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março 09, 2005

Portugal e a Eurolândia

A primeira crise no sistema monetário europeu (o SME, moeda própria, mas com taxas de câmbio variando dentro de uma dada banda) foi despoletada pela reunificação da Alemanha em 1990, embora muitas das maleitas económicas hoje evidentes já existissem nessa época, mas sem a visibilidade actual.

Um sistema de paridade fixa funciona bem em tempos normais, quando os restantes parâmetros estão de acordo com o que seria aconselhável para cada um dos países aderentes. Se aparece uma crise, cada país desenha um uma política própria, há ataques especulativos a algumas moedas específicas (aquelas cujos especuladores calculem que se depreciem mais facilmente) e gera-se uma situação de grande instabilidade.

Portanto, os peritos europeus concluíram que a moeda única era mais sólida e capaz de resistir a ataques especulativos. Isso tem-se revelado um facto indiscutível. A união monetária trouxe importantes benefícios. Com uma moeda comum, desaparece a volatilidade interna das taxas de câmbio, de forma que o comércio e as finanças deixam se preocupar com a incerteza sobre preços decorrente da flutuação das taxas de câmbio.

Todavia a taxa de câmbio é um importante instrumento de ajustamento macroeconómico. Não haveria problemas se todos os países tivessem legislações semelhantes sobre o funcionamento do mercado, mobilidade dos factores de produção e regras da sua remuneração, procedimentos iguais no funcionamento da administração pública, o mesmo grau de intervenção estatal na economia, idênticos níveis de qualificação e aceitassem a livre circulação dos factores de produção entre as áreas transitoriamente em declínio e aquelas em expansão, como sucede, por exemplo, nos EUA. Ou seja, se fossem um único país, e não diversos países, com identidades próprias, e orgulhosos da sua soberania e da sua história.

Ora isso não se verifica na eurolândia, devido à rigidez da estrutura salarial, às diferentes políticas sociais e ao baixo grau de mobilidade do trabalho entre os vários países. Enquanto nos EUA crises económicas regionais levam rapidamente à migração de trabalho, de modo que, passado algum tempo, as taxas de desemprego regressam aos níveis anteriores, na UE esses ajustamentos não ocorrem, e os países que sofreram essas crise vêem um elevado desemprego e a estagnação económica manterem-se de forma persistente.

Portanto, Portugal arrisca-se a empobrecer e a definhar, tornando-se o "Alentejo interior" da Europa, se não tomarmos medidas para sairmos dessa situação. Não podemos mexer nas taxas de câmbio, nem nas taxas de juro. Não temos mecanismos para “iludir” a economia, mantendo salários nominais conforme as reivindicações, mas reduzindo o seu poder de compra pela inflação, através de mexidas nas taxas de câmbio e de juros.

Temos portanto que enfrentar e resolver os problemas estruturais que inquinam a nossa sociedade, e que a mantêm economicamente estagnada. Só o conseguiremos fazer se abandonarmos a nossa actual postura de medo das mudanças e de aversão ao risco. Haverá custos sociais, como houve em Espanha, por exemplo, onde o desemprego rondou os 20%, mas quanto mais tarde fizermos essas reformas, maiores serão esses custos.

A menos que apostemos neste actual projecto de empobrecimento em segurança ilusória (e a prazo), que nos tornará, com o tempo, no pardieiro da Europa.

Publicado por Joana às março 9, 2005 11:22 PM

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Comentários

Moeda única com países tão diferentes, com legislações e hábitos muito diferentes, é capaz de dar para o torto

Publicado por: Sa Chico às março 10, 2005 12:51 AM

Se não fosse a moeda única, já teria dado para o torto ... em Portugal.
Assim estamos mal. Se não fosse a moeda única estávamos feitos ao bife

Publicado por: Coruja às março 10, 2005 01:20 AM

Pois, Coruja, tem toda a razão. Assim é mau. Mas a alternativa é péssima

Publicado por: bsotto às março 10, 2005 01:27 AM

Há sempre mil e uma maneiras das coisas ficarem tortas.

Não em parece que ter uma moeda única, só por si, leve a consequências dramáticas.

Mas há sempre uma tendência emocional para classificar tudo de mau ou bom, que leva sobretudo a não aceitar a realidade e a querer mudá-la para ir satisfazendo caprichos.

Publicado por: Mário às março 10, 2005 11:11 AM

Parece que com a moeda única acabaram os problemas com as contas externas. O défice externo é pago com a moedinha que temos nas algibeiras, não nos precisamos de preocupar em arranjar dólares para o fazer. Talvez este aliviar nos ajude a concentrar a atenção onde é necessária. Os meninos têm de aprender na escola a resolver equações e a compreender os mistérios da vida e do universo, a olhar por microscópios, a falar e escrever bem na sua língua materna, a aprender línguas estrangeiras e contabilidade; uns têm de tirar bons cursos profissionais e outros bons cursos universitários. Depois as empresas têm de produzir bem. A Administração Pública deve ser exemplar. Se conseguirmos dar estes passos, vamo-nos aproximando da Europa, em vez de nos aproximarmos da África miserável.

Publicado por: Rui Lizandro às março 10, 2005 11:14 AM

Blá-Blá-Blá...Blá-Blá-Blá...Blá-Blá-Blá...
Não se ponham a pau que a Joana torna-nos uns Clones!
As mesmas políticas, as mesmas idéias, as mesmas leis, os mesmos hábitos!

Publicado por: elmano às março 10, 2005 11:18 AM

Joana, não gosto deste novo arranjo. A cor amarela era bonita e tornava o blog mais legível, com mais contraste. Os comentários de trás para a frente ficam horríveis.

Anteriormente não havia problema nenhum. Era fácil colocar comentários, exceto talvez à noite - mas eu nunca cá venho à noite.

Como estava era muito melhor.

Publicado por: Luís Lavoura às março 10, 2005 11:20 AM

A ver se este comentariómetro funcemina...

Publicado por: Emilio de Sousa às março 10, 2005 11:29 AM

Funcemina mesmo! Preparem-se, pessoal. Vou começar a aparecer a dizer umas bacoradas e a fazer perguntas idiotas, pois também tenho esse direito. Não percebo nada de nada de economia e faço tensões de aprender convosco. Mas digo desde já que estou de acordo com a Joana a maior parte das vezes.

Publicado por: Emilio de Sousa às março 10, 2005 11:34 AM

Joana,

Duas notas:

- O pessoal não gosta do novo esquema de comentários. O blog só fica a ganhar;

- Anda aqui alguém que diz que não eprcebe nada de economia e que não concorda consigo a maior parte das vezes. Era difícil fazerem-lhe um maior elogio, parabéns.

Publicado por: Mário às março 10, 2005 12:11 PM

Eu não desgosto. Ou tenho mau gosto, ou não tenho aversão à mudança.

Publicado por: Coruja às março 10, 2005 12:34 PM

Mário às março 10, 2005 12:11 PM:
"O pessoal não gosta do novo esquema de comentários. O blog só fica a ganhar"
Você é mau. Mesmo mau. Quase tão mau como eu!

Publicado por: Joana às março 10, 2005 12:51 PM

A «Europa» :
.
«Redução fiscal nas fraldas para bebés "chumbada".
Comissão Europeia não aceita IVA de cinco por cento proposto por Bagão». Andamos nisto.

Publicado por: asdrubal às março 10, 2005 12:56 PM

A ordenação dos comentários (ascendente ou descendente) é imediata. Pensei que assim fosse mais legível (é aliás o esquema do Expresso on-line), pois visualizam-se logo os últimos comentário.
Mas posso mudar. Escrevam as vossas opiniões.

Quanto às cores e traços, tenho que ir estudar a programção (que nesta versão é diferente) e depois fazer uns ensaios. Mas isso só para depois do fds.

Publicado por: Joana às março 10, 2005 12:57 PM

Mário,
o que alguém escreveu é que não percebe nada de economia e concorda com a Joana.
Claro que disso nada se pode concluir, ao contrário do que tenta insinuar.


Na EU há mobilidade de factores. Recentemente vi, algures, um exemplo que envolvia Portugal e Espanha. Os departamentos de Marketing de Lisboa mudavam-se para Madrid, com consequências que se podem imaginar para os especialistas de marketing portugueses, trabalhadores com elevado nível de qualificação.

Publicado por: Daniel às março 10, 2005 12:58 PM

Daniel,

Tem razão. Mas como dizia O.W., o contrário de uma grande verdade também pode ser uma grande verdade :)

Publicado por: Mário às março 10, 2005 01:29 PM

Joana,

Não há qualquer problema em sermos maus qaundo estamos bem acompanhados :)

Em relação ao novo aspecto do blog, e ao formato dos comentários, preferia de longe o anterior. No entanto, acho que deve manter assim como está. Não podemos ser apenas escravos de desejos e caprichos.

Publicado por: Mário às março 10, 2005 01:32 PM

Pois, a globalização pode tornar-nos um apêndice da Espanha dado o peso enorme dela em relação a nós.

Publicado por: J Vargas às março 10, 2005 01:32 PM

É um risco muito grande, esse da Espanha, principalmente quando vejo o nosso atraso aumentar e todos ralarem, mas sem atinarem na solução

Publicado por: ermita às março 10, 2005 02:59 PM

E o desemprego em Espanha ainda é bem maior que o nosso, mais de 10%. E todos achamos que a Espanha está muito melhor.

Publicado por: Diana às março 10, 2005 03:07 PM

Há um livro de um espanhol que vive em Portugal que diz coisas muito curiosas.

Por exemplo, ele diz que os portugueses falam frequentemente nos seus defeitos, no seu atraso, mas parece que quando se referem a "nós" isso quer dizer todos menos a própria pessoa que faz as lamúrias.

Em relação ao desemprego em Espanha ser bem maior que em Porgal, ele diz que isso se reflecte também na forma como ambos trabalham. Os portugueses sentem-se seguros, os espanhois têm que se esforçar mais.

Além do mais, não importa apenas a situação no momento mas também a tendência. A diminuição do desemprego em Espanha foi impressionante nos últimos anos, pelo que não admira que se aproximem de Portugal em breve. Além de que, suponhop que o desemprego deles ser mais saudável que o nosso.

Publicado por: Mário às março 10, 2005 03:31 PM

Mário:
Explique-me lá isso de ser um desemprego mais saudável.
Note que eu acho que se continuarmos assim, dentro em pouco teremos mais desemprego que em Espanha

Publicado por: vitapis às março 10, 2005 03:39 PM

Vitapis,

Não conheço a realidade espanhola o suficiente para saber se o desemprego espanhol é mais saudável que o nosso. Com isto não quero dizer que o desemprego deles é bom e o nosso é mau, mas o nosso, mesmo menor, pode ser ainda pior. Por exemplo:

- O nosso desemprego será pior se afectar muitas pessoas com "alguma idade", que não têm muita margem de manobra de desenvolver novas capacidades;

- Será pior se a nossa legislação não permitir uma dinâmica de empregabilidade maior (o que não se consegue se não se facilitar os despedimentos também);

- Também se as novas oportunidades de emprego forem escassas, por o país não atrair investimento, pelas empresas terem pouca dinâmica, por os empresário não serem empreendedores e criativos;

- Ainda por o estado português ter habituado as pessoas a ficarem de braços cruzados;

Acho que não é difícil de acrescentar mais argumentos que mostram que os desempregos não são todos iguais, e daí ter dito que uns podem ser mais saudáveis que outros.

-

Publicado por: Mário às março 10, 2005 04:02 PM

Enquanto estamos aqui a discutir estes temas, indubitavelmente importantes, o país está a, crescentemente, ver-se à rasca com dois problemas que foram, há muito, previstos pelos ecologistas, mas que a generalidade das pessoas continua a ser incapaz de enfrentar:

1) Subida brutal do preço do petróleo,

2) Seca crescente.

Ou seja, somos capazes de debater o Estado, as leis do trabalho, a economia, etc etc etc, mas manifestamos grande incapacidade de debater ecologia, e o que fazer face às crescentes pressões ecológicas sobre o nosso modo de vida.

Publicado por: Luís Lavoura às março 10, 2005 04:23 PM

Os ecologistas são os piores defensores do ambiente que conheço. Limitam-se a criar anti-corpos na sociedade.

Se queremos tratar dos problemas seriamente, é preciso olhar para as coisas de frente e não fazer uma agenda ideológica.

Eu sugeria antes algo concreto. Temos um país imundo, em que há lixo por todo o lado de coisas que se deitam fora, mesmo em locais de grande beleza. Em vários desses locais parece que ninguém responsável para fazer a limpeza, possivelmente porque não estaria previsto haver algo para limpar.

Porque não reunir grupos de voluntários que possam fazer recolhas? Já começa a chatear ver inúmeras pessoas que mostram imensas preocupações pelo ambiente mas que não mexem o rabo para fazer o que quer que seja. Ecologistas de bancada...

Publicado por: Mário às março 10, 2005 04:55 PM

Já fiz isso por diversas vezes, Mário. O Grupo Ecológico de Cascais (do qual não faço parte, até porque não vivo em Cascais) organizava limpezas periódicas ao longo da estrada Cascais-Guincho. Participei algumas vezes. O que me disseram é que, sistematicamente, uma semana depois de limparem, aquilo estava exatamente na mesma. Eles limpavam, o resto do pessoal sujava.

Publicado por: Luís Lavoura às março 10, 2005 05:04 PM

De qualquer forma, Mário, eu não propus qualquer "agenda ideológica". Disse que o país está a enfrentar dois graves problemas, que podem pôr seriamente em causa o nosso modo de vida, e que vejo pouca gente a discuti-los com um mínimo de seriedade. Aliás, a maior parte das pessoas que os discutem começam logo por negar a profundidade dos problemas. A subida do preço do petróleo é "temporária" ou "especulativa". A seca decorre de um simples ano ligeiramente anormal.

Publicado por: Luís Lavoura às março 10, 2005 05:07 PM

Luis Lavoura,

Não me referia a si directamente, porque se fosse o caso tinha-me dirigido a si.

Também já fiz dessas recolhas, mas só consegui reunir um gupo de uma pessoa, que era eu mesmo. Mas à volta estiveram várias outras de braços cruzados, estupefactas por eu estar a fazer uma coisa daquelas.

Não sei se o preço do petróleo é temporário ou se este ano é invulgar em termos meteriológicos. Pode dar prazer fazer estas discussões mais não vai chover mais um pingo por isso.

Publicado por: Mário às março 10, 2005 05:32 PM

Luís Lavoura em março 10, 2005 05:07 PM

É evidente que não é temporária, vários analistas internacionais já vaticinaram preços para o petróleo para daqui a 1 ano nos 80 dólares o barril, alguém tem que pagar a guerra do Iraque, e não vão ser os americanos a faze-lo.

É evidente que é especulativa, pois não há nada que faça com que o preço do petróleo aumente desta forma desenfreada a não ser a especulação para todos pagarmos a guerra que alguns fizeram.

Publicado por: Gato Fedorento às março 10, 2005 06:26 PM

Mais uma opinião, apenas.
Este não é um blog vulgar onde se vai de passagem.
Frequento-o diáriamente e claro as intervenções aos artigos são sempre estimulantes.

Ou seja leio tudo de ponta a ponta e não comento porque acho que na maioria das vezes as minhas intervenções não iriam acrescentar coisissima nenhuma.

Por isto acho que os comentários deveriam ser ordenados como antigamente, porque é mais fácil começar a ler de cima para baixo, além de mais natural.

Pense nisso, Senhora Dona (do Blog).

Publicado por: carlos alberto às março 10, 2005 06:28 PM

Carlos Alberto tem razão: ler de cima para baixo é melhor: mais natural, mais racional, sobretudo quando os textos são longos e se estabelece diálogo entre os participantes, o que é frequente.
Depois, as separações também são desconcertantes: separa-se o texto do respectivo autor, é confuso.
Por fim, a ausência de uma cor de fundo torna a leitura mais fatigante.

Publicado por: Senaqueribe às março 10, 2005 09:34 PM

A pressa de Bagão félix em deixar ao sucessor uma nova lei orgânica do ministério das Finanças foi tão grande que no n.º 4 do artigo 14 do Decreto-Lei n.º 47/2005, de 24 de Fevereiro, podemos ler:

«Sem prejuízo do disposto nos n.os 2 e 3, um dos vogais do CACI é por inerência um dos membros do conselho directivo do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS), sendo que um dos membros do conselho directivo deste Instituto é por inerência um dos vogais do CACI»

O que nos faz lembrar uma outra mais antiga do Almirante Tomaz, quando este disse que "desde a última vez que cá vim é a primeira vez que cá venho".

É caso para dizer que até na hora da despedida Bagão Félix ficou mal na chapa.

blog Jumento
Posted at 3/10/2005 12:47:33 pm by Roncinante
Coices dados (8) Permalink


Como é que este triste governo durou 4 longos meses ?

Publicado por: zippiz às março 10, 2005 10:35 PM

Equipa Internacional

Português lidera equipa que simulará estada em Marte (SIC)
.
Tão a ver ?
Temos uns «mobility skills» do arco-da-velha. Animem-se !

Publicado por: asdrubal às março 10, 2005 11:14 PM

A entrada de Portugal na União Europeia - e não apenas na União Monetária - foi um erro, por causa do nosso muito menor grau de desenvolvimento. A abertura incondicional de fronteiras económicas só é uma oportunidade para quem está para ela preparado. Para nós foi o primeiro passo para o colapso económico. Teríamos tido muito mais vantagem em ter ficado na EFTA, pois teríamos beneficiado de um mercado cada vez maior (o EEE acabou por criar uma zona de comércio livre entre a UE e a EFTA) sem abdicarmos de todos os meios de protecção - ainda que temporária - das nossas actividades produtivas. A arrogância e a parolice dos nossos políticos levaram-nos a aceitar um desafio impossível. Agora só nos safamos se conseguirmos ser tão competitivos como os nossos parceiros, o que, a ser possível, levará muitos anos. Para o conseguir teremos de reconhecer que precisamos de formar gestores em grande quantidade, e teremos de aceitar importar gestores estrangeiros para a maioria das nossas empresas que queiram produzir bens transaccionáveis, até que tenhamos gestores portugueses à altura. Porque, como já aqui afirmei, o nosso problema não é a falta de qualificação dos trabalhadores, é a total falta de competência da maioria dos gestores. Entretanto teremos de aceitar uma quebra substancial no nosso nivel de vida, e um desemprego que deverá ter de chegar aos 20%. Vamos ter de reduzir o nosso PIB até que a balança externa esteja equilibrada. Ou então corremos o risco de sair da UE (mas não do EEE), e procuramos integrarmo-nos economicamente com os países lusófonos ou até com os países ibero-americanos. Uma espécie de "jangada de pedra" económica. As nossas principais empresas já mostraram que podem ser bem sucedidas no mercado brasileiro, o que demonstra que é aí que podemos ter ainda vantagens comparativas.
Mas, como de costume, os nossos decisores vão continuar a cometer os mesmos erros até que deixemos de existir como país.

Publicado por: Albatroz às março 10, 2005 11:25 PM

Albatroz às março 10, 2005 11:25 PM:
A EFTA acabou há muito. A EFTA foi uma criação patrocinada pelo UK para lhe servir de contrapeso nas negociações de adesão à UE.
Só se nos juntassemos com a Noruega, que foi quem sobejou. Mas a Noruega é uma espécie de emirado petrolífero, onde os emires são altos, louros e qualificados.

Publicado por: Joana às março 10, 2005 11:57 PM

Parece-me haver mais gente favorável a mudar a ordenação dos comentários, repondo a situação anterior.
Portanto vou mudar amanhã se não houver muita contestação. É fácil.

Publicado por: Joana às março 11, 2005 12:01 AM

Quanto ao fundo amarelo e ao traço, vou estudar como isso se faz. Talvez no fim de semana.
Depois daquelas tretas sobre o Aron e o Sartre, fiquei sem vontade de fazer mais nada.

Publicado por: Joana às março 11, 2005 12:03 AM

Para mim, tanto faz.
Quanto à EFTA sou da opinião da Joana. Aliás não há alternativa à entrada na UE. Até já a Ucrânia quer entrar, para além da Turquia, que anda desesperada à porta.
Não entra a Noruega, porque é riquíssima em petróleo e a Suiça, porque é um dos banqueiros mundiais

Publicado por: David às março 11, 2005 12:16 AM

O tanto faz, quer referir-se ao aspecto da caixa de comentários

Publicado por: David às março 11, 2005 12:18 AM

Joana às março 10, 2005 11:57 PM

A EFTA não desapareceu. Tem quatro membros que são a Noruega, a Suiça, a Islândia e o Liechtenstein. Não será um quarteto impressionante, mas permite a esses países participar numa zona de comércio livre com os países da UE sem estarem sujeitos a barbaridades do tipo quotas de produção, e sem abdicarem do direito de preservarem a manutenção de actividades estratégicas em mãos nacionais. Se estivesse na EFTA e não na UE, Portugal poderia produzir o leite todo de que necessita, poderia expandir a produção de beterraba e algodão, poderia negociar directamente acordos de pesca com o Marrocos e com o Canadá, podia preservar o exclusivo da sua ZEE, podia manter certas ajudas a actividades estratégicas, podia proteger a sua produção agrícola (frutícola e hortícola), podia negociar acordos comerciais com países como o Brasil e outros países lusófonos, podia manter a política de imigração que melhor lhe conviesse. Isto tudo sem sacrificar nada do acesso aos mercados europeus para os seus produtos industriais. Perderíamos os fundos comunitários, mas tendo em conta que eles apenas representam cerca de 1,5% do nosso PIB não seria particularmente gravoso. Sobretudo se pensarmos que o deficite da nossa balança externa com os países da UE representa 5% desse mesmo PIB. Fora da UE, mas na EFTA ou no EEE, teríamos mais possibilidades de resistir economicamente, e teríamos mais tempo para fortalecer a nossa economia.

Publicado por: Albatroz às março 11, 2005 09:33 AM

Como disse nada percebo de macroeconomia mas lendo o Albatroz fico com a sensação de que todos os nosso responsáveis foram umas bestas em nos enfiarem na UE e começo a roer as unhas de angústia. Alguem me descansa? Por favor!

Publicado por: Emilio de Sousa às março 11, 2005 02:13 PM

Acho que não havia alternativa à nossa entrada na UE.

Publicado por: Sousa às março 11, 2005 05:26 PM

Portugal entrou na UE (à altura, CEE) em grande parte por obra de Mário Soares, essencialmente, creio, por motivos políticos (estabilização do regime político). Tanto quanto já ouvi dizer, à época diversos economistas foram contra essa entrada.

Portugal entrou no "primeiro pelotão" do euro porquê? Creio que com o objetivo de fazer descer as taxas de juro pagas por Portugal e pelos portugueses nos seus pedidos de empréstimo ao estrangeiro. Isso teve grandes vantagens de curto prazo para os portugueses (compras de casas, etc).

Possivelmente ambas as decisões foram erradas. É evidente que, se não tivéssemos aderido à CEE e/ou ao euro, a nossa qualidade de vida atual seria muito pior. Provavelmente, seria mais de acordo com a nossa efetiva capacidade produtiva...

Publicado por: Luís Lavoura às março 11, 2005 05:51 PM

Luís Lavoura: provavelmente ... provavelmente ... tem razão!

Publicado por: Viegas às março 11, 2005 07:26 PM

Luís Lavoura às março 11, 2005 05:51 PM

"É evidente que, se não tivéssemos aderido à CEE e/ou ao euro, a nossa qualidade de vida atual seria muito pior. Provavelmente, seria mais de acordo com a nossa efetiva capacidade produtiva..."

Tem toda a razão. E seria muito melhor parecermos mais pobres mas controlarmos a nossa economia, do que parecermos mais ricos e sermos uns pelintras a caminho do abismo. Poderíamos começar a corrigir esse erro votando contra o tratado constitucional. Como a Inglaterra vai votar contra, e talvez a Suécia e a Dinamamrca também, teríamos companhia para regressar à EFTA.

Publicado por: Albatroz às março 11, 2005 11:03 PM

Eu também vou votar contra. Acho o eixo franco-alemão petulante e fartar-me-ia de rir se ganhasse o não!

Publicado por: Coruja às março 12, 2005 12:04 AM

Albatroz,

Isso seria verdade se fossemos um país com a Islândia, que ao entrar para a UE só teria a perder. Se estivessemos fora da UE seria o descalabro total devido ao sucessivo recurso a mézinhas económicas.

Publicado por: Mário às março 12, 2005 12:04 PM

Deturpadora da realidade como sempre, a Joana tenta levar os incautos a "engolirem" que o problema do colapso do "comunismo da treta" pós Krustchev e a reunificação alemã tiveram alguma coisa a ver com os colapsos do Franco,e da Lira, e com a saída da aliada americana Libra do SME em 1992 (não consta que o Marco tivesse sido afectado). A verdadeira causa esteve na implementação da desregulamentação do Capital Financeiro abrindo portas á sua livre circulação e á isenção Fiscal concertada no CONSENSO DE WASHINGTON por Reagan (Dólar) e Tatcher (Libra)! (lá está ela, a Libra!e a área para onde "fugiu" com a saída do SME,,,)

Publicado por: xatoo às março 12, 2005 12:30 PM

como "vingança" vou escrever um post com a cronologia da ascenção do Imperialismo, de forma a que se perceba o hotel rasca em que as nossas Élites rascas transformaram o nosso País, relativamente aos nossos patrões wasp-anglo-Sax "aliados" do Império
(próximamente em www.xatoo.blogspot.com)
Não á ALIENAÇÃO!
por uma Sociedade Anti-Capitalista!!
"inté"!

Publicado por: xatoo às março 12, 2005 12:39 PM

Por uma sociedade anti-Capitalista?

Salazar lutou por isso durante décadas.

Publicado por: Mário às março 12, 2005 03:00 PM

com a ajuda de estupidos como o Mario

Publicado por: xatoo às março 12, 2005 06:17 PM

xatoo em março 12, 2005 12:30 PM:
Se foi assim, fizeram bem, porque as únicas economias que se têm aguentado, apesar das despesas militares enormes (nos USA), foram essas.
Essas e o capitalismo selvagem da Ásia Oriental.

Publicado por: David às março 12, 2005 07:23 PM

xatooo,

Um pouco previdível não? passou uma adolescência difícil, não o deixavam sair de casa? Agora tem que fazer as suas diatribes em crescido. Solte lá essa revolta antes que expluda.

Publicado por: Mario às março 12, 2005 11:04 PM

Este xatoo, pela arrogância que mostra, pelas frases incendiárias e pelo vocabulário, deve ser da ala esquerda do BE.

Publicado por: David às março 12, 2005 11:51 PM

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