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maio 13, 2004

Eles Governam, Eles Perdem

A Europa vive uma época em que não se vislumbra uma luz no fundo do túnel.

A Europa das primeiras décadas do após guerra já não existe. A Europa ocidental era então uma economia com elevado crescimento, protegida do exterior, com uma distribuição etária que permitiu implementar um bom sistema de transferências e de regalias sociais. Hoje é uma economia estagnada, sujeita a uma forte concorrência internacional, nomeadamente da parte dos países emergentes, e com uma pirâmide etária invertida que torna o universo dos beneficiários das regalias sociais muito elevado face ao universo da população activa. Isto é matéria de facto e não de ideologia.

Todavia, no velho continente, muitos continuam a defender que o desenvolvimento económico pode ter como motor o estímulo do consumo, a expansão da despesa pública e do défice, e o aumento do emprego público, em vez da implementação de estratégias de estímulo à oferta e à criação de investimento privado e ao aumento da produtividade de uma forma sustentada, o que, no caso português, por exemplo, significaria investir na qualificação dos nossos recursos humanos, simplificar e desburocratizar a justiça e a administração pública, modernizar a administração fiscal, e tornar a nossa fiscalidade mais adequada ao investimento e à competitividade.

Portanto, uma economia que aposte nas exportações e na substituição das importações. Uma economia onde a alta competitividade seja decisiva.

Ou seja, a luta entre aqueles querem conservar e aqueles que pretendem mudar. As preferências próximas das sociedades europeias irão condicionar o futuro das próximas gerações. Ora as pugnas políticas e eleitorais na Europa, e particularmente em Portugal, têm sido conduzidas sob o signo do obscurecimento das realidades económicas, prometendo-se a manutenção e o reforço de regalias para as quais não há dinheiro para sustentar, ou que, se se tentasse sustentar mediante o agravamento da fiscalidade e o aumento dos défices, levaria à diminuição da competitividade externa e à bancarrota a médio prazo.

A notória inadequação do funcionamento do nosso Estado social à evolução económica e demográfica das últimas duas décadas pode torná-lo a grande vítima da inércia e da falta de visão de muitos responsáveis políticos. Neste clima político de insensatez e de demagogia delirante é de temer o pior. Na Europa, nos últimos anos, tem-se assistido a tímidas tentativas de reforma por parte dos governos, contestadas com a truculência mais veemente pelos sindicatos e oposições, seguidas das derrotas eleitorais desses mesmos governos e a retoma do mesmo cenário, mas com protagonistas trocados, excepto um deles, os sindicatos, sempre na mais feroz oposição. E isto não tem a ver com uma questão de opção partidária – acontece com a direita em França e com a esquerda na Alemanha, está a acontecer com a direita em Portugal e acontecerá com a esquerda, se esta ganhar as próximas eleições.

É por isso que “Eles Governam, Eles Perdem”, porque mentir ... mentem todos: uns prometendo o que sabem que não poderão cumprir e com quimeras que sabem ser ilusórias, outros mentem quando, ao fazer reformas que não são “nem carne, nem peixe”, mentem a uns dizendo que são “peixe” e a outros dizendo que são “carne”.

Publicado por Joana às maio 13, 2004 07:53 PM

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Comentários

O Estado Social foi a maior conquista da Europa do século passado. Devemos mantê-lo.
Tem que se encontrar caminhos para o sustentar.

Publicado por: c seixas às maio 14, 2004 01:36 AM

Perdem porque mentem e governam mal

Publicado por: Cisco Kid às maio 14, 2004 01:49 AM

O cartaz do BE é um disparate. O Aznar não concorreu. O Blair só vai a votos daqui a 2 anos.
O Bush ainda se vai ver, apesar da embrulhada em que se meteu por incompetência e excesso de poder.

Publicado por: Rui Pereira às maio 14, 2004 02:47 AM

Eles mentem ao governar, eles perdem.
Não há que contestar

Publicado por: Cisco Kid às maio 14, 2004 07:22 PM

De um lado os números, do outro só tretas.

Publicado por: Mocho às maio 15, 2004 05:39 PM

Há que repensar muito bem a situação. O problema é que é difícil com o "ruído" que há à volta desta questão.

Publicado por: Ventura às maio 15, 2004 07:36 PM

Como dizia alguém acima, há muitas "tretas" sobre isto e pouca reflexão.

Publicado por: Ventura às maio 15, 2004 07:38 PM

Vai acabar tudo em bem. O César das Neves diz que houve dizer que o pías vai naufragar há muitos anos e nada acontece.
É a N. Senhora de Fátima

Publicado por: Sa Chico às maio 15, 2004 07:45 PM

A darem os erros de ortografia que vejo dar, vai ser mesmo precisa a N S Fátima!

Publicado por: Cerejo às maio 15, 2004 09:40 PM

Premonitório

Publicado por: z às junho 14, 2004 12:09 PM

Nada!

Publicado por: z às junho 14, 2004 06:13 PM

Nada!

Publicado por: z às junho 14, 2004 06:13 PM

Nada!

Publicado por: z às junho 14, 2004 06:13 PM

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Nada!

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Nada!

Publicado por: z às junho 14, 2004 06:13 PM

Joana, a reaças

Publicado por: Reaças às junho 26, 2004 01:41 AM

Joana, a reaças

Publicado por: Reaças às junho 26, 2004 01:41 AM

Joana, a reaças

Publicado por: Reaças às junho 26, 2004 01:41 AM

Joana, a reaças

Publicado por: Reaças às junho 26, 2004 01:41 AM

Joana, a reaças

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Joana, a reaças

Publicado por: Reaças às junho 26, 2004 01:41 AM

Joana, a reaças

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