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março 29, 2005

Os Vigilantes

Reina uma profunda preocupação entre os detentores das verdades absolutas e do politicamente correcto que, desde há décadas, parasitam a comunicação social. Esta, por duas ou três vezes, deu ultimamente a lume artigos ou dossiers sobre uma eventual crise da Direita, sobre a provável necessidade de “refundar a Direita, etc.. Para esse desiderato foram auscultados diversas figuras da direita (hesito em chamar-lhes intelectuais, porque para obterem essa categoria necessitariam situarem-se noutras áreas políticas). Foi demais! Vicente Jorge Silva verberou imediatamente no DN essa prática insolente e escreveu indignado que “as opiniões que neles [os órgãos de comunicação social] hoje prevalecem - entre directores editoriais e a maioria dos colunistas - são claramente de direita”.

Obviamente Vicente Jorge Silva exigiria que o debate sobre o futuro da direita e sobre as suas crises e refundações fosse feito por verdadeiros e robustos intelectuais, detentores das verdades absolutas, em suma, escrevinhadores da esquerda.

É um facto que este governo tem sido obsequiado com um pacto de silêncio e uma simpatia indisfarçável, enquanto que o governo de Durão Barroso foi, desde o início, objecto do terrorismo verbal mais absoluto e que o governo de Santana Lopes foi entregue pelo PR à vigilância popular logo na indigitação. É um facto que idênticas declarações contraditórias de titulares de cargos públicos, sobraçando idênticas pastas, foram trapalhadas hilariantes no governo anterior e agora deslizes irrelevantes que não beliscam craveiras de indiscutível valimento.

Mas essa aparente discrepância faz parte da natureza das coisas. Não colhe para as interpretações de Vicente Jorge Silva. Não se deve esperar equanimidade de critérios, ou mesmo misericórdia, para com os infiéis. Os infiéis vivem em pecado pela sua própria natureza. Não foram iluminados pela graça divina da verdade absoluta. Deixar que alguns despontem, ao de leve, na comunicação social é uma heresia que deve ser condenada liminarmente.

Nem todos. O neófito quando entra no aprisco é adulado como o filho pródigo da parábola bíblica. Foi o que aconteceu ao Freitas do Amaral. Mas é isso que têm em comum as verdades absolutas, quer as reveladas por reverberação divina, quer as inerentes à missão histórica que um grupo social se atribuiu, de salvar a humanidade mesmo contra vontade desta, nomeadamente quando os exemplos práticos desses salvamentos se saldaram em desastre calamitosos.

Publicado por Joana às março 29, 2005 07:55 PM

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Comentários

Penso que o VJS quiz apenas fazer notar que a tradicional "vantagem" da esquerda na comunicação social é hoje em dia muito menos visivel (ao nível dos colunistas) do que acontecia há cerca de uma década, por exemplo.

De facto, a tradicional queixa da direita de que a comunicação social "é de esquerda" hoje em dia não tem muita razão de ser, em termos de protagonistas de topo... Poderá ter alguma razão de ser no entanto em termos de algumas ideias veiculadas - mas isso acontece porque a própria "direita" não defende publicamente ideias diferentes.

Publicado por: João Branco às março 29, 2005 09:22 PM

Joana,
não acha um pouco exagerado estar já zangada com um governo - Social Democrata, ainda por cima - que tem 15 dias e que ainda não teve tempo para "salvar a humanidade" ?

Publicado por: zippiz às março 29, 2005 10:15 PM

OS VIGILANTES


Activistas da Greenpeace que bloqueram Vicaima vão ser julgados a 16 de Abril
29.03.2005 - 19h11 Lusa


Os ambientalistas da Greenpeace que hoje se acorrentaram ao portão da Vicaima, Vale de Cambra, saíram em liberdade, com termo de identidade e residência, mas vão ser julgados a 16 de Abril. Já os administradores da empresa não foram presentes ao juiz pois as autoridades alegaram que "a agressão não foi presenciada em flagrante".

Os activistas - oito espanhóis e um alemão - foram presentes ao juiz de Instrução Criminal de Vale de Cambra e constituídos arguidos, uma vez que a empresa apresentou queixa e se tratou de uma situação de flagrante delito.

Já os administradores da empresa, acusados de agressão a um jornalista e a um ambientalista, não foram presentes ao juiz, pois, apesar da presença da GNR, as autoridades alegaram que "a agressão não foi presenciada em flagrante". Os dois agredidos são um operador de imagem da estação de televisão SIC e o vice-presidente da associação ambientalista Quercus, Luís Galrão, organização que colaborou no protesto. A estação de televisão anunciou esta tarde que vai apresentar queixa contra a administração.
PÚBLICO Online

Joana:
parece que o operador de camara da SIC não teve em conta o "pacto de silêncio e uma simpatia indisfarçável" que era devido a este governo e aos garantes da Ordem, que se dão pelo nome de GNR.
Umas incursões pela realidade também fariam bem a este Blog.

Publicado por: zippiz às março 29, 2005 10:30 PM

zippiz:
Esse tal Galrão da Quercus reconheceu que a Vicaima trabalhava com madeira certificada, e o que estava em causa era uma outra empresa que importava madeira a empresas sobre as quais existiam registos de cortes ilegais. Mais esclareceu o Sr. Galrão que "estavam ali como poderiam estar noutro lado qualquer".
Ou seja, reconheceu que não tinha razão concreta para estar a impedir a laboração daquela empresa.
Invadiu a propriedade privada e impediu a laboração de uma fábrica.
Aquilo foi uma palhaçada mediática organizada com o conluio da televisão.
Era bem feito se a Quercus fosse obrigada a pagar uma indemnização pelos prejuízos sofridos na laboração da Vicaima

Publicado por: Joana às março 29, 2005 11:37 PM

Você sabe que a Quercus pede financiamentos a empresas que trabalham na área do ambiente? Que fazem, entre outras coisas, estudos de imapcto ambiental?
E isto não é de ouvir dizer. Já vi eu uma carta de Quercus dirigida à 2ª ou 3ª maior empresa portuguesa desta actividade, a pedir financiamento.

Publicado por: Joana às março 29, 2005 11:40 PM

Sempre que se levanta a questão das incineradoras a Quercus mente descaradamente porque pertence ao lobby oposto. Já lidei com processos desses, vi os estudos e li as declarações da Quercus sobre asses assuntos que eram uma completa aldrabice com números falsos, e insinuações verginhosas

Publicado por: Joana às março 29, 2005 11:43 PM

Aqui há anos, a RESITEJO quis fazer um aterro gigantesco na Chamusca, para os lados de Constância. Para calar a Quercus, o Presidente da RESITEJO, que era também o Presidente da CM Alcanena, convenceu a Quercus a aderir, mediante sabe-se lá o quê (elaboração de pareceres ou pseudo-pareceres) à Associação de Municípios(!!!). As cartas da RESITEJO tinham em epígrafe o nome dos municípios: Constância, Chamusca, Torres Novas, Tomar, Ferreira do Zêzere, etc., etc., e ... Quercus.
A coisa deve ter dado escândalo, pois ao fim de uns 6 meses o nome da Quercus desapareceu da epígrafe das cartas.

Publicado por: Joana às março 29, 2005 11:48 PM

Estas últimas informações foram-me dadas pela Directora Executiva da RESITEJO, quando me mostrei admirada de ver o nome da Quercus misturada no meio dos municípios. "Foi o Sr. Presidente que achou que eles assim não chateavam" ... disse.me ela com um sorriso cúmplice!
Esses tipos são absolutamente repugnantes e vivem da cobertura que as TV's lhes dão em troca de arranjarem factos polémicos.

Publicado por: Joana às março 29, 2005 11:52 PM

Os ambientalistas não largavam a questão da Ponte Vasco da Gama, garantindo que haviam de arranjar maneira dela não se fazer.
Houve um jantar com o Guterres e nunca mais levantaram problemas.
Que se teria passado nesse jantar?
Não custa a advinhar!

Publicado por: Joana às março 29, 2005 11:54 PM

Joana;
Vc percebeu bem o meu comentário (o resto é citação da Lusa) e devia era pronunciar-se claramente sobre o essencial; e o essencial tem que ver com o terrorismo da administração da vicaima. A polícia só cumpriu metade do papel. Ponto.


"Já os administradores da empresa, acusados de agressão a um jornalista e a um ambientalista, não foram presentes ao juiz, pois, apesar da presença da GNR, as autoridades alegaram que "a agressão não foi presenciada em flagrante". Os dois agredidos são um operador de imagem da estação de televisão SIC e o vice-presidente da associação ambientalista Quercus, Luís Galrão, organização que colaborou no protesto. A estação de televisão anunciou esta tarde que vai apresentar queixa contra a administração."

Publicado por: zippiz às março 30, 2005 12:16 AM

Estranho você dizer-me sobre aquilo que "eu devo" pronunciar-me, quando você ignora tudo o que se escreve que não esteja programado na cassete que você repete até à exaustão.
É como se não estivesse nada escrito.
Se você finge que não lê aquilo que escrevo, não tem qualquer autoridade para me dizer sobre o que eu devo escrever.
Não acha?

Publicado por: Joana às março 30, 2005 12:26 AM

Aquela palhaçada na Vicaima foi encenada de acordo com a SIC.
Achei piada quando o gajo da Vicaima os mandou trabalhar àqueles estronços!

Publicado por: bsotto às março 30, 2005 01:08 AM

Acho que a Vicai,a deveria ir com uma acção de perdas e danos contra aqueles estúpidos que vivem à custa das chantagens.

Publicado por: bsotto às março 30, 2005 01:10 AM

Joana, este post está escrito de uma forma demasiado elaborada. Perde-se o conteúdo no meio de tanto palavreado florido.

Quanto ao conteúdo: é evidente que hoje em dia não há predominância de colunistas de esquerda na comunicação social. Há colunistas de esquerda, como o Vicente Jorge Silva, mas eles não predominam. Dizem as suas opiniões, com as quais a Joana eventualmente ou frequentemente não concorda, tal como eu não concordo com as opiniões de muitos colunistas. Mas, se é honesta, a Joana deve reconhecer que esses colunistas não são predominantes. Nem são mais "parasitários" do que os colunistas de direita. Entre estes últimos contam-se, por exemplo, António Ribeiro Ferreira, José Manuel Fernandes, Luís Salgado Matos, Helena Matos, Alberto Gonçalves, Mário Pinto, e muitos outros que genericamente expendem opiniões de direita.

Têm tanto direito uns como os outros a dar as suas opiniões.

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 09:48 AM

Registo também a expressão "terrorismo verbal". Essa expressão é um contra-senso, um disparate. Terrorismo é uma coisa séria, é espalhar o terror através de ataques indiscriminados a uma população civil e indefesa. "Terrorismo verbal" não existe.

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 09:50 AM

Falei há pouco com o funcionário da SIC.

Confidenciou-me que durante todo o episódio teve sempre presente o seu modelo que é o Chucky do filme Accidental Hero.

Infelizmente, embora brutalmente agredido, não tem nenhuma agressão visível, pelo que não dará nenhuma entrevista televisionada.

Publicado por: Carlos Alberto às março 30, 2005 09:56 AM

Quanto à Quercus, acho por bem esclarecer que é uma organização bastante descentralizada e, por vezes, pouco controlada. Tem diversos núcleos espalhados pelo país, e por vezes esses núcleos tomam atitudes criticáveis. Tem também diversas pessoas, umas mais radicais do que outras, que por vezes expendem as suas opiniões de forma mais ou mneos descontrolada em nome da associação (Quercus). Tem havido, segundo julgo, nos últimos anos um esforço no sentido de controlar melhor todas estas pessoas e todos estes núcleos, evitando que andem para aí a fazer em nome da organização coisas menos justificáveis.

O núcleo do Ribatejo e Estremadura, sedeado em Ourém, está muito ligado a municípios e recebe financiamento deles. Deve ser esse núcleo que se meteu na Associação de Municípios. Mais tarde deve ter sido por esse facto criticado pela Direção Nacional da Quercus. Isto explica, de forma deficiente é certo, a história do papel timbrado.

Na questão da incineração há um setor da Quercus muito radical, mas um outro setor muito mais moderado.

É bem sabido, e a Quercus não o nega, que pede financiamentos à sociedade civil, nomeadamente a empresas. O jornal da Quercus é integralmente pago pela publicidade que publica, a empresas na área do ambiente. Os centros de recuperação de animais também são largamente financiados por donativos de empresas (por exemplo, o de Santo André recebe donativos da Petrogal, Borealis, etc). É claro que esta prática pode levar, e se calhar leva mesmo, a dependências pouco transparentes.

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 10:37 AM

Vicente Jorge Silva, tal como o seu sucessor na direcção do "Público", José Manuel Fernandes, são os exemplos acabados da versão actualizada de bufos pidescos, cuja missão é impedir a divulgação de opiniões contrárias às suas e às dos seus patrões. Vivendo na cloaca infecta da nossa oligarquia, reconhecem-se à distância pelo cheiro...

(P.S. - Desculpem o desregramento da linguagem, mas de facto não gosto desses sujeitos...)

Publicado por: Albatroz às março 30, 2005 11:11 AM

Não concordo com o comentário anterior, de Albatroz. No Público vêem-se opiniões muito diferentes. Os colunistas de direita (Mário Pinto, Helena Matos, etc) predominam, mas também há colunistas de esquerda (Fernando Rosas, Vital Moreira). Os editorialistas também são uns mais à direita (José Manuel Fernandes), outros à esquerda (Manuel Carvalho).

Não penso que se possa dizer que o Público seja hoje um jornal tendencioso. Há nele pessoas de diversas tendências.

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 11:25 AM

Foi o próprio Ignatio Ramonet que afirmou que estava demonstrado que quem detêm o poder na comunicação social alcança também o poder político.

Claroq eu ele fez esta afirmação para criticar a situação italiana e Berlusconi. Imagino que se analisasse a situação portuguesa nao veria nada de mal. Temos uma imprensa "isenta", ou seja, com os dois pés à esquerda.

Publicado por: Mário às março 30, 2005 11:45 AM

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 09:48 AM

Muito obrigado.
Como sabe o Público vai passar a ser pago na sua edição online, e desde já lhes desejo as maiores infelicidades.

Isso vai-me privar de o ler, porque nunca pagarei nada que venha via internet.

Não sabia como aborrecer o Zé Fernandes, mas com a sua preciosa ajuda, já descobri.
Vou-lhe mandar a sua opinião sobre a opinião dele, e acredito que o vai pôr rosa de raiva !!

Publicado por: Carlos Alberto às março 30, 2005 11:46 AM

Luís Lavoura,

Não sabia que fazia incursões humorísticas também. Então no Público dominam os comentadores de direita? No jornal A Capital também, suponho. E estou mesmo desconfiado que O Avante anda com perigosas infiltrações neoliberais.

Publicado por: Mário às março 30, 2005 11:48 AM

Mário, só há uma forma de dirimirmos a questão. Pegamos em todos os articulistas de opinião do Público e dividimo-los em duas colunas: "de esquerda" e "de direita". Depois contamos quantos há em cada coluna. O meu "guess" é que provavelmente a coluna "de direita" terá mais nomes. Mas só contando...

Eu não sei todos os nomes de cor, nem costumo lê-los a todos, muito longe disso. Nos de direita temos o Mário Pinto, a Graça Franco, a Helena Matos, o Luís Salgado Matos. Nos de direita temos o Vital Moreira e o Fernando Rosas. Sugiro ao Mário que adicione mais uns nomes às duas colunas, se se lembrar...

Quanto aos jornais "A Capital" e "Avante!", não os leio, por isso não posso comentar.

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 12:33 PM

O problema não é o de saber se há ou não colunistas de direita e de esquerda no "Público". É o de analisar o tipo de opiniões publicadas. Se o fizermos veremos que nenhuma dessas opiniões belisca os interesses oligárquicos. A censura não é contra os articulistas de direita ou de esquerda. É contra os politicamente incorrectos das duas tendências. Eu, por exemplo, tentei repetidas vezes publicar artigos críticos da UE no "Público", e nem um saiu. Tanto chateei o JMF que ele me enviou um e-mail a dizer que tinha mandado fazer uma pesquisa nos arquivos do jornal e tinha descoberto que tinham publicado um artigo meu há cinco anos!!! Ou seja, a minha quota estava preenchida para o resto do século XXI... E têm visto artigos do Garcia Pereira ultimamente no "Público"?...

Publicado por: Albatroz às março 30, 2005 12:57 PM

Luís Lavoura às março 30, 2005 09:48 AM:
Por acaso você não estará também “colonizado” pelo pensamento da esquerda? José Manuel Fernandes e Luís Salgado Matos, de direita?? São apenas sujeitos que tentam fazer análises razoavelmente imparciais.
Helena Matos é apenas “politicamente incorrecta”. Por isso é que ela é diabolizada pela esquerda. A esquerda arcaica rala-se menos com a direita, com quem tem muito em comum, aliás, que com o(a)s iconoclastas que derrubam os seus ídolos sagrados.
Porque é que sou (ultimamente menos) a pessoa mais insultada da blogosfera? Por ser de direita? Não. Há blogs de facto de direita que passam sem ataques virulentos. É apenas por ser “politicamente incorrecta”, por “atirar” aos ícones da esquerda, utilizando, muitas das vezes, os seus próprios argumentos e pensadores.

Publicado por: Joana às março 30, 2005 01:23 PM

Luís Lavoura às março 30, 2005 09:50 AM
Nunca ouviu falar em metáforas? Essas figuras de retórica que enriquecem a língua e dão prazer a quem lê?
"terrorismo verbal" é uma metáfora. Se é verbal ... não usa bombas, mas o verbo. Não se lembra de ver o António Costa cheio de diatribes verbais amarradas à cintura a fazer-se explodir, diariamente, em S. Bento?

Publicado por: Joana às março 30, 2005 01:54 PM

Luís Lavoura às março 30, 2005 10:37 AM
Ainda fico mais incomodada por saber que a Quercus recebe donativos de refinarias de petróleo e petroquímicas. É demais.

Publicado por: Joana às março 30, 2005 01:54 PM

O Luís Lavoura está a raciocinar em termos de colunistas e de uma forma subjectiva (dá-me a ideia de que ele considera que todos os julga à direita dele, são de direita).
Ora depois há os jornalistas propriamente ditos. Aquela fraude montada sobre o Cavaco foi obra de 4 jornalistas, duas que deram a cara e assinaram, mais a Ana Sá lopes e julgo que o Dâmaso (que deve ser BE também) que ficaram na sombra.

Publicado por: Hector às março 30, 2005 02:24 PM

Joana, "análises razoavelmente imparciais" é coisa que não existe. José Manuel Fernandes e Luís Salgado Matos fazem as suas análises, parciais como todas as outras; essas análises coincidem a maior parte das vezes com as efetuadas por indidíduos da direita liberal, como você. Ou será que vai sugerir que as pessoas que concordam consigo são "razoavelmente imparciais" e que todas as outras são tendenciosas?

Devo dizer que fico preocupado quando a vejo a si, que eu presumia ser uma liberal, a queixar-se de opiniões publicadas e a dizer que os que as publicam "parasitam" os órgãos de comunicação social. É que, este termo "parasita" é muito próprio do estalinismo, o qual também pratica técnicas de desparasitação bem conhecidas. Os liberais, em princípio, deveriam primar pelo amor à liberdade de expressão e à diversidade da opinião publicada. É mais próprio da direita do antigamente, estatista, violenta e trauliteira, o queixar-se das opiniões adversas, e o sugerir que os autores dessas opiniões são parasitas - os quais, em princípio, devem ser eliminados, tal como todos os parasitas em geral.

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 02:28 PM

Luís Lavoura: nesse caso também acha António Barreto e Medina Carreira, ex-ministros socialistas, da "Direita liberal"

Publicado por: Hector às março 30, 2005 03:15 PM

Hector, o facto de no passado um certo indivíduo ter sido do PS (ou do MRPP, ou do PCP...) não implica que hoje ele não seja outra coisa qualquer.

De Medina Carreira só me lembro de análises económicas, relativamente objetivas. António Barreto tem efetivamente andado com ideias liberais, embora eu não o considere propriamente de direita (enfim, é a minha sensibilidade...).

Publicado por: Luís Lavoura às março 30, 2005 03:29 PM

Quando folhei as páginas do Público aquilo parecia-me ser só gente de esquerda. Por outro lado, amigos meus que lêem o jornal diariamente dizem-me o mesmo.

Mas isto sou eu que só lido com fascistas :)

Publicado por: Mário às março 30, 2005 04:40 PM

Eu concordo com a opinião de Luís Lavoura. E como é que conseguimos classificar MST (esquerda independente?, Pacheco Pereira (direita liberal?)... O Publico é diverso. JMF tem fases dir-se-ia que genericamente anda perto de apoiar criticamente quem está no poder, mas foi um paladino da guerra do Iraque.

Quanto a ser politicamente incorrecto, Joana, essa é o gosto dos livre-pensadores, também os há na esquerda, e os custos pessoais são elevados, claro. Mas não faz mal: afinal Spinoza, Voltaire, Darwin, Marx, etc, etc. tiveram todos problemas com as instituições.

No entanto o seu ódio de estimação pelo Louçã levanta-me a dúvida sobre o móbil íntimo. De acordo com os seus critérios de direita para avaliar a eficiência e a produtividade, F Louçã tem vários artigos publicados nas melhores revistas científicas internacionais de Economia, ou não?

Publicado por: pyrenaica às março 30, 2005 07:32 PM

Luís Lavoura às março 30, 2005 02:28 PM
Eu julgo que você está a confundir o liberalismo económico com o desapego terreno das monjas do Carmelo. Nem vejo que o termo parasita, tão em voga entre os biólogos, seja “estalinista”. É justamente por eu ser a favor da “liberdade de expressão e ... diversidade da opinião publicada” que eu estou contra o facto de estas não existirem ou não passarem de uma caricatura.
Quando escrevi “parasitar” é porque o fazem de forma insidiosa, tentando mostrar que não estão lá, que não controlam, que são os outros que ...
Então você acusa-me de eu ser “estalinista” por protestar contra o unilateralismo da nossa comunicação social? Por essa sua teoria, os estalinistas eram aqueles que estavam contra o totalitarismo de Estaline e não o contrário.
Eu não me queixo das opiniões adversas, como diz ... – debato-as, como me tem visto fazer. Queixo-me sim de, na comunicação social, quase só existirem essas “opiniões adversas”

Publicado por: Joana às março 30, 2005 08:59 PM

pyrenaica às março 30, 2005 07:32 PM:
Não conheço, mas se me indicar a bibliografia, poderei avaliar.

Publicado por: Joana às março 30, 2005 09:00 PM

O que o GNR tentou dizer à jornalista, com a sua passividade, foi: “ó minha senhora, aqui o sr. Álvaro nunca foi contrariado em toda a sua vida, e não vou ser eu que o vou fazer. Sabe, aqui em Vale de Cambra há uma família – os Pinhos – que são donos de 90% da indústria e todos os demais negócios, em especial as negociatas. Sabe, minha senhora os outros 10% só existem porque eles deixam (pertencem a amigos e primos afastados). Sabe, minha senhora, que se um trabalhador for despedido, ou se optar por se despedir, de uma qualquer indústria cá da terra, nunca mais arranja emprego por estes lados? Sabe, minha senhora, são eles quem escolhe o presidente da câmara (há uns anos, numa reunião concelhia do PSD, foi escolhido o candidato a candidato e chegou a ser anunciado publicamente; mas depois os Pinhos decidiram que seria outra pessoa, e o PSD não teve outro remédio senão alterar). Lembra-se, minha senhora, quando numas autárquicas o Sr. António Jorge de Pinho prometeu alguns milhares de contos a cada freguesia onde ganhasse o PSD? Pois é, minha senhora, é desta Vale de Cambra que estamos a falar. Sabe, minha senhora, eu sou GNR mas não sou estúpido”

Publicado por Eric Blair em março 30, 2005 02:03 PM blogBernabé


Joana,são uns invejosos estas tugas !

Publicado por: zippiz às março 31, 2005 12:14 AM

Joana, eu não a acusei de ser estalinista. Lembrei apenas que a prática de acusar os adversários políticos de ser "parasitas" (e de lhes aplicar técnicas de desparasitação) é corrente nos estalinistas. E que, portanto, os amantes da liberdade fariam bem em não enveredar por essa terminologia.

Publicado por: Luís Lavoura às março 31, 2005 11:53 AM

Ainda sobre a Vicaima, o que a Quercus disse foi que um fulano da empresa lhes mostrou um maço de folhas sobre a certificação FSC, grande parte delas eram coisas retiradas da internet. E a tal "outra empresa" é a Madeiporto, propriedade do Grupo Vicaima, cuja sede é... onde foi realizada a acção...
A iniciativa podia ser realizada junto a outra "empresa qq", pois neste momento não há nenhuma empresa portuguesa que importe ou processe madeiras exóticas certificadas pelo FSC (informação facilmente confirmável aqui: http://www.fsc-info.org/). A SONAE Uk é a única que tem uma unidade certificada.

Publicado por: LJ às abril 1, 2005 03:45 PM

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