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agosto 18, 2004

Acto de Compaixão

Durante as férias fazem-se coisas impensáveis. Não resultam de qualquer acto volitivo ... acontecem simplesmente. Uma dessas coisas é descansar um olhar distraído no rectângulo televisivo. Essas distracções têm-me permitido observar, embora de forma esparsa, alguns curiosos incidentes relacionados com a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos.

E os comentários e entrevistas que eu tenho difusamente observado permitem-me, desde já, expressar aqui a minha revolta contra as autoridades olímpicas portuguesas e a minha compaixão e solidariedade com os infelizes atletas (incluindo os cavalos) que foram obrigados a deslocarem-se à Grécia.

Não há desculpas para a malevolência de se fazer deslocar à Grécia um conjunto de atletas (e cavalos) cheios de pundonor, mas inferiorizados física e mentalmente. Até agora, e exceptuando aquele rapaz baixinho e desconhecido (certamente foi enviado a Atenas por equívoco) que ganhou uma medalha de prata no ciclismo, só assisto, revoltada, a entrevistas em que os nossos inferiorizados atletas desfiam um rosário de maleitas que incapacitariam qualquer um. A minha admiração pela forma corajosa como aqueles bravos lusitanos conseguiram atingir as costas gregas não tem limites. Naquele estado físico e mental eu não conseguiria ultrapassar o Bugio.

São lesões por tudo o que é tecido muscular e cartilagíneo: mãos, pés, tendões ... tudo. Outros estão cheios de febre e de sezões. E os poucos que escaparam às lesões musculares, e às mais diversas e inesperadas patologias, estão psicologicamente diminuídos, stressados, mentalmente afectados. Alguns estavam num estado maníaco-depressivo agudo. Nem precisaram queixar-se, bastava observá-los em competição para se avaliar do seu precário estado psíquico.

E não foram só os atletas humanos, os nossos garbosos cavalos apresentaram-se nas plagas gregas completamente stressados, à beira de uma crise de nervos.

Queria exprimir por este meio a minha mais extremosa compaixão pelos atletas (humanos e equinos) que lutam bravamente na Grécia olímpica contra as enfermidades de que estão a ser vítimas.

Publicado por Joana às agosto 18, 2004 08:53 PM

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Comentários

De facto é uma desgraça. Vê-los e ouvi-los

Publicado por: David às agosto 19, 2004 07:18 PM

A nossa participação tem sido uma vergonha. Esperemos pelo atletismo e por aquele nigeriano da construção civil

Publicado por: Sa Chico às agosto 19, 2004 07:30 PM

Talvez esse gajo não esteja doente

Publicado por: Sa Chico às agosto 19, 2004 07:31 PM

Os voleibolistas de praia foram repescados. Há de servir de muito

Publicado por: Bsotto às agosto 20, 2004 12:23 AM

Que tal as ferias? Tudo bem?
Os nossos tem estado muito fracos na Grecia. Eh pena.

Publicado por: Filipa Zeitzler às agosto 20, 2004 04:10 PM

E depois sao as desculpas esfarrapadas

Publicado por: Filipa Zeitzler às agosto 20, 2004 04:14 PM

Quando não há desenvolvimento desportivo estamos à mercê de poucos cracks. Mas um crack nem sempre está em forma. Quanto mais cracks houver mais possibilidades há de haver medalhas

Publicado por: Coruja às agosto 20, 2004 09:28 PM

Bsotto em agosto 20, 2004 12:23 AM:
Você lá sabia. Foram hoje eliminados

Publicado por: Coruja às agosto 20, 2004 09:29 PM

Talvez o trolha nigeriano hoje traga uma medalha para Portugal

Publicado por: Bsotto às agosto 22, 2004 04:03 PM

Era uma bofetada aos portugas

Publicado por: Bsotto às agosto 22, 2004 04:04 PM

E foi

Publicado por: Bsotto às agosto 23, 2004 05:04 PM

S´eu

Publicado por: bsotto às fevereiro 28, 2005 02:54 AM

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