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novembro 03, 2004

O Falhanço dos Intelectuais Iluminados

Nunca, desde F.D. Roosevelt, houvera uma tão grande mobilização eleitoral. Nunca um candidato fora tão demonizado e acirrara tantos nomes sonantes contra si: Intelectuais, agentes culturais, actores e actrizes de Hollywood, cantores e bandas musicais (até Bruce Springsteen!), apresentadores das televisões, os principais jornais de referência e quase todos os políticos e intelectuais europeus se congregaram numa campanha maciça em favor de Kerry, ou melhor, contra Bush. Os jovens foram incentivados a recensearem-se e a votarem massivamente, para evitarem a possibilidade do regresso ao serviço militar obrigatório. Introduziram-se inovações: o swing eleitoral. Desde o multimilionário Georges Soros aos deserdados e oprimidos da sociedade, todos foram municiados, ou se municiaram a si próprios, com razões poderosas para afluírem às urnas e votarem responsavelmente. Nada foi descurado. E o resultado foi óbvio: votaram mais 15 milhões de eleitores em 2004 que em 2000. O trabalho de todos esses generosos activistas teve assim um merecido êxito. Estão de parabéns!

E o triunfo do candidato diabolizado também foi óbvio. O excesso de activismo no campo de Kerry deveu-se a uma esquerda fundamentalista para a qual Bush é a incarnação do mal. A esquerda fundamentalista tem uma enorme capacidade mobilizadora: empolga-se a si própria, pelo seu alarido e por nunca abdicar de trazer toda a sua tralha conceptual a terreiro (aborto, casamentos de homossexuais, etc.), elevando-se na exibição dos seus ícones ao êxtase ideológico mais absoluto e, simultaneamente, intimida, alerta e mobiliza os pacatos cidadãos que vêm ser postos em causa, de uma forma truculenta, definitiva e irrecusável, os seus valores e a sua mundividência.

E foi assim que toda a mobilização eleitoral, fruto de tanto empenho, conduziu a que Bush contasse, quando estão escrutinados 99 por cento dos distritos eleitorais, com cerca de 3,5 milhões mais que o seu rival democrata John Kerry. Bush obteve 58.640.799 de votos (51 por cento dos sufrágios escrutinados) e Kerry 55.101.702 (48 por cento). Bush, que tinha tido menos votos que Gore em 2000, inverteu a situação de forma substancial.

Igualmente o partido republicano conseguiu eleger, até ao momento, 231 representantes (ganhando 4 lugares) e os democratas 200, no total dos 435 lugares da câmara dos representantes, reforçando a sua actual maioria (há um congressista independente e estão 3 lugares por decidir). O Partido republicano reforçou também o controlo no senado. As projecções actuais indicam que os republicanos conseguiram eleger 55 dos cem lugares no senado, mais 4 do que já tinham. Os democratas ficam pelos 44 senadores (há um senador independente). O G.O.P. ficou pois com uma maioria substancial nas duas câmaras.

E tudo isto aconteceu após um mandato que foi desempenhado de forma muito discutível. Na condução da política externa americana, Bush cometeu diversos erros. A guerra do Iraque foi apresentada como preventiva face à existência das ADM. Ora não se verificou a sua existência. Em democracia, uma guerra não se deve basear numa hipótese falsa, mesmo que essa hipótese fosse considerada, a priori, credível. Após a queda de Saddam, os EUA têm gerido a situação de forma desastrada. Poucas forças no terreno, dissolução precipitada do exército e das forças de segurança iraquianas, saques, raptos, baixas militares e civis elevadas e caos generalizado. O panorama é pouco animador e não se prevê que melhore, com o os xiitas radicais e a quase impossibilidade de se realizarem eleições livres e justas. Entrar no Iraque foi muito mais fácil do que vai ser sair de lá. A guerra do Iraque também não parece ter contribuído eficazmente para a «guerra ao terrorismo». Teve um ponto em seu favor: enviou uma mensagem clara ao mundo político islâmico sobre os riscos que corriam, se tentassem desenvolver armas de destruição maciça. E essa mensagem foi, por exemplo, entendida pela Líbia. Igualmente a política económica de Bush (admitindo que teve uma política económica) não conduziu a bons resultados: agravamento monstruoso do défice externo, desaceleração económica apesar da queda do dólar, etc.

Outro erro, embora se trate de um erro partilhado, foi a clivagem introduzida nas relações entre os EUA e a UE. Todavia, essa clivagem não pode ser apenas levada a crédito do unilateralismo da administração Bush, mas também da nostalgia de grande potência de que sofrem alguns países europeus, mormente a França, que em matéria de situações como as do Iraque, ex-Jugoslávia, etc., não fazem nem deixam fazer ... e provavelmente já nem sabem, nem são capazes de fazer.

Se Bush revelou alguma incompetência na sua política externa e interna, embora se reconheça que o seu mandato viveu uma situação muito complexa (como o ter enfrentado um brutal ataque terrorista aos EUA), que exigia grande capacidade de decisão e uma grande determinação, o opositor que os democráticos escolheram como alternativa não augurava nada de bom. Kerry revelou-se um personagem errático, incoerente, de uma patente inabilidade em fazer passar as suas mensagens e com uma absoluta inconsistência de posições sobre os mais variados assuntos. Uma campanha eleitoral não poderia circunscrever-se em martelar permanentemente Bush. A campanha não poderia ser um filme de Michael Moore. A raiva, o ódio e a zombaria não servem para motivar um eleitorado, apenas para deliciar os próprios correligionários.

Assim, vitória de Bush não foi a derrota de Kerry. Kerry foi pouco mais que um títere submerso perante a militância furiosa dos seus activistas que lhe “roubaram” a campanha. A derrota foi da esquerda fundamentalista americana que parasitou o Partido Democrático; foi de todos os intelectuais bem pensantes que sempre olharam com desdém o “estúpido” Bush, o palhaço ignorante que tinha ascendido ao cargo de presidente contra a vontade da nação e mediante batota eleitoral; foi da comunicação social (americana e europeia) que, na sua maioria, amesquinhou Bush daquela maneira vil com que os detentores das verdades absolutas tratam os ignaros mortais; foi dos políticos franceses, nostálgicos das glórias napoleónicas; foi da velha Europa, achacada de reumatismo, que julga resolver os seus problemas com os outros, acenando apenas com o rol dos seus bens e o saldo da sua conta bancária.

Pirro teve vitórias que lhe foram mais custosas que derrotas. Mas os derrotados de 2 de Novembro são insensíveis aos custos, são menos clarividentes que Pirro: a esquerda fundamentalista (americana ou outra qualquer) continuará a não saber distinguir o essencial do acessório e a espavorir o eleitorado fora do seu círculo ideológico restrito; os intelectuais bem pensantes continuarão a olhar com desdém o “estúpido” Bush, o palhaço ignorante que ascendeu ao cargo de presidente em virtude da ignorância e imbecilidade do eleitorado americano; a comunicação social (americana e europeia) amesquinhará sempre Bush porque está na natureza dos detentores das verdades absolutas tratar os mortais ignaros com desdém; os políticos franceses continuarão nostálgicos das glórias napoleónicas; e a velha Europa só piorará os seus achaques de reumatismo ... a idade não perdoa.

Portanto, a única diferença será na forma, não no conteúdo. Alguns dirão que esta vitória concederá a Bush uma legitimidade acrescida. Improvável. A anterior vitória também era legítima, ainda que discutível e penosa ... levou mais de um mês a contar e recontar votos. Mas fora legitimada pelas instituições adequadas e reconhecida pelo adversário. Apenas, em vez da batota eleitoral, alegarão agora a estupidez do eleitor americano.

Publicado por Joana às novembro 3, 2004 11:28 PM

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Comentários

Passando por aqui até parece que Bush cilindrou Kerry. Teve mais 2,5% dos votos. Uma das (re)eleições mais renhidas de sempre.

Publicado por: Rui MCB às novembro 4, 2004 12:15 AM

Se lhe pareceu isso é porque talvez não tenha lido com atenção ...

Publicado por: Joana às novembro 4, 2004 12:20 AM

Olá,

No caso americano a escolha não era difícil, consistia em escolher entre o conhecido (e mau) e o desconhecido (e imprevisível).
Em consciÊncia o que é que o americano médio escolhe??
Bush obviamente!

Só quem estava distraído, ou a assobiar para o lado, não percebeu o que ia acontecer.

Não penso que se trate de esquerda ou direita.

As pessoas informadas (e bem formadas) pensam por si próprios, não precisam dos "fazedores de opinião" Moore, Springsteen e os demais.

Veremos daqui por quatro anos (se cá estivermos...) como ficará a América e o mundo depois de Bush e dos seus colaboradores terem terminado as tarefas a que se propuseram.

Por cá temos uma situação mais ou menos semelhante, o que justifica em parte a postura exibida ultimamente pelos mais altos governantes da nação.

Publicado por: Alves às novembro 4, 2004 12:22 AM

Basta dar uma passeata pelos blogs de esquerda ( e pelos jornais) para perceber que estavam todos à espera da vitória do Kerry!

Publicado por: Coruja às novembro 4, 2004 01:04 AM

Pode não se gostar do estilo de uma certa esquerda, e sobretudo pode-se ficar irritado com algumas das suas bandeiras (casamentos homosexuais, etc.) Mas a vitória de Bush pode arrastar o mundo para uma sucessão de conflitos desastrosos (Irão, Coreia do Norte) muito piores do que o ataque às Torres Gémeas. Este Bush já foi responsável pela morte de 100.000 civis no Iraque, 30 vezes o número de mortos no 11 de Setembro. Tudo sob a inadmissível desculpa das perdas colaterais. O Iraque está hoje pior do que estava com Sadam Hussein, por culpa de um mentecapto megalómano. Pode-se perdoar à esquerda americana um certo histerismo, pois mais quatro anos de Bush podem vir a tornar-se catastrófico para todos nós. Não me admiraria se, nos próximos quatro anos, viéssemos a assistir ao uso de armas nucleares em conflitos locais. Nomeadamente na Ásia, depois de uma qualquer tentativa falhada americana para acabar com o regime norte-coreano.. É fácil odiar alguém que é responsável pela monstruosidade chamada Guantanamo. Por isso compreendo, até certo ponto, o alarido da esquerda americana.

Publicado por: Albatroz às novembro 4, 2004 09:24 AM

Isto é mais uma prova da aplicabilidade dos estilos de liderança. Um povo assustado, medroso, desorientado, tende a desejar uma liderança "forte", autoritária, ditatorial mesmo, que lhe dê alguma segurança contra inimigos reais ou imaginários, internos ou externos.
Por isso é que a direita se esforça por arranjar e manter esses inimigos, ainda que por processos ínvios. É necessário manter o medo para manter o poder.
E a esquerda pateta dá uma "preciosa" ajuda.

(Mas não há perigo de utilização de armas nucleares, como alguns temem. Não é preciso...)

Publicado por: Senaqueribe às novembro 4, 2004 10:12 AM

"Este Bush já foi responsável pela morte de 100.000 civis no Iraque"
patetada, primeiro onde se diz que foram civis? segundo tal implicava 200 mortos por dia...

"O Iraque está hoje pior do que estava com Sadam Hussein, por culpa de um mentecapto megalómano"
De repente desapareceram os milhares que morriam de subnutrição causa pelas sansões ianques, que depois se tornram nas sansões boas da NUnidas?
E a guerra civil quando Saddam morresse?

"É fácil odiar alguém que é responsável pela monstruosidade chamada Guantanamo" só se entregam os prisioneiros depois de acabar a guerra...

Saddam link to Bin Laden

Terror chief 'offered asylum' in Iraq? US says dealings step up danger of chemical weapons attacks

By Julian Borger in Washington
Saturday February 6, 1999
The Guardian

Saddam Hussein's regime has opened talks with Osama bin Laden, bringing closer the threat of a terrorist attack using chemical, biological or nuclear weapons, according to US intelligence sources and Iraqi opposition officials.
The key meeting took place in the Afghan mountains near Kandahar in late December. The Iraqi delegation was led by Farouk Hijazi, Baghdad's ambassador in Turkey and one of Saddam's most powerful secret policemen, who is thought to have offered Bin Laden asylum in Iraq.
(...) assim começa um texto no TheGuardian em 1999 muito antes de começares a ter pesadelos Bushistas...


http://www.guardian.co.uk/international/story/0,3604,314700,00.html

Publicado por: lucklucky às novembro 4, 2004 10:53 AM

lucklucky em novembro 4, 2004 10:53 AM

Apenas dois textos tirados quase ao acaso da internet:

1. "This may be the year when we finally come face to face with ourselves; finally just lay back and say it -- that we are really just a nation of 220 million used car salesmen with all the money we need to buy guns, and no qualms at all about killing anybody else in the world who tries to make us uncomfortable.
Hunter S. Thompson"

2. "10/29/04 "The Independent" -- The first scientific study of the human cost of the Iraq war suggests that at least 100,000 Iraqis have lost their lives since their country was invaded in March 2003.

More than half of those who died were women and children killed in air strikes, researchers say. Previous estimates have put the Iraqi death toll at around 10,000 - ten times the 1,000 members of the British, American and multi-national forces who have died so far. But the study, published in The Lancet, suggested that Iraqi casualties could be as much as 100 times the coalition losses. It was also savagely critical of the failure by coalition forces to count Iraqi casualties."

Mas, é claro, acredita na bondade americana quem quer...

Publicado por: Albatroz às novembro 4, 2004 01:21 PM

Também acho que esse número de 100.000 está muito exagerado.
Além do que foram eles que se mataram uns aos outros

Publicado por: Coruja às novembro 4, 2004 01:53 PM

"The Lancet", fonte da informação, é uma das revistas médicas mais prestigiadas em todo o mundo. Seria impensável que uma tal revista publicasse dados falsos ou duvidosos. Mas pode ser que nos nossos dias a morte de 100.000 pessoas, metade das quais mulheres e crianças nos deixe indiferentes. Afinal de contas são só árabes, nem sequer são humanos...

Publicado por: Albatroz às novembro 4, 2004 04:05 PM

Uma das coisas que me impressiona quando vejo reportagens sobre as guerras dos americanos e israelitas, é que estes só acertam em mulheres e crianças.. Quem seguir essas reportagens pensará que os soldados adversários continuam activos, pois só foram abatidos mulheres e crianças.
Sinceramente não compro essa e acho essa história de só acertarem em mulheres e crianças uma mentira total e abjecta.
É claro que em guerras deste género, há vítimas inocentes (mulheres e crianças, mas também homens que não tinham nada a ver com aquilo). Mas daí às mentiras que nos apresentam vai uma grande distância.

Publicado por: cosme às novembro 4, 2004 05:02 PM

Claro que acertou.
É verdadeiramente inconcebível que o Daily Mirror publique uma primeira página em que insulta todos os que votaram Bush.

Tremo só de pensar na liberdade que teríamos, se muitos destes liberais chegassem algum dia ao poder.

Publicado por: Carlos Alberto às novembro 4, 2004 08:06 PM

Pois é, os nossos analistas são muito previsíveis

Publicado por: Hector às novembro 4, 2004 10:52 PM

Pois é, os nossos analistas são muito previsíveis

Publicado por: Hector às novembro 4, 2004 10:52 PM

Carlos Alberto:
Não custava nada acertar. Como escreveu o Hector, os nossos analistas são muito previsíveis

Publicado por: Joana às novembro 4, 2004 11:53 PM

Este comentário de Joana é muito interessante, especialmente vindo de alguém que pega nas suas verdades absolutas pelo cabo e arreia na cabeça dos outros.
Joana está no seu direito de apreciar George Bush; de o apreciar até ao ponto de o considerar culto e inteligente. Mas Joana deve permitir a quem pensa o contrário o direito de considerar o homem um imbecil chapado.
Joana tem o direito de se regozijar com a eleição de George Bush e a manutenção do seu gang de fascistas no controlo da Casa Branca. Mas um mínimo lampejo de espírito democrático deverá iluminar a cabecinha de Joana o suficiente para lhe permitir discernir que há quem não pense da mesma maneira e tem o direito de o dizer.
Tudo isso são, no entanto, coisas de somenos. O que salta à vista no comentário é que Joana tem a mais superficial das visões da vida política americana.
O primeiro sinal é a tentativa de transpor para os Estados Unidos a relação antagónica esquerda-direita que é típica da vida partidária na Europa.
Só quem não sabe o que são os partidos Democrata e Republicano e respectivas bases de apoio é que pode embarcar nessa história da «esquerda» e «direita» à europeia.
Deixar implícito, por exemplo, que Kerry é um candidato da «esquerda» é brincar com o pagode. É certo que a corte de Joana engolirá a história alegremente. Mas também não vale a pena gastar-se cera com esses defuntos.
Qualquer candidato dos partidos americanos que têm o exclusivo da cadeira presidencial representa interesses oligárquicos que apenas diferem na forma. Lyndon Johnson era membro do partido Democrata e nada, rigorosamente nada, o distingue de George W Bush.
Falar, então, da «esquerda fundamentalista americana» é um delírio hilariante.
O que é a «esquerda fundamentalista» nos EUA? Quem são os seus teóricos? Quem são os seus militantes? Que percentagem do partido Democrata representará essa alegada «esquerda fundamentalista»?
É de ir às lágrimas.
Um pouco de investigação permitiria a Joana saber que nem o próprio partido Democrata acreditava em Kerry (na verdade ninguém acreditava em Kerry) e que até no campo republicano se reconhece que havia candidatos democratas que dariam um banho eleitoral a Bush. A verdadeira questão destas eleições americanas nunca foi a de se saber se Kerry ganharia ou porque é que perdeu. A questão real, para a qual ainda não houve resposta, é a de se saber porque é que Kerry foi escolhido.
A nesciência de Joana é tal que a surpreende o apoio de Bruce Springsteen ao candidato democrata [«até Bruce Springsteen!» - com ponto de espantação e tudo]. É evidente que Joana não tem obrigação de saber qual o percurso de Springsteen, nem o historial do seu empenhamento político. Mas o bom senso manda que, quando não sabemos, ficamos calados.
Só uma nota final para constatar, uma vez mais, a facilidade com que Joana puxa da pistola quando ouve falar de intelectuais (bem pensantes ou não). No fundo, até nem é para admirar que quem tanto aprecia George W.Bush tenha uma tão grande afinidade com Queipo de Llano.

Publicado por: (M)arca Amarela às novembro 5, 2004 12:19 AM

eu acho, não tenho certeza, que a Joana gosta muito de Bush ; da mesmoa maneira que acho , não tenho certeza, que gosta ainda mais do sr.Lopes, o tal que faz que nos governa.
Como é que alguém que gosta , acho eu , de Bush e de PSLopes, pode gostar de intelectuais, iluminados ou na escuridão !

Publicado por: zippiz às novembro 5, 2004 12:47 AM

(M)arca Amarela em novembro 5, 2004 12:19 AM:
Você está nitidamente irritado pela vitória do Bush, que teve mais 9 milhões de votos que em 2000. Foi inesperado e provocou-lhe um notório derrame da bílis.

1 – Se você tivesse lido com calma o meu texto, e não nesse estado de enervamento que não é bom conselheiro, teria reparado que eu disse que Bush havia cometido diversos erros na sua política externa e interna (escrevi mesmo incompetente!), falei no caos no Iraque, etc.
Portanto quando escreve “Joana está no seu direito de apreciar George Bush” está a pôr-me na boca palavras que nunca disse.

Você, como quase toda a esquerda portuguesa e toda a comunicação social, tem o direito de considerar Bush um imbecil chapado. Apenas lhe recordo que o erro mais frequente em política, e que normalmente é mais cometido pela esquerda, é o de subestimar o inimigo. (Não escrevi adversário, propositadamente)

Publicado por: Joana às novembro 5, 2004 01:08 AM

2 – A esquerda e a direita não são iguais em nenhum país, e em cada país vão variando com o tempo. Mas não deixam de ser esquerda e direita. Por exemplo, o P C Americano é praticamente inexistente desde há algumas décadas, contrariamente a alguns estados europeus. Mas na Europa actual também se caminha para isso. Todavia existe uma forte esquerda americana, que se distribui por numerosas organizações de activistas (mais numerosas e activas que na Europa), mas que não tem, como em alguns países europeus, uma expressão política autónoma. Mas isso decorre do sistema eleitoral americano, como decorre do sistema eleitoral inglês, etc. Assim sendo, o Partido Democrático acaba por ser a organização partidária onde esses activistas (quando não aderem a candidatos anti-sistema, como o Nader) vão desaguar.

Publicado por: Joana às novembro 5, 2004 01:08 AM

3 – O que sucedeu nesta campanha foi a emergência de uma militância fervorosa, a raiar a histeria, que transpareceu ao longo de toda a campanha, e onde a esquerda mais activista teve um grande protagonismo. E o que eu escrevi foi que “Kerry foi pouco mais que um títere submerso perante a militância furiosa dos seus activistas que lhe “roubaram” a campanha.”. A campanha de Kerry teve as tonalidades que lhe foram conferidas por esse militantismo acérrimo, e que acabou por jogar em seu desfavor, pois mobilizou contra Kerry o americano médio.

Publicado por: Joana às novembro 5, 2004 01:09 AM

4 – Não acha que está a exagerar quando escreve «George Bush e a manutenção do seu gang de fascistas no controlo da Casa Branca.». Escreveu isso porque está de cabeça perdida, ou pensa mesmo assim?

5 – Eu sou uma superficial, néscia e ignorante, mas normalmente acerto nas minhas previsões. Talvez uma questão de sorte.

Provavelmente a mesma sorte que teve o imbecil chapado do Bush que, depois de uma administração desastrada, convenceu mais 9 milhões de eleitores a votarem nele

Publicado por: Joana às novembro 5, 2004 01:10 AM

6 - Quanto a Queipo de Llano ... julgo que você está mesmo enervado. Entretenha-se a ler Prévert, que tanto aprecia: «Ici Radio Seville, ici Radio Charnier ...» ... como estou a citar de memória não continuo ...
E só você me faria ficar de pé até esta hora!

Publicado por: Joana às novembro 5, 2004 01:11 AM

zippiz em novembro 5, 2004 12:47 AM:
Você é um "achista". Acha isso tudo de mim?

Publicado por: Joana às novembro 5, 2004 01:15 AM

Pode-se reflectir o que se quiser e entrar em jogos florais pseudo-intelectuais. Mas a verdade é que corremos o forte risco de ver a situação política internacional deteriorar-se com esta reeleição. Os instintos de Bush levá-lo-ão a insistir na opção militar para resolver os problemas do mundo. O Irão e a Coreia do Norte vão ser os próximos alvos do seu primitivismo intelectual. Vai provavelmente deixar Israel atacar os centros de desenvolvimento nuclear iranianos, e vai ele próprio bombardear a Coreia do Norte. Neste último caso, se não conseguir eliminar a capacidade retaliatória da Coreia, vai apanhar com uma bomba atómica algures na Ásia. Talvez em Okinawa. A retaliação nuclear sobre Pyongyang será então inevitável para um tal troglodita. E uma posterior invasão da Coreia do Norte pode encontrar uma China pela frente. Kerry não era grande coisa, mas talvez fosse menos estúpido.

Publicado por: Albatroz às novembro 5, 2004 09:02 AM

Já estão a pôr-se em bicos de pés para nos mostrarem qual foi o que “adivinhou” primeiro que Bush iria ganhar.
Como era de prever o primeiro lugar vai para o humilde Sousa Tavares que demonstra muito bem na sua crónica do Público como ser hipócrita.

Voltando a relembrar o seu amado Clinton e o pequeno affaire com a amada Mónica, eu pergunto-me o que diria ele se Sampaio fosse encontrado nos mesmos propósitos em Belém.

Publicado por: Carlos Alberto às novembro 5, 2004 09:16 AM

Carlos Alberto em novembro 5, 2004 09:16 AM:
Sobre as previsões do MST, eu, que o ouço quase todas as 3ª feiras, posso comprovar que ele sempre afirmou, pelo menos em público, que lhe parecia que o Bush iria ganhar. Apenas na última 3ª feira, no dia das eleições, ele afirmou que já estava com sérias dúvidas sobre isso.
Mas isso também aconteceu comigo. A pressão dos órgãos de comunicação, os seus relatos da mobilização pró-Kerry, a sua propaganda, tinham uma tal pressão que eu, embora tivesse tido sempre o feeling que os americanos, entre aqueles 2 sujeitos, escolheriam de preferência o Bush, também fiquei com algumas dúvidas.

E outros devem ter tido certezas, porque a explosão de raiva de muita gente em face da vitória folgada de Bush não ilude: esperavam a derrota de Bush,

Afinal, era tudo fogo de vista. A comunicação social, os intelectuais bem pensantes, etc. tomaram, como de costume, os seus desejos pela realidade.

Publicado por: Joana às novembro 5, 2004 10:35 AM

Joana em novembro 5, 2004 01:11 AM:
como já deve ter visto, raramente concordo consigo. Mas gosto de a ler porque me dá uma visão equilibrada do outro lado, ou pelo menos do lado diferente do meu.
E por outra razão, que tem a ver com este seu comentário. Você é mesmo uma sujeita culta. Nota-se em todos os pormenores, mas neste caso foi notável pelo tipo de resposta que deu e pela citação que fez.
Você não acha que quando bate nos intelectuais, não está a bater em si própria.

Publicado por: vitapis às novembro 5, 2004 11:12 AM

Joana em novembro 5, 2004 01:11 AM:
como já deve ter visto, raramente concordo consigo. Mas gosto de a ler porque me dá uma visão equilibrada do outro lado, ou pelo menos do lado diferente do meu.
E por outra razão, que tem a ver com este seu comentário. Você é mesmo uma sujeita culta. Nota-se em todos os pormenores, mas neste caso foi notável pelo tipo de resposta que deu e pela citação que fez.
Você não acha que quando bate nos intelectuais, não está a bater em si própria.

Publicado por: vitapis às novembro 5, 2004 11:13 AM

Albatroz em novembro 5, 2004 09:02 AM

Caro Albatroz: não há motivos para recear a bomba atómica.
É possível manter o clima de medo a um nível suficiente para sustentar o poder autoritário sem necessidade de recorrer a essa arma.
Por isso, podemos ficar descansados.

Publicado por: Senaqueribe às novembro 5, 2004 11:14 AM

Senaqueribe em novembro 5, 2004 11:14 AM

Eu não receio a bomba atómica. Prevejo que ela venha a ser usada pela Coreia do Norte se os EUA a atacarem. E, nesse caso, prevejo que os EUA retaliem na mesma moeda. E prevejo que isso tudo possa pôr a China e os EUA em rota de colisão. Com 1.300 milhões de habitantes, a China pode mais facilmente dar-se ao luxo de um confronto nuclear do que os EUA. Os chineses passados 50 anos estariam de volta, os americanos regressavam às cavernas.

Publicado por: Albatroz às novembro 5, 2004 12:53 PM

Joana , de 1 a 6

Começando pelo Queipo de Llano, foi, obviamente, uma canelada. Você deve saber que não a coloco no mesmo plano desse carniceiro, mas a sua aversão a «os intelectuais» irrita-me e não é pouco.
Por um lado, porque abomino todas as generalizações e já o disse aqui muitas vezes, a propósito de «os médicos», «os jornalistas», «os políticos», «a esquerda» ou «a direita», etc. Por outro, porque você evidencia uma sanha especial contra «os intelectuais», mormente se forem de esquerda.
Essa a origem da irritação, que não a da reeleição de Bush. Acompanho suficientemente de perto e in loco a realidade americana para não ter tido dúvidas sobre o desfecho destas eleições. Kerry era um candidato lamentável e, não estivesse do outro lado o grupo de Bush, daria, até, motivo para uma campanha anti-Kerry.
O desastre foi tão grande que começou logo em casa. Você sabia, por exemplo, que os responsáveis da campanha de Kerry tiveram que afastar dos palanques a mulherzinha do candidato e proibi-la (muitas vezes sem êxito) de falar nos comícios?
Kerry fez campanha contra ele próprio, como transparece na evolução das sondagens. O desfecho das eleições era previsível por múltiplas razões, desde o orçamento absolutamente fora do normal de que dispunha a campanha de Bush (15 vezes superior ao de Kerry), até ao clima instalado na sociedade americana e que leva negros desempregados a justificar o voto em Bush, dizendo: «De que é que serve a assistência social e um serviço nacional de saúde, se os terroristas fizerem explodir bombas nucleares nos Estados Unidos?».
Quanto aos fascistas, devo dizer-lhe que não uso a palavra de ânimo leve, nem me limito ao conceito meio folclórico com que ela é geralmente utilizada. Sugiro que relembre em que consiste o fascismo, leia a produção ideológica de Richard Perle e Wolfowitz (os dois principais cérebros da Casa Branca) e analise a prática da administração Bush. Depois diga-me qualquer coisa.
Para seu esclarecimento, devo dizer-lhe também que não perco facilmente a cabeça. Muito menos a perderia com a eleição de um presidente dos EUA.
Não sei se sabe, mas há um princípio que a prática estabeleceu, em relação às administrações americanas; os republicanos têm, em geral, uma política externa «à esquerda» (se assim se pode dizer) dos democratas. O caso do Iraque é uma anomalia com explicações bem concretas e que radica na existência de uma excrescência ideológica dentro do partido Republicano. Fique, também, a saber que essa excrescência está a ser combatida dentro do próprio partido.
Não diga que «normalmente acerta nas suas previsões». Já que falei no Iraque, lembro-lhe o tempo em que você previa um fim rápido para a insurreição e até invocava uma sondagem para reforçar a sua ideia de que os iraquianos estavam, de alma e coração, com os invasores americanos... Deixe lá isso, toda a gente se engana. Afinal somos, apenas, humanos.
Finalmente, acho que lhe ficaria bem dizer porque é que o PC americano é praticamente inexistente desde há algumas décadas. Esqueceu-se de dizer que, mesmo antes de MacCarthy, os comunistas era despedidos das empresas e perseguidos policialmente pelo FBI. Esqueceu-se de acrescentar que, no plano das leis americanas, os comunistas são marginalizados e que têm menos direitos que os restantes cidadãos. Esqueceu-se, enfim, de observar que os Estados Unidos não são uma democracia de corpo inteiro. Isto, independentemente do que se pense do comunismo ou do PC americano.
Dito isto, prometo não lhe roubar horas de sono mais vez nenhuma...

# : - ))

Publicado por: (M)arca Amarela às novembro 5, 2004 01:18 PM

Albatroz em novembro 5, 2004 12:53 PM

Caro Albatroz:
Eu penso que, enquanto as sucessivas administracões americanas tiverem "melhores" pretextos para manterem o povo americano no exacto nível de medo que faz desejar e sustentar o poder autoritário, não há perigo de um confronto com a Coreia do Norte, ou outros, a ponto de serem usadas armas nucleares.
E esses pretextos existem e são muitos. Por exemplo, o fundamentalismo muçulmano e o respectivo terrorismo vão ser tão duradouros quanto as jazidas de petróleo. Depois se verá.
Por isso eu estou tranquilo. Mas só quanto a esse aspecto...

Publicado por: Senaqueribe às novembro 5, 2004 03:30 PM

Este post está fora de série. E o debate também

Publicado por: AJ Nunes às novembro 5, 2004 03:57 PM

É o fenómeno chamado "cagaço". Os americanos são, neste momento e apesar da sua tremenda máquina de guerra, um povo muito "acagaçado"...
Os meus amigos, já alguma vez se viram numa situação destas...?! É claro e até esperado, um completo bloqueio dos sentidos... tal o susto.
Há "guerras" muito difíceis de fazer..., nós tivemos as nossas, já lá vão 30 anitos... (e em muito promovidas por eles mesmos), não estando eles, de modo nenhum, imúnes a tal... "cagaço".
O choque está, precisamente aí, afinal, no entender de "quem semeia ventos colhe tempestades", independentemente da "fortificação" aonde se "acolhem".
Percebo bem o seu "pesadelo"... eu (e muitos mais)também o vivemos durante muitos e longos anos, eram outros os (bins ladens) daqueles tempos. Porém e em comum tinham, com os de hoje, o treino o dinheiro e a filosofia de... "dividir para reinar", vindos da mesma fonte.
De anjinhos e parvos está o "inferno" cheio!

Publicado por: O Medricoso às novembro 5, 2004 05:38 PM

Joana: você não pode botar textos no Expresso on-line. Anda por lá um tonto que sempre que vê lá o seu nome, vem ao seu blog deixar os insultos mais abjectos.

Não se percebe qual é a ideia dele. Fazer de alguém vítima só favorece esta.

Publicado por: Viegas às novembro 5, 2004 06:12 PM

O Medricoso em novembro 5, 2004 05:38 PM:
Cagaço foi o que mostrou Zapatero e o eleitorado espanhol.
Não invertamos as coisas

Publicado por: Sa Chico às novembro 5, 2004 06:18 PM

O Medricoso em novembro 5, 2004 05:38 PM:
Cagaço foi o que mostrou Zapatero e o eleitorado espanhol.
Não invertamos as coisas

Publicado por: Sa Chico às novembro 5, 2004 06:19 PM

Sa Chico em novembro 5, 2004 06:19 PM

Não é bem assim, Sa Chico. Zapatero ganhou, sim, mas apenas porque o Aznar ficou desorientado, trocou os pés pelas mãos. Ele, Aznar, é que se mostrou "acagaçado" e os eleitores não gostaram disso!
Não invertamos as coisas.

Publicado por: Senaqueribe às novembro 5, 2004 09:27 PM

(...) os intelectuais bem pensantes (...)

cara Joana ,
não se importa de esclarecer melhor o conceito ?
essa sua aversão a Intelectuais aplica-se a todo o espectro político, ou a introdução do conceito no seu texto é para reforçar a ideia de que Bush é um "intelectual mal pensante" ?

Publicado por: zippiz às novembro 5, 2004 10:23 PM

(M)arca Amarela em novembro 5, 2004 01:18 PM
Começando pelo Queipo de Llano ... eu não me aleijo com facilidade. Como lhe disse Prévert tem um poema sobre ferozes declarações desse sevandija. Julgo que está nas “Paroles”. Se me lembrar, da próxima vez que passar “chez papa” vejo se o descubro.

Eu não tenho sanha contra os intelectuais. Tenho contra o intelectualismo provinciano, preconceituoso e intolerante que domina actualmente o panorama intelectual português.

Não me parece que os republicanos costumem fazer uma política externa mais à esquerda. O que sucede é que os democratas são mais permeáveis à influência de Israel que os republicanos. E como o Médio Oriente domina a política internacional ...
Para além disso, os republicanos, como a generalidade da direita, são mais pragmáticos, o que por vezes, em política internacional, lhes confere uma aspecto mais de esquerda.

Bush foi uma anomalia, neste aspecto.

Se você ler atentamente os meus textos sobre o Iraque há-de reparar que eu nunca fiz afirmações taxativas. Devo ter escrito que isso aconteceria se ... mas que se ... então.

Sabe ... passo a vida a emitir pareceres para clientes e é quase uma 2ª natureza minha: nunca me comprometer inteiramente com uma previsão. Tentar desenhar os cenários da forma mais realista possível, mas deixar sempre uma porta aberta para o "imprevisto"!

Veja, por exemplo:
«Retóricas» - ... "Todavia, se a coligação, depois de ter vencido a guerra, não souber vencer a paz, é bem provável que comecem a aparecer focos de rebelião que possam dar origem a uma guerra de guerrilhas." (escrito em 07-Abril-2003 no Online, mas publicado neste blog em 2-10-2003)

O MacCarthysmo foi um processo vergonhoso. Todavia não me parece que antes do começo da Guerra Fria acontecesse aquilo que refere. Excepto nos anos imediatamente a seguir à tomada do poder pelos bolchevistas, que foi uma época de grande instabilidade política e social (caso Sacco e Vanzetti, p.ex.). Mas mesmo nessa época a situação na Europa era pior que na América.

Publicado por: Joana às novembro 6, 2004 12:15 AM

zippiz em novembro 5, 2004 10:23 PM :
Numa próxima oportunidade. Tá?

Publicado por: Joana às novembro 6, 2004 12:17 AM

Bush é uma anomalia em qualquer aspecto.

Publicado por: c seixas às novembro 6, 2004 01:51 AM

«O MacCarthysmo foi um processo vergonhoso. Todavia não me parece que antes do começo da Guerra Fria acontecesse aquilo que refere.» (Joana)

Sobre isso poderia despejar aqui uma torrente de argumentos e apontar centenas de exemplos. Seria, no entanto, aos seus olhos, sempre uma opinião subjectiva.
Como gosta de história, remeto-a para um excelente site e, em especial, para as páginas que tratam das diversas perseguições de que os comunistas americanos foram alvo.

http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/USAcommunist.htm

Sugiro que siga os links para a actividade da HUAC e para o percurso de J Edgar Hoover, que foi nomeado, em 1919, assistente de Mitchell Palmer e desde então nunca mais abrandou a sua campanha anticomunista.
Acredite que vale a pena ler essas páginas (muito bem documentadas). Estou convencido de que vai adquirir muita informação nova.
Além do mais fica com um link nos seus Favoritos para um dos melhores sites de História que há na Internet.

(Sim, é nas «Paroles», que são uma compilação dos poemas anteriores a 1945. Mas o Prévert de que mais gosto é o dos poemas de amor. É aí que ele deixa transparecer toda a ternura, a um grau tal que toca a fragilidade. Como é possível náo dizer «tu» a quem nos diz «tu»? Foi com ele que aprendi que podemos ser tocados mesmo por quem não conhecemos, «peut-être avec une flèche... peut-être avec une chanson»)

Publicado por: (M)arca Amarela às novembro 6, 2004 07:11 AM

Parabéns pelo post, pelos comentários (debate muito interessante).

Publicado por: Carvalhal às novembro 6, 2004 05:16 PM

Como se devem rir os "donos" das marionetas Bush e Kerry!
Eu disse donos?!... ai a minha língua!

Um abração do
Zecatelhado

Publicado por: Zecatelhado às novembro 7, 2004 01:33 PM

Este post e os comentários mostram como é possível ideias tão opostas, e algumas mesmo provocatórias, contraporem-se sem insultos.

Publicado por: Curioso às novembro 7, 2004 07:30 PM

Sem insultos?

Mas a esquerda sabe fazer outra coisa que não insultar?

Publicado por: Mario às novembro 9, 2004 03:51 PM

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