06 AM

"Era um homem honesto"

Mas o que é a honestidade?
Não roubar?
Acreditar nas ideias e levá-las ás ultimas consequências?

Mas isso também Hitler fez e nunca matou ninguém.
Duvido mesmo que tenha alguma vez disparado um tiro.

Este homem nunca conseguiu perceber que não era mais que uma marioneta nas mãos de Cunhal, que o deitou borda fora quando deixou de ter qualquer utilidade.

Mesmo assim o mal que nos fez, bem patente nas leis gonçalvistas que por ai andam, está para durar como as pilhas Duracell.

Publicado por: Retornado às junho 13, 2005 12:36 AM

Eu sei, Joana, que nada tem a ver com o seu texto...

O Presidente da República mentiu?

Cada um ajuizará por si....

«Nota à Comunicação Social
Palácio de Belém
11 de Junho de 2005
Tendo sido suscitada na comunicação social a questão da pensão de reforma recebida por sua Excelência o Presidente da República, venho esclarecer o seguinte:
1. O Dr. Jorge Sampaio recebe, desde 1 de Janeiro de 2003, uma pensão de reforma da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores. Essa reforma é o resultado de contribuições próprias, exclusivamente provenientes do seu bolso, ao longo de 39 anos e 8 meses, uma das mais longas carreiras contributivas de advogados portugueses.
2. Desde 1947 que os advogados dispõem em Portugal de um regime específico de segurança social, de inscrição obrigatória. Os advogados são obrigados ao pagamento de contribuições, integralmente suportadas por si, para a formação da sua pensão de reforma.
3. Assim, a reforma actualmente recebida pelo Dr. Jorge Sampaio foi totalmente constituída a expensas suas, segundo o regime legal de auto-contribuição em fundo fechado, sem qualquer financiamento nem do Orçamento Geral do Estado, nem do Orçamento da Segurança Social.
(...)
Lisboa, 11 de Junho de 2005
O Chefe da Casa Civil
João Serra»

Com que então, estamos perante um “em fundo fechado, sem qualquer financiamento nem do Orçamento Geral do Estado”?!
Leia-se o que dispõe o art. 131.º do Código das Custas Judiciais.
«Destino das receitas
1 - Revertem para o Cofre Geral dos Tribunais:
(...)
c) As taxas de justiça cível;
(...)
2 - (...)
3 - Das receitas mencionadas na alínea c) do n.º 1, revertem:
a) 21/1000 para o conselho geral da Ordem dos Advogados;
b) (...);
c) 56/1000 para a Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores;
d) (...).
4 - (...).
5 - (...).
6 - (...).
7 - (...).
8 - (...).

Para quem não sabe, a taxa de justiça cível é o “preço base a pagar” por um processo cível em tribunal. Estamos a falar de muitos milhões ao longo dos anos...
Sua Excelência o Sr. Presidente da República entende que o caso dele é especial.
NÓS somos sempre um caso especial.
O NOSSO “privilégio” é sempre justificado.

Até um dia destes.
Cumprimentos.

P.

Publicado por: Pseudoeter às junho 13, 2005 11:06 AM

O destino é mesmo brincalhão e se lhe desse para escrever romances ainda batia aquela escritora de sucesso, magrinha que escreve cá no quintal.

O seu último sucesso " De mãos dadas entram no Politburo" já levou o Variety a preparar uma edição extra.

Publicado por: Retornado às junho 13, 2005 11:27 AM

De facto é difícil conciliar a honestidade com a tendência para a ditadura. Mas percebo o que a Joana pretende dizer.

Publicado por: David às junho 13, 2005 11:48 AM

Provavelmente se ele tivessse continuado, estariamos agora a dizer que ele havia sido um monstro e estava com as mão tintas de sangue.

Publicado por: David às junho 13, 2005 11:50 AM

Vasco Gonçalves não era bom da cabeça. Se tinha alguma convicção era a de que elefantes cor-de-rosa se passeavam no seu quarto...

Publicado por: Albatroz às junho 13, 2005 12:05 PM

Só vim confirmar.

Era de prever que, perante a morte de alguém como Vasco Gonçalves, o habitual coro de imbecis bolsasse essa mistura de fel e estupidez que caracteriza os mentecaptos.
O que vale é que essa verve é inesgotável e, assim, poderão redobrar a investida quando souberem da morte de Álvaro Cunhal.

É este espírito que alimenta a pequenez mental do país e o manterá, secula seculorum, na cauda da Europa, a debater-se com arrastões que pescam na praia e tubarões que comem em terra.

Publicado por: Só por uma questão de estatística às junho 13, 2005 12:32 PM

«...a informação, que se estaria a tornar “fascizante”, apesar de ela estar então maioritariamente controlada pelo PC...» (Joana)


Um relatório do Conselho de Imprensa publicado em 1979 sobre a imprensa escrita em Portugal e cobrindo o período entre Abril de 74 e Junho de 76 aponta, no capítulo intitulado «LUTA CONTRA O MONOLITISMO», os seguintes jornais como não estando controlados pelo PCP:
«Primeiro de Janeiro»
«Jornal Novo»
«A Luta»
«Expresso»
«O Jornal»
«Tempo»
«O Comércio do Porto»

Também não estavam controlados pelo PCP a «Luta Popular», os jornais da D.Vera Lagoa e do sr. Múrias, e as centenas de jornais regionais controlados pela Igreja, encabeçados por esse expoente da democracia que dava pelo nome de «Cavaleiro da Imaculada». Nem o «Diário do Minho», o «Diário do Sul» ou o «Diário dos Açores».

A Rádio Renascença esteve controlada pela extrema esquerda até o «Grupo dos Nove» lhe ter rebentado os emissores, a Emissora Nacional estava controlada pelo PS e o controlo que o PCP tinha da RTP viu-se no 25 de Novembro. Basta comparar aliás, o quadro do departamento de informação em Junho de 75 e em Junho de 76 para se ter uma noção da «maioria comunista» na informação da RTP.

Uma coisa é constatar a influência dos comunistas na comunicação social naquele período, outra, bem diferente e pouco séria, é dizer que ela estava «maioritariamente controlada pelo PCP». É um chavão muito repetido, mas não é verdade.

Publicado por: Só por uma questão de estatística às junho 13, 2005 01:12 PM

Publicado por: Só por uma questão de estatística às junho 13, 2005 12:32 PM

Tem muita razão.
A diferença entre mim e Você é que se Você mandasse eu não podia escrever
Eu não mando, mas se mandasse Você podia, naturalmente, dizer as baboseiras que escreve.

Publicado por: Retornado às junho 13, 2005 02:14 PM

Só por uma questão de estatística às junho 13, 2005 12:32 PM

Peço desculpa, os elefantes eram azul-bébé com bolinhas amarelas?...

Publicado por: Albatroz às junho 13, 2005 02:33 PM

Publicado por: Retornado às junho 13, 2005 12:36 AM

Hitler participou na Primeira Guerra Mundial...no entanto V.Excia acha que "Duvido mesmo que tenha alguma vez disparado um tiro."

Publicado por: amsf às junho 13, 2005 03:13 PM

Joana

Pela latitude, você está em Conceição, mas pela longitude e pelo palpite você está em Pedras da Rainha.
Há mais duas hipóteses:
1 - Você enganou-se nas coordenadas
2 - Está num lugar não referenciado nos mapas

De qualquer modo, um bom resto de fim de semana prolongado

Publicado por: Anonymous às junho 13, 2005 03:32 PM

Precipitação a minha.
Está,mesmo, em Cabanas ou Pedras da Rainha

Publicado por: Anonymous às junho 13, 2005 03:38 PM

Publicado por: amsf às junho 13, 2005 03:13 PM

A partir de agora vou indicar nas minhas opiniões quando elas são irónicas, metafóricas ou simplesmente metafísicas, para entre outras coisas ajudar espíritos como o de vosselência na interpretação.

Portanto só para si:
(Metafísico)
Hitler participou na 1ª Guerra Mundial e vosselência dá por adquirido que ele disparou, mas também o actor Otelo Saraiva de Carvalho participou na Guerra Colonial e saberá vosselência quantos tiros eles disparou sobre o inimigo.

(Metafórico)
Hoje não sei onde li uma linda frase “as traduções são como as mulheres, as belas não são fieis e as fieis não são belas” e aqui temos os políticos e as políticas e os comentadores.

(Históricos)
Lembre-se sempre da frase de César “Preparemo-nos e marchai!”

Publicado por: Retornado às junho 13, 2005 03:42 PM

Este Retornado deve pensar que ainda está a tratar com pretos...

Publicado por: Enraizado às junho 13, 2005 04:28 PM

Anonymous às junho 13, 2005 03:38 PM

Se "eles" sabem, ainda leva com um arrastão !

Será que é por estar de férias, que lhe passou ao lado este fenómeno único em Portugal e Grave para a Economia Nacional ?

Ou será que está a contabilizar os custos/rentabilidade da Educação / bem estar social, e/ou prejuízos na actividade económica Turística que representa mais de 10% do nosso Pib ?

Afinal o que será mais produtivo ?
a) investir em força policial
ou
b) em educação/integração/ e assistência social ?

E por ter sido lançada no dia 10 de Junho, dia da Raça e de Camões (tb ele um marginalizado) será que foi um acto político ?
Ou será que foi apenas um discurso prático, para que todo o Planeta visse como vai Portugal ?

Publicado por: Templário às junho 13, 2005 05:19 PM

Publicado por: Enraizado às junho 13, 2005 04:28 PM

Meu caro está a ver como Você é ignorante?

"Retornaram" milhares de pretos, como V.Exa poderia ter verificado se estivesse em Carcavelos no dia 10 de Junho.

Ou Você acha que os 500 pretos que por lá andaram, outros falam em 2000, nasceram de geração expontãnea?

Peça á Joana , que eu não tenho paciência, para lhe explicar o que foi o IARN.

Publicado por: Retornado às junho 13, 2005 05:59 PM

Retornado às junho 13, 2005 05:59 PM

Ignorante seria, talvez, a sua mãezinha, que não lhe soube explicar o significado do verbo retornar.
Os pretos não podiam «retornar» a um sítio de onde não partiram.
E para virem fazer o que têm andado a fazer desde então, bem podiam ter ficado onde estavam, porque aqui é que não fazem falta nenhuma

Publicado por: Enraizado às junho 13, 2005 08:00 PM

Publicado por: Enraizado às junho 13, 2005 08:00 PM

Caro putativo irmão.
E digo isto porque o meu Pai andou por montes e léguas e deixou semente por muito sítio.

Não sabes irmão, e verdadeiramente não eras obrigado a isso, que aquilo que gostam muito de chamar "as colónias" faziam parte integrante da nação até aparecer o comediante Otelo e muito "preto" tinha a nacionalidade portuguesa, logo...

Olha até o Cunhal que era soviético, tinha um BI onde se dizia que era português.
Aposto que era falsificado.

Publicado por: Retornado às junho 13, 2005 08:22 PM

putativo

do Lat. putativu, suposto


adj.,
que se supõe ser o que não é;

reputado.

Publicado por: Templário às junho 13, 2005 08:49 PM

Retornado às junho 13, 2005 08:22 PM

Pois é — além de não saberes o significado de retornado, também não sabes o de putativo. O que não surpreende, em quem evidencia um QI no terço inferior da escala.

Como é típico, os estúpidos apanhados na curva da ignorância recorrem ao insulto boçal.

Como também não sabes o significado de «nação», não vale a pena explicar-te em que difere de Estado. Muito menos que tu nunca pertenceste, nem pertencerás, à mesma nação que eu.

Deves ter o complexo do Michael Jackson, mas por muito que te pintes não vais passar do bilhete de identidade.

E vê lá se deixas de acreditar que as colónias faziam «parte integrante» do Estado (a que chamas nação). Isso era conversa dos chefes de posto.

Pior que um colonizador, só um colonizado manso.

Publicado por: Enraizado às junho 13, 2005 10:08 PM

Têm muita razão.
Espera lá, porque é que estou a usar o plural quando afinal são o mesmo.
Eu pensava que putativo era aquele que vinha da puta, mas estamos sempre a aprender.
Quanto aos retornados telefonei ao Dr. William Pott e ao Dr. Rui Cartaxana e eles confirmaram, são mesmo retornados.
Prontos.
E agora vou ver televisão que a comendadora Fátima atirou-se de tal maneira ao Luís Osório que espero que aquilo ainda termine numa declaração de amor.
Adeus, até ao meu regresso, amanhã camarada!

Publicado por: Retornado às junho 13, 2005 10:36 PM

Pode-se evidentemente achar que era má ideia, mas as Províncias Ultramarinas faziam de facto parte do Estado Português, e os seus habitantes - de todas as etnias - eram cidadãos portugueses. Só deixaram de o ser com a lei racista da nacionalidade, de 1975. Tivessem os nossos governantes do pós-25 de Abril sido mais inteligentes e ter-se-ia encontrado uma solução para a independência dessas Províncias (que a desejassem), que tivesse permitido manterem-se em África os brancos que o quisessem, o que teria permitido o funcionamento regular das suas economias e teria portanto evitado não só o afluxo dos "retornados" como a imigração de muitos africanos que não conseguem subsistir nos seus países. Mas inteligência não era o forte daquela gente, além de que estavam às ordens de interesses estranhos que precisavam da saída dos brancos da África lusófona para que eles se pudessem lá instalar mais facilmente a explorar.

Publicado por: Albatroz às junho 13, 2005 10:38 PM

Se há um livro que, subsidiáriamente, (e na minha opinião claro está) «subverte» as tradicionais grelhas de análise - quando não mesmo os "clichés" - do esforço de guerra no Ultramar, esse livro é «Marcelo Caetano ; as desventuras da razão».

Publicado por: asdrubal às junho 14, 2005 12:08 AM

A comunicação social teve um enorme cuidado em não dizer a cor dos pretos. Como é que vocês souberam?

Publicado por: David às junho 14, 2005 12:10 AM

Acredito que a maioria dos ilustres frequentadores deste Blog sao bem mais novos do que eu. Por isso, nao tem culpa de fazerem certas afirmacoes em relacao a periodos do passado historico, baseados apenas no que leram ou no que lhes transmitiram. Ou seja, nao estavam la, nao viveram nesses tempos. Eu ESTAVA e lembra-me perfeitamente de ter aprendido na Escola Primaria que existia o Imperio Colonial Portugues, e que as Colonias eram tao colonias como as da Inglaterra, Franca, Belgica, Espanha etc. E que, para enaltecer a grandiosidade desse Imperio, foi realizada em Lisboa, no ano de 1940, a Exposicao Colonial Portuguesa, uma especie de EXPO da epoca. So no final da Segunda Guerra Mundial e que o Salazar , quando se apercebeu que a descolonizacao era um processo irreversivel que estava a ser levado a cabo por Ingleses, Franceses, Belgas, etc , resolveu apelida-las de Provincias Ultramarinas, designacao essa que nao foi aceite pela comunidade internacional (para todo o mundo continuavam a ser colonias, com toda a carga inerente !). E quanto aos habitantes das colonias serem considerados cidadaos portugueses, nem pensar! Havia pelo menos 4 tipos de cidadaos: Indigenas (a esmagadora maioria), Assimilados (os mesticos que tinham conseguido alcancar um minimo de educacao primaria - saber ler e escrever PRETOGUES), os Brancos de Terceira (aqueles que ja haviam nascido nas colonias) e finalmente os Brancos de Primeira (os cidadaos Portugueses que haviam emigrado para as colonias ou para la tinham ido a servico do Governo). Quanto a afirmacao de um ilustre frequentador do Blog no referente a JA CA TERMOS COMUNIDADES AFRICANAS HA 500 ANOS, deve ser piada! Lembro-me que tive um colega africano no Liceu (Rodrigues de Freitas, no Porto), num universo de 700 ou 800 alunos ! Por sinal, rapaz muito aplicado e que mais tarde seguiu as Belas Artes e fez parte do Teatro Experimental do Porto. Chamava-se Paulo e so nao me lembro se era da Guine ou de Cabo Verde. Isto nos anos 40 ! Durante muitos anos, a simples visao de um preto na rua era um acontecimento ! OLHA UM PRETO ! Como se tratasse de qualquer coisa exotica ! Mais tarde, ja nos anos 50, comecaram a aparecer alguns africanos (e Brasileiros) que se destacaram como jogadores de futebol. Mas eram certamente comunidades que tinham a dimensao do numero de dedos das nossas maos...Grande acontecimento da epoca (meados dos anos 50) foi a vinda a Portugal de uma Companhia de soldados africanos, todos impecaveis nos seus uniformes caqui ! Alias, segundo me contava um familiar meu que foi comandante militar em Macau, esse tipo de tropas esteve tambem destacado naquela colonia Portuguesa no tempo da 2 Grande Guerra. Acho que era para assustar os chineses ! Assim como e uma falacia aquela afirmacao, que ja vem do tempo do Salazar, que nas Colonias Portuguesas todos os habitantes falavam Portugues ! Eu estive pessoalmente em Angola e Mocambique na decada de 60 (a servico de uma multinacional) e verifiquei com os meus olhos que isso nao era verdade. Mas na Africa do Sul, especialmente em Joahnesburg, praticamente todos falavam Ingles ! Tambem estive 2 vezes em Macau no final da decada de 80 (territorio que fazia parte do meu imaginario desde crianca, dado terem la vivido varios familiares meus), e constatei que de uma populacao de mais ou menos 500 mil a epoca, talvez houvessem 5000 cidadaos que falavam Portugues ! A policia na rua nao falava, a nao ser um ou outro sargento e ate num dos hoteis em que fiquei hospedado (4 ou 5 estrelas), foi necessario chamarem uma funcionaria administrativa para vir a recepcao falar em Portugues com uns elementos (mecanicos) que me acompanhavam, por que estes nao falavam Ingles ! Ja em Hong Kong, nao havia dificuldade em falar Ingles com qualquer pessoa. Ha inverdades que sao repetidas tantas vezes, durante tanto tempo, que acabam por ser consideradas verdades inquestionaveis ! Eu nao me importo nada em desmistifica-las sempre que possivel ! Tambem so entro nestas tertulias para falar de coisas que vivi e experimentei. E nao pelo que li no Expresso ou assisti na TV...Obrigado pela paciencia em me lerem e ate sempre... Uma vez mais peco me desculpem pela falta de acentos e cedilhas no meu texto, devido ao teclado do meu computador ser apenas para a lingua inglesa...

Publicado por: Alkayross às junho 14, 2005 02:33 AM

Alkayross às junho 14, 2005 02:33 AM

Li-o com atenção, e percebo bem as épocas que referiu apesar de ainda não ter nascido.

De qualquer maneira, seberá que desde 1500, vieram nativos para o Nosso Portugal.
1º como disse e bem, para exposição exótica. Afinal toda a corte desejava ver, os nativos desconhecidos.

2º Como saberá também, após esse periodo, iniciou-se para os Portugueses, ( os Romanos 1500 anos antes já o tinham feito) uma nova transacção de mercadoria, que era a Escravatura Humana sobretudo de Raça Negra.

Foi assim que os negros chegaram à America e à Europa, e poderá concluir com toda a certeza, que vieram muito antes do sex. XX.

Há mesmo uma região junto a Setubal, que era infestada por uns mosquitos, e na qual os brancos não conseguiam viver. Foi então decidido, povoá-la por negros forçados, que "uns tempos mais tarde" originaram uns brancos de hoje cujos vestígios apenas se vislumbram no cabelo encaracolado (tipo carapinha), porque morenos já somos um pouco todos nós !

Portanto até já temos brancos, de origem Negra !

Publicado por: Templário às junho 14, 2005 05:24 AM

Alkayross às junho 14, 2005 02:33 AM

Há estatísticas que dizem que já no século 18 cerca de um décimo dos habitantes de Lisboa eram negros.

O problema está em confundir Lisboa com Portugal. No Porto, e na generalidade de Portugal, mesmo hoje, nunca existiram negros em número relevante. É natural que num liceu do Porto houvesse um negro em 800 alunos - o mesmo não se passaria em Lisboa.

De facto, mesmo hoje, uma caraterística muito relevante da imigração africana em Portugal é o facto de estar quase toda concentrada na Área Metropolitana de Lisboa. Os ucranianos foram benvindos em Portugal em boa parte porque, ao contrário dos negros, se estabeleceram por todo o país, de forma difusa, incluindo muitos em aldeias muito despovoadas. Os negros, pelo contrário, mesmo perante uma evidente falta de mão-de-obra na "província", mantêm-se quase todos na região de Lisboa.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 14, 2005 09:11 AM

Alkayross

1º - Vivi algum tempo em Angola. Ainda estou para ver um documento oficial que fizesse a distinção - quanto à cidadania - entre um oriundo da Metrópole e outro do Ultramar. A figura do "assimilado" desapareceu muito antes de 1974, com o governo de então a considerar apenas uma categoria de cidadãos. A distinção existiu, mas estou convencido que o intuito não era discriminatório. O não assimilado estava sujeito às leis tradicionais, o que faria para ele muito mais sentido do que estar sujeito aos direitos e obrigações dos cidadãos portugueses de pleno direito.

2º - Os ingleses fizeram, sim, essa distinção, com passaportes que davam direito a ir radicar-se no Reino Unido e passaportes que o não permitiam.

3º - Portugal teve cerca de 200.000 escravos negros, que foram biologicamente assimilados. Não se viam negros no liceu do Porto, mas o sangue negro lá estava nos brancos.

4º - A designação de Províncias Ultramarinas é histórica, não foi inventada por Salazar. A designação de colónias é que só apareceu no século XIX, e não tinha o sentido negativo que hoje damos à palavra. Por isso se falava, num contexto histórico, de colónias gregas e colónias fenícias, sem que isso significasse qualquer forma de opressão.

Publicado por: Albatroz às junho 14, 2005 09:39 AM

Dizem que o Vasco Gonçalves morreu no Algarve a nadar numa piscina. Eu julgava que, em ano de cruel seca, as piscinas no Algarve estivessem, por obrigação legal, todas vazias. Mas, pelos vistos, não. A seca só vale para a agricultura. Para as piscinas continua a haver água.

Mas a Joana, que pelos vistos também estava por esses sítios, me possa esclarecer sobre a situação real da falta (ou abundância) de água no Algarve. O assunto interessa-me diretamente, pois irei para lá de férias no fim desta semana. Não me interessa se a piscina do hotel estará cheia ou não - tomo perfeitamente banho no mar. Mas gostaria de ter água nas torneiras.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 14, 2005 10:06 AM

Só faltava o Albatroz vir dizer que somos todos pretos.

Se o que ele escreveu fosse verdade, o que não teria faltado nos últimos decénios (e nos próximos) seria o nascimento de crianças pretas, filhos de pais brancos. É o que diz a teoria cromossómica da hereditariedade.

O mesmo se aplica à «tese da carapinha» do Templário.

E assim vai, alegremente, este país, inventando o que não sabe.

A fantasia do Albatroz quanto aos direitos dos pretos na colónia de Angola também é enternecedora. Creio, mesmo, que os angolanos deviam erigir um monumento a Salazar (enquanto símbolo do império), em agradecimento por todas as benfeitorias que receberam.

Publicado por: Mendel às junho 14, 2005 11:57 AM

Os Administradores do Banco de Portugal também apertam o Cinto 60 viaturas novinhas

- Faz deste povinho Estúpido -

Estando nós habituados a ver o Dr. Vitor Constâncio a defender, dia sim dia não, a contenção da massa salarial, em especial a dos funcionários públicos, e tendo sido que o Governo decidiu que os assalariados que auferem de salário mínimo só podem ter aumentos equivalentes a uma bica por dia de trabalho efectivo, não deixou de ser uma feliz coincidência saber que os administradores do Banco de Portugal também apertam o cinto.

Pois, apertam o cinto de viaturas novinhas em folha: o governador, Vítor Constâncio, teve direito a um BMW 530 D, no valor de 67400 euros (13400 contos). Para dois administradores foram um Saab Sport Sedam 2.2, no valor de 37 mil euros (7400 contos) e um Volvo V40 1.9D, de 36730 euros (7363 contos). E para que o motorista do Dr. Vitor Constâncio não se sentisse diminuído também levou um Peugeot 206 color line.

No Banco de Portugal existem 56 viaturas atribuídas para 1794 funcionários, o que dá um carrinho por cada 32 almas. O mesmo rácio aplicado à DGCI implicaria que esta disporia de um parque com nada menos que com 406 viaturas, o que agora dava um jeitão para cumprir as últimas ordens do senhor ministro a, e ir a correr atrás de todos os que devem impostos a ver se davam um remendinho no buraco orçamental. E se aplicado aos 700.000 funcionários públicos isso implicaria que o Estado deveria ter qualquer coisa como 21.875 viaturas, o que dava ocupação à Ford Europa por uns tempinhos.

Ao que parece, o Banco de Portugal dá o exemplo de uma forma original: quem parte e reparte e não fica com a melhor parte ou é estúpido ou não tem arte. E o Dr. Vitor Constâncio que há uns tempos aumentou o seu próprio vencimento, de estúpido não parece ter mesmo nada, podia era andar um pouco mais calado.

Parabéns Dr. Vitor Constâncio!

Publicado por: Luis antónio viriato às junho 14, 2005 12:04 PM

Isto culminou com a exclusão das línguas locais do ensino e com o processo de "assimilação". O que era a assimilação? Muito simples: os colonizados não eram cidadãos portugueses. Não tinham direito a bilhete de identidade. O que os tornava "legais" era: 1 o cartão de trabalho assinado diariamente pelo patrão; 2 o imposto indígena reconhecidamente pago. Caso contrário, eram presos nas rusgas diárias e encaminhados para: 1 obras públicas (estradas); 2 serviços domésticos (os colonizadores tinham o direito de ir à prisão da esquadra policial escolher um "rapaz" não nascido em Luanda ou Malanje os destas regiões eram considerados falsos nas suas relações com os colonizadores; os do "sul" eram considerados "pretos fiéis" e por isso com muita procura para os trabalhos domésticos. Os colonizados não podiam por isso casar, mas "amigar". O casamento era para os "mestiços" (a quem os colonizadores chamavam "africanos": uma senhora "africana" era uma mulher mestiça).
Para se tornarem "cidadãos portugueses" tinham de prestar provas: ser católico praticante, dormir numa cama, ter o exame da quarta classe, falar bem português, ter só uma mulher, comer com garfo e faca, isto é, ter costumes "europeus exemplares". Isto é: o que para um qualquer branco era adquirido por nascimento, para o colonizado era adquirido depois de difíceis provas, em que, muito provavelmente, muitos europeus reprovariam.
Assim se impôs a língua portuguesa, através de redes de pequenos colonizadores, nas cidades e nos campos. Eram comerciantes, donos de terras concedidas (depois de rapidamente expropriadas aos colonizados), etc, etc. No meu tempo, raros eram os negros ou mestiços que passavam da quarta classe para o liceu. Exemplifico: no meu tempo fui companheiro de três ou quatro crianças negras ou mestiças no ensino primário, para centenas, se não milhares, de brancas. Logo no primeiro ano do liceu só havia um negro na minha turma de 40 alunos. No meu ensino complementar para Direito, havia uma média de 50 brancos para quatro negros e mestiços. Todos os outros ficavam pelo caminho. Isto para uma população de 500 mil brancos 5 milhões de negros/mestiços.
A língua portuguesa nunca se misturou com as línguas locais, consideradas inferiores. Se houve alguns portugueses que conseguiram, pela sua prática de comerciantes, falar correctamente a língua local, a grande maioria utilizava apenas expressões muito pejorativas dessas línguas. Passo a exemplificar: o que se ouvia os colonizadores (neste caso os brancos) dizer, em tom de galhofa, era: "sundu ia maienu cona da mãe; tuje merda; munhungo prostituição «a gaja é uma preta do munhungo", etc, etc.
A língua portuguesa impôs se não pela convivência, não pela procura de uma língua de mistura (ou crioula), mas pela exclusão forçada das línguas locais. São raras as expressões de línguas locais que a língua portuguesa absorveu: "maka problema". E é interessante ver as "nuances": um preto era sempre um rapaz, quer tivesse 10 ou 100 anos, sempre tratado por tu pelos brancos; o filho de um branco era sempre o menino; um branco era sempre o patrão; a mulher do branco era sempre a senhora; a mulher negra era a rapariga; a mulher mestiça clara era a senhora africana; os mestiços claros eram os cabritos; os negros escuros eram os pretos fulos; os pretos perigosos eram os calcinhas (de Luanda) e os malanginos e catetes; os pretos "amigos" dos brancos eram os bailundos ou os cabindas, os pretos fiéis.
Os filmes ou eram para "maiores de 13, assimilados e interditos a indígenas", ou "para maiores de 6 e indígenas". Isto é, um indígena (um negro sem BI) era considerado até à morte como uma criança menor de seis anos. O Cinema Colonial (no bairro de S. Paulo) estava assim estratificado: bancos de cimento sem costas, mesmo à beira do ecrã, para indígenas; a superior, bancos corridos de madeira com costas, para mestiços e assimilados; cadeiras individuais para os pequenos brancos; camarotes, para os menos pequenos brancos. Esse cinema chama se hoje Popular e preencheu me o dia a dia da minha meninice e adolescência. Os colonizadores nem sonham que foi aí, entre um filme de Tarzã e outro do Zorro e do Roy Rogers, que eu aprendi a ser anticolonialista convicto e, sendo branco, tornei me antibranco (porque o branco era a face visível da tirania e da opressão), um menino de 10 anos revoltado contra o racismo, não teórico, mas ali ao meu lado, preenchendo todo o meu espaço vivencial.
Foi nessa altura que eu comecei a aprender a língua kimbundu (quimbundo), por manuais feitos por missionários. A tal ponto que ainda hoje, se me perguntarem qual é a minha verdadeira língua, eu respondo automaticamente: o kimbundu, mas também o português. Esta visão pode chocar, mas o que escrevi sou eu próprio.

Rui Ramos (*)

(*) Em Angola, muita gente me trata por Rui Musoko: musoko significa aqueles ramos especiais de palmeira que os afilhados ofereciam aos padrinhos antes da Páscoa.

http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=4969&palavras=angola

Publicado por: A realidade contada por quem a viveu às junho 14, 2005 12:09 PM

Ainda Aqui????? Fénix !!!!!

Publicado por: patrícia às junho 14, 2005 12:44 PM

O Rui Ramos agora anda a fazer "arrastão" nas praias de Luanda

Publicado por: kkkk às junho 14, 2005 01:29 PM

Só por uma questão de estatística às junho 13, 2005 01:12 PM:
1 - Quando eu disse maioritariamente, não quis dizer todos;
2 - Alguns dos jornais que indicou foram criados justamente porque a maioria da imprensa tinha caído nas mãos do PCP

Publicado por: Joana às junho 14, 2005 02:28 PM

Luís Lavoura às junho 14, 2005 10:06 AM:
No Sotavento algarvio, que é abastecido pelo Sistema Odeleite-Beliche, não falta água.
Antes disso, houve alguns verões complicados. Não se podia beber água da torneira, pois era muito salina. Alguns cozinhados nem precisavam de sal ... a água da torneira era suficiente.
Há oito ou nove anos o meu pai teve que mandar substituir toda a canalização porque o sal dera entretanto cabo dela.

Publicado por: Joana às junho 14, 2005 02:36 PM

Joana em junho 14, 2005 02:36 PM

Muito obrigado pela resposta.

Eu vou para Albufeira, que, suponho, já não fica no Sotavento (como só muitíssimo raramente vou ao Algarve, conheço mal a terra e a sua geografia).

Enfim, continuo com medo de não poder tomar banho à noite.

Publicado por: Luís Lavoura às junho 14, 2005 02:56 PM

Albufeira fica a mais de 70kms da Barragem de Odeleite. Não sei se faz parte das Águas do Barlavento, ou das Águas do Sotavento, pois fica a meio caminho

Publicado por: Hector às junho 14, 2005 04:17 PM

Mas o problema maior de Albufeira, no Verão, é entrar lá!

Publicado por: J Ribeiro às junho 14, 2005 04:24 PM

Mendel às junho 14, 2005 11:57

Caro Mendel, bem sei que há vários Mendel, e como tal, nem todos terão que saber algo genética.

No entanto aquilo que diz, já se deu. Isto é, dos vários cruzamentos feitos, uns ficaram mais Pretos e outros mais Brancos. Eu apenas aproveitei a descendência Branca de "carapinha" para provar, que até já temos brancos, cuja origem genética remonta a cruzamentos de Pretos com Brancos.
Há até pormenores escondidos. Por exemplo nas gengivas. Há gengivas mais escuras e gengivas mais avermelhas e mais claras.

Por isso caro Mendel, se o Verdadeiro Mendel hoje cá estivesse, até de olhos fechados, conseguiria determinar, só pelo discurso de alguns brancos, que são oriundos da Escravatura.

Há coisas na genética...

Publicado por: Templário às junho 14, 2005 05:10 PM

Mendel às junho 14, 2005 11:57 AM

Pode ser que o incomode, mas é verdade que cerca de 25% da população portuguesa branca tem indícios de ADN africano. Seria possível aparecerem crianças negras filhas de casais aparentemente brancos, mas a probabilidade é pequena dada a diluição progressiva num ambiente biológico branco. Eu conheço uma bisneta (ou será trineta?) do Gungunhana que é loira, tem olhos azuis e a pele branquíssima. Lá se vai o mito da raça pura...

Publicado por: Albatroz às junho 14, 2005 06:05 PM

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