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dezembro 22, 2004

Plágios e Fontes

A situação não é virgem. Quando em 21-01-04 postei aqui A execução de um rei, na efeméride da execução de Luís XVI, houve uns zunzuns de c&p e eu, dias depois, em 26-01-04, postei a bibliografia mais relevante para o tema, e que eu disponho, em Revolução e Historiografia com comentários sobre o seu interesse e as circunstâncias em que as obras foram escritas. Desta vez, face aos comentários que acabei de ler, resolvi matar a questão de imediato, e postar a bibliografia que disponho, repito, que disponho, sobre estas matérias.

Se tiverem dúvidas sobre o facto de eu dispor daquelas obras, e das que vou discriminar em seguida, posso disponibilizar ficheiros jpg com as páginas que pretenderem, eventualmente o frontispício, da obra ou volume que entenderem, desde que de forma moderada, visto eu ter mais que fazer que satisfazer gente que o que tem em comum é o serem caluniadores e não perceberem nada do que escrevem.

Quando se faz um trabalho sobre um tema histórico abrangente é obrigatório, para ele ter alguma coerência, que quem o faça tenha uma cultura vasta sobre essa matéria, tenha lido muito sobre ela, que tenha passado e repassado mil vezes Lethes, o sombrio rio dos mortos, como escreveu, numa alegoria magnífica, Michelet. Só assim se podem relacionar factos, sentir as motivações e integrá-los num todo coerente.

É evidente que a transcrição de documentos coevos, datas exactas, etc., obriga a que, quando se está a escrever se relanceie os olhos por diversos livros e, eventualmente, a net. Sobre a net tenho todavia algo a acrescentar – é muito útil e rápida, mas não é fiável em termos de informação rigorosa e precisa.

A maior parte das informações sobre esta questão baseiam-se em documentos produzidos na época: bulas, manifestos, autos dos inquiridores, etc. Logo quando se transcrevem essas informações elas são do domínio público, pois foram produzidas na época e reproduzidas milhares de vezes por milhares de historiadores.

Eu escrevi algures «No mês seguinte, cento e trinta e oito prisioneiros são interrogados em Paris, na sala baixa do Templo, peto inquisidor de Paris, depois de terem passado pelas mãos dos oficiais do rei, que, de conformidade com as instruções contidas nas cartas fechadas, empregaram «a tortura, em caso de necessidade». De facto, trinta e seis dos presos deveriam morrer em consequência dessas torturas. Perante o inquisidor, apenas três deles negaram ter cometido os crimes de que os acusavam». Mas isso é o que consta dos autos das inquirições. Daí em diante, todos os historiadores não passarão de meros plagiadores? Pois quê? Você escreve 138 e o Sr. X também escreve! Ignara plagiadora! Pois ... o Sr. X também se reportou às fontes anteriores. Mas ele não plagia ... quem plagia sou eu ...

Quanto ao manifesto real de 14 de Outubro de 1307, ele é público. Tem sido citado e transcrito ao longo de quase 7 séculos. Como posso ser acusada de plagiadora ao transcrever partes desse manifesto É uma perfeita estultice.

Eu li o Código Da Vinci e escrevi aqueles textos num fim de semana. Eram comentários insertos num blog e não uma tese de doutoramento nem de mestrado. Escrevi-os tão rapidamente, porque tinha algumas ideias sobre as matérias e sabia onde estavam as fontes em caso de dúvida, e tinha todo o material à minha disposição, quer na nossa casa, quer em casa dos meus pais, que é na porta ao lado.

Passemos às fontes:

Dupuy Traittez … concernant la condamnation des Templiers … Paris 1654
Esta obra trata de toda a época que se inicia com o episódio de Anagni e acaba com o fim do «Cisma de Avignon» ... cerca de 70 anos. É minuciosa (são mais de 500 páginas!). Está em francês arcaico (com as bulas papais em latim) e não conheço edição posterior. Dei-lhe uma vista de olhos e passei adiante ...

Abade de Fleury - Histoire Ecclesiastique 36 vols, Paris 1742
O volume 19 (Depuis l'an 1300 jusques à l'an 1339) abarca este período e é muito minucioso (são 576pgs.). Leitura obrigatória para quem quiser saber que abordagem desta questão fazia a Igreja.

Conde de Ségur – Histoire Universelle 18 vols Bruxelas 1822.
O Tomo 13 (6º da História de França), saído em 1826, é todo ele dedicado aos reinados de Filipe o Belo e dos seus filhos (300 páginas). Trata com grande detalhe o processo dos Templários.

Michelet - Histoire de France 17 vols Paris 1861 (Nota: esta história vai até à convocação dos Estados Gerais-1788)
Michelet foi o primeiro historiador “moderno” pela forma como abordou a historiografia. É o equivalente francês de Herculano (ou vice-versa). É um extraordinário analista dos factos e das sua motivações, mas menos minucioso no relato dos factos. Qualquer leitura de Michelet deverá ser complementada com historiadores mais “factuais”. O processo dos Templários está no Tomo III, que abrange o período desde as Vésperas Sicilianas (1282) até à morte de Duguesclin (1380). Michelet dedica cerca de 50 páginas ao processo dos Templários. É interessante a análise que ele faz das causas da queda dos Templários (pgs 168/170) que tem semelhanças à minha ... sans blague! Na altura interessava-me mais os factos e a pressa fez-me passar ao lado dessas 3 páginas! (era demasiado literário para a pressa que eu tinha) mas estou a olhar para elas agora.

Henri Martin - Histoire de France jusqu'en 1789 17 vols Paris 1855
O terço final do Tomo IV abarca os reinados de Filipe o Belo e dos seus filhos (pgs 420 a 567)

Na Revue des Deux Mondes, Paris 1891 Tomo 103 (janvier-février) há um artigo muito interessante, e que me foi útil, Le Procés des Templiers d’après des Documens Nouveaux da autoria de Ch. V. Langlois (pgs 382 a 421), bem documentado e que julgo se baseia em parte na obra de Schottmüller – Der Untergang des Templer-Ordens, que tinha sido publicada há pouco, mas que não disponho.

Esta revista, que se publicou entre 1829 e 1900 (pelo menos só dispomos dos números até 1900), foi das mais importantes que se publicaram então na Europa e era uma referência, nomeadamente para a intelectualidade portuguesa do século XIX.

Estes autores têm, todavia e de acordo com os “netívagos”, um problema. Todos eles plagiaram, aqui e além, o guru Gilles C H Nullens!! ... descoberto ao acaso da net... pois todos eles transcrevem passagens comuns.

Sobre as cruzadas:
Guillaume de Tyr Histoire des croisades 3 vols Paris 1824 É o clássico, onde muitos vieram depois beber. Ele foi contemporâneo dos acontecimentos (julgo que morreu por altura da conquista de Jerusalém por Saladino em 1187)

Albert d'Aix Histoire des croisades 2 vols Paris 1824 É o outro clássico. Também contemporâneo, mas mais velho que o anterior (julgo que cerca de 30 anos).
Estas edições são complementadas com anotações de Guizot o que, em certa medida, as actualizam.

O resto das obras que disponho tem mero interesse biblliográfico, como Maimbourg Histoire des croisades pour la Délivrance de la Terre Sainte 2 vols Paris 1686

Recentes:
Zoe Oldenbourg – As Cruzadas - Rio de Janeiro 1968
É dos livros que conheço mais documentado sobre aquela matéria. Quer factual quer, principalmente, sociológico.

René Grousset L'Epopée des Croisades Paris 1957 Mais factual e sintético que o anterior, mas peca por não fazer uma análise aprofundada da sociedade franca (ou latina) no levante.

Sobre os primórdios do cristianismo, os livros de Tácito, Suetónio e Plínio o Moço, podem ser encontradas na net, em texto completo (latim e inglês) e estão traduzidos em português. O mesmo sucede com as obras de Flávio Josefo. Relativamente a este último disponho de 2 edições interessantes - The Works of Flavius Josephus 2 vols, Londres 1825 e Historia de las Guerras de los Judios y de la destruccion del Templo y Ciudad de Jerusalen, 2 vols, Madrid 1791.

Nota: Alguns romancistas abordaram esta temática. Eu sugeria Maurice Druon – Les Rois Maudits (há uma tradução portuguesa da Difusão Europeia do Livro (S.Paulo-Brasil). São 7 títulos, mas só disponho de 4 - I - O Rei de Ferro (1956), II - A Rainha Estrangulada (1956), III- Os Venenos da Coroa (1957) e VI - O Lis e o Leão (1328-1343) (1961). Não sei se nunca saíram, ou o meu pai desistiu de comprar os restantes. O 1º volume romanceia o processo dos Templários (A Maldição) e o escândalo da Torre de Nesle. Foi Prémio Goncourt, o que abona sobre o rigor da reconstituição histórica de Druon. Recomendo vivamente a leitura deste romance, visto ter sido escrito antes das inventonas do Priorado do Sião e a abordagem que faz das questões esotéricas ligadas ao processo segue vias diferentes. Li-o na adolescência e fascinou-me então.
Alexandre Dumas também romanceou estes casos – ver, por exemplo, La Tour de Nesle em Oeuvres II Paris 1842

Aditamento: As gravuras que postei ontem foram copiadas do 1º volume de:
Guizot - Histoire de France racontée a mes Petits-Enfants 5 vols Paris 1872.


À atenção de Bernardo Motta, do afixe.

Publicado por Joana às dezembro 22, 2004 09:27 PM

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Comentários

Pimba!

Publicado por: Diana às dezembro 22, 2004 10:11 PM

Joana, não se admire se alguém vier aqui dizer: "Too good to be true"... Pessoalmente estou-me nas tintas se a Joana praticou excessivamente o "corta e cola" na questão dos templários. Como já foi dito aqui, um blog não é uma dissertação de doutoramento. Mas mesmo que a erudição seja toda sua, parece-me que foi contraproducente dar demasiada importância às acusações de que foi alvo...

Publicado por: Albatroz às dezembro 22, 2004 10:35 PM

Albatroz:
Essa era de mais. Mas a Joana tem um não sei quê que cria uma enorme raiva contra ela. De vez em quando são palavrões, tentam apanhá-la em qualquer coisa. É doentio.

Publicado por: Hector às dezembro 22, 2004 10:55 PM

Eu concordo com o Albatroz. Joana, os seus caluniadores não desarmam com isso. Se agora assobiarem para o lado, voltarão à carga na 1ª oportunidade.

Publicado por: Rui Sá às dezembro 22, 2004 11:18 PM

Que tristeza, miúda, que tristeza.

Fica-te mal. Continuas a querer insultar a inteligência das pessoas.

Por mim, fica aqui encerrado o assunto.

Publicado por: Monty às dezembro 22, 2004 11:22 PM

Sobre isso estou tranquila. Não consigo insultar uma coisa que não existe.

Publicado por: Joana às dezembro 22, 2004 11:29 PM

Esta gaja é demolidora

Publicado por: Domino às dezembro 22, 2004 11:33 PM

joana ,
e se mudasse de assunto e nos explicasse o que é que se podia comprar com 100.000 euros gastos com um encarte publicitário do governo de gestão do país !?
nesta quadra natalícia não são permitidas tiradas demagógicas (nomeadamnete chamar invejosos a quem critica o governo )!!!

Publicado por: zippizz às dezembro 22, 2004 11:41 PM

Albatroz em dezembro 22, 2004 10:35 PM:
Acho que a Joana fez bem. Viu os piropos que lhe dirigiram no post abaixo?
É preferível aparecer aquele Monty com conversa de chacha que continuarem a atacá-la por plágio

Publicado por: Arroyo às dezembro 22, 2004 11:41 PM

Arroyo: Presa por ter cão, presa por não ter.

Publicado por: J Correia às dezembro 22, 2004 11:48 PM

O comentário daquele Monty de m*rda é o de um verme.
É preciso não ter vergonha na cara.

Publicado por: Fred às dezembro 23, 2004 12:19 AM

Quando se tenta justificar o injustificável, o resultado nunca pode ser bom. O argumento das fontes é um bocado coxo e a coincidência formal de longos períodos não se compadece com explicações desconchavadas.
Pessoalmente, também me estou nas tintas para o copy & paste de Joana, embora por razões diferentes do Albatroz.
A «inspiração» de Joana foi sempre óbvia, mas é, igualmente, óbvio que só alguém com a cultura suficiente para integrar a informação recolhida pode escrever os textos históricos com que Joana nos brinda. Joana está a ser punida, não por ser ignorante, não por ter policopiado textos de terceiros, não por o ter feito com inépcia, mas sim pela tendência irresistível para flashar os passantes com uma erudição cuja natureza era fácil de adivinhar. É uma tentação a que facilmente cedem alguns noviços da galáxia Internet, mas todos são apanhados, tarde ou cedo, numa curva apertada.
O que não se deve é dramatizar demasiado as coisas. O mundo em que este blog se move é 100% virtual e pouco importa o que cada um diz que é. Que mal vem ao mundo quando uma balzaquiana tristonha se faz passar por uma escultural e ingénua donzela? Ou quando o complexado homenzinho com quem todos gozam na vida real decide apresentar-se na net como um destemido aventureiro? Mais do que outra qualquer realidade, a realidade virtual é um jogo de sombras.
Joana tanto pode ser a mãe de família que diz que é, como um jovem combativo e audaz ou um senior sem muito que fazer na vida e uma grande dose de imaginação.
Joana é Joana, sem idade, nem sexo, nem profissão; sem qualquer vínculo com a realidade e nada sendo para lá da marca que deixa neste blog. Plagiou? OK, admita-se que plagiou. Modificará essa revelação a ideia que fazíamos de Joana? Tendo em conta que isto é um jogo, as colagens de Joana poderão ser, talvez, qualificadas de batota. Quem é jogador há muito já conheceu jogadores que, num momento ou noutro, foram um bocadinho batoteiros e fingiu que não viu, porque o jogo não passava de uma brincadeira.
Prefiro a «Joana» personagem como ela é aos imbecis que entram na conversa só para insultar ou só para aquiescerem, com bovina deferência. Não perco tempo a tentar adivinhar quem é a pessoa real que manipula esta espécie de holograma chamado «Joana», embora acabe por se tornar óbvio que temos muito pouco, ou nada, em comum. De igual modo, em nada me afecta o saber que ela faz uns transfers de textos de terceiros.
O único e verdadeiro problema surge da intersecção de duas realidades distintas: a realidade «real» a que pertence Luis Rainha (com um talento, diga-se, do tamanho do sistema solar); e a realidade «virtual» a que pertence Joana (onde não há regras para coisa nenhuma, nem sequer para a verdade).
No «Sétimo Selo», o cavaleiro joga xadrez com a morte. Se «Joana» não fosse o que é (incluindo a mais completa negadora das evidências), este jogo não tinha graça nenhuma.

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 23, 2004 12:33 AM

Minha cara Joana,

Tenho acompanhado regularmente o Semiramis e não tenho razão nenhuma para não manter toda a minha admiração. Ainda que não comentando as suas magníficas entradas, leio-a sempre com interesse e estou sinceramente convencido que este seu blog é um dos melhores. Pelo conteúdo e diversidade de matérias, pela sua inteligência e cultura, pela ironia e humor de que faz uso, o Semiramis é, e continuará a ser, um dos meus favoritos.

Venho aqui para, independentemente das polémicas que certos energúmenos gostam de provocar, lhe desejar, a si e a todos os seus, os meus melhores votos de um bom natal e de um excelente 2005.

:-))

Publicado por: Paulo Pedroso às dezembro 23, 2004 12:34 AM

Ó Comissário Pedroso, então agora emigraste para aqui, ó palhaço censor! És mesmo um completo javardo intelectual! Tem vergonha na cara e desaparece de vez, pulha!

Publicado por: Átila às dezembro 23, 2004 12:45 AM

O que torna o "Semiramis" interessante não é só o "salero" sofisticado e desavergonhado da Joana como também, em parte igual ou ligeiramente superior, as contra-argumentações dos comentadores "habituais" ...

Publicado por: M@ncha Negra às dezembro 23, 2004 12:45 AM

Joana.
O seu blogue é dos melhores da 'blogosfera lusa'...

Já agora, um bom Natal e um ano novo que lhe leve, e aos seus, tudo de bom.

Um abraço,
Francisco Nunes

Publicado por: Planície Heróica às dezembro 23, 2004 01:44 AM

Este tio Paco Nunes es lo que se puede llamar un lameculos profesional!

Publicado por: Pepe Calambres às dezembro 23, 2004 03:53 AM

(M)arca Amarela em dezembro 23, 2004 12:33 AM:
Vai permitir que eu lhe dirija um elogio ... Você, entre os meus invejosos, é o mais inteligente e o mais talentoso.
Você fala do sistema solar do Rainha ... você é a galáxia. Ao pé do si, o Rainha é um invejoso primata. Está nos alvores da inveja requintada. Na escala animal da inveja é uma trilobite.
Monty (dezembro 22, 2004 11:22 PM) é apenas um invejoso rasteiro e enfatuado, mas você é um invejoso sublime.
Esta sua prosa é das mais brilhantes que tenho lido em matéria de inveja pública.

(M)arca Amarela: você é um homem talentoso. Porque não usa o seu talento de uma forma positiva, como já o tem feito, mas com muita raridade, infelizmente.

Publicado por: Joana às dezembro 23, 2004 09:14 AM

Há uma coisa que não percebo. A autora indicou as fontes e disse que enviaria cópias à escolha a quem pedisse.
Ninguém pediu nada, pelo menos aqui. Mas os que a achavam plagiadora continuam a insultá-la.
Pergunto. Ela está a ser atacada por pretenso plágio ou por outro motivo qualquer?

Publicado por: Diana às dezembro 23, 2004 10:12 AM

Ao contrário do (M)arca Amarela eu acho que a Joana é mesmo mulher e jovem. O caracter sanguinário de muitas das suas intervenções não deixa grande margem para dúvidas. Eu, que sou bastante mais velho - e, como dizia o meu falecido pai, o diabo sabe muito não é por ser diabo mas por ser velho... - permito-me dar um conselho à Joana: para derrotar um adversário basta muitas vezes dar-lhe um pontapé no rabo. Não é preciso expô-lo na roda, partir-lhe os ossos todos, esquartejá-lo e, finalmente, queimar os restos na praça pública... Além do mais este gosto pela destruição total gasta-lhe tempo precioso de reflexão. E a reflexão é a coisa mais importante deste mundo...

Publicado por: Albatroz às dezembro 23, 2004 10:17 AM

Albatroz em dezembro 23, 2004 10:17 AM
você é capaz de ter razão. Mas eu já tenho acompanhado as intervenções da Joana há mais de 2 anos, no Expresso online e digo-lhe que a especialidade dela é mesmo essa “expô-lo na roda, partir-lhe os ossos todos, esquartejá-lo e, finalmente, queimar os restos na praça pública.”.
Os texto mais geniais que eu li dela devem ter sido escritos quando ela estava possuída da sede de destruição total.
Não a conheço pessoalmente, mas não a gostaria de a ter como inimiga.

Publicado por: Hector às dezembro 23, 2004 10:53 AM

Diana, você é uma ingénua

Publicado por: Hector às dezembro 23, 2004 10:54 AM

Não me parece que a Diana seja ingénua. A pergunta tinha água no bico. Tanto chinfrim por um pretenso plágio e depois quando se apresentam provas, os acusadores nem as querem ver.
Mas continuam a rosnar

Publicado por: Sá Chico às dezembro 23, 2004 11:02 AM

Albatroz em dezembro 23, 2004 10:17 AM

Você não pode achar nada «ao contrário» de mim sobre a identidade de Joana, pela simples razão de que, tal como escrevi com muita clareza, eu não acho nada sobre a identidade de Joana. Nem de Joana nem de quem quer que seja que se cruze comigo na net. Para mim, as identidades na net são como a matemática: uma abstracção.

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 23, 2004 11:03 AM

Joana em dezembro 23, 2004 09:14 AM

Você ainda não percebeu, mas, como é inteligente, acabará por chegar lá.
Pensei que tivesse entendido – e não apenas hoje – que você, para mim, não existe enquanto pessoa, logo, não pode ser invejável.
Você é um lugar geométrico numa rede virtual. Faz parte de um jogo em que eu participo para me divertir. De um jogo que eu manipulo à minha maneira e em que só participo enquanto me divertir. De um jogo em que, não tenha ilusões, todos são batoteiros.
No dia em que deixar de me divertir, saio do jogo. Sou capaz de ver até ao fim um filme desinteressante (imagine que vi até ao fim «O Ano Passado em Marienbad»), mas quando um jogo deixa de me divertir ou interessar largo-o. Nos jogos, essa diversão ou interesse – sabe-se – depende da qualidade dos adversários. Quem não sabe jogar xadrez não pode jogar contra um mestre (porque perderia sempre), do mesmo modo que um mestre não pode jogar contra alguém que apenas sabe mover a madeira (porque ganharia sempre e sem que a partida fosse um jogo autêntico).
Já lhe disse uma vez que o prazer do jogo está na competição, não no resultado. O ideal olímpico de Coubertin («o importante é participar») exige alguma dose de inteligência para ser compreendido e uma dose dupla para ser posto em prática.
Ao longo da vida tenho jogado todo o tipo de jogos, desde as cartas ao jogos de bola, para não falar da vida em si. Posso confidenciar-lhe que se pode ter prazer num jogo que se perde, quando a disputa atinge um grau superior. O fair play consiste nisso: em tirar prazer do jogo, mesmo quando se perde, e agradecer ao adversário o prazer que nos proporcionou.
E tudo se resume a isto: umas vezes ganha-se, outras vezes perde-se.
Só uma palavra para a lembrar de que os limites para o comportamento estabelecidos pela sabedoria ancestral têm como objectivo último aliviar o fardo da existência e proporcionar ao homem alguma alegria de viver, evitando que ele caia em dramas psicológicos ou processos fisiológicos autodestruidores.
O cardápio dos sete pecados mortais não é mais do que uma enumeração de coisas a evitar para se ter um quinhão de felicidade.
A inveja é um desses pecados. A soberba também.

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 23, 2004 11:34 AM

E ela ate transcreve frances arcaico e latim. Chamarem-na de miuda e outros dislates parece-me um pouco aspero de mais para alguem que sabe latim.

Publicado por: Highlander às dezembro 23, 2004 12:11 PM

Esta a ser punida... isso faz-me lembrar um tipo com quem eu jogava xadrez no Belenenses ainda o ano passado...

Publicado por: Highlander às dezembro 23, 2004 12:18 PM

Se as gravuras anteriores eram de uma história de França contada aos netos, esse tal Guizot tinha netos capazes de verem os maiores horrores - enforcamentos, agressões.
Ainda falam da TV de agora

Publicado por: VSousa às dezembro 23, 2004 01:11 PM

Como o comentário original é sobre bibliografia, aqui fica um contributo desinteressado para os amadores do género...

# : -))

http://www.endnote.com/

Publicado por: (M)arca Amarela às dezembro 23, 2004 01:31 PM

Como que um éco ...
.
« (...) Com o passar do tempo, há dois sentimentos que desaparecem : a vaidade e a inveja. A inveja é um sentimento horrível. Ninguém sofre tanto como um invejoso. E a vaidade faz-me pensar no milionário Howard Hughes. Quando ele morreu, os jornalistas perguntaram ao advogado :
- "Quanto é que ele deixou" ?
O advogado respondeu :
- "Deixou tudo".
Ninguém é mais pobre do que os mortos».
(António Lobo Antunes, DN 9-11-2004)

Publicado por: asdrubal às dezembro 23, 2004 02:10 PM

Obrigado a todos pelos interessantíssimos momentos que tenho passado neste comentariódromo e à insigne autora dos despoletadores , polémicos e provocatórios textos.
Lamento a baixeza e mesquinhez de alguns comentadores e admiro, embasbacado, a habilidosa retórica de outros. Aprecio as respostas educadas aos insultos, bem diferentes do “vai tu” ou do “isso era a tua mãesinha” , às vezes tão apetecidas e hipotensoras.
Continuarei fiel leitor deste blog.
Desejo um Feliz Natal a todos sem excepção e umas óptimas entradas em 2005.

Publicado por: Emilio de Sousa às dezembro 23, 2004 02:12 PM

VSousa em dezembro 23, 2004 01:11 PM:
De facto aquelas gravuras são tétricas para netos pequeninos

Publicado por: Sa Chico às dezembro 23, 2004 02:29 PM

"Sobre isso estou tranquila. Não consigo insultar uma coisa que não existe.
Afixado por: Joana em dezembro 22, 2004 11:29 PM"

As palvras são tuas, joanita. E definem bem o teu ser!

Publicado por: Monty às dezembro 23, 2004 03:10 PM

(M)arca Amarela em dezembro 23, 2004 11:03 AM

"Joana tanto pode ser a mãe de família que diz que é, como um jovem combativo e audaz ou um senior sem muito que fazer na vida e uma grande dose de imaginação."

Tem razão. Não devia ter utilizado a expressão "ao contrário" visto que no seu texto não se exclui a possibilidade de Joana ser aquilo que eu penso que ela é. Quando usei a expressão "ao contrário" estava a referir-me à sua dúvida quanto à pessoa que se esconde por trás do nome "Joana", dado que eu não tenho dúvidas a este respeito: a Joana é um ser do sexo feminino, com menos de 30 anos, com dentes de vampiro e uma sede insaciável de sangue... Eu até já decidi só vir a este blog com um crucifixo e um dente de alho na algibeira...

Publicado por: Albatroz às dezembro 23, 2004 03:32 PM

Coitada da Joana. Anets fora desmascara no Expresso On-line, e depois refugiou-se no seu bunker. Mas as mentiras não mudaram...

Publicado por: Explícito às dezembro 23, 2004 04:16 PM

Isto é quase eprimente. Só não o é porque até tem graça.
Joana: não tente confundir o que não tem confusão posível. Fontes são fontes. Parágrafos inteiros copiados, palavra por palavra, são outra coisa.
Não está em causa o número de mortos; está sim em causa essa informação estar inserida numa frase que é igualzinha, vírgulas e tudo, à frase original que eu transcrevi no meu post. A coincidência é impossível; a cópia é clara.
A Joana usou a informação e também a forma de a explanar; apropriou-se de trabalho alheio e quis fazê-lo passar por seu.

O resto... é areia atirada para os olhos de quem prefere não ver.

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 23, 2004 04:33 PM

Para que não restem dúvidas, reproduzo a passagem que a Joana evoca em seu socorro:
"No mês seguinte, cento e trinta e oito prisioneiros são interrogados em Paris, na sala baixa do Templo, peto inquisidor de Paris, depois de terem passado pelas mãos dos oficiais do rei, que, de conformidade com as instruções contidas nas cartas fechadas, empregaram «a tortura, em caso de necessidade». De facto, trinta e seis dos presos deveriam morrer em consequência dessas torturas. Perante o inquisidor, apenas três deles negaram ter cometido os crimes de que os acusavam".
Comparem, por favor, com:
"One hundred and thirty-eight prisoners were interrogated in the Paris Temple between the 19 October and the 24 November 1307 by the Inquisitor Guillaume de Paris. Before that they had been detained by the King's Officers that were authorised to use torture, if required. Thirty-six of them died as a result of these preliminary interrogations. In front of the Inquisitors only three denied the crimes of which they were accused."

A frase "En fait, trente-six devaient mourir des suites de ces tortures!" e a menção à "salle basse du Temple" vêm directamente da outra página que mencionei: http://www.templiers.org/chronique.html
Nesta, podemos encontra outros "acasos" incríveis:
"20 Mars- Le roi Philippe le Bel se présente lui-même à Vienne en grand cortège.
22 Mars - En consistoire secret, Clément V fait approuver la suppression de l'Ordre du Temple par la Bulle "Vox in Excelso" ; le texte de celle-ci ne condamne pas l'Ordre mais fait état du bien de l'Eglise pour prononcer sa suppression."
Querem ler a tradução literal e descarada presente na "obra" da Joana?
Aqui está: "O próprio rei apresentou-se em pessoa, em Vienne, em 20 de Março de 1312 seguido de um grande cortejo. Dois dias depois, em consistório secreto, Clemente V faz aprovar a supressão da Ordem do Templo, pela bula Vox in excelso; o texto desta bula não condena a Ordem, "
Grandes, enormes coincidências, com efeito. Que diabo de fontes originais reproduzem assim os acontecimentos? E, mesmo que tais fontes existissem, não seria obrigatório citá-las com aspas e referir a sua origem? (Mas reparem que são apenas parcos exemplos, entre 8 que detectei em poucos minutos de leitura.)

Note-se que a Joana menciona um inexistente "inquisidor de Paris". O original refere-se sim à pessoa correcta, Guillaume Imbert, dito Guillaume de Paris, o "Inquisiteur Général de France". (http://www.templiers.net/proces/parodie.php)
Até por aqui se vê que se trata de tradução apressada: ela nem reparou que se tratava de um nome, não de um cargo.
Erudição de pacotilha, é o que é.

O descaramento demonstrado nesta "defesa" inepta era de esperar; mas não deixa de ter dimensões inauditas...

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 23, 2004 05:38 PM

Por lapso, trunquei uma frase do texto que a Joana afirma ter escrito: "o texto desta bula não condena a Ordem, mas invoca o bem da Igreja, para. pronunciar a sua supressão."
Comparando com "le texte de celle-ci ne condamne pas l'Ordre mais fait état du bien de l'Eglise pour prononcer sa suppression", fica ainda mais claro o roubo.
Alguém - que não uma mentirosa desesperada - ousará chamar a isto "uso de fontes"?

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 23, 2004 05:45 PM

Estou confuso. Já vi citarem diversos sites que a Joana teria plagiado. Sites que dizem todos mais ou menos o mesmo. Afinal qual deles plagiou?
Quando eu escrevo que o Porto empatou 1 a 1 com o Marítimo, estarei a plagiar algum jornal desportivo?

E já agora, não acham isto doentio?

Publicado por: Novais de Paula às dezembro 23, 2004 05:57 PM

Descobri agora outro site, o http://www.semiramis.weblog.com.pt/, onde me parece que vêm coisas que a Joana plagiou.

Publicado por: Coruja às dezembro 23, 2004 06:03 PM

Não. Mas se reproduzir uma reportagem de "A Bola" sobre esse jogo e apresentar a coisa como obra sua, isso é plágio.
Não é questão de dizerem "mais ou menos o mesmo"; é questão de usarem as mesmas frases, palavra por palavra, que a Joana usou.

Doentio parece-me esta criatura persistir em fazer dos seus leitores tonlos.

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 23, 2004 06:05 PM

(M)arca Amarela e Joana são reais, de carne e osso, portugueses e estão aqui entre nós.

É um regalo, lê-los.
E outros também.
Um de esquerda, outro de direita mostram como a inteligência e a cultura podem ajudar quem não teve tanta sorte (de cultura) na vida.

Eu, claro.

Publicado por: carlos alberto às dezembro 23, 2004 06:18 PM

Luis Rainha em dezembro 23, 2004 06:05 PM:
Pois, mas você já indicou vários jornais, dizendo mais ou menos o mesmo, onde a reportagem teria sido plagiada, mas com discrepâncias aqui e ali. Por muita vontade de sermos diferentes, todos temos que dizer que aos 13 minutos de jogo Chainho chutou na direcção de Baía, que segurou e soltou a bola e que Pena só teve que empurrar para fazer o 1-0. E assim sucessivamente.

Publicado por: Novais de Paula às dezembro 23, 2004 06:22 PM

E já agora, só falam, segundo me pareceu, do post nº 4. Já averiguaram se ela teria plagiado os posts nº1, 2, 3 e 5?

Publicado por: Novais de Paula às dezembro 23, 2004 06:23 PM

Janica, és uma vaidosa. Deves ser uma gajinha insuportável como mulher. Daí a tua frustração e a dedicação à causa morta à nascença.Uma mulher que se dedica ao que tu te dedicas é esquisita e não tem um marido que a meta na ordem. Tu vives para esta caca, tens orgasmos literários e achas que és a maior.Mas não dão gozo, não é? Olha, podes sempre ir para freira e dar em lésbica, mas não é a mesma coisa do que conviver com pessoas sãs, não ressabiadas e principalmente com o sexo oposto. Talvez um dia percebas, quando fores crescida e mais mulherzinha! No fundo és uma tristinha que se diverte a escrever para meia dúzia de parvos que lhe alimentam o ego, mas que não consegue passar da cepa torta. Eu, como sou altruísta, ainda venho aqui de vez em quando apoiar-te e ensinar-te as coisas mais elementares, mas como és casmurra insistes na pequenez.Mas fico sempre à tua disposição para te ensinar o que é o mundo e os prazeres que proporciona.Assim tu aprendas a ser uma pessoa...

Publicado por: Átila às dezembro 23, 2004 06:26 PM

Novais de Paula,
Não são vários. Apresentei aqui apenas duas fontes. E fontes não de dados mas sim de frases, períodos completos rigorosamente iguais aos que a Joana afirma serem seus. Palavra por palavra, vírgula por vírgula.
Se quer acredtar que é coincidência ou que a culpa é "das fontes", faça favor.
Se até há gente que acredita que a Terra é oca...

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 23, 2004 06:27 PM

Novais de Paula,

Como poderá calcular, não gasto o meu tempo a analisar tais coisas. Aconteceu apenas que já tinha lido (e usado num livro que publiquei - com o agradecimento devido) os textos de Nullens e fui assim capaz de dar pela "coincidência".
Depois, bastou-me retroverter e "googlar" a expressão que faltava - "salle basse du temple" - e bingo: lá estava mais uma "fonte" desavergonhadamente pilhada.
Teve azar, a plagiadora.

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 23, 2004 06:40 PM

Portanto o ciclo fechou-se. Eu apresentei as minhas fontes, as obras consultadas, e os volumes e páginas respectivos. Mais, sugeri que quem quisesse confirmar, eu enviaria fotocópias de qualquer página (ou páginas) à escolha.
Não é possível fazer mais.

Entre os que alegaram plágio, alguém quis consultar alguma página? Tirar qualquer dúvida?
Não. Apenas a resposta de que “eu estava a atirar poeira para os olhos”. Ou que eu tinha plagiado, mas que afinal tinha plagiado mal. Ou que afinal já não era o Gullen, mas um site francês ... uma trapalhada.

Portanto: como há discrepâncias, o que prevalece é eu ter plagiado. Plagiei, mas enganei-me. São vários sites? Não faz mal ... nenhum plagiou o outro ... eu é que plagiei todos ... mas mal.

Embora esta não seja uma forma ética de argumentar, era exactamente aquela que eu esperaria da estatura moral das pessoas em causa. Gostam de lançar lama, mas preferem ignorar o empecilho incómodo dos factos.

A situação é clara e límpida para quem analisar os factos com probidade.

Publicado por: Joana às dezembro 23, 2004 07:30 PM

Acho que o Luís Rainha tem razão. Esses tais Segur, Michelet e não sei quem mais, que viveram há mais de um século, também devem ter plagiado aquele site inglês e o francês

Publicado por: fbmatos às dezembro 23, 2004 08:58 PM

Luis Rainha,conhece, com certeza, aquela máxima que mete margueritas e porcos, não é verdade? é que tal máxima adequa-se, na perfeição aliás, às suas explicações sobre o que é um plágio e qual a diferença entre plagiar e usar fontes

Publicado por: Shyznogud às dezembro 23, 2004 09:44 PM

Depois de tentar fazer toda a gente burra, passa-se ironicamente por burra.

Minha senhora: o facto de ter acesso a livros sobre o tema - na biblioteca pública mais próxima? - não invalida, nem pouco mais ou menos, que tenha escolhido o caminho mais fácil: traduzir frases e trabalhos alheios.

E tem a supina lata de falar de "estatura moral"? Uma reles ladra do esforço de outras pessoas? Alguém que passa a vida a criticar mazelas morais nos outros e cai no pecadilho mais lamentável?

A "trapalhada" é só uma e foi você quem nela se meteu. Já provei, com copiosos exemplos, que combinou citações de dois sites sobre o tema. Ainda aguardo uma só prova em contrário. Ou continua a querer convencer toda a gente que as inúmeras concordâncias literais que encontrei são coincidência?

Mais uma vez, que têm esses livros que enumera a ver com o facto de ter comprovadamente plagiado? Irra.

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 23, 2004 11:48 PM

Shyznogud,

Tem toda a razão. Aliás, julgo que toda a gente que acompanhou este episódio lamentável ja retirou as conclusões lógicas.
Com a excepção, talvez, do tal fulano que não quer saber de onde vem a água, desde que lhe mate a sede. A gente assim, pode bem a Joana vender urina de camelo por Perrier que eles bebem, agradecem e até deixam uma boa gorjeta...

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 23, 2004 11:59 PM

Você ainda não acertou uma. Primeiro acusa-me de plagiar um tal Gullen. Depois que havia plagiado mal, pois havia discrepâncias. A seguir descobriu um site francês que dizia coisas semelhantes e acusou-me de ter plagiado o francês. Se continuar, é capaz de encontrar mais sites a dizerem o mesmo, visto todos se referirem aos mesmos factos.
A rapidez com que eu apresentei a bibliografia, com as indicações dos volumes e das páginas em que a matéria estava mostra que não foi certamente numa biblioteca pública que esses livros estavam, estavam ao meu alcance imediato.

Os historiadores que eu citei são figuras eminentes da historiografia francesa e mundial. Não lhe passou pela cabeça que pudessem ter sido eles (ou algum deles) as fontes para os sites que cita? Experimente consultar na net o nome de Jules Michelet, que será o mais distinto entre os que citei, e veja o que dizem dele

O seu problema é que não percebe nada dessa matéria. Leu textos de desconhecidos na net e arma-se em Inquisidor-mór da Weblog

Com a agravante de ser um refinado malcriado

Publicado por: Joana às dezembro 24, 2004 12:05 AM

Uma última vez: pode ter acesso aos livros todos que diz. Nada disso invalida que tenha plagiado outras fontes. Não nos faça de parvos, por favor.
Para finalizar, eis aqui de novo as provas. Algumas das frases copiadas, tintim por tintim:

1. do site de Nullens:

"This operation had been carefully prepared in advance. The order had been given to the Bailiffs and Seneschals one month in advance -on September 14 1307- in sealed envelopes to be opened the day of the arrests. The written instructions mentioned the accusations against the Templars" passa, depois de roubado, a "era necessário, para que surtisse efeito, que aquela operação tivesse sido minuciosamente preparada. Na realidade, a ordem de prisão fora enviada um mês antes, em 14 de Setembro de 1307, sob a forma de cartas fechadas, dirigidas aos bailios e senescais, com indicação de as abrirem numa determinada data. O texto dessas instruções continha acusações contra a Ordem do Templo".

"A Royal Manifesto is distributed in Paris to explain the accusations against the Templars. The Templars are accused of apostasy, of insult to Christ, of obscene rites, of sodomy and idolatry. It is said, specifically, that they obliged the new recruits to abjure three times the Christ and to spit on the cross. After that their clothes were taken off and they were kissed on the lower back, on the navel and on the mouth by the Brother who received the recruits. They were also ordered to submit to sodomy if required to do so. Finally they were required to worship a small statue called Baphomet and to wear a piece of string that has been first put on this statue" é traduzido, com canina fidelidade, por "um manifesto real é espalhado por Paris, tornando públicas as acusações contidas na ordem de detenção: os Templários seriam culpados de apostasia, de ultrajes à pessoa de Cristo, de ritos obscenos, de sodomia e, por fim, de idolatria. As suas infâmias manifestam-se, especialmente, aquando da admissão dos freires: obrigam-nos a renegar Cristo, três vezes, e a escarrar sobre o crucifixo; em seguida, despojados das suas vestes, são beijados na ponta inferior da coluna vertebral, no umbigo e na boca por aquele que os recebe; depois, obrigam-nos a prometer entregar-se à sodomia, se isso lhes for pedido; finalmente, adoram uma estatueta a que chamam Baphomet e trazem consigo um cordãozinho que foi, precedentemente, deposto sobre essa estátua." Tudo traduzido, com todas as frases na sua rigorosa ordem original.
Mais ainda: "publica em 22 de Novembro a bula Pastoralis preminentiaie, onde ordena a todos os príncipes da cristandade que prendam os Templários que se encontram nos seus Estados. Explica que se vira obrigado a tomar essa medida pelas confissões dos templários de França e que certos templários em serviço na cúria romana lhe teriam confirmado o bem fundado dessas confissões; seria efectuado um processo eclesiástico, em seguida ao qual, se a Ordem fosse reconhecida inocente, todos os seus bens lhe seriam devolvidos; caso contrário, esses bens seriam consagrados à defesa da Terra Santa." é tradução simples de "Clement V's Bull of 22 November 1307, "Pastoralis praeeminentiae", gives the order to all the Christian Princes to arrest all the Templars present on their lands. He changed his mind on the base of the admissions made by the French Templars as well as from what some Templars working for the Curia told him. An ecclesiastic trial should ascertain their guilt and if found not guilty, their properties would go back to them. If found guilty, the proceed of their sale would be used to defend the Holy Land."

"One hundred and thirty-eight prisoners were interrogated in the Paris Temple between the 19 October and the 24 November 1307 by the Inquisitor Guillaume de Paris. Before that they had been detained by the King's Officers that were authorised to use torture, if required. Thirty-six of them died as a result of these preliminary interrogations. In front of the Inquisitors only three denied the crimes of which they were accused" é vertido para "No mês seguinte, cento e trinta e oito prisioneiros são interrogados em Paris, na sala baixa do Templo, peto inquisidor de Paris, depois de terem passado pelas mãos dos oficiais do rei, que, de conformidade com as instruções contidas nas cartas fechadas, empregaram «a tortura, em caso de necessidade». De facto, trinta e seis dos presos deveriam morrer em consequência dessas torturas. Perante o inquisidor, apenas três deles negaram ter cometido os crimes de que os acusavam".
"They also underlined the fact that no Templars out of France accused the Order" é mais ou menos igual a "fazem notar que, fora de França, não se encontrou nenhum freire do Templo que dissesse ou apoiasse as «mentiras» proferidas contra a Ordem."
"Jacques de Molay and Geoffrey de Charnay declared that their confessions were false and made only to save their life. They also declared that the Order and the rules of the Templars were sane, just and Catholic. They said there were not guilty of heresy and did not commit the sins they were accused to have committed." passa a "Nessa mesma tarde Jacques de Molay, o mestre da Ordem, e Geoffroy de Charnay (...) clamaram mais uma vez a sua inocência, declarando que o único crime que haviam cometido fora o de se terem prestado a fazer falsas confissões para salvarem a vida. A Ordem era santa, a Norma do Templo era santa, justa e católica. Não haviam cometido as heresias e os pecados que lhes atribuíam."

2. do site www.templiers.org/chronique.html
"20 Mars
Le roi Philippe le Bel se présente lui-même à Vienne en grand cortège.
22 Mars
En consistoire secret, Clément V fait approuver la suppression de l'Ordre du Temple par la Bulle "Vox in Excelso" ; le texte de celle-ci ne condamne pas l'Ordre mais fait état du bien de l'Eglise pour prononcer sa suppression.
Avril
Mort de Guillaume de Nogaret.
2 Mai
La Bulle "Ad Providam" attribue à l'Ordre de l'Hôpital les biens des Templiers."
"O próprio rei apresentou-se em pessoa, em Vienne, em 20 de Março de 1312 seguido de um grande cortejo. Dois dias depois, em consistório secreto, Clemente V faz aprovar a supressão da Ordem do Templo, pela bula Vox in excelso; o texto desta bula não condena a Ordem, mas invoca o bem da Igreja, para. pronunciar a sua supressão. Semanas depois a bula Ad providam atribui à Ordem do Hospital os bens dos Templários."

"Ils demandèrent à tourner leur visage vers Notre-Dame, crièrent une fois de plus leur innocence et, devant la foule saisie de stupeur, moururent avec le plus tranquille courage"
"Pediram para ficar de cara voltada para Notre-Dame (...) E diante da multidão paralisada de espanto, morreram com a mais tranquila coragem".

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 24, 2004 12:34 AM

L R:
Esse site francês é um plágio. Veja agora este diálogo, nos comentários:

Muito bom. Os meus parabéns. Em Paris, num recanto sossegado existe um pequeno jardim, que neste momento não recordo o nome, à beira do Sena e com a Notre Dame à vista. Nele está uma placa comemorativa referindo que foi naquele local que foi supliciado Jean Molay.
Afixado por Jose Paulo Andrade em novembro 29, 2004 09:58 AM

Segundo julgo, é nesse jardim, aproximadamente no local em que hoje se encontra —quando se vai para a Pont-Neuf— a estátua de Henrique IV.
Afixado por Joana em novembro 29, 2004 10:23 AM

Sabe porque sabia eu isto? Porque numa das minhas fontes vem um texto semelhante ao que citou, mas bastante mais completo.

Publicado por: Joana às dezembro 24, 2004 12:44 AM

Sim. A "Square du Vert-Galant".
E como sei eu isto? Porque contactei a minha fonte, o espectro de Jacques de Molay? Ou porque procurei e encontrei, em meio minuto?
(Quer uma foto? Tome: http://www.abasplace.co.uk/holidays/paris/ptdeNeuf4lge.JPG)

Mas que provarão tais coisas?

Goze mas é o seu Santo Natal em paz e dê este triste incidente por encerrado que eu não a massacro mais.

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 24, 2004 02:34 AM

Provam que, como eu escrevi várias vezes, se pesquisar na net encontrará muitos trehos semelhantes, o que o leva, por essa sua teimosia a concluir que não "plagiei" 1, nem 2, nem 3,... mas dezenas de sites!

Provam que quem coloca textos na net se inspirou nos autores de referência e, portanto, têm versões idênticas em muitas partes
E já agora, já investigou o que eu lhe sugeri? Jules Michelet, por exemplo?

Outra coisa: você descobriu esse novo site, que eu também desconhecia, porque lhe dei uma dica sobre um facto. É mais fácil encontrar documentação da net, embora muitas vezes de fiabilidade duvidosa, sabendo exactamente o que se procura, que procurando temas gerais.

Publicado por: Joana às dezembro 24, 2004 10:28 AM

Realmente, não vale a pena insistir. Julgo que toda a gente já pode ler os exemplos reproduzidos acima, não de "dezenas de sites", mas apenas e tão somente de dois.

E, pela derradeira vez, não falo de "trechos semelhantes", de "fontes", de "inspiração", mas sim de cópia, pura e dura, de passagens inteiras, mantendo palavras, vírgulas, tudo.
O resto, são ténues nuvens de fumo.

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 24, 2004 12:29 PM

Joana, porque responde e argumenta?
Estes tipos são como cães a quem atiraram um osso. Só ligam ao osso, não vale a pena chamar a atenção para outra coisa.
Dei-me ao trabalho de fazer uma busca com o Jules Michelet e fiquei convicto que você tem razão. Os textos que aparecem agora na net devem ser excertos de obras de grandes historiadores.
O pessoal de agora julga que o saber está na net. Na net estão textos de divulgação baseados em trabalhos de fôlego. Têm interesse, mas apenas como divulgação.
Isso sucede na nossa profissão. Eu quando quero inteirar-me numa matéria da teoria económica consulto livros ou revistas da especialidade (como aliás você também faz, com certeza). Não vou à net.
O que sucede é que estes tipos que apareceram aqui têm todo o aspecto de curiosos nesta matéria e julgam que a net é onde está a sabedoria.

Esse Luís Rainha deve ser um tipo doentio que a odeia, pelos mesmos motivos que outros aparecem por aqui a insultá-la, e que não larga o osso.
Você está a gastar cera, e o seu talento, com ruins defuntos

Publicado por: Novais de Paula às dezembro 24, 2004 12:53 PM

E Boas Festas e que continui com a mesma coragem e o mesmo talento

Publicado por: Novais de Paula às dezembro 24, 2004 12:55 PM

A verdade deve ser dita. Então agora a Janica plagia coisas? É mesmo querer ser má língua. Tudo o que ela escreve é da cabecinha dela, aliás vê-se perfeitamente pela velocidade alucinante com que aqui inseres lençóis enormes.Vamos lá a ver se somos menos inocentes, ó rapaziada bacoca...e não se esqueçam de que ela tem o "access" do papá, que a seguir á Biblioteca Nacional é a maior colectânea de cultura existente em Portugal.

Publicado por: Átila às dezembro 24, 2004 06:15 PM

Novais de Paula,

Para encerrar o que já parece uma cerimónia Dadá, só uma insistência: o facto de andarem pela net resumos de outros livros, material sem valor, etc, em nada altera o facto de pelo menos duas dessas fontes sem "fôlego" terem sido copiadas pela Joana.
Feliz Natal.

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 24, 2004 07:06 PM

Novais de Paula,

Para encerrar o que já parece uma cerimónia Dadá, só uma insistência: o facto de andarem pela net resumos de outros livros, material sem valor, etc, em nada altera o facto de pelo menos duas dessas fontes sem "fôlego" terem sido copiadas pela Joana.
Será coisa difícil de entender? Julgo que não.
Feliz Natal.

Publicado por: Luis Rainha às dezembro 24, 2004 07:08 PM

Novais de Paula em dezembro 24, 2004 12:53 PM:
O amigo Novais acertou em cheio quando diz que "Esse Luís Rainha deve ser um tipo doentio que a odeia, pelos mesmos motivos que outros aparecem por aqui a insultá-la, e que não larga o osso". Deve ter passado a Noite de Natal a cantar o Silent Night e a olhar para este blogue.
E diz sempre que é "para encerrar".

Publicado por: Hector às dezembro 25, 2004 11:09 AM

LR, adivinhe a quem é que, reles gatuno, "roubei ao esforço de outra pessoa", este excerto de texto que largas dezenas de reputados economistas subscrevem :
.
« (...) Sem comandante, sem imediato e sem rumo, vamos navegando à deriva, arrastados para o Sul e a perder de vista a Europa. Paralisada, a elite politicamente activa e responsável aguarda, sem vergonha, a sentença severamente condenatória que será proferida pelos seus filhos; confusa, ela escuta com ingenuidade os que balbuciam irrelevâncias, mesmo assim não fundamentadas objectivamente; assente na certeza de um futuro pessoal confortável, ela promove só com palavras a justiça social e age como seu principal coveiro; acriticamente e fora do tempo, ela não percebe que o passado luminoso dos “30 gloriosos” é só passado; ela rotula, levianamente, de neoliberais os que se limitam a fazer contas e a mostrar que o perigo não vem das ideias mas da incapacidade que temos para criar riqueza suficiente. Sem as reformas não venceremos o atraso que está na base da nossa debilidade. E a elite politicamente responsável não consegue antecipar os efeitos, social e politicamente arrasadores, que uma crise profunda das finanças públicas provocará, num país com 4 a 5 milhões de pensionistas e funcionários públicos, mas com uma população de 10 milhões de habitantes».

Publicado por: asdrubal às dezembro 25, 2004 04:08 PM

Novais de Paula: Quando os cães se atiram ao osso, o melhor é atirar mais um osso. É mais divertido osso a osso.
Sobre o meu parágrafo “A sua sentença foi proclamada em 18 de Março de 1314. No próprio dia foi preparada uma fogueira, perto do jardim do palácio. Nessa mesma tarde Jacques de Molay, o mestre da Ordem, e Geoffroy de Charnay subiram para o estrado onde se encontrava a pira. Pediram para ficar de cara voltada para Notre-Dame, clamaram mais uma vez a sua inocência, declarando que o único crime que haviam cometido fora o de se terem prestado a fazer falsas confissões para salvarem a vida. A Ordem era santa, a Norma do Templo era santa, justa e católica. Não haviam cometido as heresias e os pecados que lhes atribuíam. E diante da multidão paralisada de espanto, morreram com a mais tranquila coragem.” e o site francês citado por LR, assim como as descrições de:
Michelet Ob.Cit Pg 167
Revue des Deux Mondes Ob. Cit. Pg 419
Henri Martin Ob. Cit. Pgs 504 e 505
Idênticas quase textualmente, embora as obras que eu citei contenham, obviamente, mais pormenores, derivam todas do trabalho citado de Dupui, e dos textos coevos da “Chronique latine de Guillaume de Nangis (Continuação)” e do registo do parlamento de Paris do ano da execução «Cum nuper Parisius in insula existente in fluvio Sequanae justa pointam jardinii nostri, inter dictum jardinium nostrum ex una parte dicti fluvii, et domum religiosorum virorum nostrum S. Augustini Parisius ex altera parte dicti fluvii, executio facta fuerit de duobus hominibus qui quondam templarii extitarunt, in insula praedicta combustis ; et abbas et conventus S. Germani de Pratis Parisius, dicentes se esse in saisina habendia omnimodam altam et bassam justitiam in insula praedicta... Nos nolumus... quod juri praedictorum... praejudicium aliquod generetur. » Olim. Parliam, III, folio CXLVI. (citado por Michelet)
A localização actual, que eu citei em comentário anterior: “local em que hoje se encontra —quando se vai para a Pont-Neuf— a estátua de Henrique IV” é referida por Henri Martin (pg citada) em nota de rodapé.
É uma total leviandade pensar que a História nasceu com a net. O que a net tem feito, e bem, é divulgar textos baseados em obras de autores conhecidos, e cozinhados para lhes dar uma leitura mais fácil e acessível aos hábitos actuais.

Publicado por: Joana às dezembro 25, 2004 07:57 PM

asdrubal em dezembro 25, 2004 04:08 PM

Não sei quem disse isso, mas não concordo com a ideia de que a nossa desgraça seja "uma crise profunda das finanças públicas". É verdade que o Estado gasta mal dinheiro em coisas que não são as mais importantes, mas o que nos vai atirar para a cova não é o deficite orçamental, é o deficite das contas externas. E desse ninguém quer falar.

Publicado por: Albatroz às dezembro 25, 2004 08:59 PM

Caro «Albatroz«, aqui vai sem outro comentário :
.
O Titanic afunda-se e a orquestra toca!

Medina Carreira


1. Porque o anúncio feito pelo Governo de medidas contra a evasão e a fraude retirou o condimento principal da discussão; e porque, em geral, ainda se não percebeu quando, como, porquê e pelas mãos de quem as nossas finanças públicas caíram no atoleiro em que se encontram, o Parlamento propiciou um paupérrimo ritual no debate orçamental.

Foi um festival de confusões e de trivialidades. Quanto ao essencial, nada se disse.

2. Só a análise sobre um passado dilatado, e não o do ano anterior, permite a formulação de ideias com sentido útil. O Quadro anexo, que abrange um quarto de século, mostra logo que:
1º). As despesas públicas totais subiram, entre 1980 e 2004, quase 20 pp. do produto (coluna 5);
2º). As despesas sociais elevaram-se em quase 14 pp. (coluna 5);
3º). O peso das pensões no produto (SS + CGA) cresceu 9 pp. o que representa, só por si, quase dois terços do agravamento das despesas sociais;
4º). A saúde, a ADSE e a educação aumentaram o equivalente a 4 pp., ou seja, perto de um terço da subida das despesas sociais.

3. O alcance do financiamento fiscal dos gastos públicos, em 1980 e em 2004, resulta do quadro anexo e processa-se do seguinte modo:
1º). As despesas totais ultrapassavam em 28% as receitas fiscais, em 1980 e, em 2004, excediam-nas em 38% (colunas 2 e 4);
2º). O “défice fiscal” elevou-se, por isso, em 7 pp., atingindo já quase 14 pp. do produto, em 2004 (1);
3º). A fracção dos impostos absorvida pelas despesas sociais subiu de 60% em 1980 para 76% em 2004 (colunas 2 e 4).

4. Entre 1980 e 2004 acentuou-se a divergência entre o ritmo do crescimento económico e o do aumento das despesas, nos seguintes termos:
1º). A riqueza produzida em 2004 é 80% mais elevada que a de 1980;
2º). Quanto às despesas: as totais, aumentaram 200%; as sociais, 260%; e as das pensões (SS + CGA), 520%;
3º). Os impostos subiram menos que as despesas e atingiram mais 180%. É este desajustamento, profundo e prolongado, durante um quarto de século, entre o volume da riqueza criada, o dos impostos arrecadados e o da expansão das despesas, que suscita as dificuldades orçamentais actuais e gera as maiores preocupações sobre a situação financeira do Estado Português, já a médio prazo.

5. A progressiva debilitação da capacidade fiscal para o financiamento dos gastos públicos é uma evidência. Mas acentua-se fortemente nos anos 90. É então que as despesas primárias totais registam um crescimento que se situa entre + 11% e + 12% do produto, muito acima do que ocorreu em qualquer dos demais países da UE/15 (2). O desmando da política das despesas, praticado nesse período em Portugal, ultrapassa quaisquer limites admissíveis. Especialmente, porque à custa da queda abrupta dos encargos com os juros e da realização de receitas não fiscais, em montantes muito avultados. Com efeito, as privatizações e as transferências da UE terão totalizado, entre 1995 e 2000, cerca de 35 000 milhões de euros, quantia equivalente a 6% do Pib acumulado nesse período (3).

6. As políticas orçamentais de despesas, da parte final dos anos 90, fizeram um aproveitamento exaustivo desta inesperada, transitória e enorme folga financeira. Mas criaram ao Estado português compromissos permanentes, em especial com os salários públicos, com as pensões e com o rendimento social de inserção. Logo em 2001 e nos anos seguintes, aconteceu o que parece não ter sido previsto: a rápida tendência das privatizações para zero e as descidas significativas das transferências da EU. Estas foram, em média anual, de 4% do Pib, entre 1995 e 2000; baixaram para 3% entre 2001 e 2003. A significativa “perda” de receitas, que ocorreu nestes últimos anos, relativamente às privatizações e às transferências da UE é, então, da ordem dos 3 pp. do Pib anual, quando comparada com o período decorrido entre 1995 e 2000.

7. Houve ainda mais facilidades financeiras, surgidas na década de 90, que resultaram da queda dos encargos com os juros: aproximadamente, de -5 pp. do produto (de 1990 a 2000). As despesas correntes registaram, em consequência, um grande e surpreendente alívio, não resultante de qualquer acção política directa. A seguir, a nossa economia desacelerou, até à recessão; o nível dos encargos do Estado com os juros deixou de baixar; quase cessaram as privatizações; e caíu o peso relativo das transferências da UE. Apesar disso, as pensões e os salários públicos continuaram a crescer, implacavelmente, sob o impulso do seu automatismo legal. Foram assim assumidas pesadas obrigações permanentes, pelo Estado, a satisfazer com receitas transitórias e aleatórias, e alívios de curto prazo provocados pela estabilização das taxas de juros. Aqui surge a crise orçamental que vivemos.

8. Este panorama, desastroso e evitável, tem um tempo conhecido de concretização e causas identificáveis. Bem problemática é agora a reparação dos estragos causados duradouramente às contas públicas portuguesas. Para tanto é essencial que os mais altos responsáveis políticos percebam, enfim, certas coisas simples mas fundamentais, a saber:
1ª). Que uma economia que cresce durante um quarto de século à taxa anual média de 2% não pode sustentar, ao longo de mais outro quarto de século, uma despesa pública que continua a subir, anualmente, à taxa de 4,7%, porque se isto fosse pensável, as despesas públicas corresponderiam, em 2030, a 97% do Pib;
2ª). Que o peso irresponsavelmente exorbitante atingido pelas despesas públicas de crescimento automático – salários e pensões – reduz quase até zero a margem de discricionaridade política que se pressuporia existir para qualquer orçamento;
3ª). Que, se por mera hipótese, a nossa economia tivesse continuado a crescer ao ritmo dos anos 60 – dado que, inconscientemente, terá sustentado o modelo constitucional de 1976 –, em 2004 o Pib rondaria os 540 000 milhões de euros e a despesa atingiria um nível equivalente a 13%; mas, quedando-se de facto pelos 133 000 milhões de euros, o peso da despesa representa uns inviáveis 51% do Pib (4);
4ª). Que, ou a economia acelera fortemente, ou as despesas perdem peso relativo e baixam para níveis sustentáveis, ou a crise financeira pública progredirá ameaçadoramente;
5ª). Que, para evitá-la, são necessárias reformas urgentes, profundas e difíceis.

9. Sem comandante, sem imediato e sem rumo, vamos navegando à deriva, arrastados para o Sul e a perder de vista a Europa. Paralisada, a elite politicamente activa e responsável aguarda, sem vergonha, a sentença severamente condenatória que será proferida pelos seus filhos; confusa, ela escuta com ingenuidade os que balbuciam irrelevâncias, mesmo assim não fundamentadas objectivamente; assente na certeza de um futuro pessoal confortável, ela promove só com palavras a justiça social e age como seu principal coveiro; acriticamente e fora do tempo, ela não percebe que o passado luminoso dos “30 gloriosos” é só passado; ela rotula, levianamente, de neoliberais os que se limitam a fazer contas e a mostrar que o perigo não vem das ideias mas da incapacidade que temos para criar riqueza suficiente. Sem as reformas não venceremos o atraso que está na base da nossa debilidade. E a elite politicamente responsável não consegue antecipar os efeitos, social e politicamente arrasadores, que uma crise profunda das finanças públicas provocará, num país com 4 a 5 milhões de pensionistas e funcionários públicos, mas com uma população de 10 milhões de habitantes.

Notas:
(1). “Défice fiscal” em 1980 de 6,8% do Pib; em 2004, de 13,9%.

(2). Na Alemanha reunificada, entre 1990 e 2002 a despesa primária total subiu apenas 3,7 pp. do Pib.

(3). Os dividendos da PARPÚBLICA entregues ao Estado não são objecto de publicação. Por isso, no texto considera-se como tais a totalidade das receitas das privatizações.

(4). Se o produto tivesse crescido anualmente 5%, entre 1970 e 2004, o Pib atingiria neste último ano 240 000 milhões de euros e a despesa pública os 28%.

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Medina Carreira assina esta coluna na última quarta-feira de cada mês.

Publicado por: asdrubal às dezembro 26, 2004 01:13 AM

Tem mais interesse saber se os dados estão correctos ou não que saber as fontes.
Em lugar de discutir plagios em posts que presentavam dados concretos seria mais interessante debater esses dados.

Bem sei que o habitual nestes meios é apresentar opiniões sem qualquer fundamentação, autenticas bocas lançadas ao ar. Essas não correm o risco de serem acusadas de plagio.

Dito isto digo, sem ser especialista no ramo, concordei com quase tudo o que foi apresentado no post em questão e nos posts sobre o codigo da vinci. Nos posts sobre o codigo da vinci detectei aquilo que penso serem alguns erros mas de menor importancia. Basicamente concordo com a Joana.

Publicado por: deslocado às dezembro 26, 2004 02:05 AM

Básicamente todos concordamos com a Joana.
A chatice é mesmo essa. Ponto parágrafo. Que ninguém vote, que é o que, acima de tudo, «isto» merece !

Publicado por: asdrubal às dezembro 26, 2004 02:43 AM

asdrubal em dezembro 26, 2004 01:13 AM

Tinha lido o artigo em questão, mas confesso que não tinha identificado o parágrafo que inicialmente tinha transcrito. Aprecio muito Medina Carreira, embora gostasse que ele se virasse mais para as soluções e menos para a descrição do problema, por muito necessária que esta seja, dado o estado de rejeição em que os nossos políticos vivem. Dadas as grandes carências de boa parte da nossa sociedade aceito que as despesas públicas tenham de ser significativas, desde que elas se destinem a minorar essas carências e não a alimentar corruptos. Que a despesa pública se aproxime dos 50% do PIB não é, por isso, o que mais me preocupa. O que me preocupa é, como já disse, o deficite externo. Temos que pôr um travão a essa sangria, pela diminuição das importações supérfluas e pelo aumento das exportações. Apesar da nossa relativa falta de competitividade é possível aumentar as exportações - e a produção dirigida ao mercado externo - desde que os empresários se preocupem em ir visitar esses mercados potenciais e descobrir os nichos de mercado que nos interessam. Mais do que falta de produtos vendáveis nós temos falta de esforço na prospecção dos mercados. Os empresários portugueses preferem ficar nos seus escritórios, à espera que um cliente estrangeiro venha ter com eles, quando tem de ser o contrário. O Estado português, através das suas missões diplomáticas, podia fazer muito mais no sentido de ajudar a identificar mercados potenciais. Mas têm de ser os empresários a sair do ninho e ir procurar clientes. Se o fizerem talvez tenham a surpresa de descobrir que há biliões de clientes potenciais fora das nossas fronteiras. E talvez o nosso deficite externo possa desaparecer, permitindo-nos manter um nivel de vida que agora está completamente fora das nossas posses reais.

Publicado por: Albatroz às dezembro 26, 2004 12:00 PM

Há 1 diferença essencial entre uso de fontes, se devidamente recortadas e referenciadas no próprio texto produzido, e plágio; quem quer que se mova nos meios académicos reconhecê-la-á e só esses me interessam e respeito. Dos comentários que li tornam-se-me evidente, por um lado, uma imensa ignorância abudantemente regada àquela palavrita tão portuguesa com que terminam "Os Lusíadas" e, por outro lado, alguma arrogância inútil e deslocada. Em todo o caso, permita-me que lhe tire chapéu no que é, sem dúvida, um dos melhores exemplos de aplicação da ideia do Pe António Vieira: "as vozes dos meus inimigos são as trombetas da minha fama".

Publicado por: m. às dezembro 26, 2004 04:42 PM

Lembrei-me de uma pequena discordancia. Antes da revolução francesa já tinha existido outras revoluções ou revoltas que tinham sido dominadas por extremistas.
As Jacqueries, por exemplo.

Publicado por: deslocado às dezembro 26, 2004 09:53 PM

" Com as pedras que me atiram, construirei o pedestal da minha estátua".
(Não sei quem disse isto, mas, se não foi ninguém, fui eu).:-)))

Publicado por: Senaqueribe às dezembro 27, 2004 05:47 PM

Luis Rainha em dezembro 23, 2004 11:59 PM

"(...) Com a excepção, talvez, do tal fulano que não quer saber de onde vem a água, desde que lhe mate a sede.(...)".

A frase não foi escrita assim. L.Rainho não hesitou em truncar uma frase para lhe deturpar o sentido a seu bel-prazer, o que revela uma clara desonestidade intelectual, que, aliás, casa bem com a grosseira má-educação que aqui tem exibido. Que lhe faça bom proveito... Por mim, assunto arrumado.

Publicado por: Senaqueribe às dezembro 27, 2004 08:53 PM

O Rainha é um palhaço obcecado com o próprio umbigo, coitado. E há outros palhaços por aí, como o tal do Monty de merda que não vê um palmo à frente do nariz que não lhe seja sussurado pelos palhaços do BE.
Joana força, estou contigo, és a maior, logo a seguir ao Pacheco Pereira, um reconhecido plagiador de textos do PCP.

Publicado por: Evaristo Ferreira às dezembro 28, 2004 08:42 PM

Não percebo porque é que o Rainha se vai meter com esta víbora por causa de um assunto sem pés nem cabeça.
É mesmo meter a cabeça no cepo.

Publicado por: Cisco Kid às dezembro 28, 2004 11:34 PM

Joana,
parece evidente que andaste a fazer plágio- sim, plágio- de fontes.

plágio não é "consultar fontes", é, isso sim, roubar trabalho alheio. e, pior, não o admitir!

acho que o Luís Raínha já o provou em vários momentos... i'm sorry!

aconselho-a a corrigir esta sua tendencia e , no minimo, a pedir desculpas aos seus leitores (nos quais eu não me incluia, não conhecia este blog, caí aqui via BdE)

domingos

Publicado por: domingos às dezembro 29, 2004 10:15 AM

Isto de facto, está um bocado Dada. Eu também queria dizer uma coisita,
A net, ao contrário do que diz a Jana, é uma boa fonte de informação. Não tem o charme do papel dos livros, mas é uma boa fonte de informação. O que não falta, por exemplo, são revistas científicas na net, com textos integrais de acesso livre, ou por assinatura. Até textos integrais de livros se encontram, se se procurar bem. O próprio blog da Joana, parece-me ser bastante útil. Tu própria, Joana, um dia vais ser citada concerteza, apesar, pela forma como desdenhas a net, não teres pretensões a fazer um trabalho sério. Aqui chegados, vamos ao ponto que interessa: quando se transcrevem textos, na língua original ou traduzidos, deve-se colocar em itálico e entre aspas, com indicação da obra e do autor. Se não… se não, é plágio, não é? E o plágio continua a ser plágio, sendo bom ou mau plágio. Não terá sido isto que tu fizeste? Pronto, é isto que tenho a dizer.

Publicado por: alexandre às dezembro 29, 2004 05:28 PM

A Joana é compreensível que se defenda como pode das evidências, agora a camarilha que lhe faz coro é que não percebo. O que se passa afinal com esta gente? Gostam de ser enganados, sentem-se um pouco como donos do blog, estão fascinados com a personagem "Joana", são simplesmente bacocos e não vêm um palmo à frente do nariz, bebem todos da mesma água inquinada? O raio que se passa neste blog?

Se quiserem perceber a diferença entre plágio e utilização de fontes vão ao BdE que já deixaram lá bons comentários sobre isso.
http://bde.weblog.com.pt/arquivo/055924.html#comments

Quem achar que não há problema nenhum em plagiar que vá tocar a outra porta que a discussão não é sobre isso. Vejam lá se o percebem de uma vez por todas.

Publicado por: Hermínio às dezembro 29, 2004 07:12 PM

A Joana é uma mulher inteligente cujo grande mérito é o de provocar a reflexão sobre as mais variadas questões. O facto mesmo dos seus interesses serem tão variados faz com que ela só muito dificilmente pudesse ser uma especialista de qualquer dos temas tratados. Mas sabe seleccionar o essencial de cada um, de o apresentar de forma clara e estimulante, servindo-se embora das muitas muletas que a net e uma boa biblioteca permitem. Classificar de plágio o uso algo liberal de textos alheios parece-me, no entanto, um pouco exagerado. Os textos aqui publicados não ficam para a História, pelo que não me parece que a intenção da Joana seja o de se promover à custa dessa "sopa juliana" de textos com algumas colagens à mistura. A Joana é uma divulgadora e tem o dom de suscitar o interesse dos outros pelas questões que apresenta. Face a isso, parece-me que o seu "pecadilho" é mesmo venial...

Publicado por: Albatroz às dezembro 29, 2004 10:32 PM

Esta discussão é completamente estúpida. A Joana escreve textos sobre questões histórica demonstrando um conhecimento muito vasto dos assuntos. Não é possível, com a rapidez com que ela coloca postas bastante trabalhadas, que seja um copy paste como uma série de sujeitos que me parecem pouco recomendáveis, querem fazer crer.

Ela tem, sem qualquer dúvida, uma cultura geral muito vasta. Agora em questões históricas tem que recorrer, aqui e acolá, a fontes externas. Em história nós não assistimos aos factos. Temos que nos reportar aos historiadores. Mesmo os historiadores fazem isso.

O que tenho lido é que numa posta a Joana teria utilizado (embora ela o negue), em 2 ou 3 parágrafos, elementos que também circulavam na net. Em que é que isso tira mérito à forma como os textos foram organizados e trabalhados?
As fontes deveriam estar entre aspas? Permitem que duvide quando se trata de fontes múltiplas. Além do que, como ela diz, isto é um blogue onde ela, sem remuneração, divulga, às vezes, matérias culturais. Não é uma prova académica. Não me parece que ela tire qualquer proveito comercial disto. Portanto esta acusação é estúpida.

É muitíssimo mais fácil, tendo um texto, fazer correr o Google e investigar semelhanças, que construir trabalhos de raiz, mesmo recorrendo a net.

Portanto toda esta gente doentia que se atiça contra esta bloguista deixa muito a desejar do ponto de vista de honestidade intelectual.

Publicado por: L M às dezembro 30, 2004 01:00 AM

Bom, depois de ler todos estes comments, cheguei ao fim, finalmente!
A Joana, teve ao longo desta história um comportamento em ziguezague, mais valia ter admitido o erro, assumi-lo sem vergonha. Do que andar aqui a tentar ludibriar a malta. Teve azar escolheu um tema que é dominado por algumas pessoas. Porque não faz uns posts sobre Mecânica Quântica?
Já menos gente domina a matéria, poderia então fazer o brilharete com os posts sem ninguém dar por isso.
Um bom ano para si. Sem plágiozinhos:)

Publicado por: bin_tex às dezembro 30, 2004 09:30 PM

Em ziguezague? Quando ela contou a história, que deve ser verdade pois o tal Motta não a desmentiu, é que o Rainha ziguezagueou.
Você não está com visão canhota?

Publicado por: asser às dezembro 31, 2004 02:04 PM

á 2 tipos de inquisidores, como havia o pide bom e o pide mau. Um ataca e ameaça, o outro vem dizer coisas mais meigas, a ver se o torturado diz qualquer coisa.
O bin-tex é o "pide bom"

Publicado por: fbmatos às dezembro 31, 2004 02:21 PM

á 2 tipos de inquisidores, como havia o pide bom e o pide mau. Um ataca e ameaça, o outro vem dizer coisas mais meigas, a ver se o torturado diz qualquer coisa.
O bin-tex é o "pide bom"

Publicado por: fbmatos às dezembro 31, 2004 02:23 PM

Estou de acordo consigo, amigo fbmatos. Escusava era de insistir!

Publicado por: Domino às dezembro 31, 2004 03:10 PM

Não insisti. Acontece. A gente julga que o comentário não entrou.

Publicado por: fbmatos às dezembro 31, 2004 03:46 PM

Faço notar que na bibliografia referida faltam alguns livros de banda desenhada que também falam do processo dos Templários...

Publicado por: CAA às janeiro 4, 2005 06:26 PM

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