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outubro 27, 2004

Amigos, amigos ... Negócios à parte

Ou, com amigos destes ... o melhor é ter só inimigos

Marcelo Rebelo de Sousa e Paes do Amaral são amigos (ou melhor ... eram); são familiares (ou melhor ... vamos a ver) e tiveram uma conversa de amigos, no bar de um hotel, num dia feriado. Coisas inocentes que amigos normalmente fazem ... ou melhor, coisas que amigos inocentes normalmente fazem, porque estes nem são, afinal, amigos ... e muito menos inocentes.

Estes amigos têm uma característica comum. São pessoas conhecidas e permanentemente sujeitas ao escrutínio público. Por isso não será de admirar que um deles (Paes do Amaral) tenha pedido ao outro (Rebelo de Sousa) que considerasse aquela conversa de “amigos” como "privada", que a tratasse "com reserva" e que não divulgasse o seu teor, o que MRS prometeu fazer.

Esta conversa foi o início de uma série de ocorrências que têm feito as delícias da comunicação social: Marcelo Rebelo de Sousa abandonou a sua homilia dominical na TVI; Gomes da Silva que, entre o agendamento da reunião “amigável” e a sua realização, cometeu a imprudência de dizer o que pensava das homilias de MRS, (obviamente um crime político, pois um político nunca deve dizer o que pensa), o que lhe valeu o ter-se tornado o mau da fita e servir de punching-ball; o PR recebe MRS em audiência solene; a AACS ressuscita plena de afã e de adrenalina; audições na AACS e na AR sucedem-se ... e entre cada ocorrência, o inefável ministro Gomes da Silva em permanente incontinência verbal.

A questão central desta soap opera seria a eventual existência de pressões governamentais que teriam obrigado Miguel Paes do Amaral a pressionar por sua vez Marcelo Rebelo de Sousa no sentido deste mitigar, nos comentários na TVI, a sua «opinião sistematicamente antigovernamental».

Na sua audição na AR, Paes do Amaral disse que apenas se tratou de «uma conversa de amigos» para Marcelo o aconselhar como «jurista» sobre «temas estratégicos para a Media capital». Afirmou que a conversa constituía informação privilegiada, e que portanto não poderia divulgar o seu conteúdo. Sobre as críticas do ministro a Marcelo, o presidente da TVI disse que não as considerou «suficientemente importantes para as encarar como uma forma de pressão». À questão sobre se teria pedido um crédito à Caixa Geral de Depósitos de que necessitava até 31 de Outubro para fazer face a uma situação decorrente de uma tomada de posição hostil da RTL, Paes do Amaral negou a existência do pedido de crédito e rejeitou qualquer cedência ao poder político por razões económicas ou financeiras. Em suma, Paes do Amaral negou peremptoriamente ter sofrido quaisquer pressões, directas ou indirectas, por parte do Governo e assegurou que a Media Capital «nunca beneficiou de nenhum favorecimento político».

Marcelo Rebelo de Sousa quis que a sua audição perante a AACS tivesse toda audiência possível, o que não é de estranhar, sabendo-se o seu empenho comunicativo. Depois, como providência cautelar para justificar o ir violar a privacidade que lhe tinha sido pedida sobre a conversa em questão, alegou, com a candura que todos lhe reconhecemos, que nunca esperou que Miguel Paes do Amaral tivesse revelado a conversa entre ambos e que precipitou a sua saída da TVI. A partir dessa razão sólida, MRS falou durante duas horas sobre Paes do Amaral, a TVI, o Governo, o ministro Gomes da Silva, o 1º Ministro, a comunicação social, etc., etc..

Mas Paes do Amaral nada havia dito sobre o conteúdo da conversa, referindo apenas que não tinha a ver com os seus comentários dominicais, mas com um pedido de conselhos sobre temas estratégicos para a Media Capital, de curto e médio prazo, que não podia revelar por se tratar de “informação privilegiada", como uma "conversa de amigos". Ora isto não é “revelar uma conversa”. Mesmo a frase de que se perceberiam melhor as razões da conversa daqui a 6 ou 9 meses, Paes do Amaral sublinhou, na AR, que se estava a referir a opções estratégicas do Grupo Media Capital.

Portanto Marcelo Rebelo de Sousa deu, como razão da sua loquacidade desta tarde, uma mentira, ou melhor, como diria Paes do Amaral esta noite, uma “imprecisão”.

Marcelo Rebelo de Sousa falou muito. Desenvolveu abundantemente alegados conceitos televisivos que Paes de Amaral lhe teria revelado, antes de lhe pedir que modificasse o formato da sua coluna. Isto não é uma conversa entre amigos de há mais de vinte anos e familiares. Durante esse longo período, MRS e MPA deveriam ter ficado a saber, pormenorizadamente, o que cada um pensa da actividade dos meios áudio-visuais em Portugal e das suas relações com o poder e com os grupos económicos. Parece-me plausível que Paes do Amaral tivesse pedido a MRS para modificar o formato da coluna, mas não faz sentido ele ter feito todo aquele preâmbulo descrito por MRS. Nomeadamente sobre o papel do Estado na manutenção da concessão do serviço televisivo e dos perigos daí advenientes, o que seria completamente insensato. Parece-me ainda menos sustentável que a teoria da cabala de Gomes da Silva.

Marcelo Rebelo de Sousa deu a entender que de facto houve uma conversa sobre «temas estratégicos para a Media capital», como Paes de Amaral dissera anteriormente, mas pormenorizou que esses temas tinham a ver com modificações da política editorial e de programação que iriam abranger toda a TVI e que o próprio formato dos seus comentários deveria sofrer algumas modificações. Aliás, Paes de Amaral também referira que o consultara igualmente na qualidade de «jurista».

Portanto, o que temos aqui é uma situação em que um PDG de uma empresa tem uma conversa “de amigos” com um consultor externo, onde lhe comunica as suas intenções de modificar a orgânica empresarial, modificações que também incluíam algumas alterações na forma e conteúdo da sua prestação. Como são amigos de longa data consultou-o sobre a generalidade dos negócios sem passar pelos canais hierárquicos. Aliás, a acreditar nas declarações do “consultor externo”, essas modificações poderiam mesmo abranger alguns desses “canais hierárquicos”.

E depois o “consultor externo” vem para a praça pública dar as dicas que entende sobre o “plano de reestruturação”. Numa empresa privada “normal” isto seria matéria para litígio: o “consultor externo” revelou matéria confidencial. Mas a comunicação social tem razões que só o coração conhece. Numa empresa de comunicação social só é possível falar-se publicamente em modificações quando essa empresa já está em estado de falência técnica. Até lá impera o sacrossanto direito dos jornalistas estarem em auto-gestão. É óbvio que há modificações, mas são feitas aos poucos, com todo o recato, sem alarido prévio e, principalmente, evitando consultar um “consultor externo”, amigo de longa data e, ainda por cima, familiar.

Todavia, este caso ainda vai dar muito que falar. Marcelo Rebelo de Sousa é um velhaco que usa a sua abundante loquacidade e o sofisma argumentativo de forma magistral. Mas Miguel Paes do Amaral, pelo que mostrou na audição na AR e hoje à noite, nas declarações que fez, não lhe fica atrás em algumas daquelas características, substituindo todavia a loquacidade e os sofismas argumentativos por um discurso milimetricamente preciso. Diz exactamente o que pretende, com uma linearidade e simplicidade extremamente convincentes, e nem uma palavra a mais (talvez ... algumas palavras a menos). Quanto ao resto parecem-me bem um para o outro. E as diferenças resultam apenas dos planos de intervenção: MRS é um político e fala demais, MPA é um empresário e só fala o indispensável.

Quanto ao ministro Gomes da Silva está a protagonizar o papel de “inocente útil”. Inocente, não no sentido de simples, singelo, ingénuo, mas na extensão de significado que se lhe atribui com frequência. Útil, porque cada vez que fala, os adversários do governo ficam abundantemente municiados para as refregas que se seguem.

Portugal está, de facto, ingovernável: se os mais encarniçados inimigos do Governo se encontram nas fileiras do principal partido governamental, como é possível pensar em consensos inter-partidários? Se nem intra-partidários os há!

Publicado por Joana às outubro 27, 2004 11:55 PM

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Comentários

Joana:
Nao encontro palavras para adjectivar suficientamente a minha concordancia com o seu artigo. E estupendo!
Consolou-me muito depois de ouvir as patetices do JMF esta noite.

E agora gostava de saber a sua opiniao sobre uma vaga suspeita que eu tenho:
Esta gigantesca 'arnaque', que comecou por causa de uma ridicula tolerancia de ponto, nao tera, afinal, nada a ver com uma qualquer guerra (escondida) entre os dois partidos que teem na realidade governado Portugal nos ultimos anos (pelo menos desde a Guerra Civil)?

Publicado por: P Vieira às outubro 28, 2004 12:52 AM

Este episódio só existe porque PSL vive apavorado e convive mal com a critíca, em geral , e na CSosial em particular e GdaSilva representou PSL nas criticas que fez a MRS.
PAmaral , como representante de acionistas , fez o que tinha a fazer ; imprecisões e inverdades são menos visíveis em posturas de empresários e saltam mais à vista em pessoas cuja credibilidade já terá sido posta em causa , como é o caso de MRS e da maioria dos politicos.

ps) acho interessamte é a posição da maioria : enquanto MRS se mantinha em silêncio disseram que cabia este esclarecer tudo; hoje esclareceu
e os representantes da maioria parecem baratas tontas a mandar bolas para fora ou a remeterem-se ao...silêncio , que dantes era de MRS !

Publicado por: zippiz às outubro 28, 2004 01:16 AM

zippiz em outubro 28, 2004 01:16 AM

MRS esclareceu mesmo ou apenas "esclareceu"?

Quem tenha seguido com atenção as suas verbosidades televisivas não pode deixar de concluir que se trata apenas de um notável encantador de serpentes. Mas, para este país que temos, tudo serve.

Publicado por: Senaqueribe às outubro 28, 2004 11:09 AM

Cara amiga

Inicia o seu comentário revelando logo alguma parcialidade:
«um deles (Paes do Amaral) tenha pedido ao outro (Rebelo de Sousa) que (...) aquela conversa (...) tratasse "com reserva" e que não divulgasse o seu teor (...)»
Quem lhe disse que foi Paes do Amaral a pedir reserva?
Marcelo Rebelo de Sousa diz que foi ele, e não Paes do Amaral, quem pediu para que a conversa não fosse revelada, tendo sido este a quebrar o acordo de cavalheiros - e logo, no entender do Professor, para deturpar o sentido da conversa.
Tal parcialidade vem a ser confirmada em todo o seu texto, designadamente quando parece tomar por certas as afirmações de Paes do Amaral: «Paes do Amaral disse (...) que a conversa constituía informação privilegiada, e que portanto não poderia divulgar o seu conteúdo». Se ele o diz é porque é verdade? Surpreendentemente, a Joana aceita esta afirmação acriticamente  o que é atestado pela sua conclusão « Portanto, o que temos aqui é uma situação em que...»
Esta abertura clássica, do tipo “engulam-esta-premissa-sem-pensar-e-deixem-se-embalar-pelo-que-vem-depois”, é um pouco ofensiva para o leitor - assim à maneira da cabala involuntária.

Por falar em cabala involuntária, recupero aqui outra passagem do seu texto: «Gomes da Silva (...) cometeu a imprudência de dizer o que pensava das homilias de MRS, (obviamente um crime político, pois um político nunca deve dizer o que pensa)»
Cara Joana, “crime político” não é Gomes da Silva “dizer o que pensa”; “crime político” é um governante, agindo enquanto tal, “pensar aquilo que ele disse”.
Veja lá se começa a acertar o tiro. Estou a começar a ficar preocupado consigo.

Já que estamos em fase de citações, o que dizer da questão que elege como “central desta soap opera”? - «a eventual existência de pressões governamentais que teriam obrigado Miguel Paes do Amaral a pressionar por sua vez Marcelo Rebelo de Sousa (...)».
O que a Joana faz aqui é deslocar o epicentro da questão para um terreno onde o seu discurso poderá encontrar terreno argumentativo mais fértil. Voltemos, pois a colocar as coisas no seu devido lugar.

O problema tem duas vertentes principais.
Por um lado, temos a questão da tentativa de controlo governamental da linha editorial de diversos órgãos de comunicação social. Este fenómeno sempre existiu - quer com o PS, quer com o PSD - e tem tido alguns desenvolvimentos importantes  a criação da central de informação do Governo, as declarações sobre a responsabilidade governativa da linha editorial da RTP, as críticas inicias de Gomes da Silva e a subsequente história da cabala.
Por outro lado, temos a excessiva dependência do sector dos mass media em relação ao poder político ( e económico).

O “caso marcelo” tem também estas duas vertentes: por um lado, a intervenção de Gomes da Silva; por outro, a orientação editorial amistosa que Paes do Amaral alegadamente entende ser necessária para continuar no negócio e que MRS não possibilitava.
Estas duas vertentes são, cada uma por si só, preocupantes e mereciam uma análise da sua parte.
Por outro lado, parece-me evidente que as mesmas estão interligadas. Não estou com isto a afirmar que o ministro falou com o empresário. Estou sim a dizer que o entendimento do empresário - não pode laborar no sector com grande sucesso com uma linha editorial contrária ao Governo - estava “correcto”, tal como a exteriorização do pensamento governamental feita pelo perturbado ministro veio a revelar.
Mais, sabendo eu que as Tvs privadas - como muito do sector empresarial português - vivem, a espaços, à pala do Governo, sabendo a Joana disto, sabendo Paes do Amaral disto, sabendo Gomes da Silva, as declarações deste têm um profundo significado político quando são, como devem ser, lidas sob esta grelha interpretativa. Para empresário bom entendedor, meia palavra de ministro basta...
Não é necessário que tenha havido qualquer conexão directa - conversa ministro/empresário - para que as duas questões estejam interligadas.
A Joana pretende, ao sublinhar que o ministro não falou com o empresário, encerrar o caso. Mas o caso, a questão, salvo o devido respeito, não é essa. A questão é a que acima referi, com as suas duas vertentes, e não pode ser encerrada com a conclusão que não haver qualquer problema, por não ter havido qualquer conversa directa governo/empresário.

«Mas Paes do Amaral nada havia dito sobre o conteúdo da conversa, referindo apenas que não tinha a ver com os seus comentários dominicais, mas com um pedido de conselhos sobre temas estratégicos para a Media Capital, de curto e médio prazo, que não podia revelar por se tratar de “informação privilegiada”».
Nada havia dito?!
A Joana contradiz-se. Ele disse, desde logo, que “não tinha a ver com os seus comentários dominicais”. E com isto já “diz” tudo o que seria relevante dizer para o caso - quer tenha falado verdade, quer tenha mentido.
Com isto diz logo que o “velhaco pouco genial” da história é MRS, que terá artificialmente criado e encenado toda esta “crise”, levando a que comentadores, como a Joana, porventura, logo apontassem MRS como “manipulador” ou aleivoso.

Por outro lado, Paes do Amaral afirma que a conversa se “reduziu” a um «pedido de conselhos sobre temas estratégicos para a Media Capital, de curto e médio prazo, que não podia revelar por se tratar de “informação privilegiada».
Para quem como a Joana aceita isto acriticamente, MRS veio cometer uma série de imprecisões - ou inverdades, como os políticos gostam de apelidar as mentiras.
Agora se admitir, por hipótese, que MRS falou verdade, então terá que reconhecer que PA mentiu, escudando-se cobardemente num “sigilo profissional” para não assumir os seus actos.
Se MRS falou verdade, em que medida é que a questão abordada dos seus comentários dominicais é um “tema estratégico” impertinente ao inquérito parlamentar? Em que medida é que é legítima a “fuga” de PA?

...
Já chega de conversa. Vou trabalhar

Cumprimentos.

P.

Publicado por: Pseudoeter às outubro 28, 2004 11:09 AM

Muito interessante, mas, às tantas, só mesmo um especialista em exegése do Talmud consegue pisar terreno sólido. Mas é o excesso, respira-se um excesso, que é muito perturbador.

Publicado por: asdrubal às outubro 28, 2004 12:29 PM

O Ministro Gomes da Silva fica na História deste caso como o autor da denúncia.

Milhares de telespectadores,desde há muito que vinham criticando MRS,pela sua oposição ao Governo do seu partido.

Marcelo deveria publicar as cartas de protesto que recebeu ultimamente de eleitores mesmo do PSD;

Deveriam ser publicadas as gravações de telespectadores para a TVI protestando contra MRS.

E este militante do PSD não é sancionado pelo desgaste provocado no governo do seu próprio partido?

Mas Gomes da Silva apontou o dedo à triade terrorista.

Qual a arma ofensiva da triade?
Criticar de forma desonesta e destrutiva sistematicamente todas as opções governamentais.

Qual a arma defensiva do Governo?
Silenciar os terroristas.

E quem são eles?
Expresso,Público e MRS

E quem estão por trás deles?
Balsemão e Belmiro de Azevedo

E desde quando?
Desde Março de 2002

Que o Governo vença a Máfia !

Publicado por: ZEUS8441 às outubro 28, 2004 01:26 PM

De facto, com amigos destes o Paes do Amaral não precisa de inimigos

Publicado por: Rui Sá às outubro 28, 2004 02:27 PM

Havia alguma razão quando a Joana escreveu, posts atrás, que o Marcelo era o Velhaco Genial!

Publicado por: David às outubro 28, 2004 02:29 PM

Sendo uma conversa privada, cada qual pode tirar as suas conclusões sobre quem mente.
Só não pode ter a certeza "objectiva".

Publicado por: Cerejo às outubro 28, 2004 03:17 PM

Mente Pais do Amaral, esse capitalista ladrão e a escumalha do governo que o apoia

Publicado por: Cisco Kid às outubro 28, 2004 05:01 PM

Cisco: Mas não é o Paes do Amaral que é acusado de apoiar o governo?

Publicado por: Sa Chico às outubro 28, 2004 05:39 PM

Pseudoeter em outubro 28, 2004 11:09 AM:
Vou responder-lhe a algumas afirmações. Relativamente à globalidade do seu comentário, remeto-o para o meu texto.
1-“Quem lhe disse que foi Paes do Amaral a pedir reserva?”
Foi o próprio MRS em diversas intervenções que tinha e tem feito (para além do MPA, em que você obviamente nunca acredita, certamente por uma opção de consciência).

Publicado por: Joana às outubro 28, 2004 06:44 PM

2-“crime político” é um governante, agindo enquanto tal, “pensar aquilo que ele disse””

Se fosse assim, todos os políticos eram criminosos, incluindo o PR que fez declarações muito semelhantes ao RGS (incluindo o “contraditório”) ...e sabe-se lá o que terá pensado. E todas as crianças que pensam “cobras e lagartos” das mães (e dos pais) após uma reprimenda mais severa, seriam criminosas e deveriam ir para o IRS. Você tem uma curiosa noção de crime ... não se fica pelos actos ... vai mesmo ao pensamento!
Ainda bem que você não está neste governo ... a criminalizar dessa maneira o pensamento alheio ...

Publicado por: Joana às outubro 28, 2004 06:45 PM

“orientação editorial amistosa que Paes do Amaral”

Não acho bem pôr coisas na boca de alguém que não as disse. O que foi sugerido que teria aconteceu foi Paes do Amaral ter pedido a MRS deixar de ser “sistematicamente anti-governamental”. Parece-me uma grande distância entre deixar de ser “sistematicamente contra” e passar a ser amistoso. Não partilha da minha opinião?

Publicado por: Joana às outubro 28, 2004 06:46 PM

“Não é necessário que tenha havido qualquer conexão directa - conversa ministro/empresário - para que as duas questões estejam interligadas.”

Esta sua alegação tem a consistência do ovo do Louçã. E tem uma curiosa semelhança com a teoria da cabala “não intencional” que celebrizou RGS. Você tornou-se um émulo do ministro! Confesse lá!

Publicado por: Joana às outubro 28, 2004 06:46 PM

“Por outro lado, Paes do Amaral afirma que a conversa se “reduziu” a um «pedido de conselhos sobre temas estratégicos para a Media Capital, de curto e médio prazo, que não podia revelar por se tratar de “informação privilegiada».
Para quem como a Joana aceita isto acriticamente”

Você não deve ter lido a frase em que escrevi: “Parece-me plausível que Paes do Amaral tivesse pedido a MRS para modificar o formato da coluna”, senão não falaria em eu aceitar acriticamente as afirmações de MPA. Você, deixe-me dizê-lo, é que não tem quaisquer dúvidas sobre a veracidade das afirmações de MRS.
Pergunto-lhe: entre nós os dois, quem é o acrítico?

Publicado por: Joana às outubro 28, 2004 06:47 PM

“em que medida é que a questão abordada dos seus comentários dominicais é um “tema estratégico” impertinente ao inquérito parlamentar?”

Não foi um inquérito parlamentar, mas uma audição. E a audição era sobre alegadas pressões governamentais sobre a TVI e não sobre divergências entre MPA e MRS.
A ideia que me ficou depois das declarações de ambos, ontem, é que estava em causa uma reestruturação mais abrangente, na qual a coluna de MRS era algo de menor. MPA quis um conselho de amigo, antes de avançar. Afinal equivocou-se. MRS só tem um amigo: o próprio MRS. Nem laços familiares se aproveitam.

Publicado por: Joana às outubro 28, 2004 06:49 PM


Não me parece plausível que o MRS, por mais velhaco e loquaz que seja, fosse ao extremo de atraiçoar o cunhado, se ele não tivesse REALMENTE feito pressões para que o professor moderasse o teor das suas intervenções e das suas críticas ao Governo...

Essa teoria do consultor externo, que deu com a língua nos dentes e traíu a confiança do empresário e o segredo profissional, parece-me pouco credível, neste caso.

Publicado por: JAM às outubro 28, 2004 06:51 PM

Pseudoeter: Se tiver tempo ainda hoje escreverei mais qualquer coisa sobre esta matéria.
E obrigada pelos seus comentários! Há anos que não o "via"!

Publicado por: Joana às outubro 28, 2004 06:52 PM

estou em crer que RGdaS está a usar o nick ZEUS8441 em outubro 28, 2004 01:26 PM

a estória da cabala não poderia estar aqui mais clara :
(...)E quem são eles?
Expresso,Público e MRS
E quem estão por trás deles?
Balsemão e Belmiro de Azevedo(...)

ah ganda zeus ! deve querer ser ouvido pela aacsocial ! eu acho que o portela podia dar uma ajuda , chamando-o a depôr ; pelo menos tornava as audições menos cinzentas.

Publicado por: zippiz às outubro 28, 2004 08:37 PM

zippiz em outubro 28, 2004 08:37 PM:

Portanto, zippiz, Portela filho deputa e delega em Zeus a solução do caso?

Publicado por: Joana às outubro 28, 2004 08:52 PM

Portanto, zippiz, Portela filho deputa e delega em Zeus a solução do caso?

Afixado por Joana em outubro 28, 2004 08:52 PM
..........

Acho que alguém mal educado também anda a utilizar o nick de Joana

Publicado por: (M)arca Amarela às outubro 28, 2004 09:13 PM

Lido e relido o seu "post" (com o qual não discordo quase na íntregra), a pergunta que faço (e que a Joana, creio,não faz por uma mera questão de "suspense") é a seguinte:

- E que temos nós todos (!!!) a ver com isso?

Publicado por: re-tombola às outubro 28, 2004 10:23 PM

É isso mesmo, Joana, MRS só tem um amigo: ele próprio.
E julga que a televisão foi inventada só para ele vender a sua copiosa verborreia.

Publicado por: Senaqueribe às outubro 28, 2004 10:27 PM

Afixado por Joana em outubro 28, 2004 08:52 PM

com zeus a "solucionar" o caso, não chegariam todas as Mocas de Rio Maior para dar uns "abanões na triade terrorista" .

Publicado por: zippiz às outubro 28, 2004 10:32 PM

Coitado do Zé Moniz, entre estes dois pesos-pesados só lhe resta ir choramingar para o ecran a tentar explicar o inexplicável.

Publicado por: Carlos Alberto às outubro 28, 2004 11:26 PM

(M)arca Amarela em outubro 28, 2004 09:13 PM:
Ná ... nã me parece ... é um remoque demasiado subtil para algum utilizador indevido ...

Publicado por: Joana às outubro 29, 2004 12:07 AM

re-tombola em outubro 28, 2004 10:23 PM:
Pergunta: "E que temos nós todos (!!!) a ver com isso?"
Infelizmente as TV's e os Jornais não têm espaço para comentários, senão eu juntar-me ia a si a fazer essa pergunta em todos esses órgãos comunicativos.

Publicado por: Joana às outubro 29, 2004 12:10 AM

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