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abril 07, 2005

O Erro dos Futurólogos

A faceta mais interessante dos futurólogos é a de que nunca acertaram em nada. Júlio Verne foi-se tornando cada vez mais desinteressante, porque acertou sempre ao lado: o homem criou o transporte aéreo e submarino, mas nada que se parecesse com as soluções ficcionadas por ele; criou os veículos motorizados para uso particular, mas completamente opostos à Casa a Vapor; e assim sucessivamente. Uma coisa é imaginar que uma dada acção se torne possível no futuro; outra é prever de que forma e porque processo essa acção se irá concretizar. Imaginamos o futuro, mas sempre através da matriz presente.
Deixemos a ficção científica e concentremo-nos na ficção económica. Analisemos a questão da evolução da produtividade do trabalho versus horário de trabalho à luz das ilusões dos fazedores de utopias.

Entre 1789 e 2003 o PIB per capita nos Estados Unidos, a preços constantes, aumentou 32,5 vezes (1.100 para 35.790 dólares de 2000). Ou seja, a produtividade anual do trabalhador americano teria aumentado cerca de 30 vezes. Mas o aumento da produtividade horária foi superior. Admitindo que esse trabalhador médio trabalhasse então cerca de 4.500 horas por ano e que actualmente a duração média anual de trabalho seja 40% daquele valor, teríamos um aumento da produtividade horária de 75 vezes. Estou a admitir que a percentagem da população activa na população total fosse idêntica nas duas épocas, o que talvez não seja verdade. Todavia o aumento da população activa feminina compensa, pelo menos parcialmente, a diminuição do trabalho infantil. Também não vale a pena cálculos muito exactos para o que pretendo ... digamos que a produtividade horária teria aumentado seguramente 50 vezes, provavelmente mais.

Ou seja, aquele trabalhador médio poderia trabalhar agora apenas 90 horas anuais ... meio dia (4 horas) por semana, durante metade do ano! (note-se que alguma parte do nosso sector público já atingiu esse desiderato).

Mas isso só seria possível se o trabalhador actual tivesse os mesmos hábitos de consumo que o de 1789 – 80% do consumo em alimentação e bebidas, contra menos de 20% actualmente (e fosse uma alimentação pobre, baseada em muito pão e em pouca carne, como era então) – e estivesse disposto a medicamentar-se com as mezinhas caseiras da época, a utilizar a água que fosse buscar à fonte, a abdicar das transferências sociais que lhe garantissem a protecção na doença, invalidez e velhice, etc., etc.(note-se que a parte do nosso sector público que atingiu aquele desiderato, não compreende estas contrapartidas).

Ou seja, o trabalhador médio de 2003 satisfaz o consumo de 50 trabalhadores de 1789 ... mas não de 2003.

Coloco todavia outra questão: seria possível uma sociedade funcionar assim? Se o trabalhador médio de 2003, com os hábitos de consumo do trabalhador de 1789, constituísse uma excepção e não a regra, isso poderia ser possível. Se fosse a regra, tal seria absolutamente impossível.

O aumento da produtividade do trabalho exige investimentos maciços em capital, quer equipamentos industriais, quer em investigação e desenvolvimento (I&D). Mas estes custos só se diluem se as produções atingirem níveis elevados. De outra maneira a produtividade não aumenta significativamente.

Por exemplo, uma produção de tractores só atinge a produtividade de 2003 se produzir centenas de milhares de unidades por ano e se estiver associada à produção de outros tipos de veículos. Uma empresa de veículos só é viável se produzir vários milhões de unidades por ano. Há modelos de que só são produzidas algumas dezenas ou centenas de milhares de unidades/ano, mas estão associados a outros modelos, havendo muitos componentes comuns. Mas a produtividade da indústria automóvel baseia-se, igualmente, entre outros factores, no preço do aço. Ora a dimensão mínima óptima de uma siderurgia é actualmente de 5 a 10 milhões de tons/ano, para além das restrições em termos de localização. E assim sucessivamente.

Os produtos de elevada tecnologia têm custos fixos cada vez mais elevados, nomeadamente em I&D, e esses custos fixos só são minorados se a produção for muito elevada. Porque é que só há meia dúzia de gigantes na indústria farmacêutica mundial? Aparentemente produzir pílulas pode estar ao alcance de qualquer pequena unidade. A questão é que a parcela principal do custo do medicamento reflecte os custos I&D e só as grandes empresas têm arcaboiço financeiro para alimentarem laboratórios de investigação caríssimos e inovarem e descobrirem novos produtos. E o mesmo sucede com a informática de ponta.

Ou seja, nós temos uma produtividade enorme porque produzimos em grande quantidade e essa produção só é viável porque consumimos em grande quantidade. Sem esta espiral produção-consumo não teriam existido os aumentos de produtividade a que assistimos em 2 séculos. Cada vez há menos gente na agricultura e na indústria, e mais gente nos serviços, porque a sofisticação dos equipamentos e de outros factores de produção da agricultura e da indústria exige cada vez mais I&D. Por detrás da automatização e da robótica está muito trabalho altamente qualificado investido.

Não é possível a coexistência do trabalhador médio de 2003 e do consumidor médio de 1789. A sociedade não funciona assim, nem é viável assim. Aliás, se os trabalhadores médios de 2003 passassem a ter os hábitos de consumo médio de 1789 (admitindo que isso fosse possível, dada a organização da sociedade actual), ao fim de poucos meses seria a crise generalizada e a maioria dos trabalhadores no desemprego.

Houve, durante estes dois séculos, uma descida acentuada no horário médio anual de trabalho. Essa descida foi-se desacelerando até se ter estabilizado nas décadas seguintes ao pós-guerra. A inversão da pirâmide etária foi talvez o factor mais importante dessa estabilização, mas não só – na maioria das actividades, nomeadamente nas mais qualificadas, não é possível manter um elevado ritmo produtivo a coexistir com períodos de lazer prolongados. Tal só é possível em actividades rotineiras. E a espiral produção-consumo tem que ser mantida, como base de um aumento sustentável da produtividade.

O erro dos futurólogos é o de preverem as possibilidades futuras em termos da sua mundividência presente. Ora o futuro nunca acontece assim porque os factores da sua concretização nos são desconhecidos. Imaginamos o geral, mas não prevemos o mais difícil – quais as peças do puzzle que irão construir esse geral. Foi aí que falhou Verne, apesar da genialidade de muitas das suas futurologias - construiu-as sempre com as peças que eram da sua época, ou que eram previsíveis na sua época.

Nos estudos de viabilidade económica normalmente não se ultrapassam os 15-20 anos (tempo médio de vida útil de uma instalação industrial). A partir daí diz-se, desdenhosamente, que é futurologia. Ou seja, as previsões só são válidas para o período em que a aderência do nosso actual enquadramento mental à evolução da realidade tem significado. A partir daí é futurologia.

Publicado por Joana às abril 7, 2005 08:18 PM

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Comentários

Actualmente, já só os astrólogos e os economistas é que fazem futurologia. Mais ninguém se atreve!...

Publicado por: Senaqueribe às abril 7, 2005 09:52 PM

«E a espiral produção-consumo tem que ser mantida, como base de um aumento sustentável da produtividade.

O erro dos futurólogos é o de preverem as possibilidades futuras em termos da sua mundividência presente».
.
E a Joana, como (ou onde) é que se situa neste labirinto ? Na "espiral da produção-consumo" ou no "erro dos futurólogos" ?

Publicado por: asdrubal às abril 7, 2005 11:00 PM

De facto tem razão quanto ao Julio Verne e quanto às aventuras de ficção científica que li na juventude. Só em certos aspectos eram uma visão do futuro. No essencial eram o presente com uma especulação sobre o futuro

Publicado por: fbmatos às abril 7, 2005 11:05 PM

Eu posso fazer outra forma de futurologia sem receio de me enganar: Como não há recursos disponíveis no planeta para que toda a gente - nem sequer os chineses - possa viver como nós, a médio prazo vamos ter de reduzir os nossos consumos. Talvez não para os niveis do século XVIII mas certamente para muito menos. Pelas razões apontadas pela Joana isso vai destruir uma parte significativa dos nossos empregos. Não vamos a caminho de uma sociedade de prosperidade crescente, mas para uma sociedade reduzida a consumos muito mais próximos da subsistência. Ou então arranjamos maneira de eliminar dois terços da população mundial - sem ter a certeza de estarmos no terço sobrevivente. Estamos a viver as últimas décadas de uma certa prosperidade, até que consigamos aprender a gerir os recursos do planeta de forma a podermos reconquistá-la. Se tivermos sorte sobreviverão algumas bolsas de alta tecnologia (os novos conventos, como na Idade Média) que poderão preparar o longínquo renascimento. Com novas formas de energia e com a possibilidade de reciclarmos tudo, talvez venhamos a retomar o caminho da civilização. Mas talvez só no quarto milénio. Felizes, por isso, os que morrerem antes do colapso.

Publicado por: Albatroz às abril 7, 2005 11:06 PM

A minha última encomenda com a preciosa ajuda do BES.
.
http://www.astonmartin-belgium.com/aston-martin-amv8-picture-pictures.htm

Publicado por: asdrubal às abril 7, 2005 11:13 PM

asdrubal em abril 7, 2005 11:13 PM: você abandona a sociedade de consumo pela porta grande!

Publicado por: David às abril 7, 2005 11:19 PM

Segundo o Diário Digital:
Portugueses querem reformar-se aos 60, segundo estudo
Os portugueses estão entre os mais pessimistas face à reforma, prevendo uma quebra do nível de vida, embora desejem aposentar-se aos 60 anos, cinco anos antes do actual limite legal, revela um estudo publicado esta quinta-feira pela AXA.

Segundo o estudo, o AXA Barómetro Reforma, o limite de idade de reforma proposto pelos portugueses, tanto activos com o reformados, é o mais baixo dos 15 países abrangidos pela sondagem.

Publicado por: Sa Chico às abril 7, 2005 11:35 PM

A propósito de recursos naturais e do nosso «Mar Salgado», aí há uns anos muito se falou de uns "nódulos polimetálicos" - uma grande riqueza ainda inexplorada - no fundo dos Oceanos ... alguém saberá a quantas vamos acerca dessa riqueza que se dizia extraordináriamente importante ? C'os diabos ninguém ao menos vai ver, ou trata-se, afinal, de um fogo de artifício submarino ?

Publicado por: asdrubal às abril 8, 2005 12:10 AM

Os investimentos em I&D não têm só a ver com a massificação da produção, mas essencialmente com a questão da protecção da propriedade intelectual ... Qualquer país que ponha em causa a protecção da propriedade intelectual dissuade o investimento, por isso vemos as farmacêuticas a gastar rios de dinheiro em tratamentos para a impotência, para a queda do cabelo e para todos aqueles produtos que os estados consideram como supérfulos e como tal nunca porão em causa essas patentes ... Quando à SIDA, à malária e a outras pandemias, cujos principais destinatários são pessoas de países pobres que não podem pagar os tratamentos e cujos estados se acham no direito de expoliar as patentes, nunca serão objecto de grandes investimentos, quando comparados com o que poderiam ser ... Por isso é tão importante a questão da regulamentação da propriedade industrial e não só a produção massificada ...

Publicado por: bcool às abril 8, 2005 12:33 AM

Quanto aos malthusianos que por aí profetizam todas as desgraças e mais algumas da humanidade e o esgotamento dos recursos, ainda não aprenderam que a capacidade criativa do homem é a fonte da sua riqueza e não os recursos que tem disponíveis ... Se isso fosse assim, teríamos queimado todas as florestas para produzir energia, ou utilizado todo o carvão ...
Quer em termos agrícolas, quer em termos energéticos, o homem tem mostrado sempre ter capacidade para criar soluções que aumentem a produtividade dos recursos limitados de que dispõe ...
E o que os futurólogos, profetas da desgraça não metem na cabeça é que o homem quando precisar de recorrer ao mundo extra-terrestre para satisfazer as suas necessidades, criará a capacidade para o explorar ...
Quem não tem fé na capacidade humana profetizxa sempre a desgraça e a verdade é que desde 1789 aumentámos inacreditavelmente a população, aumentámos inacreditavelmente a riqueza da população e continuamos sempre a evoluir ...

Publicado por: bcool às abril 8, 2005 12:39 AM

bcool às abril 8, 2005 12:39 AM

Somos hoje mais de 6 mil milhões de pessoas neste nosso planeta, e prevê-se que a população não estabilizará antes dos 10 mil milhões. É preciso ser-se um pouco ingénuo para pensar que os recursos escassos do nosso planeta podem estar sujeitos a uma espécie de milagre da multiplicação dos peixes... Hoje em dia 20% da população do planeta usa 80% dos recursos disponíveis. Alguém acha que é possível manter os outros 80% da população mundial ao nível da subsistência, para que nós possamos continuar a comer à tripa forra? A China e a Índia vão rapidamente acabar com este "fool's paradise". Em breve esses dois países estarão a consumir recursos que nós precisamos. Vamos destrui-los com armas atómicas? Ou vamos ter de nos conformar? Mas conformar-nos significa ver o nosso nível de vida reduzido talvez a menos de metade do que agora é. Há muito tempo que algumas pessoas perceberam que o nosso estilo de vida não era sustentável. Mas como quisemos fechar os olhos a essa realidade, vamos ter de pagar um preço terrível. Tentámos manter os nossos privilégios durante mais algum tempo, à custa da manutenção dos povos menos desenvolvidos na maior das pobrezas. Esquecemo-nos da China e da Índia. E agora vamos percorrer o caminho do Império Romano do Ocidente, a partir do século V. Ou seja, vamos desaparecer do mapa...

Publicado por: Albatroz às abril 8, 2005 01:36 AM

Albatroz às abril 8, 2005 01:36 AM:
O declínio do Império Romano deu-se acompanhado da diminuição da população, de 70 para 50 milhões entre o séc I e o séc IV.
A causa foi a ruína económica, acompanhada por um peso excessivo da administração que se tornou insustentável a certa altura. Diocleciano e Constantino tentaram contrariar esse processo aumentando a intervenção estatal, mas esta só o acelerou.
Um dia destes tratarei este assunto mais em detalhe.

Publicado por: Joana às abril 8, 2005 10:01 AM

Sa Chico às abril 7, 2005 11:35 PM

A reforma deveria poder ser gozada ATÉ aos 40 anos de idade, já que é o período em que os individuos têm mais apetência e capacidade física para usufruir as alegrias de viver.
Depois disso poderiam então integrar o aparelho produtivo e contribuir para o bem-estar geral usando a experiência adquirida...

Publicado por: Senaqueribe às abril 8, 2005 10:40 AM

"um peso excessivo da administração que se tornou insustentável a certa altura"

Há teorias que dizem que esse também foi um fator determinante no desaparecimento (declínio quase instantâneo) da civilização maia, juntamente com o esgotamento dos recursos ecológicos nos quais ela se apoiava.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 8, 2005 10:42 AM

Este post é desinteressante. Penso que Semiramis anda com uma cruel falta de assunto.

Este post fala de "produtividade", implicitamente referindo-se apenas à produtividade do fator trabalho. Isto é apropriado numa situação em que o fator trabalho é o mais caro, e escasso, dos fatores de produção. Esta é, cada vez menos, a situação real. O post omite o facto de que o aumento da produtividade do fator trabalho foi acompanhado de usos cada vez mais maciços, não só de capital, mas também de energia.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 8, 2005 10:42 AM

Por exemplo: a agricultura tradicional vietnamita produz duas calorias de alimento por cada caloria gasta a amanhar a terra. A moderna agricultura americana gasta 50 calorias a amanhar a terra por cada caloria de alimento produzida. Ou seja, em termos energéticos, a agricultura tradicional vietnamita é 100 vezes mais produtiva do que a moderna agricultura americana. É claro que, em termos de trabalho humano, outro galo canta...

Concordo genericamente com o primeiro comentário de Albatroz. A situação atual é insustentável em termos ecológicos. É necessário diminuir brutalmente os inputs de energia e água (e também de materiais) na produção, o que obrigará a aumentar os inputs de trabalho humano. A produtividade desse trabalho decairá, e o nível de consumo, necesariamente, também terá que diminuir.

Publicado por: Luís Lavoura às abril 8, 2005 10:43 AM

O erro dos futOrólogos é não serem futUrólogos.

Publicado por: Senaqueribe às abril 8, 2005 01:33 PM

Senaqueribe às abril 8, 2005 01:33 PM:
Vou emendar o título e obrigada!
Como é possível, nem eu, nem mais ninguêm, termos reparado?

Publicado por: Joana às abril 8, 2005 02:32 PM

E eu só reparei porque, hoje, não tenho mais nada que fazer.

Publicado por: Senaqueribe às abril 8, 2005 03:04 PM

Eu também não havia reparado. É giro.

Publicado por: Arroyo às abril 8, 2005 03:04 PM

Quem já leu o ciclo "Fundação" de Isaac Asimov sabe do que falo quando defendo que se ainda não somos capazes de prever o futuro porque não temos ainda poder computacional suficiente. E este, segundo a lei de Moore, há-de ir parar às nossas mãos, é uma questão de tempo...

Cada ser humano é uma multidão de variáreis, em combinações finitas mas imensas, e cada interage com outro e cada com o seu ambiente, e cada com cada sociedade, ad aeternum. Por se compreender a imensidão da tarefa, daí a impossibilidade actual de criar previsões fiáveis. Aliás, é dessa imensidão de variáveis e imensidão de combinações que resulta a ineficácia das previsões económicas e o falhanço das economias planificadas do Leste Europeu.

Publicado por: Rui Martins às abril 8, 2005 03:54 PM

Eu já li o ciclo da Fundação (uma trilogia que ao todo ainda chegou a ter 7 livros, excluindo os escritos por outros autores).

Contudo, não se tratam de livros sobre futurologia porque o autor é o Deus daquele universo. Mas grande parte do desenrolar do enredo é baseado na premissa que os próprios intervenientes desconhecem qual é o seu futuro.

Publicado por: Mário às abril 8, 2005 04:07 PM

Todo o ciclo se baseia na "ciência" de psicohistória, a ciência que permite aos fundacionistas antecipar o seu próprio e do Universo, futuros. E isto de uma maneira científica.

No ciclo Dune temos algo semelhante, mas numa pista para "paranormal" graças ao uso da especiaria para antever o futuro.

Publicado por: Rui Martins às abril 8, 2005 05:17 PM

Caro Rui Martins,

Os fundacionistas de que fala sao os da segunda fundacao, esses sim sao os unicos com conhecimentos de psico-historia e capacidade de intervir na humanidade por forma a alterar o futuro.
A primeira fundacao e totalmente desconhecedora do que e a psico-historia e como funciona premissa fundamental para que todo o plano da segunda fundacao funcione porque se eles soubessem como seria o seu proprio futuro alterava as condicoes iniciais do sistema caotico e alterava o futuro completamente (efeito borboleta).
Dai que o que o Mario diz e totalmente acertado.

Publicado por: Highlander às abril 8, 2005 08:10 PM

Cara Joana,

"O declínio do Império Romano deu-se acompanhado da diminuição da população, de 70 para 50 milhões entre o séc I e o séc IV.
A causa foi a ruína económica, acompanhada por um peso excessivo da administração que se tornou insustentável a certa altura. Diocleciano e Constantino tentaram contrariar esse processo aumentando a intervenção estatal, mas esta só o acelerou.
Um dia destes tratarei este assunto mais em detalhe."

Continuamos a ateimar na decadencia desde o seculo I quando nesta altura o Imperio passava pelo seu periodo de maior pujanca politica, militar e economica... Quanto aos motivos que avanca para a sua decadencia, a partida discordo completamente deles mas espero pacientemente pelo "post" que justificara os seus pontos de vista. So que por favor nao o escreva na semana a comecar segunda dia 18 de Abril que estarei de ferias e com coisas muito mais interessantes que fazer do que (re) lembrar-me do que li sobre os romanos...

Publicado por: Highlander às abril 8, 2005 08:14 PM

Devo acrescentar que o ultimo livro da serie Fundacao foi para mim uma desilusao, talvez porque o anterior havia sido tao bom, ou talvez seja o problema das conclusoes dos finais, deixam sempre um gosto agri-doce... ja com o terceiro livro do Senhor dos Aneis acontecera o mesmo.

Publicado por: Highlander às abril 8, 2005 08:17 PM

Parece que andam por aqui uns laivos de espiritismo...

Publicado por: Senaqueribe às abril 8, 2005 09:24 PM

Espiritismo?

Apenas ficção, mas com lógica e conhecimentos ciebtíficos à mistura.

Publicado por: Mario às abril 8, 2005 10:49 PM

Caro MacLeod,

Admito que a sua memória da série Fundação seja melhor que a minha, e deve ser mesmo, porque as suas palavras ecoaram na minha cabeça como correctas... Mas o conceito básico do que escrevi permanece certo: conhecendo um número suficente de variáveis e a tendência da sua evolução (ambiente) é possível prever onde estarão estas no Futuro. A lei de Moore continua válida e o meu optimismo no progresso científico, também. Logo, continuo a acreditar na Futurologia...

Quanto ao 3º Livro do Senhor dos Anéis, não se sabia, mas o Tolkien escreveu todos os 3 de uma assentada, para serem publicados num único volume. Foi o seu editor que insistiu na divisão por três livros distintos. Logo, o 3º volume, é uma espécie de 3º volume "virtual", criado pelo editor e não pelo (fantástico) autor.

Publicado por: Rui Martins às abril 9, 2005 12:45 AM

O Senhor dos Aneis é uma espécie de futurologia do passado.

Publicado por: Absint às abril 9, 2005 10:53 AM

Fico naturalmente lisongeado por a Joana ter ido buscar inspiração para este artigo ao meu post «Os Futurólogos do Ano 2000» publicado no meu blog «Leviathan» [http://thomashobbes.blogspot.com/]. E folgo em ver que concorda comigo sobre o fracasso (já verificado)dos futurólogos dos anos 70, e sobre a pouca confiança que devemos dar aos futurólogos em geral.

Estranho por isso tanto mais que a Joana não se debruce sobre o fracasso (ainda por verificar) dos futurólogos do ano 2000. Será porque as previsões destes, contrariamente às dos outros, lhe agradam?

Fico perplexo com a sua extensa referência a Júlio Verne. Verne nunca pretendeu prever «o» futuro, limitou-se a imaginar «um» futuro. Nunca foi subsidiado por empresas, fundações ou academias, nem integrado em «think tanks», nem pago para entregar o Futuro, atado e embrulhado, aos que pretendem ser donos dele. Nunca foi nem quis ser um futurólogo, quis ser e foi um simples contador de histórias.

No meu artigo defendo a tese que ao aumento da produtividade do trabalho seria natural que correspondesse o aumento de certos benefícios, e que entre estes benefícios se poderia muito bem contar um aumento significativo do tempo livre das pessoas; e interrogo-me sobre as razões para nos últimos 30 anos ter acontecido precisamente o contrário. Em refutação da minha tese, a Joana postula um caso limite - um trabalhador com os níveis de produtividade do ano 2000 e os hábitos de consumo de 1789 - e demonstra a sua impossibilidade. Só que ao fazer isto está a atribuir-me uma reivindicação que eu nunca fiz - a saber, a de encaminhar TODOS os ganhos de produtividade para a criação de tempo livre.

Pela enésima vez a Joana mostra a sua falta de capacidade ou de vontade para discutir a questão dos limiares. Só sabe ou só quer discutir nos extremos.

O mais estranho é que, depois de se ter referido á futurulogia em termos tão depreciativos, a Joana se põe a fazer ela própria futurologia. E para tal introduz uma máquina conceptual: a «espiral produção-consumo» que assegura três coisas: desde logo, a manutenção de altos níveis de produção; consequentemente, a manutenção de altos níveis de consumo; e consequentemente a impossibilidade, no futuro previsível, de atingir os níveis de ócio «utópicos» a que grande parte da humanidade aspira.

Como é que esta máquina funciona? Funciona asim: quanto mais produzimos, mais temos que consumir, e quanto mais consumimos mais temos que produzir. A um sistema destes chamei eu em tempos uma «máquina regulada por 'feedback' positivo» - conceito a que a Joana teve a sobranceria de reagir dizendo que não o compreendia e que portanto só poderia tratar-se de um disparate.

Mas não é um disparate, Joana. É possível conceptualizar em abstracto um sistema que se auto-regule por feedback positivo, do mesmo modo que é possível conceptualizar em abstracto uma máquina que se alimente apenas da energia que ela própria produz, escapando assim à lei da entropia universal. O que não é possível é trazer qualquer destas coisas para o mundo real porque violam leis fundamentais da natureza.

E ainda bem que a sua «espiral de produção-consumo» é impossível de manter indefinidamente. Se essa máquina fosse possível, o futuro que ela produziria traria à mente as
palavras de O'Brien a Winston Smith em «Nineteen Eighty-Four»: «If you want a picture of the future, imagine a boot stamping on a human face - for ever.»

É assim o futuro que a Joana, futuróloga «malgré-soi», nos oferece: um mundo em que quanto mias produzirmos mais teremos que trabalhar - para sempre.

Publicado por: Zé Luiz às abril 9, 2005 11:52 AM

Olá fundacionistas!

Eu li a trilogia da Fundação quando era adolescente e gostei muito. O Psico-hitoriador Hari Seldom ia prevendo as coisas, as imediatas como se navegasse na Teoria das Catátrofes de René Thom, e depois por nuvens de probabilidade cada vez mais difusas. Era um mago probabilista. No entanto às tantas perdia-se e portanto fez duas fundações, uma nominal outra secreta para salvar o conhecimento da humanidade. Muito bem visto: a segunda fundação, a que resistiu aos tempos de barbárie, era feita de homens (e mulheres?) que tomavam conta das casas-de-banho públicas, quase os "intocáveis".

Outro livro de FC que gostei muito, mesmo muito, chamva-se A Rosa, e contava a história de um embate mortal entre um casal hetero, já divorciados: o homem era um artista e a mulher uma matemática poderosíssima que queria alcançar a fórmula do Universo e assim tudo dominar. O artista respondia-lhe que isso não existia e que se voltaria o feitiço contra o feiticeiro. Assim foi.

Infelizmente esqueci-me do nome do autor porque emprestei o livro a alguém de quem gostei e assim se foi. Por acaso ninguém sabe dizer-me?

Publicado por: pyrenaica às abril 9, 2005 03:48 PM

A teoria da 'psico-história' em que se fundamenta a trilogia de Asimov parte de dois pressupostos: o primeiro é uma população suficientemente grande para que o seu comportamento seja analisável como o comportamento das patículas subatómicas na Física - ou seja, uma ordem de grandeza que não se fique pelos meros biliões que podem existir num único planeta; e a não ocorrência de mutações genéticas que levem ao aparecimento de seres sobre-humanos. Como sabem os fãs da trilogia - e para mim a trilogia é mesmo só a inicial, o que veio depois é mera exploração comercial - este equilíbrio rompe-se com o aparecimento, que a teoria da psico-história não poderia prever, de um ser pós-humano capaz de controlar as emoções de todos os outros.
Asimov, como Verne, nunca foi nem quis ser um futurólogo; mas na trilogia «Foundation» podemos discernir uma dupla crítica à futurologia: por um lado trata-se duma ciência que para ser viável teria de ter em conta populações muito para além da escala planetária; por outro, mesmo cumprida esta condição, a futurologia nunca estaria a salvo duma modificação acidental na natureza humana.
A Asimov ficamos a dever pelo menos 4 coisas: as três leis da robótica, que tornaram narrativamente inviáveis todas as ficções que tivessem por enredo a «revolta das máquinas»; a «teoria da psico-história», que mostra que mesmo ficcionalmente a futurologia é impossível; a distinção entre Futurologia, que aspira a um espúrio estatuto de ciência, e Ficção Científica, que não pretende ser mais do que um género literário; e finalmente um princípio estético segundo o qual uma boa história de Ficção Científica pode admitir uma, mas só uma, impossibilidade, conformando-se no mais com o conhecimento vigente.

Publicado por: Zé Luiz às abril 9, 2005 05:47 PM

Zé Luiz em abril 9, 2005 11:52 AM

Eu escrevi este post como uma reflexão sobre alguns comentários que você fez aqui e que depois desenvolveu no seu blogue. Não tem que se sentir lisonjeado ... você que se queixa que eu, às vezes, não lhe respondo!

Não me parece que tendo eu falado na «espiral produção-consumo» para explicar o crescimento económico que se verificou nos últimos 2 séculos (com o concomitante aumento de produtividade) isso possa ser interpretado como futurologia. Você deve estar a trabalhar no argumento do “Regresso ao Futuro VII” e deixou-se levar por já não saber situar-se numa época precisa. Eu ajudo-o: estamos em 2005 e eu explicava um mecanismo que actuou nos anteriores 216 anos.

É falso que eu tenha escrito “que quanto mais produzirmos mais teremos que trabalhar - para sempre”. Na minha futurologia do passado eu escrevi que hoje se trabalha em média 40% do tempo despendido naquela época. O que eu escrevi foi que esse processo se tinha ultimamente estabilizado pelas razões que apontei.

Não percebo porque razão você falsifica o que eu escrevo para depois argumentar contra. Se você estivesse a fazer palimpsesto ainda se percebia: ninguém sabia o que eu tinha escrito. Mas o meu texto está ali em cima...

Ah ... outra coisa ... a lei da entropia é da Termodinâmica, não é universal. Aplica-se apenas quando haja transformações de energia calorífica noutras formas de energia. Ou melhor, aplica-se apenas no domínio da termodinâmica.

Publicado por: Joana às abril 10, 2005 07:57 PM

Joana:
A lei da entropia é universal. Não se «aplica apenas» quando haja transformações de calor noutras formas de energia: «sucede apenas» que se exprime mais facilmente e mais frequentemente por referência a estas trocas. Mas a lei da entropia universal também nos diz, por exemplo, que o ponto de chegada duma montanha russa tem sempre que estar mais baixo do que o ponto de partida; ou, por outro exemplo, que uma mola não pode exercer mais força ao descomprimir-se do que a que foi necessária para a comprimir.
Certos fenómenos invertem localizadamente a tendência universal para o aumento da entropia; mas a estes ganhos locais correspondem sempre, a nível universal, custos maiores. Você, Joana, é uma porção de matéria altamente organizada. O facto de você existir, conjugado com o facto de não ter existido sempre, prova que a ordem pode existir onde antes era o caos - mas você, tal como eu, tal como o meu gato, tal como qualquer fungo ou bactéria, somos as excepções. O Universo, esse, tende para o caos.

Publicado por: Zé Luiz às abril 10, 2005 10:28 PM

Ah ... outra coisa ... o calor não se transforma noutras formas de energia. As outras formas de energia é que se transformam - «degradam-se», para utilizar o termo corrente - em calor. Um motor térmico inverte localizadamente este fluxo, mas para que tal se verifique é preciso que haja um diferencial térmico anterior; e o resultado deste processo é SEMPRE a diminuição deste diferencial.

Publicado por: Zé Luiz às abril 10, 2005 10:53 PM

E ainda outra coisa ... em termos físicos você é um motor térmico, para todos os efeitos idêntico ao motor do seu carro.

Publicado por: Zé Luiz às abril 10, 2005 10:58 PM

Cara Joana,

Admita la, a sua formacao e de humanisticas e nao cientifica... hehehe

Caro Horacio Silva,

Tem absoluta razao naquilo que diz sobre O senhor dos aneis.

O problema com a sua lei de Moore (que sinceramente nunca ouvi falar como lei de Moore mas ja ouvi o enunciado noutros contextos) e o principio da incerteza de Heisenberg (espero nao ter soletrado o nome demasiado mal) que diz que o simples facto de voce fazer observacoes num sistema introduz alteracoes as condicoes iniciais e comportamernto das variaveis do mesmo pelo que nunca podera prever com exactidao o que se passara no futuro. Exemplo: a localizacao dos electroes a volta do nucleo dos atomos que e sempre definido por uma nuvem de probabilidade, nunca se pode determinar com total exactidao porque a simples observacao dos atomos (qualquer que ela seja) introduz energia no sistema e altera imediatamente a posicao e o comportamento dos electroes. Ora voce nao pode teorizar sobre o sistema sem o observar e nao o pode observar sem interferir nele pelo que, havera sempre incerteza em tudo aquilo que afirme acerca desse sistema.
E a trilogia da Fundacao curiosamente capta isto mesmo com o advento "Mula" algo impossivel de prever pela psico-historia de Seldon precisamente porque todas as ciencias tem incertezas associadas.

Publicado por: Highlander às abril 11, 2005 10:37 AM

"em termos físicos você é um motor térmico, para todos os efeitos idêntico ao motor do seu carro."

Nao e so em termos fisicos caro Ze Luis, tambem em termos bioquimicos, a principal fonte de energia no nosso organismo e a oxidacao de materiais organicos.
O resultado da combustao de qualquer combustivel e sempre CO2 e H20 com libertacao de calor e consumo de 02. Ora o que e que acontece exactamente quando respiramos?
As vezes tambem fazemos alguma fermentacao mas isso causa dores musculares.

Publicado por: Highlander às abril 11, 2005 10:44 AM

Highlander em abril 11, 2005 10:44 AM: O corpo humano não é um motor térmico. A oxidação dos materiais orgânicos é um fenómeno químico que produz energia que, na sua maior parte é para manter a temperatura do corpo. Há uma parte mais reduzida que é utilizada no esforço físico. A excedente é guardada ... e ficamos gordos

Publicado por: L M às abril 11, 2005 11:10 AM

Quando escrevi que não era motor térmico, era no sentido que não transforma energia térmica em energia mecânica.
Transforma energia bioquímica em energia térmica e mecânica

Publicado por: L M às abril 11, 2005 11:12 AM

O Zé Luiz estava a extrapolar uma realidade quotidiana terrestre, a existência de atrito ao movimento, atrito que é uma energia desperdiçada sob a forma de calor, para a realidade do Universo em que existem matéria e energia, sob diversas formas que se vão transformando entre si.
A Terra gira há mais de 4 mil milhões de anos à volta do Sol e não "caíu" no Sol.
A termodinâmica aplica-se apenas à termodinâmica ...

Publicado por: L M às abril 11, 2005 11:19 AM

Caro(a) L M:

Voce ou esta prestes a ganhar um premio Nobel ou a escrever uma sinfonia...

Entao agora um motor termico nao transforma energia quimica em calor e posteriormente em movimento, electricidade, som... Que no caso de um automovel se processa atraves de uma reaccao quimica de oxidacao vulgarmente conhecida por combustao?
Qual e a diferenca entre isso e a glicose dos seus musculos oxidada atraves do oxigenio que inspira a CO2 + H2O posteriormente expirados? Ou oxidada no seu cerebro para criar impulsos electricos? Ou oxidada no seu figado para fornecer energia nas reaccoes de transformacao de glicose em lipidos (?), sim, porque acumular energia custa energia, bem como voltar a transformar os lipidos em formulas quimicas oxidaveis.

Publicado por: Highlander às abril 11, 2005 01:12 PM

Equívoco, caro Highlander. O que transforma a energia quimica em calor é a combustão. O motor transforma essa energia calorífica em energia mecânica, e é apenas nesta última transformação que se aplicam os princípios da termodinâmica.
Você pode obter o calor (energia térmica, mais precisamente)para esse motor por outros processos - a cisão nuclear, por exemplo. E nessa transformação, a da térmica para a mecânica, continuam a aplicar-se os princípios da termodinâmica, apesar de não haver combustíveis fósseis.

Publicado por: L M às abril 11, 2005 01:50 PM

Grande elogio, Joana:
Da http://abibliotecadebabel.blogspot.com:
Os mitos da esquerda: produtividade e consumo

Citar e recomendar o Semiramis é quase redundante. Mais valia abrir links para todos os posts. Mas este satisfez-me de forma particular. Refuta completamente os mitos da esquerda da “febre consumista” da sociedade e o do mito da produtividade exagerada. Faz-me lembrar um grupo de ex-colegas meus que se reuniam com um ex-Professor meu da Faculdade de Letras numa tertúlia semanal para discutir textos de Marx. Um dia convidaram-me e foi um debate animado toda a tarde. Fui confrontado com todos os mitos da esquerda radical , com as todas as cassetes e as teorias da conspiração. Mas, o que mais me chocou, foi a convicção com que todos defendiam a ideia de viverem num mundo fachada dominado por meia dúzia de capitalistas que dominavam a política a nível mundial. O grau de radicalidade dos argumentos e o estado de alienação em que pareciam mergulhados fazia o meu discurso parecer conservador. De qualquer maneira, um dos argumentos do meu Professor Pires Laranjeira era o de que com a produtividade actual de um trabalhador bastaria que este trabalhasse metade do tempo que trabalha, (presume-se que o resto do tempo que trabalha é pura exploração esclavagista, ditada por uma conspiração perpetrada por todos os patrões contra todos os assalariados), o outro era de que as grande empresas nos fazem consumir aquilo de que não precisamos. Não me defendi mal (é fácil de demonstrar que o consumo é o alicerce da economia, e quanto às teorias da conspiração não há defesa possível…). Mas quem me dera na altura ter este artigo à mão.

publicado por Salvador

Publicado por: David às abril 12, 2005 12:04 PM

ou seja com tanta produtividade, era para trabalharmos dos 20 aos 40 e ter belas reformas aos 40 anos.

Ora...querem aumentar para os 70, 75 ou até mais...

Publicado por: Templário às abril 14, 2005 10:20 PM

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